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Dinâmicas e recursos de recuperação : coping familiar e potencial de recovery na doença mental

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A conceptualização da experiência das famílias na doença mental tem evoluído a par do progresso da intervenção, realçando-se recursos que poderão contribuir para o bem-estar e recovery individual. O presente estudo, de natureza qualitativa e exploratória, tem como principais objetivos caracterizar os recursos e estratégias das famílias que lidam com a doença mental e estudar a sua possível relação com o potencial de recovery. Participaram na investigação 24 indivíduos: 12 com doença mental (oito homens e quatro mulheres, M=37 anos, DP=10,76), que estavam inseridos em serviços sócio-ocupacionais, de reabilitação ou formação profissional das zonas de Lisboa e Centro do país, e respetivos cuidadores principais (oito mulheres e quatro homens, M=55 anos, DP=11,73). Os instrumentos de recolha de dados incluíram uma ficha de caracterização sociodemográfica, a Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar (EADH) para avaliar a sintomatologia ansiosa e depressiva nos cuidadores principais, e uma entrevista semiestruturada para conhecer as experiências e perceções dos participantes face à vivência da doença mental. Os resultados da análise temática das entrevistas evidenciaram uma importante dimensão positiva na experiência das famílias, pese embora a coexistência de componentes positivas e negativas. Realizou-se uma abordagem contextual à experiência familiar, que permitiu identificar eventos stressantes, como outras situações de doença e problemas de consumos, que afetam outros elementos da família e coocorrem com a vivência da doença mental. O modo como as famílias vivenciam o processo de cuidado parece ser determinante no tipo de estratégias que usam. Os cuidadores principais relataram a utilização predominante de estratégias de coping direcionadas para a adaptação à doença e a promoção das competências dos indivíduos. Consequentemente, estas estratégias foram identificadas como tendo efeitos potencialmente benéficos no processo de recovery. A relação de parentesco e a coabitação entre os participantes, a idade da pessoa com doença mental e o seu tempo de diagnóstico surgem como possíveis fatores protetores ao nível dos fenómenos estudados. As implicações práticas do estudo remetem para a importância da intervenção precoce junto das famílias, potenciando os seus recursos e tendo em conta as especificidades de cada sistema familiar. Investigações futuras são necessárias no sentido de testar estes resultados em amostras maiores e contextos diversificados.
The conceptualization of the mental illness experience in the family has evolved together with the improvement of intervention, identifying resources that can contribute to the well-being and individual recovery. The present research, which adopted a qualitative and exploratory design, has as main objectives to characterize the resources and strategies used by families living with mental illness and to study their possible relation to the recovery potential. Participated in the study 24 individuals: 12 with mental illness (eight men and four women, M= 37 years old, SD=10.76) who are integrated in sociooccupational and rehabilitation care-services, and vocational training located in Lisbon and center regions of Portugal, and their caregivers (eight women and four men, M=55 years old, SD=11.73). For the data collection were used a socio-demographic formulary, the Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) to evaluate anxiety and depressive symptoms in caregivers, and a semi-structured interview to understand the experiences and perceptions of the participants on their mental illness experience. The results of the thematic analysis showed a significant positive dimension in the families’ experience, although the coexistence of positive and negative components. A contextual approach to family experience was taken, which identified stressful events, such as the occurrence of other illness and addiction problems, distressing other family members and happening at the same time with mental illness’ experience. The way that families experience the process of care seems to determine the kind of strategies used. The caregivers reported predominant use of coping strategies focused on adaptation to the illness and the promotion of person’s skills. Consequently, these strategies were identified as having potential beneficial effects in the recovery process. The family relationship and the cohabitation between participants, the age of the person with mental illness and the diagnosis time seem to be protective factors related to the studied phenomena. This study points out the practical implications of early intervention with families, promoting their resources and taking into account the characteristics of each family system. Future researches are necessary to test these results in larger samples and different contexts.

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Doença mental Recursos familiares Estratégias de coping familiar Cuidadores Recovery Bem-estar Mental illness Family resources Family coping strategies Caregivers Well-being

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