EA - Dissertações de Mestrado / Master Dissertations
Permanent URI for this collection
Browse
Browsing EA - Dissertações de Mestrado / Master Dissertations by Issue Date
Now showing 1 - 10 of 673
Results Per Page
Sort Options
- Ambientes decorativos românticos em casas nobres do Norte de Portugal : expressões oitocentistas e sua permanência até ao século XXPublication . Osório, Helena Cristina Afonso de Azevedo; Sousa, Gonçalo de Vasconcelos eOs ambientes decorativos onde todas as artes se harmonizam, integram-se num quase esquecimento. Alguns ambientes do Romantismo por nós estudados chegaram intactos aos dias de hoje. Infelizmente, outros foram vítimas de partilhas entre herdeiros e da insustentável manutenção das grandes casas. Frisamos bem a reforma inevitável nos ambientes do século XIX porque a mudança de hábitos tornou imprescindíveis novos compartimentos temáticos e objectos multifacetados para os decorar. O respeito pelos ambientes românticos não foi o esperado, até porque a fugaz evolução de gosto, aliada às contingências da sociedade de consumo, arrasou a sua autenticidade. O facto de serem revivalistas pôs em causa a antiguidade. Vamos procurar entendê-lo através dos ambientes românticos apresentados, pois terá chegado a altura de melhor olhar este «estilo novo» ainda considerado de gosto duvidoso e cuja inspiração proveio dos ambientes régios. No Norte de Portugal, não faltam casas com ambientes característicos deste período. Pena que não se dê o valor da história a um Romantismo que se mantém vivo. As artes oitocentistas vão buscar influências a todas as épocas, recriando o passado mais remoto, com o saber artístico, sócio-cultural e já industrializado de então. É esta aprendizagem que nos interessa focar, na medida em que mudou o rumo do estar, viver e sentir a partir de um recuo feito até à Idade Média. Repensando a existência, retirando e acumulando saberes anteriores, o século XIX evoluiu como o resumo das artes e ciências com interpretação própria. Compreendemo-lo não apenas no contexto de ser a grande era das mudanças e invenções mas, quase isolado, à mercê dos olhares e especiais sentires de cada indivíduo inserido numa dada família e camada social. A região pode fazer a diferença e não por acaso nos debruçamos sobre ambientes de casas nobres do Norte de Portugal. Parece-nos óbvio que a região acima do rio Douro, historicamente mais fechada e isolada na sua vida privada – sem esquecermos toda a zona duriense e Beira Alta –, tem melhor conservado valores e tradições ancestrais no seio das suas famílias nobres. Pela velocidade das modas, circulação de bens e famílias, adesão a estrangeiros e estrangeirismos, centralização do poder, Lisboa acabou por ser penalizada no que respeita a ambientes oitocentistas intactos. Resta-nos como referência a decoração do Palácio Nacional da Ajuda, provavelmente única no género pois até a decoração do Palácio das Tulherias foi destruída pela comuna de Paris em 1871. Sem esquecer o Palácio da Pena, considerado em 2007 uma das maravilhas de Portugal, o que atesta a popularidade actual destes ambientes. Em casas civis, os ambientes continuam abertos ao estudo não se distanciando do comportamento, gosto e viver de uma sociedade sensível ao mais variado tipo de manifestações artísticas. As casas apresentadas distinguem-se entre rurais e urbanas, sendo mistas em alguns casos, na medida em que confirmamos que «não há uma família urbana como não há uma família rural». As casas nobres de Guimarães têm algum destaque nesta nossa dissertação pois, inicialmente, pensamos debruçar-nos sobre ambientes vimaranenses em exclusivo. A abundância, originalidade e riqueza histórico-artística de exemplos a Norte do rio Douro fizeram alterar o nosso rumo, que se estendeu a outras localidades. A