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ICF - Dissertações de Mestrado / Master Dissertations

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  • A comunicação entre técnicos das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens e utentes
    Publication . Melro, Mónica Cristina da Silva; Ribeiro, Maria Teresa Meireles Lima da Silveira Rodrigues
    O presente estudo consiste numa análise que pretende caracterizar a comunicação estabelecida entre técnicos e utentes das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) em Portugal., considerando a maior relevância para a forma como o grupo técnicos comunica para com o grupo utentes. Para garantir uma compreensão minuciosa do tema proposto, foram consideradas dinâmicas que se correlacionam com a comunicação. Assim de forma isolada procedeu-se à identificação e análise das fases que complementam um processo de promoção e proteção (PPP), vertentes do feedback, a perceção, os sentimentos, e alguns modelos e estratégias de atuação utilizados pelos técnicos nas suas abordagens, perceção e tipos de relação resultantes no processo de comunicação desencadeado. Os dados obtidos resultaram da aplicação de 20 entrevistas semiestruturadas a 10 técnicos e 10 utentes de acordo com um desenho qualitativo exploratório. A análise segundo o método abdutivo e dedutivo foi construída com recurso ao programa Nvivo 11 com conclusões expressivas no âmbito das fases que mais envolvem comunicação e níveis de interação: abertura do PPP e aplicação de medida de promoção e proteção (MPP). Nestes dois contextos verifica-se o domínio de uma comunicação verbal, direta, com estilos e funções de uma comunicação clara, assertiva, conjugadas com características ao nível da linguagem adaptada, integrativa, na forma de reformular e esclarecer e de estabelecer acordos. Estas dinâmicas da comunicação surgem em paralelo com uma postura apontada como essencialmente disponível em ambos os grupos e uma perceção de rejeição e compreensão na visão dos técnicos - utentes, compreensão e desconhecimento por parte dos utentes. Surgem neste âmbito sentimentos como a revolta e o medo no domínio de uma relação que aparece associada à noção distante. A relação entre a categoria geral comunicação, as diferentes fases dos processos e outros domínios analisados de acordo com a perspetiva dos grupos em análise auxilia no desenvolvimento de implicações práticas do estudo que remetem para a importância das dinâmicas aplicadas junto do grupo utentes, promovendo a sua interação à intervenção. Investigações futuras revelam-se essenciais no sentido de testar estes resultados em amostras de maior dimensão e em contextos diversificados.
  • Práticas implementadas pelos CAFAP na intervenção com famílias : perceções dos técnicos sobre fatores de sucesso
    Publication . Barrocas, Ana Maria Santos; Francisco, Rita Mafalda Costa
    A família é a célula base da sociedade, olhá-la sistemicamente implica ter uma visão da sua estrutura e do seu desenvolvimento (Alarcão, 2000). Atendendo à sua natureza sistémica, dinâmica e complexa, os aspetos afetivos, relacionais, educativos e de responsabilidade parental assumem especial importância na atenção que os Serviços de Apoio lhes prestam. Nesta linha, os Centros de Apoio Familiar e de Aconselhamento Parental (CAFAP) surgem como mecanismos especializados de apoio à família, onde é reconhecida a necessidade de desenvolverem uma intervenção especializada direcionada às famílias em situação de risco psicossocial. É a partir do contributo da teoria dos sistemas complexos adaptativos que o presente estudo se desenvolve (Burnes, 2005), utilizando-a para compreender o modo como as transformações acontecem nas famílias, enquanto sistema complexo, e de que forma como nos podemos envolver (CAFAP e Técnicos Interventores) para que a mudança ocorra (Byrne, 2005). O presente estudo, de natureza qualitativa e exploratória, tem como objetivo explorar as perceções dos técnicos sobre as características existentes na estrutura organizacional dos Centros de Apoio Familiar e de Aconselhamento Parental (CAFAP), nas competências dos técnicos interventores e nas características das famílias que potenciem ou