Escola das Artes
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Browsing Escola das Artes by advisor "Afonso, José Ferrão"
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- Estudo e tratamento de uma pintura sobre madeira, Jesus carregando a Cruz, do século XVIPublication . Parreira, Miguel Amorim Ferreira Araújo; Aguiar, Maria Cunha Matos Lopes Pinto Leão; Afonso, José FerrãoO estágio a que este relatório se refere foi realizado no âmbito do Mestrado em Conservação e Restauro de Bens Culturais e teve lugar no edifício de Conservação e Restauro da Escola das Artes da Universidade Católica do Porto. Inserindo-se no âmbito da especialização escolhida, pintura sobre madeira, foi feito um tratamento de conservação e restauro num painel. A obra, objeto de estudo e de tratamento, é uma pintura a óleo sobre madeira, de mestre ou oficina desconhecidos, datada do século XVI, que representa Jesus Carregando a Cruz. É propriedade da Santa Casa da Misericórdia, do Porto e, visto tratar-se de uma aquisição muito recente, existe pouca informação sobre a obra. Ao longo do estágio, foi feito o enquadramento histórico, artístico e iconográfico da obra; além disso, procedeu-se ao seu estudo material e técnico. A intervenção de conservação e restauro era necessária, sobretudo a nível estrutural, visto que a pintura tinha sofrido um profundo ataque de insetos xilófagos e de térmitas que fragilizou as tábuas. A fim de complementar esta necessidade, também foram ensaiados sistemas de molas para permitir a planificação de painéis de madeira constituídos por uma ou mais tábuas. As decisões tomadas ao longo do estágio corresponderam às necessidades da obra, tendo sempre um critério de conservação que primasse pela longevidade da obra.
- Francisco Correia, o mesmo nome para dois pintores maneiristas : estudo artístico e técnico-material das suas obras, documentadas e atribuídasPublication . Santos, Sofia Martins dos; Afonso, José Ferrão; Calvo, Ana; Frade, José CarlosA presente tese iniciou-se com um objectivo: traçar o percurso biográfico e a caracterização estilística, técnico e material da produção de Francisco Correia, um pintor quinhentista da cidade do Porto. Todavia, no decorrer da análise documental efectuada, surgiram diversas in-congruências que remeteram para a possibilidade de terem existido, na mesma época, dois pintores com o mesmo nome, provenientes da mesma cidade, mas com actividade assinalada em anos diferentes: um activo entre 1568 e cerca de 1580 e o outro a partir da década de noventa. Este facto, aliado às dissemelhanças estilísticas entre as obras, de autoria documentalmente comprovada, associadas ao que se pensava ser um único pintor, reforçou ainda mais esta hipótese. Assim, a actividade documentada, entre 1568 e 1613, daquele que se julgava tradicionalmente ser o único artista quinhentista denominado Francisco Correia, passou a estar dividida em dois períodos, o primeiro referente a Francisco Correia I, autor dos painéis de Santo Estêvão de Valença, entre outras obras atribuídas, e o segundo respeitante a Francisco Correia II, que participou na execução das bandeiras processionais da Misericórdia do Porto, dedicadas ao tema da Paixão de Cristo. Tendo em conta que a análise estilística das obras evidencia diferenças que sugerem a possibilidade de haver dois artistas envolvidos, pretendeu-se igualmente encontrar algumas expressões dessas diferenças nos materiais e técnicas empregues, com recurso a diferentes registos fotográficos, bem como à análise físico-química dos materiais, realizada através da microscopia óptica (MO), fluorescência de raios X dis-persiva de energia (EDXRF), microscopia electrónica de varrimento com espectrome-tria de raios x dispersiva de energia (SEM-EDS) e espectroscopia de infravermelhos com transformada de Fourier (micro-FTIR), que possibilitou reconhecer algumas ca-racterísticas da técnica pictórica de Francisco Correia I, que difere da técnica pictórica das obras atribuídas a Francisco Correia II. A conjugação de todos os elementos obtidos no decurso desta investigação per-mitiram uma caracterização da obra de Francisco Correia I, confirmando atribuição de obras que lhe já estavam atribuídas e reconhecendo algumas obras como não sendo da sua autoria. Relativamente ao Francisco Correia II, constatou-se que todas as obras que lhe estavam atribuídas não são da sua autoria e, da sua produção, apenas foi pos-sível caracterizar técnica e materialmente as bandeiras processionais da Paixão de Cristo, trabalho realizado com mais três artistas, nas quais foram utilizados os mesmos materiais. Visto que não existiu, também, qualquer diferença na forma como esses materiais foram aplicados, não foi possível reconhecer alguma particularidade própria, em relação aos outros artistas que trabalharam nas bandeiras processionais com Fran-cisco Correia II.