nossa dissertação serve de homenagem ao movimento romântico e de elogio àqueles que respeitam a sua memória, continuando a amar os ambientes destas casas, erigidas ou apenas intervencionadas em Oitocentos, que encontramos descritas nos romances e opiniões de escritores notáveis como António Augusto Teixeira de Vasconcellos, Camilo Castello Branco, Eça de Queiroz. São eles que perpetuam os modos, gentes, vivências, preconceitos (e conceitos), aromas de tempos onde o passado nunca ficou perdido. Partindo do geral, e de uma caracterização abrangente, destacamos seis dos exemplos que nos pareceram relevantes em termos de ambientes decorativos românticos em casas nobres susceptíveis de exercerem uma influência relevante na época. Num plano mais específico e estrito, estudamos ambientes de outras casas, dispersas pelo Norte português, aos quais fazemos referência. Acresce ao interesse destes espólios, característicos do acervo de famílias de nobresa fidalga e burguesa (alguns dos quais já desmantelados), a descrição de bens – o que nos transporta para a realidade das grandes casas da Nobreza da Corte, fazendo apelo para uma nobreza em ascensão desde a segunda metade do século XVIII. Após a pesquisa de casas nobres, destacamos tanto ambientes preservados como recentemente desmantelados com partilhas. Consideramos as casas de Villar d` Allen e Visconde da Gândara (no Porto), Carmo, S. Cipriano e Sezim (em Guimarães) e Boavista (em Ponte da Barca), como exemplos a relevar. Villar d` Allen, apesar de ter sido remodelada inicialmente por João Allen, foi seu filho, Alfredo Allen, 1.º Visconde de Villar d’ Allen, que a transformou no museu vivo de curiosidades ligadas à família e de naturalia, que se mantém. De todas as estudadas, Villar d’ Allen é, porventura, uma das mais românticas na medida em que conserva todas as memórias e intervenções. A casa neoclássica erigida, no Porto Oriental, pelo 1.º Visconde da Gândara apresentava já aquecimento central por meio de caldeiras num piso subterrâneo. A Casa do Carmo, ligada à família dos condes de Margaride, em Guimarães, e que recebeu os últimos reis de Portugal, encontra-se despida do seu recheio, que dispersou pela família. (Infelizmente, sofreu obras recentes que desvirtuaram os seus interiores.) No mesmo concelho, Nicola Bigaglia (1841-1908) foi chamado a intervir em São Cipriano depois de projectar a casa que é hoje conhecida por Museu da Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira. Ao medievalismo primitivo acrescentou estéticas decorativas e arquitectónicas já enraizadas num Romantismo maduro que influenciou as primeiras décadas do século XX. Comparamo-la à Quinta de Pindela, cuja casa sofreu um último restauro e alargamento em 1885, operados pelo 2.º Visconde de Pindella, amigo pessoal de João Santiago (senhor de S. Cipriano) e pai de D. Júlia do Carmo, casada com um filho do 1.º Conde de Margaride que remodelou a casa para receber as Majestades. Também em Guimarães, distinguimos a possível contribuição do gosto de Auguste Roquemont (1804-1852) no papel de parede dos salões da Casa de Sezim. Este artista passou grandes estadas na referida localidade, deixando a sua marca por várias habitações que visitava como amigo e filho bastardo de um príncipe alemão. Já os ambientes da Casa da Boavista, em Ponte da Barca, foram concebidos em finais do século XIX por Bento Malheiro Pereira Pita de Vasconcelos, 4.