FCH - Teses de Doutoramento / Doctoral Theses
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- Amigos e inimigos do povo : a educação patriótica e a propaganda nacionalista chinesa (1984-1999)Publication . Zhou, Shenglan; Ribeiro, Nelson CostaNas décadas de 1980 e 1990, devido a mudanças sociais e políticas drásticas, o Partido Comunista Chinês lançou uma ‘Campanha de Educação Patriótica’ com o objetivo de legitimar o seu regime entre as gerações mais jovens. Neste contexto, uma série de manuais escolares novos, atividades curriculares e extracurriculares, e produções mediáticas nacionalistas foram feitas sob o controlo do Departamento Central de Propaganda. Esta tese estuda dois conjuntos de manuais escolares do ensino primário da disciplina de Literacia Chinesa e uma série de desenhos animados criada no contexto da Campanha de Educação Patriótica. O seu objetivo é o de revelar a relação entre propaganda e educação na RPC e as representações dos ‘heróis’ e dos ‘inimigos’ criados pelo Partido Comunista Chinês. Com este objetivo em mente, utilizo os métodos de análise do discurso e de análise multimodal. Segundo a presente investigação, os conceitos de propaganda e educação no contexto da RPC são ontologicamente permutáveis. O governo implementou o sistema de educação com o fim de realizar propaganda pró-regime, e todas as campanhas de propaganda na RPC foram realizadas em nome de e por meio da educação. Os principais ‘heróis’ criados nesta campanha são líderes chineses e estrangeiros do Partido Comunista, assim como figuras chinesas e estrangeiras relacionadas com diversas revoluções sociais, muitas das quais são também comunistas. Pelo contrário, os ‘inimigos’ criados nesta campanha, que são principalmente os ‘anti-revolucionários’ feudais e nacionalistas e os invasores imperialistas e estrangeiros cruéis, especialmente os japoneses. Todos estes grupos têm representações negativas. No entanto, existe também alguma ambiguidade nas narrativas sobre uma série de ‘heróis’ e ‘inimigos’, tais como Sun Yat-Sen e os Estados Unidos. Esta ambiguidade deve-se possivelmente à relação política e económica entre a RPC e os países ou regiões envolvidos durante este período de tempo, bem como às diferenças de narrativas e memórias coletivas criadas sobre os mesmos acontecimentos históricos por cada uma das partes.
- Assessoria de imprensa : controlo em rede : o assessor de imprensa como estratega de enquadramentoPublication . Seabra, Joana Carreira; Santos, Rogério José AlmeidaPerceber e teorizar as relações entre fontes de informação, profissionais de relações públicas e jornalistas será sempre uma tarefa tão mais desafiante quão crescente é o interesse de todas as partes envolvidas em manter estas relações tão invisíveis quanto possível. O objetivo da minha investigação, no contexto daquela que definirei como Sociedade de Controlo em Rede, é descontruir cientificamente a função estratégica do assessor de imprensa, enquanto agente de enquadramento, capaz de influenciar a produção jornalística em benefício da organização. A abordagem científica que proponho permitirá detalhar as implicações da ação estratégica do assessor de imprensa na notícia como produto final, enquandrando-o, no seio da organização, como agente de controlo da reputação institucional. Os principais eixos da investigação serão, por conseguinte, a assessoria de imprensa e o jornalismo. A relação entre assessores de imprensa e jornalistas será explorada cientificamente através de duas formas distintas de investigação empírica: (1) a realização de entrevistas em profundidade a assessores de imprensa, jornalistas e profissionais que operam na mediação das duas áreas no panorama financeiro em Portugal; (2) estudo de caso no banco Millennium bcp com observação participante, análise de imprensa e cruzamento teórico relevante. Os resultados da investigação permitem-me concluir que os media dependem cada vez mais de fontes profissionalizadas, assistindo-se a uma ampliação do número de fontes institucionais que recorrem à base de competências dos assessores de imprensa, especialistas em táticas negociais e estratégias de controlo da informação. As fontes corporativas em análise – as empresas portuguesas cotadas em bolsa e o Millennium bcp como estudo de caso – beneficiam de recursos institucionais e económicos diferenciados, detendo efetivamente o poder de restringir o acesso à informação. A produção jornalística é condicionada pela ação estratégica do assessor de imprensa: estratega de agendamento e de enquadramento, definidor primário dos principais elementos da informação, uma vez que, enquanto fonte oficial, beneficia da hierarquia da credibilidade. Trata-se da primeira investigação científica em Portugal sobre o relacionamento dos assessores de imprensa das empresas cotadas na Euronext com os jornalistas, confrontando jornalistas, membros da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e assessores de imprensa das empresas visadas
