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FFCS - Teses de Doutoramento / Doctoral Theses

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  • Discurso, conflito e argumentação : das emoções no(s) discurso(s) em contexto referendário
    Publication . Gil, Isabel Teresa Morais Fuzeta de Campos; Fonseca, Joaquim Marques Alves da; Marques, Maria Aldina Bessa Ferreira Rodrigues
  • A sabedoria da carne no itinerário de Emmanuel Lévinas
    Publication . Júnior, Nilo Ribeiro; Brito, José Henrique Silveira de
    Nossa investigação desenvolve a genealogia do corpo e da encarnação no pensamento de Emmanuel Lévinas, refazendo o percurso filosófico do autor, com uso das principais obras, dos escritos no cativeiro e da juventude até os da maturidade. Seu percurso é balizado pelas categorias filosóficas da Criação, Revelação, Redenção. Como dialoga de maneira especial com os autores da viragem fenomenológica da filosofia, Husserl e Heidegger, mostrar-se-á, em forma de intriga, sua aproximação e distanciamento dos mestres, invertendo o amor à Sabedoria, do Ocidente, em uma Sabedoria da carne, devido à entrada do Outro. O cerne da Sabedoria da carne é o corpo que resta como corpo criatural entregue à bondade do mundo, que acolhe a revelação do outro e que se faz dom de si ao outro como Bem para além do Ser; ao outro exposto ao sofrimento inútil. Feito isto, relançar-se-á a Sabedoria da carne no debate com o pensamento encarnado dos filósofos franceses Merleau-Ponty e Michel Henry. Com isso, ressalta-se como o corpo dá o que pensar em função da significação e do dizer da carnalidade do humanismo do outro no confronto com outras formas de como o corpo se diz na contemporaneidade.
  • Igreja e império na Cronografia de Teófanes Confessor : a interpretação da história no tempo da crise iconoclasta (com uma versão portuguesa em apêndice)
    Publication . Antunes, André Emanuel Vieira; Miranda, José Carlos Lopes de; Júnior, Manuel Gonçalves Sumares
    A presente dissertação propõe-se abordar a Cronografia de Teófanes Confessor, obra essencial para se estudar os séculos VIII e IX do Oriente Cristão. O principal foco de análise prende-se com as relações entre Império e Igreja durante a Querela das Imagens. Pretende-se estudar como o Iconoclasmo simultaneamente influenciava e era influenciado pelas relações entre a esfera imperial, a hierarquia eclesiástica, o mundo monástico e a religiosidade popular da época. Para o efeito, procede-se, na primeira parte, a uma análise histórica do período iconoclasta (cc. 730-843), estudando-se os principais personagens envolvidos e as problemáticas próprias do Império Romano Oriental. Na segunda parte, debruçamo-nos sobre a causação teológica e cultural do Iconoclasmo propriamente dito, procurando descortinar fatores internos e externos para explicar o seu aparecimento agudo nesta altura. A teologia cristológica, as mutações no Califado e as perspetivas escatológicas serão as principais ferramentas para estudarmos o fenómeno. Por fim, na terceira parte da tese, estudam-se os problemas filológicos próprios da Cronografia de Teófanes, antes de passarmos para uma análise da obra em si. Apresentamos ainda, em anexo, uma tradução nossa da Cronografia.
  • Eu sou sem religião com crença : a fragilização da herança religiosa e a conservação da crença como elo de memória
    Publication . Ritz, Claudia Danielle de Andrade; Ribeiro, Flávio Augusto Senra; Teixeira, Alfredo Manuel Matos Alves Rodrigues
    O fenômeno dos sem religião, representado pela designação sem religião, ocupa o terceiro maior percentual de identificação religiosa no Brasil. No Censo 2010 representavam 8,04%, correspondente a mais de 15 milhões de pessoas. O grupo dos sem religião no Censo é composto por três subgrupos: os agnósticos (0,87%), os ateus (3,98%) e os sem religião sem religião (95,17%). O escopo desta tese são as pessoas sem religião sem religião, os quais designamos por sem religião com crença. A abordagem deste estudo foi histórica, sistemática e empírica. O objetivo principal foi compreender as razões para a identificação sem religião com crença. Para tanto, aspectos históricos do catolicismo no Brasil foram pesquisados, cuja associação entre a dinâmica colonial e as missões propiciou uma evangelização fragmentada e pouco institucionalizada, o que contribuiu para a formação de uma herança religiosa fragilizada, constitutiva da memória católica. Além disso, analisaram-se a urbanização no Brasil, as repercussões da mobilidade e a alteração do espaço, na dinâmica das identidades e na recomposição da memória religiosa. A autonomia do indivíduo no contexto de modernidades múltiplas e culturas híbridas promove a pluralidade, o trânsito religioso, a individualização da crença e a desinstitucionalização, aspectos que contribuem para a fragilização da herança religiosa. A urbanização, em conexão com a secularização, endossa as movimentações do campo religioso, dinamizando a paisagem religiosa brasileira. Como o fenômeno das pessoas sem religião é transnacional, para melhor entendimento, apresentam-se alguns estudos e dados sobre os sem religião no Brasil e no cenário internacional. Por fim, investigam-se na pesquisa de campo as razões para as pessoas se identificarem como sem religião com crença. A metodologia utilizada foi exploratória, quantitativa e qualitativa, abrangendo pesquisas bibliográfica e de campo, mediante aplicação de questionário estruturado digital, contendo 40 questões, a jovens universitários da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, que são discentes da graduação matriculados na disciplina de Cultura Religiosa e discentes pesquisadores da Pós-Graduação em Ciências da Religião. Conclui-se que a hipótese foi confirmada, porque, ao se identificarem como eu sou sem religião, mas tenho crenças religiosas, as pessoas informam a fragilização da herança religiosa mediante a ausência da religião, mas informam a conservação da crença, como elo da memória religiosa.