constranjam o sucesso na intervenção. A amostra de conveniência, foi recrutada nos CAFAP do distrito de Lisboa, com Acordo de Cooperação com o Centro Distrital de Segurança Social de Lisboa (ISS, IP), com intervenção nas modalidades Preservação Familiar e Reunificação Familiar. Participaram na investigação 15 técnicos (N=15) maioritariamente do sexo feminino (14), com idades compreendidas entre os 26 e os 56 anos (M = 35,46; DP = 7,8). Os instrumentos de recolha de dados incluíram a entrevista semi-estruturada e a ficha técnica síntese, construída especificamente para este estudo. Os dados recolhidos foram analisados através do método de análise temática e com recurso ao software Nvivo. Os resultados revelaram que as dimensões mais referidas como fatores potenciadores de sucesso na intervenção foram os Técnicos Interventores (competências-chave, princípios orientadores e valores) e a Estrutura CAFAP (princípios orientadores e suporte às equipas), seguidos das Famílias (essencialmente o foco na mudança). No que respeita aos fatores constrangedores as próprias Famílias surgem como a dimensão mais representada (características funcionais, desafios e adesão à intervenção). Ainda como fatores constrangedores surgiram o papel do CAFAP, a constituição das equipas e o espaço físico da intervenção, assim como a articulação com as entidades parceiras, os recursos (insuficientes e desajustados no tempo) e a (in)definição de papeís. A qualificação da intervenção, o redimensionamento das equipas, assim como a necessidade de princípios orientadores a balizarem a intervenção foram os aspetos apontados pelos participantes como caminho futuro para os CAFAP. São discutidas algumas limitações do estudo e implicações para investigações futuras.
  • Envolvimento parental no sucesso escolar da criança do primeiro ciclo em contextos desfavorecidos : estudo de caso do apoio escolar da Associação de Solidariedade Social do Alto da Cova da Moura
    Publication . Mendonça, Cláudia Alexandra Pinheiro Patrício; Francisco, Rita Mafalda Costa
    A presente dissertação pretende investigar a forma como o envolvimento parental está relacionado com o sucesso escolar das crianças do primeiro ciclo em contextos desfavorecidos e o modo como os professores encaram, nestes contextos, a relação escola-família. Com base numa metodologia de estudo de caso, pretendeu-se, concretamente, perceber a relação entre o envolvimento parental e o sucesso escolar da criança do primeiro ciclo em contextos de pobreza, bem como perceber o processo através do qual os professores potenciam o envolvimento parental e o feedback das famílias, de modo a ser possível propor sugestões e medidas com vista ao progresso da cooperação. Esta investigação contou com a participação de 60 encarregados de educação, que preencheram um questionário sociodemográfico e o Questionário de Envolvimento Parental, versão para pais (Pereira et al. 2003). Participaram ainda seis professores do 1.º Ciclo do Ensino Básico e a responsável técnica pela equipa da Associação de Solidariedade Social do Alto da Cova da Moura que responderam a uma entrevista semidiretiva, a qual foi sujeita a uma análise de conteúdo. Os resultados da investigação revelaram que 62,2% do sucesso escolar é predito apenas pelo envolvimento parental nas atividades de aprendizagem em casa, não contribuindo para o mesmo outras formas de envolvimento parental descritas na literatura como relevantes. Podemos ainda constatar que todos os entrevistados foram consensuais quanto ao papel fulcral que a família desempenha no sucesso escolar da criança, no entanto os professores assumiram que pouco fazem para potenciar o envolvimento parental. Em relação ao apoio escolar da Associação, todos os professores da escola básica fazem referência ao facto de os pais não verificarem os trabalhos de casa dos seus educandos mas que percebem tal facto uma vez que as crianças frequentam esta atividade. Finalmente, as professoras sugerem uma relação menos formal, a comemoração de dias festivos em horário pós laboral, convidar os pais a darem uma aula, a ler uma história (cf. Epstein, 1987) como sendo estratégias possíveis de realizar para criar pontes de ligação escola-família.
