FEP - Dissertações de Mestrado / Master Dissertations
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- À procura de um “trabalho” de estágio : reflexão sobre um mercado de trabalho em mudançaPublication . Melo, Maria Leonor Santiago Sottomayor Teixeira de; Cunha, LilianaOs jovens tendem a ser mais afetados pelos efeitos negativos da flexibilização do mercado de trabalho (Kovács, 2013). Um dos resultados desta flexibilização (e precarização) das formas de trabalho é o surgimento da situação que se propôs estudar: os estágios extracurriculares não-remunerados. Este estudo procura explorar as razões que justificam o facto de os indivíduos consentirem realizar um trabalho não-remunerado enquadrado sob o estatuto de estágio, após o término da sua formação académica, sendo esta a questão que guia a investigação desenvolvida. De cariz quantitativo, por se tratar de uma primeira abordagem a um fenómeno que vem ganhando expressão no país, o estudo contou com a participação de 53 estagiários e exestagiários, entre os 20 e os 36 anos (M = 24,68), que responderam a um questionário concebido para o efeito, tendo por base a literatura e a observação do terreno. Como principais conclusões, destacam-se dois aspetos essenciais: por um lado, ficou claro que é indispensável o debate sobre este fenómeno; sem ele, caminhamos para a naturalização da instabilidade e insegurança no trabalho, que já carateriza e continuará a caraterizar os percursos profissionais de alguns jovens. Por outro lado, detetou-se um foco comum nas razões apresentadas como justificação da aceitação do estágio extracurricular não-remunerado pois, na verdade, a maioria dos motivos apresentados conduzem a um mesmo fim: alcançar um emprego remunerado relativamente estável. É fundamental atentar a estes jovens, às suas trajetórias profissionais e condições de trabalho, que carecem de análise e de enquadramento nos números oficiais sobre o trabalho. Neste sentido, assume-se como determinante o papel da comunidade científica na construção de significados e de conhecimentos sobre esta situação de trabalho, tendo em vista também uma maior regulação.
- Abandono escolar após o Ritual de Efundula : experiência e perspetivas de um grupo de mães adolescentes do Cuanhama/AngolaPublication . Ndamonovanu, Prudência Arlinda; Xavier, Maria Raúl Andrade Martins LoboNos últimos anos diversos trabalhos têm vindo a abordar o jogo complexo que, na Africa subsariana, relaciona o abandono escolar no feminino e os ritos de passagem entre a infância e a vida adulta. A investigação científica explora estes elementos integrando muitas vezes no quadro de leitura o tema da gravidez/maternidade precoces. No entanto, a ligação entre estes aspetos não é completamente clara e mais informação é necessária para que se possa acompanhar estas situações. Tanto quanto sabemos não existe nenhum trabalho realizado em Angola que explore as atitudes quanto à escolaridade e abandono escolar e quanto à vivência dos ritos de iniciação (Efundula) em jovens mulheres cuja gravidez/maternidade aconteceu quando tinham menos de 18 anos, que passaram pelo Efundula e que abandonaram a escola. O estudo que aqui se apresenta procura ser um primeiro passo no aprofundar de conhecimentos nesta área, dando voz às próprias envolvidas enquanto “informantes-chave”. Procura-se assim, exploras as suas experiências e perspetivas face ao Efundula, à vida escolar e ao abandono desta. Mais especificamente, explorar as suas cognições, emoções e comportamentos (atitudes). O grupo de participantes é constituído por 10 mães, entre os 16 e os 18 anos, com filhos, que viveram o Efundula e que, entretanto, abandonaram a escola. Quanto ao Efundula, parte das participantes referem que não foi decisão delas a participação, mas entendem o seu papel enquanto “tradição”. A sua experiência escolar é descrita positivamente, valorizando aspetos diversos. O abandono escolar é muitas vezes relacionado diretamente com a gravidez/maternidade, mas não com o Efundula. Este é relacionado diretamente com a gravidez e a maternidade. A maioria das participantes referem querer voltar à escola. Estes dados apontam para a necessidade de se conhecer mais este fenómeno do abandono no feminino, para se poder intervir/prevenir diminuindo o seu peso individual e social.