- Competências comunicacionais na relação médico-doente em medicina geral e familiar : um estudo empírico em contexto de consultas privadas.Publication . Mieiro, Sandra de Castro Guimarães; Salgado, Cristina Margarida TavaresO processo de comunicação é um aspeto central na construção de uma relação médico-doente, a qual está no cerne do percurso terapêutico. Esta investigação explora, assim, o processo comunicacional entre médico e doente numa consulta de medicina geral e familiar, e em que medida as competências de comunicação são exercidas e percecionadas. As competências de comunicação são valorizadas e exercidas pelos médicos? As competências de comunicação dos médicos são valorizadas e reconhecidas pelos doentes? O projeto de investigação que deu corpo ao documento final desta Tese de Doutoramento apresentou-se como um estudo empírico, construído sobre pesquisa documental e bibliográfica, perscrutadora de raízes, conceitos e utensílios materiais e mentais, norteadores da atividade de pesquisa e da respetiva observação e análise que permitiu acionar o diálogo entre os fenómenos que nos propusemos estudar: a comunicação médico-doente no contexto de uma consulta de Medicina Geral e Familiar, no setor privado da saúde em Portugal. Este tema despertou em nós um interesse particular, resultado da crescente visibilidade desta questão e do debate gerado em torno do mesmo, quer na comunicação social, quer no contexto da Academia. A relação clínica médico–doente comporta características próprias inerentes aos objetivos dos dois intervenientes, sendo uma construção de uma relação de ajuda. As relações assentam, desde o início, numa vivência afetiva que lhes confere sentido. Por isso, uma comunicação eficaz entre o médico e o doente é uma competência clínica essencial. Assente numa abordagem interpretativista, esta investigação desenvolve-se num contexto de referências teóricas que permitem a construção de argumentos e hipóteses, que testamos empiricamente, com o objetivo de responder à pergunta de partida: Em que medida as competências de comunicação interpessoal são exercidas pelos médicos numa (...) O conhecimento não é uma coisa pura, independente dos seus instrumentos e tão pouco dos seus utensílios materiais, mas também dos seus instrumentos mentais que são os conceitos; a teoria científica é uma atividade organizadora do espírito, que põe em ação as observações e que, bem entendido, põe também em ação este diálogo com o mundo dos fenómenos (Morin, 1990, p. 42). consulta de Medicina Geral e Familiar? O enquadramento teórico proposto assenta na tradição sociocultural em Ciências da Comunicação, com contributos de outras tradições do mesmo campo científico. As abordagens sistémica, micro-analítica, a proxémia e a cinésia foram referências dimensionais para a interpretação do processo comunicacional entre médico e doente. A constituição das ferramentas de pesquisa do trabalho empírico privilegiaram as questões que se prendem com dimensões e variáveis elegíveis no processo comunicacional de relacionamento. O trabalho empírico desenvolve-se na aplicação de dois questionários online, com métodos mistos de amostragem – um, orientado para médicos, tendo sido obtidos 33 questionários com resposta; e outro, orientado para doentes, tendo sido realizados 481 questionários. Em ambos os questionários foram aplicadas as mesmas questões, englobadas nas dimensões da comunicação efetiva, comunicação verbal, comunicação não verbal e comunicação afetiva. A análise dos resultados obtidos confirma que os médicos apresentam um desempenho positivo na componente comunicacional, em diferentes dimensões analisadas. São identificadas, contudo, nas questões colocadas, algumas lacunas mais específicas que dizem respeito aos fatores relacionados com a preparação da consulta, do resumo da mensagem, do foco no enquadramento cultural e socioeconómico do doente, na expressão vocal e corporal. Com os resultados alcançados, procurámos estabelecer, quando possível, uma ponte que fomente a sensibilização para a importância da humanização no processo relacional, pressuposto essencial na interação entre Pessoas, em que o Médico e o Doente são os principais protagonistas.