  • Perspetivas dos profissionais e das famílias adotivas sobre a criação de serviços de pós-adoção em Portugal
    Publication . Cunha, Ana Bárbara Nabais; Francisco, Rita
    A presente investigação tem como principal objetivo conhecer a perspetiva dos profissionais e das famílias adotivas sobre a necessidade de serviços de pós-adoção em Portugal. Participaram neste estudo de caráter qualitativo oito famílias adotivas residentes nos distritos de Lisboa e de Setúbal e quatro profissionais que atuam no serviço de adoção da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e na Associação Meninos do Mundo. Realizaramse entrevistas semiestruturadas com as famílias adotivas e um focus group com as profissionais. Os resultados do estudo demonstraram que ambos os grupos de participantes revelam concordância em relação a vários desafios inerentes à parentalidade adotiva, como as necessidades específicas das crianças adotadas, os seus comportamentos, a dificuldade em estabelecer regras e rotinas, bem como a discriminação das quais as famílias adotivas são alvo. Verificou-se, no entanto, que existem algumas diferenças nas perspetivas das profissionais e famílias, tendo as profissionais considerado a revelação da adoção como um desafio importante, ao contrário dos pais adotivos, que mencionaram a procura da família biológica. O estudo permitiu igualmente conhecer as principais preocupações, dificuldades e necessidades sentidas pelas famílias adotivas e, consequentemente, perceber quais devem ser alvo de intervenção ao longo do ciclo de vida da família adotiva. Relativamente à estruturação dos eventuais serviços de pós-adoção em Portugal, as famílias e as profissionais destacaram a importância de profissionais especializados na área da adoção, bem como os grupos de apoio para os pais. Os pais adotivos evidenciaram ainda a necessidade de formações parentais específicas sobre adoção, através da realização de workshops e de role-play e igualmente o acompanhamento médico. As profissionais e as famílias estão ainda em sintonia sobre a importância de um apoio individual para cada família (e.g., orientação familiar, terapia familiar) bem como sobre o acompanhamento psicológico para os filhos. Esta investigação permitiu concluir que os serviços de pósadoção são essenciais para acompanhar as famílias adotivas, de modo a que estas tenham apoio especializado quando sentirem necessidade e consoante as suas dificuldades.
  • Dinâmicas e recursos de recuperação : coping familiar e potencial de recovery na doença mental
    Publication . Dezoito, Ana Rita Santos; Francisco, Rita
    A conceptualização da experiência das famílias na doença mental tem evoluído a par do progresso da intervenção, realçando-se recursos que poderão contribuir para o bem-estar e recovery individual. O presente estudo, de natureza qualitativa e exploratória, tem como principais objetivos caracterizar os recursos e estratégias das famílias que lidam com a doença mental e estudar a sua possível relação com o potencial de recovery. Participaram na investigação 24 indivíduos: 12 com doença mental (oito homens e quatro mulheres, M=37 anos, DP=10,76), que estavam inseridos em serviços sócio-ocupacionais, de reabilitação ou formação profissional das zonas de Lisboa e Centro do país, e respetivos cuidadores principais (oito mulheres e quatro homens, M=55 anos, DP=11,73). Os instrumentos de recolha de dados incluíram uma ficha de caracterização sociodemográfica, a Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar (EADH) para avaliar a sintomatologia ansiosa e depressiva nos cuidadores principais, e uma entrevista semiestruturada para conhecer as experiências e perceções dos participantes face à vivência da doença mental. Os resultados da análise temática das entrevistas evidenciaram uma importante dimensão positiva na experiência das famílias, pese embora a coexistência de componentes positivas e negativas. Realizou-se uma abordagem contextual à experiência familiar, que permitiu identificar eventos stressantes, como outras situações de doença e problemas de consumos, que afetam outros elementos da família e coocorrem com a vivência da doença mental. O modo como as famílias vivenciam o processo de cuidado parece ser determinante no tipo de estratégias que usam. Os cuidadores principais relataram a utilização predominante de estratégias de coping direcionadas para a adaptação à doença e a promoção das competências dos indivíduos. Consequentemente, estas estratégias foram identificadas como tendo efeitos potencialmente benéficos no processo de recovery. A relação de parentesco e a coabitação entre os participantes, a idade da pessoa com doença mental e o seu tempo de diagnóstico surgem como possíveis fatores protetores ao nível dos fenómenos estudados. As implicações práticas do estudo remetem para a importância da intervenção precoce junto das famílias, potenciando os seus recursos e tendo em conta as especificidades de cada sistema familiar. Investigações futuras são necessárias no sentido de testar estes resultados em amostras maiores e contextos diversificados.