º Visconde da Carreira. Apresentam gosto inglês, aparentado com Villar d’ Allen, sendo uma sua característica a farta luz proveniente das amplas aberturas que permitem o convívio com a natureza. A inspiração proveio da Casa da Carreira, dos Távora de Viana do Castelo, actualmente sede da Câmara Municipal. As obras oitocentistas foram realizadas em simultâneo, tendo os proprietários recorrido aos mesmos artífices. Nesta nossa dissertação importa-nos focar, como um todo, as artes decorativas no domínio privado que circulavam dos interiores para os exteriores com alguns elementos que permaneciam de tempos passados em viagem até à Idade Média. Foram elas produzidas em Portugal do século XIX e, já antes na Europa, pois a realidade nacional é sempre um reflexo tardio das tendências europeias. Se bem que, nesta época, muitos casos havia em que a moda ditada em Paris era logo seguida em Portugal. O expor bem, no sentido estético e na vontade de reter o olhar, não era significativo. O expor muito passou a ser um ideal – como acontece em Villar d` Allen, onde se voltou a constituir um pequeno museu de peças íntimas e memórias vivas, em homenagem a João Allen. Nos jardins, encontramos casas de fresco que se enquadram na arquitectura paisagística de formas ora geométricas ora pretensamente espontâneas. Salientamos os jardins labirínticos setecentistas do Paço de S. Cipriano, adaptados ao gosto romântico. A sua Casa de Manteiga é mesmo de arquitectura de raiz renascentista. Foi transportada para junto do tanque setecentista, com aranhões em forma de leão, em inícios do século XX. Nos próprios arbustos ou espécies arbóreas, talham-se esconderijos semelhantes a grutas onde se serviam bebidas exóticas como chá, café e chocolate. Os jardins e mata de Villar d` Allen, formados a partir de várias quintas, estão mais relacionados com o espírito romântico com percursos sinuosos, quase selvagens, pontuados por elementos arquitectónicos. Os jardins de Sezim ficam mais próximos deste ideal inglês onde as instalações da natureza, na natureza, beneficiavam de maior liberdade. De entre as espécies exóticas ressalvamos as cameleiras ou japoneiras trazidas para Portugal desde os Descobrimentos (primeiro da China, depois do Japão) que resultaram em espécies com nomes portugueses, como em Villar d’ Allen. Em termos dos arquivos existentes nas casas abordadas, deparamos com uma situação lacunosa. Não podemos afirmar que a documentação escasseie, pois a maior parte das casas estudadas tiveram a fortuna de se manterem no seio das mesmas famílias e de serem estimadas. No século XIX e inícios do século XX, havia uma real preocupação em acumular memórias e documentos (cartas, postais, recibos, cadernos de contas) e, destes arquivos desorganizados, dispersaram documentos fundamentais. Concluímos que tudo se interliga. Os artistas e executantes circulavam, apropriando-se de exemplos públicos e transpondo-os nos particulares. Os donos das casas mantinham relações com troca de saberes. Infelizmente, a maior parte dos estudos realizados e que importa concluir não cabe no tempo e espaço da presente dissertação, pelo que nos limitaremos a uma imagem de gosto (ou gostos) e ideais artísticos que sublinham a função social e cultural destes ambientes.
- Caminhando com o cinema português : um olhar sobre a produção cinematográfica em Portugal : cinema e audiovisual : 2010-2011Publication . Ribeiro, Fernando Jorge Monteiro; Nazareth, Adriano; Ruiz, CarlosEste trabalho centra-se na temática da produção cinematográfica em Portugal. A produção engloba-se em três fases cruciais: pré, produção e pósprodução. Geralmente são precisos meses ou anos para se iniciar um filme. A partir do momento em que existe um argumento já estruturado e concluído, cabe ao produtor decidir se o mesmo é exequível. Apesar dos problemas e da crise financeira que assola este início do século XXI, é acima de tudo o produtor, que desempenha um papel crucial, que tem de arranjar forma de tornar o filme possível através de uma avaliação concisa do mercado actual, de maneira a conseguir saídas financeiras para o projecto a concretizar (ainda em fase de argumento). Através da