  • O Humanismo de Leonardo Coimbra : a Rússia de Hoje e o Homem de Sempre
    Publication . Oliveira, Francisco José de Jesus; Gama, José Gonçalves
    Neste trabalho de investigação académica sobre o humanismo de Leonardo Coimbra, como sempre se deve fazer nos trabalhos do filósofo, partimos da sua existência concreta, tempos e acontecimentos que indelevelmente marcaram o seu pensar e agir, para seguidamente os transpor para os seus escritos e ação política e social. E aqui percebemos a continuidade e amadurecimento da sua reflexão filosófica e científica, política e religiosa, que na sua última obra, A Rússia de Hoje e o Homem de Sempre, se expressa em humanismo cristão. Este homem religioso, desde sempre, e socialista democrata em aprofundamento desde a primeira hora, coloca a humanidade no centro das suas preocupações e com ela Deus, até chegar ao Deus de Cristo Jesus. E nele encontra o homem católico (universal e cósmico) como o paradigma por excelência do seu humanismo. Este percurso é um verdadeiro itinerário filosófico que o nosso filósofo percorre, e eu com ele, para perceber a génese da sua filosofia criacionista, denunciadora de todos os cousismos, que faz termo no humanismo cristão, o socialismo cósmico por antonomásia.
  • Mood swings in european portuguese : the indicative vs. the subjunctive in clausal complementation
    Publication . Vieira, Pedro Nuno da Fonseca Pulquério de Castro e Silva; Silva, Augusto Soares da
    This is a corpus-based investigation on the semantic motivations for the use of the indicative and subjunctive in European Portuguese's complementation clauses. The moods are seen as conceptual tools that reflect how a clause is grounded (ef. e.g. Langacker 2009: Ch. 9). The indicative manifests compatibility between the cause's profile (the specific set of circumstances it designates) and its epistemic base (the conception of reality it is related to). The subjunctive, conversely. reflects an attenuated compatibility. The major novelty of these claims consists in proposing that the subjunctive can be bound under this notion of attenuated compatibility. A clause's profile can have an attenuated compatibility with its base because: 1. the speaker instructs the hearer to consider it so, which happens in complementation cases introduced by epistemic CTEs (complement taking elements) with a value of doubt or disbelief, such as duvidar ('doubt') or impossível ('impossible'); 2. there are motivations to contrast that compatibility with similar contexts, such as when using certo ('certain') without and with modifiers, as in it is certain that... + IND vs. it is almost certain that... + SUBJ; 3. that compatibility is not profiled at all, as in the complements introduced by non-epistemic CTEs of influence (querer want'; deixar let', 'allow') or evaluation (lamentar 'regret'; bom 'good'; mau 'bad'). The CTEs were very important in establishing these claims were, as they provide the domain of analysis (epistemic and non-epistemic, the latter divided into influence and evaluation). In epistemic contexts, however, negation in the matrix was also relevant: it is capable of turning a positive context (I think that...) into a negative one (I don't think that... = I doubt that...), i.e. a context of compatibility into an attenuated one. In non-epistemic cases, mainly on influence ones, the presence of modal verbs in the complement were also seen to play an important role in facilitating a mood change, being that they can bring epistemic features to the clause. By comparing I recommend that the house be (SUBJ sold | I recommend that the house must (IND) be sold, it can be seen that while the former describes the actions that the interlocutor is to perform, the latter describes the speaker's convictions. The latter is systematically found with indicative complements whereas the former with subjunctive ones. "Mood swings" could also be found in evaluation contexts with a reported speech complement (epistemic action).