  • Resiliência familiar em contexto de pobreza urbana : a percepção das famílias sobre forças familiares, resiliência individual e stress percebido
    Publication . Lucas, Cláudia Sofia Faria da Silva; Ribeiro, Maria Teresa M. L. da Silveira Rodrigues
    O presente trabalho tem como objectivo geral estudar a resiliência familiar em famílias em situação de pobreza urbana, partindo da sua percepção sobre as forças familiares, a resiliência individual e o stress percebido. Uma vez que, este estudo parte da necessidade sentida (na prática profissional) de adoptar uma perspectiva positiva sobre o funcionamento destas famílias e dos seus membros, um outro objectivo é o de retirar implicações relacionadas com a população em análise, com vista à intervenção. A amostra é constituída por 61 adultos, de ambos os sexos, com idades entre os 18 e os 77 anos, pertencentes a 31 famílias que vivem em situação de pobreza no concelho de Lisboa. Utilizaram-se os seguintes instrumentos de auto-relato: o Questionário de Forças Familiares (Melo & Alarcão, 2011); a Escala de Resiliência de Connor-Davidson (Connor & Davidson, 2003; versão portuguesa de Anjos & Ribeiro, 2008); a Escala de Stress Percebido (Cohen, Tamarck & Mermelstein, 1983; versão portuguesa de Rocha & Ribeiro, 2008, cit. por Rocha, 2009); e, por último, um questionário de caracterização sócio-demográfica. Os resultados indicam que os participantes são capazes de percepcionar as forças da sua família, ou seja, processos familiares associados à resiliência, o que significa que identificam aspectos positivos do seu funcionamento. Além disso, percepcionam um bom nível na escala de resiliência individual e níveis médios de stress percebido. Estes resultados realçam a importância de pensar uma intervenção centrada na família e baseada nas forças, que opere uma mudança social positiva em situação de pobreza urbana.
  • Mediação familiar e responsabilidades parentais : um estudo com profissionais e beneficiários do Rendimento Social de Inserção
    Publication . Silva, Inês Nunes Fitas Rodrigues; Francisco, Rita Mafalda Costa
    A presente investigação tem como principais objetivos realizar um levantamento e caracterização sociodemográfica das famílias beneficiárias de Rendimento Social de Inserção (RSI) com obrigatoriedade de Regulação do Exercício das Responsabilidades Parentais (RERP), assim como procurar pistas para uma potencial parceria entre o Instituto da Segurança Social, IP (ISS) e o Sistema de Mediação Familiar (SMF). No estudo quantitativo participaram 24 técnicos de nove protocolos do distrito de Lisboa e 168 agregados familiares beneficiários de RSI, a que correspondem 345 crianças. Os progenitores responderam a um inquérito por questionário construído para a investigação. No estudo qualitativo participaram 12 profissionais, nomeadamente seis técnicos de RSI e seis Mediadores Familiares que responderam a uma entrevista semiestruturada. Os resultados da investigação demonstram que existe um número significativo de beneficiários de RSI cujo Contrato de Inserção prevê a RERP ou a declaração de incumprimento do acordo de responsabilidades parentais. A maioria dos progenitores regulou o Exercício das Responsabilidades Parentais pela via judicial, e fê-lo por iniciativa própria. Relativamente à pensão de alimentos, a maioria dos progenitores não residentes não cumpre com as suas obrigações e mesmo quando a pensão de alimentos é paga o valor mensal é reduzido. Verificou-se também que a maioria das crianças e o progenitor com quem residem mantêm um contacto frequente com o progenitor não residente. Verificou-se ainda que existe relação entre o cumprimento da pensão de alimentos, a relação com o progenitor não residente e a forma como foi regulado o Exercício das Responsabilidades Parentais. Relativamente à possível parceria entre o ISS e o SMF, os profissionais referiram a importância de uma ação de formação aos técnicos de RSI para possibilitar o fluxo de informação e o encaminhamento dos beneficiários. Foi também identificada a necessidade de um protocolo formal entre os serviços, com base num trabalho em rede, constituindo uma mais-valia na rentabilização de recursos. Os técnicos e mediadores referiram também que o serviço deveria ser gratuito e próximo da população, havendo a necessidade da existência de espaços de mediação no ISS ou nas Juntas de Freguesia.
