FFCS - Teses de Doutoramento / Doctoral Theses
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- Acolher a vulnerabilidade : reflexão antropológica e ética sobre o voluntariado no âmbito dos Leigos para o DesenvolvimentoPublication . Rodrigues, Maria de Fátima Marques; Pinto, José Rui da CostaO trabalho pretende perceber de que forma os Leigos para o Desenvolvimento acolhem a vulnerabilidade, no âmbito dos projetos que vêm desenvolvendo, em termos de voluntariado. É possível verificar a convergência de fatores diversos que fazem do voluntariado, realizado pelos Leigos para o Desenvolvimento, uma aposta numa nova esperança, onde a responsabilidade pelo outro é assumida com o outro: o voluntariado é aqui entendido, na linha de E. Lévinas (e outros autores), como resposta à fragilidade do outro que me interpela na sua nudez e não tanto como iniciativa generosa do eu. Acolher o outro na sua vulnerabilidade tem em conta os contributos do Concílio Vaticano II que colocou o papel do leigo na Igreja e no mundo, no âmbito de uma eclesiologia de comunhão. Por outro lado, o respeito devido a cada pessoa, preconizado pelo documento Vida em Missão, no âmbito de cada projeto desenvolvido, anda muito próximo das mais recentes perspetivas da Cooperação para o Desenvolvimento. Dada a vulnerabilidade do ser humano face ao futuro, os Leigos para o Desenvolvimento, assumem-se, na entrega ao outro sem reservas, como responsáveis pelo outro, no sentido de construírem com ele as condições necessárias à sobrevivência harmoniosa da humanidade sobre a terra.
- As cartas de Vieira, um paradigma da retórica epistolar do BarrocoPublication . Maduro, Carlos Alberto de Seixas; Castro, Aníbal Pinto de; Martins, José Cândido de Oliveira
- Da hospitalidade em Derrida ao acolhimento em saúdePublication . Meneses, Ramiro Délio Borges de; Brito, José Henrique Silveira deA hospitalidade incondicional não é senão exposição à vinda daquele que vem, que é acolhido. Será uma hospitalidade que dá aquilo que não tem, aquilo que não possui como próprio. Assim, é uma hospitalidade como impossível. Faz o impossível e é, não apenas impossível, como um convite a fazer aquilo que é impossível. Logo, a hospitalidade absoluta exige que me abra em ―chez moi‖ ( em minha casa) e que me dê não só ao estrangeiro, como também ao Outro absoluto, desconhecido, anónimo, e que eu lhe dê lugar, que o deixe vir, que o deixe chegar e ter um lugar no lugar, que lhe ofereça, sem lhe pedir reciprocidade, nem mesmo o seu nome A lei da hospitalidade incondicional manda acolher incondicionalmente, ou seja, sem poder sobre o visitante ou o absoluto que chega. A esta forma de hospitalidade, Derrida designa a hospitalidade de visitação, contraposta à hospitalidade condicional ou normativa, a que obedece à lógica do convite. A hospitalidade é desconstrução e a desconstrução é hospitalidade. A hospitalidade pura e incondicional, a própria hospitalidade abre-se, está antecipadamente aberta ao que não é nem esperado, nem convidado, a quem chegua como visitante absolutamente estrangeira, em chegante não identificável e imprevisível, como absolutamente outro. Chamemos a isso hospitalidade de visitação. Derrida refere a hospitalidade condicional como aquela que é oferecida pelo direito,pela política,pela sociologia,etc. Há, com efeito, uma hospitalidade relativa e ad extra, que é narrada pelo conto exemplar e provocante do Desvalido no Caminho. A hospitalidade consiste em acolher o Outro-estranho, sob o mesmo tecto, e ser vulnerável na própria casa, tal como Marta acolheu Jesus em sua casa. No fundo, a hospitalidade constitui-se sobre um fundo aretológico e pode definir-se numa relação fiduciária entre o hóspede e o anfitrião. A hospitalidade é a saída do próprio lugar, para buscar o Outro-estranho como acolhido. Toda a humanização será uma hospitalidade condicional, dado que, por convite, o médico recebe o doente no seu coração. A humanização em saúde implica um novo paradigma, que se denomina ―recitativo elpídofânico‖, decifrado em dois momentos, como vêm expresso na narrativa da hospitalidade de Betânia: contemplação e acção. Esta humanização, fundada num acolhimento elpidofânico,radica numa ―responsabilidade poiética‖ entre um homo mendicans (homem pedinte) e um anfitrião, que vive entre uma ―responsabilidade pística‖ (Maria) e uma ―responsabilidade agápica‖ (Marta). Daqui surge um outro modelo, para a humanização em saúde, que se determina pela ―responsabilidade poiética‖, inspirado na parábola do Bom Samaritano. Também foi possível ao estabelecer a relação entre Desconstrução e Medicina, elaborar um outro paradigma para a humanização em saúde.