- Intervenção de conservação e restauro de uma escultura em madeira policromada do séc. XVIIIPublication . Neto, Ana Catarina Santos; Mendes, Nuno Filipe Camarneiro; Felizardo, Carla; Afonso, José FerrãoO estágio centrou-se no tratamento de conservação e restauro de uma escultura em madeira policromada, Deus Pai, datada dos finais do Séc. XVIII cedida pelo Museu da Misericórdia do Porto. A intervenção decorreu nas Oficinas do Centro de Conservação e Restauro da Universidade Católica Portuguesa- Escola das Artes. Foi realizado o levantamento histórico e iconográfico da obra, o estudo analítico e posterior intervenção de conservação e restauro. A escultura Deus Pai, tratando-se de um objeto religioso e com um propósito museológico, foi submetida a um tratamento conservativo. Desta forma não se cria um “falso histórico” devido à ausência de documentos e fotografias do mesmo, assim como à reduzida ou inexistência de obras com o mesmo caracter iconográfico, semelhantes à obra em estudo. Realizaram-se estudos que permitiram a compreensão do contexto histórico e artístico dos materiais e das técnicas decorativas, tendo sido realizados as seguintes técnicas analíticas: fluorescência induzida por radiação ultra-violeta, fotografias a dino-lite, identificação da madeira, raman e xrf. O bem cultural, foi intervencionado tendo em consideração a estabilização física, a restituição da funcionalidade e a devolução de leitura que foi alterada com o aparecimento da camada de preparação aquando do destacamento da policromia. Existiram diversos desafios durante o processo, que geraram dúvidas, porém após um consenso foram ultrapassados tendo em conta a escultura e a sua finalidade artística. A falta de documentação com informações relativas à escultura, tornou-a num desafio, sendo necessária uma extensa pesquisa de forma a decifrar a sua atribuição e data de execução. Quanto ao autor e local onde permaneceu até pertencer ao Museu da Santa Casa da Misericórdia ainda é uma incógnita.
- A paisagem patrimonial de S. João da Pesqueira : contributos para a sua gestão e valorizaçãoPublication . Oliveira, Artur Jorge Fernandes; Afonso, José FerrãoEsta investigação analisa o território e a paisagem de S. João da Pesqueira ao longo de um período histórico com cerca de sete mil anos. Nessa estreita relação resultaram recursos patrimoniais que são objeto de uma proposta de gestão e valorização. Tendo como objeto de estudo S. João da Pesqueira e o palimpsesto que forma a sua história, é importante relacionar estes momentos no contexto do Douro. Inicialmente, demarcamos o percurso que une o conceito de monumento ao da paisagem cultural e através dele, procuramos interpretar a paisagem patrimonializada do Douro, realidade geográfica, social, económica, histórica e cultural em que se localiza S. João da Pesqueira. Nesta realidade realizamos uma evolução do território, a conjugação entre o rural e o urbano, suas especificidades e interdependências. Esta relação determinará as caraterísticas do futuro território e as diferentes espessuras dos momentos da sua história. Território assumidamente de construtores diários de património num espaço de produção e vida, na longa relação de interdependência entre pessoas e paisagem. Estes momentos e os seus recursos patrimoniais, a dispersão, localização e caraterísticas neste território representam esta realidade cultural. A sua espacialidade e representatividade são cuidadosamente analisadas na escala do território. A estes recursos podem ser associados desafios. Para S. João da Pesqueira torna-se necessário geri-los e valorizá-los na sua escala e especificidade, sobre o significado e valor cultural do Douro. Através de uma perspetiva e visão global, da avaliação da gestão existente, da recomendação de uma cadeia operativa na figura da municipalidade local, são perspetivadas propostas de gestão e valorização para o património que integra esta realidade cultural.