  • Mediação familiar à luz dos valores cristãos : contributos para a intervenção.
    Publication . Rodrigues, Margarida Maria Dias Fernandes; Ribeiro, Maria Teresa
    Esta investigação teve como finalidade perceber de que forma a intervenção da mediação familiar, no âmbito da prevenção e resolução de conflitos, tendo por base uma abordagem cristã, poderá ajudar os agentes de pastoral familiar a responder, mais eficientemente, a casais e famílias que, se encontrando em conflito, a eles recorrem; quais as suas necessidades e expectativas, relativas a um projeto de mediação familiar, à luz dos valores cristãos, no apoio e acompanhamento, profissional e especializado e que configuração poderá ter o referido projeto. Sendo um estudo qualitativo, contou com a participação de 5 casais, 7 especialistas em assuntos de família (dos quais 3 são sacerdotes), 4 sacerdotes e 4 mediadores, na resposta a entrevistas semiestruturadas, 4 delas aplicadas em focus group e uma aplicada individualmente. Os resultados do estudo revelaram o diálogo como uma das principais causas de conflito familiar, com que se defrontam os agentes da pastoral familiar e configuraram como insuficiente e inadequado, o tipo de apoio pragmático, dado pela pastoral familiar, aos conflitos familiares com que esta se depara. Para além dos resultados terem demonstrado o desconhecimento dos agentes da pastoral familiar, no que refere à mediação familiar enquanto meio de resolução de conflitos, demonstraram, também, que apesar de consignada e reiterada no Direito Canónico, a mediação familiar para a reconciliação, ainda não assumiu o lugar de referência que este lhe atribui, como forma de apoio à família e, concretamente, ao casal. Os dados analisados permitem considerar como necessária uma intervenção sistematizada da mediação familiar, bem como a definição de um quadro teórico, que evidencie as áreas de pesquisa teórica, especialmente pertinentes, que permita delinear o âmbito material de uma mediação familiar cristã. O perdão e a sua relevância no âmbito de ação preventiva e restaurativa, é demonstrado de reconhecida importância no que à mediação familiar cristã diz respeito. Os dados apurados, clarificaram também, os factores, e os requisitos considerados essenciais, a ter em conta no lançamento de um projeto de mediação familiar, enquanto serviço de apoio à família e aos casais, oferecido pela Igreja Católica Portuguesa. Foram definidas algumas linhas de orientação, no que a um projeto de mediação familiar cristã diz respeito.