fundamentação e articulação com as funções desenvolvidas no Projecto Final, onde a produção faz parte do trabalho, este ensaio apresenta a forma como funciona a produção em cinema tanto em longa como em curta-metragem, usando um paralelismo e um ponto de comparação entre várias obras visualizadas ao longo dos últimos dez anos de produção em Portugal. Uma vez que fazer cinema no nosso país é difícil e envolve custos muito elevados, o nosso cinema precarece ainda de público, uma problemática que se vem acentuando cada vez mais ao longo dos anos. Mas porque acontece isto? Qual a maior razão para o público e cinema português viverem uma relação de “amor e ódio”? Como exemplo maior, o Observatório Europeu do Audiovisual registou num estudo, divulgado a 9 de Fevereiro de 2009, que Portugal foi, em 2008, o país europeu em que os espectadores de cinema menos viram filmes nacionais. Aliado a este estudo, ficou claro que a quota de mercado das produções portuguesas atingiu, só em 2008, apenas 2,5 por cento do total da audiência de filmes em salas de cinema. Este valor é ainda suportado pela chegada aos nossos cinemas da maior parte dos filmes americanos de grande orçamento, contrastando com aquilo que anualmente se faz no nosso país a nível de dinheiro e produções. E falando na globalidade das estreias cinematográficas, segundo dados anuais do ICA (Instituto do Cinema e Audiovisual), desde 2004 que o nosso país não leva aos cinemas mais de 17 milhões de espectadores. A receita total nesse ano, não contando com a inflacção, foi de € 71.085.245,37. “Artur”, curta-metragem no qual se insere a produção deste ensaio e que faz parte do Projecto Final, apresenta essencialmente a tal descrepância a nível de orçamento entre curtas e longas-metragens, centrando-se num nível de produção que actualmente é mais usado por cineastas portugueses: despender menos dinheiro, relatando histórias e filmar num formato de menor duração. Actualmente, produzem-se em Portugal mais curtas que longas-metragens, sendo que cada uma delas apresenta circuítos diferentes. Se as curtas passam muitas vezes unicamente por festivais, as longas já conseguem um mercado de sala (embora muito limitado).
- 40 anos de produção Dub : da tradição analógica à tecnologia digital : design de som : 2010-11Publication . Soberano, João Duarte Paiva Ribeiro; Martins, Luís Gustavo; Cordeiro, João; Joaquim, VítorO nascimento e progresso da sonoridade Dub são na presente dissertação estudados sob um olhar atento orientado, sobretudo, aos processos tecnológicos envolvidos na sua produção. Como resultado, além de um levantamento exaustivo sobre o tema proposto, são analisadas diferentes metodologias no ramo da captação, processamento, mistura, gravação vinil e divulgação da obra. Sendo o Dub uma forma de produção (ou reprodução) musical claramente enquadrada no contexto do Studio-art, a sua história (principais acontecimentos, artistas relacionados e equipamento utilizado) e análise interpretativa (os efeitos que esta iniciativa produziu na forma e estrutura da música) servirão para compreender e propor todo um conjunto de características que influenciaram a música de ontem e hoje. Neste estudo é ainda dado especial foco à implementação de processos estritamente tecnológicos na produção Dub, de que forma poderão ser ou não tidos como contraditórios da ideologia outrora criada, e à discussão se será justo afirmar que a nova vertente Digital Dub se enquadra ainda na estrutura desenvolvida no início da década de 70. Como resultado, será ainda detalhado o desenvolvimento de um Software autónomo de distribuição gratuita – Dub-it -, cuja principal função é a de proporcionar um novo conceito de mistura para produtores e simples entusiastas musicais, planeado para utilização ao vivo ou em estúdio.