- Discurso, conflito e argumentação : das emoções no(s) discurso(s) em contexto referendárioPublication . Gil, Isabel Teresa Morais Fuzeta de Campos; Fonseca, Joaquim Marques Alves da; Marques, Maria Aldina Bessa Ferreira Rodrigues
- Entre o silêncio e a figuração da palavra em Lídia Jorge : sacrifício, liberdade e construção da memóriaPublication . Brandão, Maria da Conceição da Silva; Martins, José Cândido de OliveiraNa literatura portuguesa contemporânea, Lídia Jorge afirma uma trajetória cujo lastro luminoso é portador de uma capacidade singular de dialogar em simultâneo com a imensidão do cosmos e com o espaço singular do homem, confirmando um propósito de uma demanda infinita na busca das palavras capazes de traduzir o mundo. Cremos que será esta busca obsidiante que convida ao decalque do sofrimento humano, da injustiça, da invisibilidade, do sacrifício e da esperança (esta que sempre abre um rasgo redentor na sua obra), denominadores que entendemos serem cruciais para a interpretação da mundividência da obra jorgiana. Assim, neste estudo, demonstramos que sacrifício, liberdade e memória afiguram-se como dominantes axiais nesta obra, faltando todavia na recepção crítica da autora uma aglutinação dos mesmos, um entrelaçamento que nos parece ser portador de uma discussão germinadora de amplos sentidos. Lídia Jorge será sempre uma escritora que faz circular um discurso em batalha com os desvios da sociedade, gesto carregado de riscos, mas apenas porque é imensa a sua capacidade de efabulação argumentativa. Talvez porque tivesse havido um tempo em que «os mitos nos visitaram». Ao mesmo tempo sobressai existe a invocação – que tudo move na revelação do oculto – a tornar-se numa coisa de transfiguração do real em que a mão da narradora se transforma numa «Beatriz em falta» às voltas com o desvelamento da alma. Assim, centraremos o início do nosso percurso nos dois romances que se constituem, para nós, como marcos de início e de fim de um ciclo de esperança no universo literário de Lídia Jorge: O Dia dos Prodígios (1980) e Os Memoráveis (2014a), a partir de onde criaremos um espaço à análise de outras obras da autora, nomeadamente, O Jardim Sem Limites (1995), O Vale da Paixão (1998) e O Vento Assobiando nas Gruas (2002), dando ênfase, quer à voz das suas personagens, quer à dilucidação do seu mundo interior e à dimensão poética da linguagem. Sublinharemos aquilo que entendemos como essencial na sua obra: a dimensão corpórea e silenciosa da palavra como meio de se debruçar sobre o outro e sobre o mundo bem como a tragicidade da existência humana abaulada no sacrifício, entendido como a catarse imprescindível na sobrevivência diária aos desentendimento humanos. «Entre o silêncio e a fulguração da palavra», remete, em suma, para a constatação de que esta é não só a base constitutiva dos textos de Lídia Jorge, como aponta a grande questão declarativa de toda uma obra.
- A ética utópica : do homo sacer ao homo utopicus : estudos em Giorgio Agamben e Albert CamusPublication . Brunetto, Giancarla Miranda; Costa, José Miguel Stadler DiasA ética utópica: Do homo sacer ao homo utopicus. Estudos em Giorgio Agamben e Albert Camus propõe investigar o significado da utopia como um paradigma filosófico necessário para compreender o ser humano em sua complexidade e contextualidade nas sociedades contemporâneas ocidentais. O estudo faz uma análise interpretativa do homo sacer – as pessoas excluídas de direitos e dignidade nos limites da legalidade e no contexto biopolítico – à luz do estudo de algumas obras: Homo sacer: o poder soberano e a vida nua – I; Estado de Exceção – II, 1; O que resta de Auschwitz – III, de Giorgio Agamben, e da obra O Mito de Sísifo, de Albert Camus. A pesquisa mostra que a importância simbólica e metafórica das relações entre o homo sacer e Sísifo anunciam a compreensão e a emergência do homo utopicus e da ética utópica. A metodologia consiste na realização de pesquisa bibliográfica com revisão de literatura em obras filosóficas, literárias, jurídicas e de direitos humanos, e no desenvolvimento de uma base teórica para sustentar de modo crítico-argumentativo e interpretativo as questões investigadas a fim de atingir os objetivos propostos. A relevância desta pesquisa se faz sentir pela necessidade de uma profunda imersão epistemológica diante de paradigmas que por um lado impedem o belo dia almejado desde especialmente a teoria política aristotélica mas por outro lado não impedem que sociedades democráticas contemporâneas estejam em (ou a um passo de) um estado de exceção como paradigma da política contemporânea.