- Abandono escolar precoce : compreender para prevenirPublication . Comenda, Carla Maria Santos; Cabral, Maria Ilídia de MeirelesO tema do abandono escolar é uma preocupação social, não só a nível internacional, mas também nacional, que passa pelo Estado, por diferentes agências da administração pública e pelo setor solidário social e privado. Este tema tem-se mantido atual na documentação oficial portuguesa sobre educação e estudos continuam a ser feitos no que se refere ao mesmo. A preocupação pelo abandono escolar não se confina apenas a Portugal, mas estende-se à escala europeia. Em Portugal, pelos diversos estudos já existentes, a taxa de abandono escolar tem vindo a reduzir, no entanto, o fenómeno continua presente nos dias de hoje, mantendose ainda um atraso considerável em relação à meta europeia definida. O fenómeno do abandono escolar é muito visível nos cursos profissionais, pelo que a nossa investigação visa alcançar a resposta para uma questão de âmbito geral: Que perceções têm alunos, docentes e lideranças sobre os fatores que contribuem para o abandono escolar precoce nos cursos profissionais? No sentido de obtermos resposta a esta questão procedemos à formulação de subquestões: Como se organiza a escola para prevenir o abandono escolar precoce? Como são diagnosticados os alunos que se encontram em risco de abandono escolar precoce? Que ações concretas se desenrolam para evitar que os alunos em risco de abandono acabem por sair efetivamente da escola? Como viveram e sentiram a escola os alunos que abandonaram os cursos profissionais sem concluir o 12º ano? Como vivem e sentem a escola os alunos que se encontram em risco de abandono escolar precoce? Para tal, procedemos a uma revisão da literatura que nos permitiu esboçar a evolução do fenómeno em termos nacionais e europeus e analisar as medidas que foram implementadas para o prevenir. Elegemos para a nossa investigação duas técnicas de recolha de dados, a análise documental (registos biográficos dos alunos, atas dos conselhos de turma, pautas de avaliação e documentos estruturantes do Agrupamento, nomeadamente, Contrato de Autonomia, Projeto Educativo, Regulamento Interno, e Plano de Desenvolvimento do Currículo) e a realização de entrevistas semiestruturadas. As entrevistas foram aplicadas à Diretora do Agrupamento, a um Diretor de Turma de um curso profissional, a docentes, a alunos em risco de abandono e a jovens que abandonaram o sistema educativo. Os dados recolhidos e analisados neste estudo permitem-nos concluir que os agentes educativos entrevistados, nomeadamente a diretora e os docentes, têm a mesma perceção relativamente aos fatores que contribuem para o abandono escolar nos cursos profissionais, identificando como principais fatores: as dificuldades económicas que levam as famílias a emigrar à procura de melhores condições de vida, a procura pela autonomia financeira, as dificuldades acumuladas que levam a um total desinteresse pela escola, também devido ao facto de pertencerem a famílias desestruturadas que muitas vezes desincentivam à frequência da escola. São também relatados os problemas de comportamento, aliados ao elevado número de faltas e à falta de empenho como fatores que normalmente conduzem a situações de abandono escolar. As conclusões alcançadas pelo nosso estudo parecem ir ao encontro das correntes de pensamento de outros investigadores, no sentido em que apontam para a falta de respostas adequadas, por parte da escola, para a maioria das situações de insucesso, esperando que os alunos aprendam por si, o que faz com que muitos deles acabem por abandonar o sistema de ensino. Concluímos ainda que o modelo escolar que temos, com a sua tradicional e inquestionada gramática escolar, acaba por ser o maior responsável pelas situações de abandono escolar.