- Comunicação não verbal na comunicação de massas : uma investigação no contexto televisivo portuguêsPublication . Silva, José Fernando Morais da; Ilharco, Fernando Albano Maia de MagalhãesEsta investigação tem como objetivo analisar a comunicação não verbal exercida pelos apresentadores de televisão, na função de pivô durante a leitura das notícias. O ponto central que enquadra este objetivo foi o de perceber de que forma os modelos apresentados na literatura podem ajudar a analisar a comunicação dos profissionais de televisão no contexto televisivo nacional. O recorte teórico permitiu revelar, através das dimensões biológica e cultural, as principais propostas e os principais modelos, nomeadamente a Acão Visual, Cinesia, Cronógrafo, Espaço Envolvente & Aparência, Háptico, Paralinguística, Proxémica e o Sistema de Codificação da Ação Facial. A pesquisa empírica desenvolvida em Portugal, inclui a observação de 36 vídeos do ano de 2016 e 12 entrevistas a apresentadores de televisão dos canais RTP, SIC e TVI. O corpus de análise permitiu criar uma ferramenta de observação que se propõe e se inscreve como Matriz R-CNV. A investigação permitiu concluir que é possível analisar os apresentadores de televisão com recurso aos principais modelos apresentados na literatura, nomeadamente pelas propostas de Birdwhistell (1952, 1970) e Ekman e Friesen (1969, 1978). Da mesma forma, permitiu concluir que numa relação de simultaneidade entre o não verbal e o verbal existe, pode dizer-se, uma maior predominância da comunicação não verbal sobre a comunicação verbal. Constata-se também que, apesar das evidências observadas em geral, os jornalistas apresentadores não fazem uso de técnicas específicas em comunicação não verbal, não ambicionam a criação de personalidades televisivas diferenciadoras, ou realizam atos de representação durante a leitura das notícias, apesar de terem conhecimento da sua importância e de manifestarem cuidados a ter perante a exposição pública.
- Conteúdos não-ficcionais imersivos no ciberespaçoPublication . Mauro, Ana Paula Vieira Peixoto; Ganito, Carla Susana Monteiro; Ferreira, Cátia Sofia AfonsoEsta tese dedica-se a compreender o panorama dos conteúdos não-ficcionais com objetivos imersivos, que tratam de temas complexos e que são mediados no ciberespaço, tendo por objetivo final apontar boas práticas em um projeto dessa natureza. Para tanto, empenhou-se uma fundamentação teórica e uma componente empírica. Na fundamentação teórica, problematizamos o ciberespaço, circunscrevemos as noções aqui consideradas de narrativa, não-narrativa, representação não-ficcional, estratégias imersivas, bem como os tratamentos e cuidados necessários a um conteúdo mediado no ecossistema digital. Na componente empírica, observamos o corpus de investigação, nomeadamente o panorama geral dos webdocumentários e das obras de jornalismo multimédia, para depois mergulharmos em cada um desses objetos por meio de dois estudos de caso múltiplos. Tanto no estudo de caso múltiplo do web-documentário, quanto no do jornalismo multimédia, as diversas características discutidas ao longo do trabalho foram concretamente estudadas, nas quais identificamos aspetos distintivos da ordem da arquitetura da informação, do design do conteúdo, do uso da polifonia e das bases de dados – com particular destaque no tratamento visual e interativo desses dados no jornalismo multimédia – da coautoria e da audiência participativa, bem como da criação de universos narrativos, nos quais se destacam estratégias imersivas de diversas ordens. Como conclusão, elencamos uma série de boas práticas na produção e configuração de um web-documentário, para a qual exercitamos tais diretrizes em um web-doc hipotético sobre dação de sangue. Nove boas práticas destacam-se como considerações importantes na representação de conteúdos não-ficcionais complexos no ciberespaço: orientar a cocriação com os sujeitos retratados, abraçar a multidisciplinaridade desde o início do projeto, incorporar metodologias de design, modularizar o conteúdo para estruturá-lo, compreender o discurso a que o próprio conteúdo orienta, aproveitar recursos de bancos de dados e de visualização de dados, utilizar a polifonia através da interatividade, criar um universo em torno do conteúdo e permitir que a audiência contribua e partilhe o material.
