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Este trabalho centra-se na temática da produção cinematográfica em
Portugal. A produção engloba-se em três fases cruciais: pré, produção e pósprodução.
Geralmente são precisos meses ou anos para se iniciar um filme. A partir
do momento em que existe um argumento já estruturado e concluído, cabe ao
produtor decidir se o mesmo é exequível. Apesar dos problemas e da crise
financeira que assola este início do século XXI, é acima de tudo o produtor, que
desempenha um papel crucial, que tem de arranjar forma de tornar o filme possível
através de uma avaliação concisa do mercado actual, de maneira a conseguir
saídas financeiras para o projecto a concretizar (ainda em fase de argumento).
Através da fundamentação e articulação com as funções desenvolvidas no
Projecto Final, onde a produção faz parte do trabalho, este ensaio apresenta a forma
como funciona a produção em cinema tanto em longa como em curta-metragem,
usando um paralelismo e um ponto de comparação entre várias obras visualizadas
ao longo dos últimos dez anos de produção em Portugal. Uma vez que fazer cinema
no nosso país é difícil e envolve custos muito elevados, o nosso cinema precarece
ainda de público, uma problemática que se vem acentuando cada vez mais ao longo
dos anos. Mas porque acontece isto? Qual a maior razão para o público e cinema
português viverem uma relação de “amor e ódio”? Como exemplo maior, o
Observatório Europeu do Audiovisual registou num estudo, divulgado a 9 de
Fevereiro de 2009, que Portugal foi, em 2008, o país europeu em que os
espectadores de cinema menos viram filmes nacionais. Aliado a este estudo, ficou
claro que a quota de mercado das produções portuguesas atingiu, só em 2008,
apenas 2,5 por cento do total da audiência de filmes em salas de cinema. Este valor
é ainda suportado pela chegada aos nossos cinemas da maior parte dos filmes
americanos de grande orçamento, contrastando com aquilo que anualmente se faz
no nosso país a nível de dinheiro e produções. E falando na globalidade das estreias
cinematográficas, segundo dados anuais do ICA (Instituto do Cinema e Audiovisual),
desde 2004 que o nosso país não leva aos cinemas mais de 17 milhões de
espectadores. A receita total nesse ano, não contando com a inflacção, foi de €
71.085.245,37.
“Artur”, curta-metragem no qual se insere a produção deste ensaio e que faz
parte do Projecto Final, apresenta essencialmente a tal descrepância a nível de orçamento entre curtas e longas-metragens, centrando-se num nível de produção
que actualmente é mais usado por cineastas portugueses: despender menos
dinheiro, relatando histórias e filmar num formato de menor duração. Actualmente,
produzem-se em Portugal mais curtas que longas-metragens, sendo que cada uma
delas apresenta circuítos diferentes. Se as curtas passam muitas vezes unicamente
por festivais, as longas já conseguem um mercado de sala (embora muito limitado).
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Keywords
Produção cinematográfica Cinema português Público Audiências Artur