- O produtor no contexto audiovisual nacional e internacional : desafios e soluçõesPublication . Sousa, Mafalda Morais Alçada Castelo-Branco; Caires, Carlos Sena; Carmona, Carlos RuizAo observar o cinema mundial, vemos que Hollywood é quem tem uma maior influência a nível de audiências, expansão comercial e mercado. No entanto, existe também um certo cinema Europeu que vale a pena ser reconhecido mundialmente. Esta afirmação faz-nos colocar uma série de perguntas: O que faz com que o Cinema Europeu, especificamente o cinema Português, não tenha tanto sucesso como o de Hollywood a nível de abrangência comercial? É uma situação actual ou já é algo que se tem observado ao longo das últimas décadas? De que forma é que o produtor cinematográfico pode influenciar este acontecimento? Estas questões levam-nos a tentar compreender quais as variantes que existem, quer nacionalmente, quer internacionalmente, que influenciam ou influenciaram a adesão do(s) público(s) e a compreensão dos filmes por parte da(s) audiência(s). Esta dissertação está igualmente ligada ao Projecto Final de Mestrado em Som e Imagem, especialização em Cinema e Audiovisual: a curta-metragem de ficção “Artur”. Neste projecto assumi o cargo de Produtora, e como tal, serviu como base para a aplicação da investigação acerca do papel do produtor cinematográfico no contexto audiovisual nacional e internacional. Portugal está a crescer do ponto de vista da produção de filmes e a fazer notar-se no mundo cinematográfico. Feito que há muito ansiava por alcançar, por isso é necessário perceber de que forma se pode aproveitar este acontecimento, de maneira a poder dar a conhecer mais material cinematográfico nacional. Quantidade não significa qualidade, mas quanto mais quantidade houver, mais experiência existe, melhor performance há e, por isso, é muito provável que um maior número de filmes de qualidade sejam produzidos.
- Descíamos de olhos fechados para podermos ver a subida : consciência, realidade, tempo : cinema e audiovisual : 2010-2011Publication . Alvim, Marta; Caires, Carlos Sena
- Para uma nova representação da perspectiva existencialista de Vergílio Ferreira na cinematografia : argumento : 2010-2011Publication . Fardilha, Francisco Miguel Costa Leite de Sá; Nazareth, AdrianoA Revolução Industrial trouxe à Humanidade bem mais do que máquinas e produtividade. Alterou, em concomitância, a concepção que existia até então quanto ao papel desempenhado pelo Homem na sociedade e fez com que, no início do século XX, muitos seres humanos se concebessem como átomos insignificantes de uma grande e implacável engrenagem. Da pintura ao bailado, passando pela literatura e pelo cinema, o movimento existencialista surgiu como uma necessidade de responder a esta desumanização, trazendo de novo à discussão as grandes questões da essência humana. Procurou devolver ao Homem, enquanto indivíduo, a capacidade de dinamizar e operar a mudança, reacendendo, em simultâneo, as dúvidas originais. Vergílio Ferreira foi um dos expoentes máximos do existencialismo em Portugal, especialmente numa segunda fase da sua obra. Através de romances como Para Sempre, Manhã Submersa ou Cântico Final, explorou todas as dimensões da mortalidade humana e induziu nos seus leitores mais atentos o sentimento de angústia permanente que o obsidiava. Entre as décadas de 70 e 80, Manuel Guimarães, primeiro, e Lauro António, depois, procuraram transferir o ambiente vergiliano para o cinema. Antes de propormos um exercício de adaptação de Aparição, procuraremos analisar e compreender os métodos, motivações e o sucesso dos esforços desenvolvidos por estes realizadores.
- Iluminação exterior de ambientes frios em animação 3DPublication . Bernardo, Gustavo de Almeida; Kunz, Sahra; Rema, JoãoA dissertação apresentada faz uma análise a um processo indispensável na produção de qualquer projecto de animação 3D, a iluminação. A análise terá como base o leque de ferramentas que o Maya dispõe para o efeito e a forma como a luz se porta em cenários distintos. A investigação acompanhou o Projecto Final do Mestrado em Animação por Computador, que teve inicio em Setembro de 2009 e terminou em Julho do ano seguinte, dando origem à curta metragem “Holidays o’Nice”. Na parte mais teórica deste trabalho é de realçar a pesquisa efectuada sobre a física das cores como a sua medição e reprodução, sendo um tema completamente desconhecido para mim e que despendeu de algum tempo para o perceber. É também apresentada uma análise detalhada do trabalho prático que descreve ao pormenor todas as fases de pré-produção, produção e pós-produção por que a curta “Holidays o’Nice” passou durante o período de tempo da disciplina na qual estava integrada. O trabalho, na sua globalidade, dá uma ideia de como a iluminação é importante para o resultado final de uma imagem gerada por computador, tentando explicar os passos que o iluminador precisa de seguir, desde a posição das luzes em sítios estratégicos até ao processo final de render que tem como resultado a imagem. No que diz respeito ao trabalho prático, pude concluir que, das três fases de produção de uma curta-metragem deste género, a pré-produção assume um papel importantíssimo para o resultado positivo de qualquer animação em 3D e que, se esta for seguida consoante a sua planificação, a carga de trabalho irá ser mais fácil de acompanhar ajudando os autores a não se perderem em coisas que possivelmente depois nem irão ter grande relevo no filme.