  • Uma gaveta de facas sempre aberta : cómico e desfiguração da História de Portugal na escrita de Lobo Antunes
    Publication . Coutinho, Elsa Raquel Marinho; Martins, José Cândido de Oliveira
    Esta investigação pretende estudar o declínio da ideia de Portugal-império, pela revisitação temática dos efeitos trágicos da Descolonização, tendo como mote quatro obras de Lobo Antunes: Os Cus de Judas, As Naus, O Esplendor de Portugal e Comissão das Lágrimas, cuja escrita se erige, no contexto da literatura pós-moderna e nos propõe uma visão desassombrada e desmistificadora da História de Portugal. Da sua escrita transparece um território tenso entre a História e a literatura, tendo em conta o caráter pernicioso da sonegação de factos levada a cabo pelos historiadores oficiais, no que a esta época diz respeito. O autor alicerça a sua crítica em processos de cómico, expondo, num tom exacerbado, impiedoso, inconveniente, grotesco e feroz, críticas iconoclastas à política de Salazar e aos seus aliados (da Igreja Católica, v.g.), dessacralizando o poder político e eclesiástico, e ironizando com a narração falaciosa da História. Esta aliança perniciosa entre Trono e Altar, hasteada na tríade de valores Deus, Pátria e Família, é, assumidamente, censurada nas quatro obras, delatando a decadência da elite colonial e os efeitos devastadores da Descolonização. Destarte, a escrita-reação lobo antuniana critica, acerbadamente, o regime salazarista que forçou milhares de soldados a lutar por um falso ideal patriótico e transforma-se na voz dos silenciados. De cariz confessional e testemunhal, tendo em conta que o próprio escritor foi coagido, no cumprimento do serviço militar obrigatório, a deslocar-se para a guerra, os romances analisados expõem o conflito de identidade do homem contemporâneo, ensombrado pelo mítico passado glorioso e enfatizam o processo de dilaceração individual e coletivo de todos os intervenientes na Guerra Colonial. Portanto, para além do resgate das memórias traumáticas, a ficção confere-lhes a possibilidade de exorcizar e expurgar a violenta experiência psicológica a que foram expostos.
  • A teofania cósmica e metafísica da luz em Nicolau de Cusa
    Publication . Bazmandegan, Marcos Daniel Santos; Pinto, José Rui Gaia da Costa; André, João Maria Bernardo Ascenso
    O presente trabalho tem por principal objetivo mostrar a centralidade da temática da teofania na obra de Nicolau de Cusa (1401-1464) e apresentar a evolução desta mesma temática ao longo dos seus escritos. Para tal, procederemos a analise da terminologia utilizada para descrever o processo teofânico (explicatio dei, theophania ou apparitio dei, apparitio posse ipsius) e o seu concomitante desenvolvimento a partir da hermenêutica dos nomes divinos (possest, posse, posse ipsum). Pretende também mostrar como o pensamento da teofania e aquele que melhor exprime, na filosofia cusana, a relação entre Deus e as criaturas, bem como o estatuto metafisico da própria criatura. Para isso, recorre a um exame analitico-cronologico das obras que consideramos mais pertinentes para o estudo da evolução desta temática, algumas das quais são muito pouco conhecidas no âmbito nacional: De docta ignorantia (1440), De quaerendo Deum (1445), De filiatione dei (1445), De dato patris luminum (1446), Trialogus de possest (1460), De venatione sapientiae (1463), Compendium (1463), De apice theoriae (1464). O pensamento da teofania no Cusano carateriza-se pela sua originalidade e dinamismo. Num primeiro momento, este pensamento e elaborado a partir dos conceitos herdados da tradição, particularmente da corrente do neoplatonismo cristão - Pseudo-Dionisio Areopagita, João Escoto Eriugena e Thierry de Chartres -, que faz uso recorrente da metáfora da luz. Num segundo momento, através do desenvolvimento da metafisica do poder, Nicolau de Cusa vai cunhar uma terminologia própria e bastante original, capaz de expressar melhor o dinamismo de todo o seu sistema metafisico. Este trabalho pretende, a partir da análise das obras acima mencionadas, apresentar este percurso a fim de mostrar como a relação entre Deus e as criaturas que esta implicada no processo criativo e que configura o próprio estatuto metafisico da criatura pode ser melhor entendida na obra cusana a partir do conceito de apparitio posse ipsius.