- Abrir espaço à saúde mental : estudo do impacto da intervenção em alunos do 7º ano de escolaridadePublication . Pinho, Sara Alexandra Pereira de; Campos, LuísaA juventude constitui-se uma fase fulcral para o desenvolvimento de intervenções de promoção de saúde mental, uma vez que cerca de metade das perturbações mentais se desenvolvem a partir dos 14 anos e dado os estereótipos associados às mesmas, não estarem ainda totalmente desenvolvidos (Corrigan & Watson, 2002). Tendo por base o exposto, intervenções de promoção de saúde mental junto de jovens, desempenham um papel fundamental para o futuro dos mesmos (OMS, 2001). O presente estudo insere-se no projeto “Abrir Espaço à Saúde Mental – Promoção da saúde mental em adolescentes (12-14): desenvolvimento e avaliação de uma intervenção” - tendo como objetivo geral avaliar o impacto de uma intervenção centrada na promoção da saúde mental com jovens do 7º ano de escolaridade. A amostra integrou 170 estudantes, de 4 escolas – 2 do ensino privado e 2 do ensino público - da zona norte litoral de Portugal. Os participantes tinham idades entre os 11 e os 15 anos. Foram obtidos dois grupos aleatoriamente: grupo experimental (N=85) e grupo de controlo (N=85). A recolha de dados foi realizada através do questionário de Literacia em Saúde Mental - LSMq (Campos, Palha, Dias, Veiga & Duarte, 2012), aplicado aos participantes, de ambos os grupos, uma semana antes e após a implementação da intervenção. A intervenção foi implementada, através de 2 sessões, apenas ao grupo experimental. Dos principais resultados obtidos, salienta-se que na pós-intervenção, o grupo experimental revelou um aumento de conhecimentos e de estratégias de autoajuda, bem como uma redução dos estereótipos. Quanto à procura de ajuda e competências de primeira ajuda, não se verificaram diferenças significativas. O presente estudo reforçou a necessidade de se investir na promoção da saúde mental, tentando colmatar a carência de informação existente na área da saúde mental em Portugal e fornecer informações orientadoras para o desenvolvimento de investigações e intervenções futuras.
- Abrir espaço à saúde mental : estudo do impacto da intervenção em alunos do 8º ano de escolaridadePublication . Assunção, Ana Filipa Pereira; Campos, Maria Luísa Brites Parreira C. Vieira deSabendo-se que cerca de um em cada cinco jovens irá experienciar uma perturbação mental (Stuart, 2006), e que a juventude constitui-se como uma etapa, na qual, as atitudes são maleáveis e, por conseguinte, mais facilmente modificáveis, torna-se importante desenvolver intervenções de promoção de saúde mental junto dos adolescentes, preferencialmente no contexto onde passam a maioria dos seus dias - as escolas (Corrigan & Watson, 2002; Farrer, Leach, Griffiths, Christensen & Jorm, 2008; Puolakka, Kiikkala, Haapasalo-Pesu & Paavilainen, 2011). O presente estudo insere-se no projeto “Abrir Espaço à Saúde Mental – Promoção da saúde mental em adolescentes: desenvolvimento e avaliação de uma intervenção”, tendo como objetivo geral: avaliar o impacto de uma intervenção centrada na promoção da saúde mental em jovens do 8º ano de escolaridade. No estudo participaram 214 estudantes provenientes de cinco escolas do Norte de Portugal com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos. Com o objetivo de avaliar o impacto da intervenção foram obtidos dois grupos aleatoriamente - grupo experimental (N=101) e grupo de controlo (N=113). A recolha de dados foi realizada através do questionário de Literacia em Saúde Mental - LSMq (Campos, Palha, Dias, Veiga & Duarte, 2012), aplicado aos participantes, de ambos os grupos, uma semana antes e após a implementação da intervenção. A intervenção foi constituída por duas sessões, com um intervalo de uma semana, tendo esta sido desenvolvida apenas no grupo experimental. Os principais resultados obtidos apontam para um impacto positivo da intervenção, nomeadamente ao nível do aumento dos conhecimentos sobre problemas de saúde mental e da redução de estereótipos, bem como o aumento de conhecimentos sobre estratégias de auto-ajuda e dos scores relativos às intenções comportamentais.Do exposto, reforça-se a importância de se realizarem mais estudos em Portugal centrados na promoção da literacia em saúde mental, de forma a se conscientizar não só os jovens, como também outras faixas etárias sobre a existência, cada vez mais frequente, de problemas de saúde mental, com vista à prevenção destes problemas, bem como à procura de ajuda o mais precocemente possível.