- Construção de personagensPublication . Ribeiro, Maria Beatriz Gouveia; Nazareth, AdrianoEste trabalho pretende ser o estudo de um valorizado tema, implícito quando a palavra “argumento” é referida: personagens, neste caso, construção de personagens. Para isso, é colocada, logo à partida, uma questão fulcral: “o que é uma personagem”? A representação de alguém? Uma história qualquer? Os traços físicos de alguém que irá protagonizar uma história? Os seus traços psicológicos? Ambos? A interpretação de um actor? Uma vida ficcionada? Tudo isso pode estar na base da construção de uma personagem. Segundo a wikipédia1, a enciclopédia livre online, uma personagem “... é qualquer ser vivo de uma história ou obra. Pode ser um humano, um animal, um ser fictício, um objecto ou qualquer coisa que o autor inventar. Também podem ter nomes ou não, e ter qualquer tipo de personalidade. Personagens são encontradas em obras de literatura, cinema, teatro,televisão, desenho, videojogos, marketing e etc. No caso de cinema, teatro e televisão são representados por actores.” Mas o certo é que uma pedra pode ser uma personagem. E uma pedra não é um ser vivo. É, quanto muito, um objecto transformado em ser vivo para a redacção daquela história. Responder à questão colocada é realmente difícil, já que qualquer resposta pode ser considerada incompleta. Seria quase como perguntar o significado da palavra humano. Se um humano for objectificado a questão é de fácil resposta: é um animal racional; um membro da espécie de primata bípede (Homo Sapiens), recorrendo uma vez mais à enciclopédia livre. Mas depois, é necessário alargar a pesquisa e dizer que um humano tem cérebro, sensações e sentimentos. Com o tópico das personagens, a dificuldade é a mesma. Uma personagem é encarada como um ser humano. Tem uma história de vida pessoal. Teve pai e mãe. Ou não. Teve uma casa. Ou viveu na rua. Sentiu dor ou sentiu felicidade. Viveu ou morreu. E depois surge na história que é abordada: a história principal, aquela que dá origem ao filme. Mas a personagem tem uma vida por detrás daquilo que é apresentado ao espectador. E é essa vida que permite a alguém conhecer a personagem e interpretá-la. É essa vida que consitui a personalidade que um actor adopta para si mesmo, para um filme. No entanto, personagens não são seres humanos. Robert McKee2 acrescenta, na sua obra Story3, que há uma tendência para encarar as personagens como se fossem parte da realidade, mas que, na verdade, são superiores há realidade. A explicação dada para isto é o facto de as personagens serem criadas para serem entendidas, conhecidas, embora um ser humano, com toda a sua complexidade, possa não o ser. O autor salienta que as personagens são mais bem conhecidas que os nossos próprios amigos.Para esclarecer este tema, “personagens” (e, em especial, a sua construção) é introduzido o projecto final (paralelamente desenvolvido neste último ano de especialização) e são estudadas algumas estratégias utilizadas por alguns teóricos (nomeadamente Robert McKee, Linda Seger, Constantin Stanislavski, Michael Halperin e Michael Checkhov) no intuito de perceber quais as estratégias por mim utilizadas, no desenvolvimento do referido projecto final. São ainda analisadas algumas personagens já existentes no meio audiovisual (tais como Aaron Stampler / Roy de Primal Fear4, Narrador de Fight Club5, Derek Vinyard de American History X6; Benjamin L. Willard e Walter E. Kurtz de Apocalypse Now7 – segundo o documentário Hearts of Darkness: a Filmmaker’s Apocalypse8, entre outros) e são evocados alguns filmes para suportar e exemplificar o que é dissertado, bem como é descrito todo o