- Eu sou sem religião com crença : a fragilização da herança religiosa e a conservação da crença como elo de memóriaPublication . Ritz, Claudia Danielle de Andrade; Ribeiro, Flávio Augusto Senra; Teixeira, Alfredo Manuel Matos Alves RodriguesO fenômeno dos sem religião, representado pela designação sem religião, ocupa o terceiro maior percentual de identificação religiosa no Brasil. No Censo 2010 representavam 8,04%, correspondente a mais de 15 milhões de pessoas. O grupo dos sem religião no Censo é composto por três subgrupos: os agnósticos (0,87%), os ateus (3,98%) e os sem religião sem religião (95,17%). O escopo desta tese são as pessoas sem religião sem religião, os quais designamos por sem religião com crença. A abordagem deste estudo foi histórica, sistemática e empírica. O objetivo principal foi compreender as razões para a identificação sem religião com crença. Para tanto, aspectos históricos do catolicismo no Brasil foram pesquisados, cuja associação entre a dinâmica colonial e as missões propiciou uma evangelização fragmentada e pouco institucionalizada, o que contribuiu para a formação de uma herança religiosa fragilizada, constitutiva da memória católica. Além disso, analisaram-se a urbanização no Brasil, as repercussões da mobilidade e a alteração do espaço, na dinâmica das identidades e na recomposição da memória religiosa. A autonomia do indivíduo no contexto de modernidades múltiplas e culturas híbridas promove a pluralidade, o trânsito religioso, a individualização da crença e a desinstitucionalização, aspectos que contribuem para a fragilização da herança religiosa. A urbanização, em conexão com a secularização, endossa as movimentações do campo religioso, dinamizando a paisagem religiosa brasileira. Como o fenômeno das pessoas sem religião é transnacional, para melhor entendimento, apresentam-se alguns estudos e dados sobre os sem religião no Brasil e no cenário internacional. Por fim, investigam-se na pesquisa de campo as razões para as pessoas se identificarem como sem religião com crença. A metodologia utilizada foi exploratória, quantitativa e qualitativa, abrangendo pesquisas bibliográfica e de campo, mediante aplicação de questionário estruturado digital, contendo 40 questões, a jovens universitários da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, que são discentes da graduação matriculados na disciplina de Cultura Religiosa e discentes pesquisadores da Pós-Graduação em Ciências da Religião. Conclui-se que a hipótese foi confirmada, porque, ao se identificarem como eu sou sem religião, mas tenho crenças religiosas, as pessoas informam a fragilização da herança religiosa mediante a ausência da religião, mas informam a conservação da crença, como elo da memória religiosa.
- A formação da escrita saramaguianaPublication . Albuquerque, Everaldo Bezerra de; Martins, José Cândido de OliveiraSob o interesse de investigar a formação da escrita de José Saramago (1922-2010), este trabalho dissertativo, numa perspectiva de análise diacrónica e sincrónica, tem como meta analisar, principalmente, a construção dos primeiros romances deste escritor português. Para isso, propomos uma tipologia dos componentes ficcionais e dos recursos lítero-linguísticos, presentes nos escritos produzidos e publicados entre 1947 e 1980, abandonados e ou acentuados, nesta fase inicial, que configuram os aspectos fundacionais de sua obra. E os nossos objetivos são: (i) conceptualizar as mundividências e ambiências, que formaram a escrita saramaguiana, a partir, respectivamente, das noções de narrador e personagem, de tempo e dos espaços, advindos da produção romanesca e da diversidade genológica do escritor; (ii) identificar o processo de ficcionalização da relação história-tempo, intermediada pelas ideias de memória e imaginação, nesse demarcado corpus; (iii) mapear fundamentações sobre intertexto e outras vozes (ecos), e sobre a intertextualidade como operação estéticoestilística, que foi enredando o percurso inicial das personagens e do narrador, pressupondo-se uma retórica intertextual à Saramago; e (iv) demonstrar uma génese do romance saramaguiano, mediada por comparações, desdobramentos e relações entre os romances (Terra do Pecado, Claraboia, Manual de Pintura e Caligrafia e Levantado do Chão) com outros géneros, nessa fase, e outras narrativas do mesmo género, de outra fases, na medida em que for cabível e válido serem invocados. Numa investigação exploratória e bibliográfica, a presente dissertação se fundamenta, para além da anterior Crítica literária sobre esta fase do escritor e de alguma autorrecensão, numa abordagem estética e teórico-historiográfica, mas também nos estudos sobre texto e intertexto literários, a partir do conceito de memória, a permear tanto a noção de imaginação quanto a de eco, em sublinha a Estética recepcional e a Literatura e Psicanálise. À medida que a escrita se foi formando e encontrando sua voz autoral, o molde (peripatético, fabuloso e intertextual) do romance saramaguiano se foi delineando e ganhando os contornos, que podemos observar, e pelos quais ficou reconhecido o autor, nos romances de fases posteriores.
