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- Reintegração cromática da pintura maneirista “A Flagelação de Cristo” : problemáticas da reintegração de desgastes no equilíbrio entre a fruição estética e o respeito pela historicidade da obraPublication . Moreira, Paula Maria dos Santos Trindade; Aguiar, Maria; Afonso, José FerrãoOriginário do século XVI, o objeto de estudo nesta dissertação é uma pintura sobre tábua proveniente do Mosteiro de Ancede, no Norte de Portugal. Provavelmente oriunda de um antigo retábulo daquela Igreja apresenta-se como um bom exemplo daquilo que foi a pintura maneirista em Portugal. Com o tema da “Flagelação de Cristo”, crê-se, pelo investigado, que fará parte de um conjunto retabular de que são conhecidas mais quatro pinturas idênticas, atribuíveis ao mesmo artista ou escola. Alvo de intervenções anteriores, a pintura, em razoável estado de conservação no geral, apresentava, como problema mais evidente, a presença generalizada de desgastes que, incidindo fortemente nas zonas de carnação das figuras representadas, dificultavam a leitura da obra pelo observador. E, curiosamente, apresentava decisões controversas na hora de “tratar” estas mesmas falhas na pintura, exibindo reintegração do topo inferior, dando continuidade ao pavimento original da cena, deixando porém a lacuna de grande proporções que abarcava todo o topo superior e interferia seriamente com a correta leitura da parte superior da cena à mercê de um mero repinte verde que em nada se fundia com a cena original, criando ainda mais ruído em comparação com uma hipotética assunção da falta das camadas pictóricas e a opção por deixar, apenas, a madeira do suporte à vista. Quanto às restantes lacunas de menores dimensões, e os desgastes dispersos por toda a cena, incluindo os rostos das personagens, e portanto localizados em sítios chave para leitura da representação, encontravam-se por tratar. Assim, e perante tão pouca evidência da existência de um critério para a postura a assumir perante a existência de desgastes em pintura, se definiu o objeto de estudo desta dissertação – a reintegração de desgastes – opção, ainda hoje, repudiada por alguns, nomeadamente por razões como o eventual comprometimento da originalidade da obra pela sobreposição da intervenção de conservação ao original, mas defendida por outros pela devolução da leitura à obra em nome da sua integridade física e também para fruição do observador, sobretudo em obras a culto.