processo de criação das personagens do meu projecto final, servindo este como exemplo base desta dissertação. É salvaguardado um capítulo no qual serão colocadas várias questões na intenção de abrir horizontes sobre a construção de personagens em si. São reflectidos e discutidos alguns autores no intuito de proceder à ligação entre pensamentos, não optando por um só, mas sim lembrando que pode haver conjugação entre eles. Durante o estudo para a presente dissertação, a autora percebeu que este campo é bastanto mais vasto do que realmente tinha em conta. No entanto, há ainda pouco material escrito. Neste contexto é pretendido elucidar o leitor acerca de vários aspectos, não tomando tudo o que é dito como um facto, mas como discussões abertas e tópicos que geram mais hipóteses. É necessário ter em conta que a aprendizagem de qualquer tema é sempre contínua e, tal como não deve ser desprezado o que já foi estudado, não deve ser ignorada qualquer questão acrescentada ao longo do tempo.
- Modelação do rosto humano realista : animação por computador : 2010-2011Publication . Barros, Jorge Nuno Dinis de; Barbosa, Álvaro; Kunz, Sahra; Megre, RicardoAté à data, o cinema de animação conta as histórias de personagens que representam animais ou máquinas, criaturas oriundas do imaginário ou até humanos em forma de cartoon. O grande desafio permanece a concepção de um filme de animação com personagens humanos fotorrealistas; as tentativas nesse sentido têm sido alvo de críticas, por despertarem um desconforto psicológico no espectador, ao observar algo que parece e se move quase como um humano. No entanto, o facto de, em menos de 20 anos, a indústria da criação digital ter evoluído do jogo Pac-Man para o filme Beowulf – em que os actores são todos gerados por computador e, contudo, facilmente reconhecíveis – deixa acreditar que não tardará muito para que se torne difícil distinguir entre actores reais e digitais. Também a indústria dos videojogos tem apostado cada vez mais no aspecto fotorrealista, a par da contínua evolução das plataformas, embora tenha sempre o cuidado de usar baixas resoluções, de modo a que o computador possa gerar as imagens em tempo real, tornando assim possível a jogabilidade. Todavia, uma grande parte dos videojogos contém excertos cinematográficos em que a modelação e animação são criadas tão fotorrealisticamente quanto possível, dado que as imagens são geradas previamente. As personagens constituem um dos elementos mais fulcrais de qualquer história, se não o mais importante. Sem elas, não há história. Quando se trata de um filme ou de uma animação, a importância da personagem ganha outra dimensão, em que a sua aparência, o modo como se move e as suas expressões faciais ajudam muitas vezes a contar a história e a passar sentimentos ao espectador. O rosto é, sem qualquer dúvida, o elemento mais importante de uma personagem; não é por acaso que, normalmente, quando duas pessoas conversam, se olham face a face. Através do rosto, expressamo-nos emocionalmente, consciente ou inconscientemente. Esta dissertação propõe-se acompanhar o processo de criação do modelo tridimensional do rosto de uma personagem humana masculina realista. Terá como ponto de partida a concepção das imagens que lhe servirão de referência, passando por uma breve abordagem às ferramentas e técnicas de modelação no software Maya, da Autodesk, enunciando posteriormente o método de modelação de cada um dos elementos que constituem o rosto humano. Seguidamente, acompanhará a transição do modelo para o software ZBrush, da Pixologic, onde o nível de realismo do rosto será elevado com recurso a ferramentas mais intuitivas.