- Abrir espaço à saúde mental : estudo do impacto da intervenção em alunos do 9º ano de escolaridadePublication . Ferreira, Ana Catarina Fernandes Losada; Campos, Maria Luísa Brites Parreira C. Vieira deEstima-se que 1 em cada 5 adolescentes poderão vir a experienciar uma perturbação mental (OMS, 2001). Neste sentido, a implementação de intervenções de promoção de saúde mental torna-se necessária em idades precoces, revelando-se uma mais-valia para o futuro dos jovens. As intervenções centradas na literacia em saúde mental e no combate ao estigma têm sido identificadas como as mais eficazes para a população alvo em questão (Jorm, 2000; Jorm, 2011). O presente estudo integra o Projeto “Abrir Espaço à Saúde Mental”, e tem como objetivo avaliar o impacto da intervenção de promoção de saúde mental, em alunos do 9º ano de escolaridade. Participaram 232 estudantes de 6 escolas do Norte de Portugal, do ensino público e do ensino privado, e foram obtidos dois grupos - grupo experimental (GE) e grupo de controlo (GC). Foi aplicado o “Questionário de Literacia em Saúde Mental”, que compreende três secções: conhecimentos sobre problemas de saúde mental; procura de ajuda e competências de 1ª ajuda e estratégias de autoajuda, ao GE e ao GC. Assim, o GE participou na intervenção de promoção de saúde mental, constituída por duas sessões, com um intervalo de uma semana entre si, contrariamente ao GC em que apenas foi aplicado o questionário. Os principais resultados obtidos apontaram para que após a intervenção de promoção de saúde mental, o GE revelou um aumento significativo nos conhecimentos sobre problemas de saúde mental e nas estratégias de autoajuda, bem como uma diminuição dos estereótipos, em comparação com o GC. Pretende-se, assim demonstrar a eficácia de intervenções de promoção de saúde mental em contexto nacional e junto dos jovens, bem como salientar a pertinência da realização de follow up’s com a finalidade de avaliar a manutenção dos resultados obtido
- Abrir espaço à saúde mental : estudo piloto sobre conhecimentos, estigma e necessidades relativas a questões de saúde mental junto de alunos do 7º ano de escolaridadePublication . Silva, Inês Dias Ferreira Lima; Campos, LuisaSegundo a Organização Mundial de Saúde (2010), saúde mental poderá ser definida como “Um estado de bem-estar em que o indivíduo percebe a sua própria capacidade, pode lidar com o stress normal da vida, pode trabalhar de forma produtiva, e é capaz de trazer uma contribuição para a sua comunidade.” Considera-se que, ao longo do ciclo de vida, todos os indivíduos irão vivenciar, directa ou indirectamente, alterações ao nível da saúde mental, as quais poderão ser designadas de problemas de saúde mental. Por sua vez, estes, quando dispostos em grau, intensidade e impacto significativos, poderão dar origem ao diagnóstico de uma perturbação mental específica (Rethink, 2008). Dados de 2006, demonstram que 1 em cada 5 adolescentes poderão desenvolver uma perturbação mental (OMS, 2001a). Neste sentido, desenvolver acções pró-saúde mental, junto dos jovens, denota-se como uma acção necessária e urgente. As acções de promoção de saúde mental têm vindo a verificar-se eficazes quando são utilizados os pilares da intervenção baseados na mental health literacy e estigma (Wyn, Cahill, Holdsworth, Rowling & Carson, 2000; Rickwood, Cavanagh, Curtis & Sakrouge, 2004; Campos, Costa & Palha, 2010). O presente estudo integra o projecto “Abrir Espaço à Saúde Mental”, que terá a duração de três anos, sendo que esta dissertação apenas compreende a fase inicial (1º ano). O objectivo geral desta investigação é explorar os conhecimentos, o estigma e as necessidades que adolescentes de 7º ano apresentam relativamente a questões de saúde mental, bem como compreender a importância e a tipologia de acções em torno desta temática. De modo a atingir estes objectivos, foi realizado um focus group, com recurso a um guião previamente construído e recolhidos dados sociodemográficos, junto de oito jovens. Os discursos dos jovens foram analisados seguindo-se os princípios da “Análise de Conteúdo”, possibilitando a construção de um sistema de categorias. De um modo geral, os resultados obtidos demonstram que os jovens que participaram no presente estudo apresentavam baixos níveis de mental health literacy, bem como indicadores de preconceitos, estereótipos e comportamentos discriminatórios associados à perturbação mental. Ao nível da relevância das acções, os jovens demonstraram-se interessados na sua participação, referindo a sua pertinência baseada na probabilidade de eles mesmos serem potenciais recursos de ajuda a pessoas com perturbação mental.