- Desafios à comunicação interna nas organizações educativas durante e a pandemia Covid 19 : estudo de caso de dois colégios privados em LisboaPublication . Miguel, Inês Vazão; Soares, Fátima Patrícia Nunes da Encarnação Marques Dias; Lagarto, José ReisA pandemia covid-19 exigiu uma adaptação das práticas de comunicação interna, em organizações educativas. Este novo desafio conduziu a uma forma diferente de comunicar com os diferentes stakeholders, bem como a alterações na forma de ensinar, motivando a nossa questão de investigação: Como é que as organizações educativas adaptaram a sua comunicação interna em tempos de pandemia? Relativamente aos objetivos mais específicos, pretendemos compreender, nas organizações educativas em estudo, o funcionamento da comunicação interna, as principais alterações, as barreiras e as oportunidades, e analisar a perceção da eficácia da comunicação entre os vários stakeholders ao longo de três períodos do ano de 2020, antes da pandemia (janeiro a março), durante o confinamento (março a junho) e no regresso às aulas (setembro a dezembro). A presente investigação é do tipo estudo de caso múltiplo, tendo envolvido dois colégios privados, situados na Área Metropolitana de Lisboa. Assente numa abordagem metodológica mista, realizámos uma análise de documentos normativos da escola, e foram recolhidos dados através de entrevistas semiestruturadas, de questionários e de focus groups. A partir da informação recolhida, é possível estabelecer como principais conclusões, que a estrutura, a cultura e a liderança influenciam a comunicação nas organizações educativas; que o contexto de crise reforçou o papel da comunicação nestas organizações e que os desafios impostos pela situação pandémica resultaram em alterações profundas na forma comunicar entre os stakeholders. No seguimento destas conclusões, esta investigação marca um período de transformação comunicacional nas organizações educativas, sendo possível obter contribuições relevantes para a academia e para os profissionais de comunicação que procuram implementar boas práticas de comunicação em contexto escolar.