  • Entre o silêncio e a figuração da palavra em Lídia Jorge : sacrifício, liberdade e construção da memória
    Publication . Brandão, Maria da Conceição da Silva; Martins, José Cândido de Oliveira
    Na literatura portuguesa contemporânea, Lídia Jorge afirma uma trajetória cujo lastro luminoso é portador de uma capacidade singular de dialogar em simultâneo com a imensidão do cosmos e com o espaço singular do homem, confirmando um propósito de uma demanda infinita na busca das palavras capazes de traduzir o mundo. Cremos que será esta busca obsidiante que convida ao decalque do sofrimento humano, da injustiça, da invisibilidade, do sacrifício e da esperança (esta que sempre abre um rasgo redentor na sua obra), denominadores que entendemos serem cruciais para a interpretação da mundividência da obra jorgiana. Assim, neste estudo, demonstramos que sacrifício, liberdade e memória afiguram-se como dominantes axiais nesta obra, faltando todavia na recepção crítica da autora uma aglutinação dos mesmos, um entrelaçamento que nos parece ser portador de uma discussão germinadora de amplos sentidos. Lídia Jorge será sempre uma escritora que faz circular um discurso em batalha com os desvios da sociedade, gesto carregado de riscos, mas apenas porque é imensa a sua capacidade de efabulação argumentativa. Talvez porque tivesse havido um tempo em que «os mitos nos visitaram». Ao mesmo tempo sobressai existe a invocação – que tudo move na revelação do oculto – a tornar-se numa coisa de transfiguração do real em que a mão da narradora se transforma numa «Beatriz em falta» às voltas com o desvelamento da alma. Assim, centraremos o início do nosso percurso nos dois romances que se constituem, para nós, como marcos de início e de fim de um ciclo de esperança no universo literário de Lídia Jorge: O Dia dos Prodígios (1980) e Os Memoráveis (2014a), a partir de onde criaremos um espaço à análise de outras obras da autora, nomeadamente, O Jardim Sem Limites (1995), O Vale da Paixão (1998) e O Vento Assobiando nas Gruas (2002), dando ênfase, quer à voz das suas personagens, quer à dilucidação do seu mundo interior e à dimensão poética da linguagem. Sublinharemos aquilo que entendemos como essencial na sua obra: a dimensão corpórea e silenciosa da palavra como meio de se debruçar sobre o outro e sobre o mundo bem como a tragicidade da existência humana abaulada no sacrifício, entendido como a catarse imprescindível na sobrevivência diária aos desentendimento humanos. «Entre o silêncio e a fulguração da palavra», remete, em suma, para a constatação de que esta é não só a base constitutiva dos textos de Lídia Jorge, como aponta a grande questão declarativa de toda uma obra.
  • A formação da escrita saramaguiana
    Publication . Albuquerque, Everaldo Bezerra de; Martins, José Cândido de Oliveira
    Sob o interesse de investigar a formação da escrita de José Saramago (1922-2010), este trabalho dissertativo, numa perspectiva de análise diacrónica e sincrónica, tem como meta analisar, principalmente, a construção dos primeiros romances deste escritor português. Para isso, propomos uma tipologia dos componentes ficcionais e dos recursos lítero-linguísticos, presentes nos escritos produzidos e publicados entre 1947 e 1980, abandonados e ou acentuados, nesta fase inicial, que configuram os aspectos fundacionais de sua obra. E os nossos objetivos são: (i) conceptualizar as mundividências e ambiências, que formaram a escrita saramaguiana, a partir, respectivamente, das noções de narrador e personagem, de tempo e dos espaços, advindos da produção romanesca e da diversidade genológica do escritor; (ii) identificar o processo de ficcionalização da relação história-tempo, intermediada pelas ideias de memória e imaginação, nesse demarcado corpus; (iii) mapear fundamentações sobre intertexto e outras vozes (ecos), e sobre a intertextualidade como operação estéticoestilística, que foi enredando o percurso inicial das personagens e do narrador, pressupondo-se uma retórica intertextual à Saramago; e (iv) demonstrar uma génese do romance saramaguiano, mediada por comparações, desdobramentos e relações entre os romances (Terra do Pecado, Claraboia, Manual de Pintura e Caligrafia e Levantado do Chão) com outros géneros, nessa fase, e outras narrativas do mesmo género, de outra fases, na medida em que for cabível e válido serem invocados. Numa investigação exploratória e bibliográfica, a presente dissertação se fundamenta, para além da anterior Crítica literária sobre esta fase do escritor e de alguma autorrecensão, numa abordagem estética e teórico-historiográfica, mas também nos estudos sobre texto e intertexto literários, a partir do conceito de memória, a permear tanto a noção de imaginação quanto a de eco, em sublinha a Estética recepcional e a Literatura e Psicanálise. À medida que a escrita se foi formando e encontrando sua voz autoral, o molde (peripatético, fabuloso e intertextual) do romance saramaguiano se foi delineando e ganhando os contornos, que podemos observar, e pelos quais ficou reconhecido o autor, nos romances de fases posteriores.