- Abrir espaço à saúde mental : estudo piloto sobre conhecimentos, estigma e necessidades relativas a questões de saúde mental, junto de alunos do 9º ano de escolaridadePublication . Medina, Miriam Estrela Martins Aflalo; Campos, LuísaNos últimos anos, tem sido verificado o aumento da prevalência das perturbações mentais, em particular nos mais jovens, estimando-se que 1 em cada 5 adolescentes poderão desenvolver uma perturbação mental (OMS, 2001; Stuart, 2006; Noryhamptonshire County Council, 2007). A falta de conhecimentos adequados acerca das questões de saúde mental (Stuart, 2006) é uma realidade que engloba o público em geral, porém os jovens são considerados o público-alvo de eleição para as ações de promoção de saúde mental, uma vez que serão a próxima geração de profissionais e prestadores de cuidados. Nesse sentido, as intervenções sustentadas pelos conceitos de literacia em saúde mental e estigma apresentam maiores níveis de eficácia (Rickwood, Cavanagh, Curtis & Sakrouge, 2004; Campos & Palha, 2010). Importa investir neste tipo de iniciativas, já que a saúde mental assume um papel preponderante na manutenção da prosperidade, estabilidade social e económica dos países europeus (OMS, 2010). A presente investigação, integrada no projeto “Abrir Espaço á Saúde Mental”, apresenta como objetivo geral a exploração dos conhecimentos, do estigma e das necessidades demonstradas por adolescentes que frequentam o 9º ano de escolaridade. Foi realizado um focus groups, a partir de um guião previamente construído e uma ficha sociodemográfica, junto de 11 jovens. Os discursos dos jovens foram analisados segundo os princípios da “Análise de Conteúdo”, possibilitando a construção de um sistema de categorias. Os principais resultados obtidos indicaram um nível de literacia em saúde mental satisfatório, o que parece relacionar-se com discursos menos estigmatizantes. Relativamente às ações pró-saúde mental, os participantes demonstraram interesse na aquisição de mais conhecimentos sobre o tema tendo contribuído com sugestões para a configuração das mesmas. Os resultados da presente dissertação contribuem para a construção do questionário de avaliação da literacia em saúde mental e para o desenvolvimento de ações de promoção de saúde mental integradas no projeto “Abrir espaço à saúde mental”.