- Experiência e lógicas de ação no serviço socialPublication . Sousa, Paula Manuela Rodrigues de; Rodrigues, FernandaA presente dissertação discorre sobre o Serviço Social, tendo como objetivo pensar e refletir sobre as práticas e a profissão de Serviço Social, analisando a experiência profissional de assistentes sociais à luz dos seguintes conceitos sensibilizadores: lógica da integração; lógica da estratégia e lógica da subjetivação. Guiou-se pela abordagem metodológica da teoria enraizada (gounded theory), a qual decorre da opção por uma estratégia de investigação abdutiva. Procurou-se argumentar de que modo essas diferentes lógicas de ação se encontram presentes no quotidiano e se revelam, através dos discursos recolhidos, nas perceções e convicções pessoais assim como nas justificações das ações e modos de trabalho. Esta dissertação é composta por três secções nucleares, autónomas entre si, cada uma correspondendo a uma distinta lógica de ação. Os principais propósitos consistem em contribuir para colmatar a “falta de clareza e sistematicidade no pensamento sobre a profissão” em Portugal (Amaro, 2009b: 36), e assim, romper com a “excessiva individualidade dos percursos intelectuais no Serviço Social português e a insipiência teórico-cientifica deste campo” (Ibid. 36). As conclusões repartem-se pelas três secçõess constituintes da tese, que são, em síntese: A lógica da integração permitiu constatar que na prática profissional quotidiana do Serviço Social persiste uma abordagem de manutenção e uma prática orientada pelos papéis executivos. A lógica da estratégia permitiu apurar que a disputa pela jurisdição no campo profissional das profissões sociais está condicionada à capacidade do Serviço Social superar as suas debilidades e demarcar a sua posição por via da profissionalização. A lógica da subjetivação permitiu evidenciar que é necessário, ao Serviço Social, um maior investimento numa atividade crítica, se se almeja um Serviço Social baseado em valores, uma prática de Serviço Social emancipatória e assistentes sociais comprometidos com a justiça social e a defesa do sujeito. Permitiu, ainda, mostrar que urge um maior conhecimento e reconhecimento da importância do designado Serviço Social culturalmente sensível.
- Habermas e a metamorfose da razão na história : da crítica da "ideologia" à pragmática universalPublication . Gouveia, António José Portela Costa; Morujão, Carlos Aurélio VenturaO presente trabalho tem por objetivo fazer o estudo do pensamento de Habermas desde as suas primeiras obras, até às mais recentes, prestando maior atenção às mais importantes, a fim de salientar as noções que estão subjacentes à “teoria do agir comunicativo”, em torno dos seus conceitos fundamentais, como “teoria” e “praxis”, “razão comunicativa” ou “mundo da vida”. Com tal propósito, tivemos de relacionar Habermas com filósofos como Kant, Hegel e Marx, com pensadores pós-modernos como Derrida, Lyotard e Rorty, passando por Husserl e Apel, pelos precursores da teoria da linguagem e das ciências sociais, como Weber, e também pelos seus antecessores da Escola de Frankfurt, entre outros. O trabalho está dividido em cinco capítulos, que procuram descrever o pensamento de Habermas, que se propõe elaborar os fundamentos de uma “doutrina social crítica”, a qual se pretende que assuma a autorrealização da humanidade. Começámos por tratar a relação entre “teoria” e “praxis”, referindo os autores do “direito natural moderno” (Capítulo 1), até à superação deste direito em “direito positivo”, como o único legítimo e politicamente coercivo (Capítulo 2). Habermas defende que existe um laço intrínseco entre a teoria do direito e o “princípio da democracia”, estabelecendo que o princípio do discurso se fundamenta no medium do direito. Analisámos, depois, os diferentes tipos de saber, configurados por um específico interesse humano, até ao “interesse emancipatório”, característico das “ciências críticas” (Capítulo 3). Posteriormente, demos conta da emergência da “esfera pública” no século XVIII, referindo Rousseau e Kant e o conceito de “sistema” no “capitalismo tardio”, bem como o confronto dos filósofos pós-modernos com Habermas, que se reclama da teoria moderna da racionalidade (Capítulo 4). A reformulação discursiva da ética de Kant e a “viragem linguística”, consumada em Teoria do agir comunicativo (1981), foram tratadas de seguida (Capítulo 5). Tal “viragem” culminou na “pragmática universal”, operando a mudança de paradigma da “filosofia da consciência” para o da intersubjetividade do “agir comunicativo”. Habermas elaborou uma teoria da racionalidade a partir do paradigma da linguagem e de uma ética discursiva universalista, impondo uma ciência reconstrutiva visando a emancipação do homem.