- As pinturas de tectos em caixotões no norte de Portugal : séculos XVII e XVIII : estudo técnico, material e de conservaçãoPublication . Gonçalves, Ana Rita Duarte Carqueja Rodrigues; Calvo, Ana; Afonso, José Ferrão; Frade, JoséA presente investigação aborda o estudo histórico, estilístico e formal de pinturas em tectos de caixotões do Norte de Portugal entre os séculos XVII e XVIII incluindo uma parte analítica relativa a materiais e técnicas de execução e seus problemas de conservação. Os objectivos da investigação foram, principalmente, clarificar e identificar as formas, as temáticas, os tipos de tectos, assim como os materiais e as técnicas utilizados e os problemas de conservação inerentes a este género artístico. Neste trabalho foram estudados 132 tectos, tendo-se realizado uma análise estilística e formal, com principal foco nos perfis, nos formatos, nos tipos de suporte, nas temáticas e na gramática decorativa presente. Do universo das obras estudadas, elegeram-se cinco casos de estudo, com o objectivo de se realizar uma análise exaustiva relativamente à sua contextualização histórica, temáticas e aspectos morfológicos, bem como aos materiais e técnicas utilizados para a sua execução. Nos casos estudados é comum a madeira como suporte, existindo outros materiais tais como a pedra e a tela, que serão abordados sumariamente. Para o estudo detalhado realizaram-se registos das pinturas utilizando várias técnicas fotográficas, entre as quais se destacam a fotografia de infravermelho e a fotografia da fluorescência gerada pela radiação ultravioleta. Posteriormente, procedeu-se à realização de diversas análises físico-químicas, com o objectivo de caracterizar técnica e materialmente as pinturas desses tectos. Assim, de forma a ser possível identificar os aglutinantes e pigmentos aplicados nas pinturas, recorreu-se à microscopia óptica (MO), à espectrometria de fluorescência de raios-X dispersiva de energia (EDXRF), à micro-espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (micro-FTIR), à realização de testes de coloração e ao exame morfológico de fibras têxteis. Os resultados obtidos nos casos de estudo permitiram identificar, para além de aspectos morfológicos e estilísticos, os principais materiais e técnicas utilizados. De destacar a utilização de preparações em que a presença de gesso, carbonato de cálcio e branco de chumbo aglutinados em óleo e, por vezes, também em material proteico. Todavia, as preparações coloridas foram muito utilizadas, sobretudo compostas por pigmentos terra. Em alguns casos, foram aplicadas imprimituras sobre as preparações brancas ou claras, que conferiam uma base colorida, permitindo ao pintor tirar partido na construção das cores, deixando-a, por vezes, intencionalmente a descoberto. Em termos de aglutinantes pictóricos, o óleo foi dominante em todos os casos de estudo e os pigmentos nele aglutinados inserem-se no grupo de materiais disponíveis na época.
- Reintegração cromática da pintura maneirista “A Flagelação de Cristo” : problemáticas da reintegração de desgastes no equilíbrio entre a fruição estética e o respeito pela historicidade da obraPublication . Moreira, Paula Maria dos Santos Trindade; Aguiar, Maria; Afonso, José FerrãoOriginário do século XVI, o objeto de estudo nesta dissertação é uma pintura sobre tábua proveniente do Mosteiro de Ancede, no Norte de Portugal. Provavelmente oriunda de um antigo retábulo daquela Igreja apresenta-se como um bom exemplo daquilo que foi a pintura maneirista em Portugal. Com o tema da “Flagelação de Cristo”, crê-se, pelo investigado, que fará parte de um conjunto retabular de que são conhecidas mais quatro pinturas idênticas, atribuíveis ao mesmo artista ou escola. Alvo de intervenções anteriores, a pintura, em razoável estado de conservação no geral, apresentava, como problema mais evidente, a presença generalizada de desgastes que, incidindo fortemente nas zonas de carnação das figuras representadas, dificultavam a leitura da obra pelo observador. E, curiosamente, apresentava decisões controversas na hora de “tratar” estas mesmas falhas na pintura, exibindo reintegração do topo inferior, dando continuidade ao pavimento original da cena, deixando porém a lacuna de grande proporções que abarcava todo o topo superior e interferia seriamente com a correta leitura da parte superior da cena à mercê de um mero repinte verde que em nada se fundia com a cena original, criando ainda mais ruído em comparação com uma hipotética assunção da falta das camadas pictóricas e a opção por deixar, apenas, a madeira do suporte à vista. Quanto às restantes lacunas de menores dimensões, e os desgastes dispersos por toda a cena, incluindo os rostos das personagens, e portanto localizados em sítios chave para leitura da representação, encontravam-se por tratar. Assim, e perante tão pouca evidência da existência de um critério para a postura a assumir perante a existência de desgastes em pintura, se definiu o objeto de estudo desta dissertação – a reintegração de desgastes – opção, ainda hoje, repudiada por alguns, nomeadamente por razões como o eventual comprometimento da originalidade da obra pela sobreposição da intervenção de conservação ao original, mas defendida por outros pela devolução da leitura à obra em nome da sua integridade física e também para fruição do observador, sobretudo em obras a culto.