- Uma gaveta de facas sempre aberta : cómico e desfiguração da História de Portugal na escrita de Lobo AntunesPublication . Coutinho, Elsa Raquel Marinho; Martins, José Cândido de OliveiraEsta investigação pretende estudar o declínio da ideia de Portugal-império, pela revisitação temática dos efeitos trágicos da Descolonização, tendo como mote quatro obras de Lobo Antunes: Os Cus de Judas, As Naus, O Esplendor de Portugal e Comissão das Lágrimas, cuja escrita se erige, no contexto da literatura pós-moderna e nos propõe uma visão desassombrada e desmistificadora da História de Portugal. Da sua escrita transparece um território tenso entre a História e a literatura, tendo em conta o caráter pernicioso da sonegação de factos levada a cabo pelos historiadores oficiais, no que a esta época diz respeito. O autor alicerça a sua crítica em processos de cómico, expondo, num tom exacerbado, impiedoso, inconveniente, grotesco e feroz, críticas iconoclastas à política de Salazar e aos seus aliados (da Igreja Católica, v.g.), dessacralizando o poder político e eclesiástico, e ironizando com a narração falaciosa da História. Esta aliança perniciosa entre Trono e Altar, hasteada na tríade de valores Deus, Pátria e Família, é, assumidamente, censurada nas quatro obras, delatando a decadência da elite colonial e os efeitos devastadores da Descolonização. Destarte, a escrita-reação lobo antuniana critica, acerbadamente, o regime salazarista que forçou milhares de soldados a lutar por um falso ideal patriótico e transforma-se na voz dos silenciados. De cariz confessional e testemunhal, tendo em conta que o próprio escritor foi coagido, no cumprimento do serviço militar obrigatório, a deslocar-se para a guerra, os romances analisados expõem o conflito de identidade do homem contemporâneo, ensombrado pelo mítico passado glorioso e enfatizam o processo de dilaceração individual e coletivo de todos os intervenientes na Guerra Colonial. Portanto, para além do resgate das memórias traumáticas, a ficção confere-lhes a possibilidade de exorcizar e expurgar a violenta experiência psicológica a que foram expostos.
- O Homem : realidade dinâmica em Pedro Laín EntralgoPublication . Eusébio, Paulo Sérgio Carvalho; Dinis, Alfredo OliveiraA proposta antropo-filosófica de Laín Entralgo pretende elaborar uma ideia ou visão íntegra e integradora do ser humano. Porque o dualismo antropológico e o materialismo fisicalista não o satisfazem, procura dar razão da realidade dinâmica da estrutura substantiva humana na sua unidade e totalidade, a partir de um modelo antropológico que aglutine as descobertas actuais das ciências naturais (cosmologia, biologia, psicologia neuropsicologia, paleontologia, etologia) com a metafísica do seu estruturismo dinamicista. Pretende com isso decifrar o enigma da realidade e da conduta humanas, o seu «que» que se desdobra num «como», num «quem» e num «para», investigando a realidade una e total do ser humano naquilo que ele tem de mais visível e tangível: o seu corpo. A realidade dinâmica da estrutura do Todo cósmico produziu filogenética e ontogeneticamente o homem, realidade dinâmica. Através do dinamismo cósmico particular da suidade, o corpo humano, na sua evolução, estrutura-se dinamicamente em matéria consciente que sente, pensa e quer. Dinamicamente produzido e estruturalmente constituído, a realidade psico-orgânica humana, oferece à observação imediata dois aspectos complementares que apenas se distinguem metodologicamente: o corpo e a consciência. Por sê-lo, a sua realidade ontológica e a sua conduta devem ser entendidas como estrutura dinâmica na sua unidade e totalidade simultaneamente física e metafísica, isto é, na sua unidade descritiva ou fenomenológica, explicativa ou científica e compreensiva ou filosófica. Todavia, a realidade una e total da estrutura humana desagua gnoseologicamente num enigma indecifrável somente cognoscível por aproximação assimptótica. O que é o corpo íntimo? Pergunta que obriga a uma resposta, simultaneamente, cósmica, dinamicista, estruturista e evolutiva e à qual pretendemos não só dar razão do seu alcance antropológico como também, a partir da ideia de corpo íntimo, dar razão da sua dignidade ontológica e biológica e ainda do seu dinamismo meta-histórico.
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