- A imprensa católica nos Açores : do início do século XX ao Concílio Plenário PortuguêsPublication . Machado, José Paulo Fernandes de Oliveira; Santos, Rogério José de AlmeidaA Igreja foi a única instituição no arquipélago dos Açores que durante três décadas (1900-1926) conseguiu fundar dezassete jornais. A significativa expressão periodista patrocinada pela Diocese de Angra do Heroísmo constituiu um incomparável tempo de efervescência jornalística no arquipélago. Consideramos o início do século um tempo invulgar de participação da Igreja no espaço público, caracterizado por um apaixonado empenho no que diz respeito à causa pastoral da Boa Imprensa. Do início do século XX até ao Concílio Plenário Português (1926), aplicaram-se em Portugal as determinações do Código de Direito Canónico de 1917, gerando uma época de aperfeiçoamento mediático pelas muitas experiências de participação eclesial através dos jornais. O entusiasmo verificado à volta da criação periodista foi de aprendizagem eclesial, geradora de especialização no labor exercido na imprensa católica açoriana, influenciando, decisivamente, o trabalho vindouro. A criação de um órgão oficial na Diocese de Angra – A União – foi a prova que houve um caminho de purificação na forma como a imprensa católica açoriana se reconverteu no espaço público de então, passando de muitos jornais para órgãos especializados.
- Imprensa regional : o jornalismo de proximidade em Portugal na era digitalPublication . Monteiro, Paulo António Leitão; Ribeiro, Nelson CostaO avanço da tecnologia tem mudado drasticamente a forma como as pessoas consomem notícias e, consequentemente, a indústria jornalística. Com o surgimento de diversas tecnologias digitais, o jornalismo impresso tem enfrentado uma queda significativa nas vendas e um grande desafio de adaptação às novas realidades. Além disso, a facilidade em partilhar informações nas redes sociais e a crescente popularidade dos dispositivos móveis tornaram a leitura de notícias em papel uma atividade menos atraente para muitos. As empresas de comunicação social têm adotado uma política de convergência das edições tradicionais em papel com as versões eletrônicas, numa tentativa de adaptação às mudanças nos hábitos de consumo dos leitores. Novas rotinas e práticas editoriais estão a ser incorporadas e incentivadas pelos jornais, que têm vindo a adequar os seus conteúdos e formatos aos desafios tecnológicos. Com a necessidade de produzir conteúdos para várias plataformas e de modos diferentes, os jornalistas têm sentido a necessidade de se adaptarem às novas técnicas, com muitos profissionais a procurarem formação em áreas como o marketing digital ou a produção de conteúdos para redes sociais. A transformação da cultura das redações, através da implementação de práticas de convergência, é evidente. Além disso, a necessidade de fazer com que as notícias cheguem ao público quase instantaneamente criou uma nova dinâmica que tem alterado as práticas de produção noticiosa. Simultaneamente os motores de busca, agregadores de conteúdos que não produzem notícias, têm-se afirmado como forte concorrência da imprensa, difundindo informações gratuitamente e redirecionando a publicidade para a Web, privando assim os jornais de uma parte substancial das receitas indispensáveis à sua subsistência. Com a diminuição dessas receitas os jornais têm sentido a necessidade de procurar alternativas. Assim, pois, a sobrevivência dos jornais, incluindo os regionais, depende, em grande parte, da capacidade das empresas jornalísticas encontrarem novas formas de financiamento e se adaptarem às mudanças do comportamento dos consumidores. Os jornais regionais, em Portugal, ainda têm uma forte presença na versão em papel, mas a maioria também está presente em plataformas online, como websites e redes sociais. A maioria publica notícias sobre um concelho específico ou vários concelhos da região, mas alguns abrangem todo o distrito. A presença online é forte, com a maioria a manter um website e uma presença no Facebook. De momento, no entanto, é menos comum a presença em outras redes sociais, como o X / Twitter, e em aplicações móveis. A convergência das edições em papel com as versões eletrónicas, a incorporação de novas rotinas e práticas editoriais e a procura de novas formas de financiamento são algumas das estratégias adotadas pelos jornais para se adaptarem às novas realidades. É fundamental que a indústria jornalística continue a adaptar-se e a inovar para sobreviver e manter a sua relevância na sociedade.
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