  • A coparentalidade e o apoio social, em situação de rutura conjugal e o ajustamento dos filhos : estudo com famílias multidesafiadas, com filhos em idade pré-escolar
    Publication . Verças, Ana Rita Ventura; Pereira, Ana Isabel; Francisco, Rita
    Esta investigação consiste num estudo misto, cujo objetivo principal é perceber a relação entre a coparentalidade e o apoio social no ajustamento da criança, em famílias multidesafiadas em situação de rutura conjugal. Participaram no estudo quantitativo 98 crianças em idade pré-escolar e 78 pais (48 mães e 30 pais), que frequentavam uma IPSS do Concelho de Cascais. O protocolo de investigação foi constituído por um questionário sociodemográfico, o questionário da coparentalidade de Margolin et al. (2001), o questionário medical outcomes study social support survey (MOS-SSS; Sherbourne & Stewart, 1991) e o questionário de capacidades e dificuldades (SDQ; Goodman, 1997). Desta amostra, foi selecionado um sub-grupo de 10 mães, que constituíram, numa segunda fase, a amostra do estudo qualitativo, respondendo a uma entrevista semiestruturada e preenchendo o esquema “convoy model” (Kahn & Antonuci, 1980). Os resultados de ambos os estudos permitiram perceber que existe influência da coparentalidade e do apoio social no ajustamento da criança ao divórcio. As crianças cujos pais apresentam níveis mais elevados de conflito têm maiores dificuldades, comparadas com crianças cujos pais apresentam níveis mais elevados de cooperação e comunicação. As mães cujas redes de apoio são maiores e que fornecem tipos de apoio mais diversificados apresentam níveis mais elevados de cooperação, e os seus filhos não apresentam dificuldades, de acordo com o SDQ. Percebeu-se que os fatores relacionados com o ajustamento da criança ao divórcio ou separação dos pais são diversos e o seu impacto é visível, quando estes atuam em conjunto. A idade da mãe revelou-se um fator de influência na coparentalidade e ajustamento dos filhos, no sentido em que as mães com mais de 30 anos apresentam maiores níveis de cooperação e comunicação com o excônjuge, quando comparadas com mães com menos de 30 anos. As dificuldades económicas da mãe, o apoio material e ao nível dos tempos livres (da parte do pai) e o tempo que a mãe passa com a criança são alguns dos indicadores importantes para a adaptação da criança à separação/divórcio. Foram definidas algumas linhas de orientação no âmbito da mediação social e familiar nestes contextos de pobreza.
  • Imigração, rituais e identidade : estudo exploratório com descendentes de imigrantes cabo-verdianos
    Publication . Herbert, Sumitra Correia Tavares; Lind, Wolfgang
    A integração social dos descendentes de imigrantes tem sido um desafio da sociedade contemporânea a nível mundial e Portugal não é exceção. A luta por uma afirmação/aceitação social a passos com uma identidade cultural dividida entre o país dos seus ascendentes e o país onde nasceram é constante. Vários autores já escreveram sobre as inúmeras problemáticas relacionadas com a população de origem cabo-verdiana (Cardoso, 2006; Rosales, Jesus & Parra, 2009; Vala, 2003), nomeadamente a sua integração social e o seu sentido de pertença a Portugal; mas continuam a existir imensas fragilidades nesta sociedade de acolhimento que ainda os define como “Imigrantes de segunda geração”, já os excluindo por ai, não os considerando parte da nação portuguesa. Neste estudo pretende-se contribuir para um melhor conhecimento dos descendentes de imigrantes cabo-verdiano (filhos e netos de imigrantes cabo-verdianos residentes em Portugal), procurando perceber qual a sua identidade cultural e se no seio destas famílias existem “vestígios” da cultura cabo-verdiana, tendo em vista contribuir para uma melhor compreensão da cultura, das rotinas e rituais familiares desta população; analisar os fatores de risco que casualmente se encontrem nestas famílias, que possam impedir uma melhor integração social e elaborar pistas gerais para poder melhor intervir/mediar junto destas famílias. Através de um estudo exploratório qualitativo, com uma amostra constituída por filhos de imigrantes cabo-verdianos, residentes na área metropolitana de Lisboa (n=20), utilizou-se um guião de entrevista semiestruturado composto por 41 perguntas e um questionário sociodemográfico. Importa referir que muitas das perguntas eram reportadas aos filhos dos entrevistados. Os resultados sugerem que os descendentes de imigrantes são detentores de novas identidades, que se propagam para além da pertença étnica, operando como elo de ligação entre os modelos de socialização propostos pela sociedade portuguesa e as referências identitárias das origens culturais dos seus antepassados, reinventando e reinterpretando as suas referências identitárias.