- Abrir espaço à saúde mental : estudo-piloto sobre conhecimentos, estigma e necessidades de intervenção relativas a questões de saúde mental, junto de jovens do 8º ano de escolaridadePublication . Torres, Júlio Afonso Gesta Roma; Campos, Luísa; Dias, Pedro Miguel Brito da SilvaO contexto escolar desempenha um importante papel ao nível da promoção de saúde mental, que é amplamente reconhecido (Ministério da Saúde, 2006; Gaspar, Pais Ribeiro, Matos & Leal, 2008; Patel, Flisher, Hetrick & McGorry, 2007).Os jovens são considerados um grupo ao qual deve ser dada particular atenção, na medida em que 4% dos jovens com idades entre os 12 e os 17 anos sofrem de depressão e o suicídio é a segunda principal causa de morte na faixa etária compreendida entre os 15-35 anos (WHO, 2005). Os paradigmas literacia em saúde mental e estigma têm suportado a nível teórico diferentes programas de promoção de saúde mental, quer a nível internacional, quer a nível nacional, cuja eficácia tem vindo a ser demonstrada. O presente estudo integra o projecto “Abrir Espaço à Saúde Mental”, que terá a duração de três anos, sendo que esta dissertação apenas compreende a faseinicial. O objectivo geral desta investigação é explorar os conhecimentos, o estigma e as necessidades que adolescentes de 8º ano apresentam relativamente a questões de saúde mental, bem como compreender a importância e a tipologia de acções em torno desta temática. De modo a atingir estes objectivos, foi realizado um focus group, com recurso a um guião previamente construído e recolhidos dados sociodemográficos, junto de sete jovens. Os discursos dos jovens foram analisados seguindo-se os princípios da “Análise de Conteúdo”, possibilitando a construção de um sistema de categorias. De um modo geral, em relação aos conhecimentos explicitados pelos participantes, destacam-se: o facto de parecer haver uma relação entre as doenças mentais enunciadas e os sintomas e características enunciados; o facto de os conhecimentos em relação aos fatores de risco e causas tenderem a valorizar aspetos sociais e relacionados com a saúde física; o facto de os conhecimentos evidenciados em relação à autoajuda, ajuda profissional e ajuda da rede social de suporte serem vagos e confusos; e o facto de a informação em relação à saúde e à doença mental ser, sobretudo, obtida através do contacto direto com o problema. Em relação ao estigma, de um modo geral, os participantes não explicitaram estereótipos, preconceitos nem comportamentos estigmatizantes em relação à Doença Mental.
- Abuso sexual intrafamiliar : orientações para a participação da criança no sistema judicialPublication . Rodrigues, Inês Sarmento; Matos, Raquel Maria Navais de Carvalho; Ribeiro, CatarinaO presente estudo tem como objetivo primordial perceber, partindo da perspetiva dos psicólogos que trabalham na área forense, como prevenir a vitimação secundária que frequentemente advém do envolvimento da criança vítima no contexto jurídico, nos casos de abuso sexual intrafamiliar. Assim, junto destes profissionais, procurámos recolher dados que nos permitissem identificar sugestões para otimizar as condições de participação da criança no processo judicial e minorar o seu eventual impacto negativo. Para a prossecução dos objetivos supracitados, revelou-se mais adequada a adoção de uma metodologia de natureza qualitativa. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas a uma amostra constituída por 9 psicólogos, com idades compreendidas entre 26 e 40 anos e com experiência no contacto regular com processos de abuso sexual de crianças no contexto familiar. O material empírico resultante das entrevistas foi analisado através de procedimentos de tratamento e análise de conteúdo, tendo por base a metodologia da Grounded Theory. Os resultados obtidos sugerem a existência de inúmeras fragilidades na intervenção dos profissionais de justiça e dos psicólogos com crianças vítimas de abuso sexual, alertando para a falta de preparação específica dos profissionais, que está na origem de abordagens desadequadas e revitimizadoras da criança. Além disso, o sistema judicial apresenta-se impreparado para acolher a criança, sendo apontada a necessidade de se readaptarem os espaços e a condução das inquirições, para se prevenir a vitimação secundária. Contudo, os resultados apontam para uma maior sensibilidade dos profissionais na readaptação das suas abordagens e para uma maior consciência da necessidade de uma intervenção articulada e multidisciplinar, apoiada na formação especializada na área da vitimação infantil. No futuro, julgamos ser importante a aposta na criação de uma rede de trabalho colaborativo, inter e pluridisciplinar e um maior investimento na formação, especialização e supervisão dos profissionais envolvidos na intervenção judicial junto de crianças vítimas de abuso sexual intrafamiliar.