Loading...
4 results
Search Results
Now showing 1 - 4 of 4
- O pensamento estético e as bases da consciência ético-política à luz da fenomenologia de Mikel DufrennePublication . Morais, Carlos BizarroÉ nossa intenção, com este trabalho, contribuir para a análise das implicações entre a experiência estética e a experiência dos valores sociais e políticos, duas modalidades fundamentais da nossa experiência do mundo. Esta análise tem como ponto de referência o conjunto dos textos do filósofo Mikel Dufrenne, nos quais desenvolve mais sistematicamente tais questões, nomeadamente os textos: Art et politique (1974); “Comment peut-on aller au cinéma?” (1976); “Création et engagement politique” (1976); “L’art de masse existe-t-il?” (1976); Subversion, Perversion (1977); “Arte e società” (1981); “Le spect-acteur du film” (1981); “Vie de l’art, art de la vie” (1989); “Révolution dans l’art?” (1990). Nesta linha, interessa-nos explorar as relações teórico-práticas entre os dois campos da experiência humana, especialmente, o modo como a vivência da aisthesis promove, no domínio da ação política, a consciência de um ideal de justiça e de equilíbrio. A importância da abordagem de M. Dufrenne é, quanto a nós, justificada triplamente. Desde logo, pelo facto de se mover no interior de uma fenomenologia aberta à filosofia da ação ética e política. Em segundo lugar, por articular a kantiana contemplação “desinteressada” da beleza e do sublime com a dimensão comunitária da existência. Finalmente, pelo entrecruzamento de um a priori afetivo - transcendental e fundamento ontológico/metafísico da relação do sujeito com mundo - com a experiência da aisthesis, inserida na temporalidade e na historicidade da polis. Em síntese, esta abordagem é portadora de um contributo de relevo para o equacionamento do papel da arte e da experiência estética na encruzilhada em que hoje se encontra o pensamento e a ação política.
- O impulso metafísico na experiência estética : itinerário da fenomenologia "afectiva" de Mikel DufrennePublication . Morais, Carlos; Garcia, Mário Rosa da SilvaA presente investigação centrar-se-á na obra de Mikel Dufrenne dedicada à reflexão estética, especialmente naquela em que o autor explicita mais sistematicamente a sua concepção de experiência estética. Pretende-se averiguar se, nos limites dessa concepção, admite a possibilidade de uma dimensão metafísica interior ao processo da vivência estética, e em que bases filosóficas estabelece essa possibilidade. Sendo uma hipótese controversa, esperamos assim, modestamente, contribuir para a valorização crítica do legado estético e filosófico que Mikel Dufrenne nos deixou através da sua estimulante obra, no ano em que se comemoram o centenário do seu nascimento e os quinze anos da sua morte (1910-1995). Mais amplamente, é nosso desejo – através das pistas daquele autor – trazer de novo para o miolo do debate estético as instâncias da reflexão ontológica e metafísica que têm sido secundarizadas desde que as vagas do relativismo pós-moderno invadiram o debate cultural e filosófico. Seguiremos o autor na fixação de uma versão fenomenológica da estética, a fim de sublinhar que já nesse projecto conceptual é possível encontrar opções metodológicas e sistemáticas originais que apontam para a presença de um “impulso” que rompe com as delimitações categoriais do vivido. O alinhamento temático que proporemos nos capítulos dois e três pretende consolidar a imagem de uma experiência estética que evolui gradualmente para patamares mais intensos e profundos da vivência, e cujo âmbito de implicação fenomenológica, antropológica e ontológica nos consolida a convicção de estarmos diante de uma seiva metafísica que a alimenta. Contudo, estamos conscientes de que Dufrenne hesitou bastante no momento de traduzir filosoficamente este horizonte de sentido metafísico da experiência estética. Este facto também terá contribuído para que outros intérpretes fossem levados a formular leituras bastantes discrepantes daquela que aqui propomos. Porém, tal como pretendemos mostrar no último capítulo, não é este défice de explicitação que nos impedirá de encontrar os frutos estéticos e afectivos, espirituais e intelectuais que provêm da experiência estética fluidificada pela abertura metafísica, ou seja, pela abertura ao absoluto. Dado apresentarmos essas conclusões, estamos convictos de que o itinerário de Mikel Dufrenne, enquanto fenomenólogo, ficou mais completo e credível.
- Da presença de Schelling na estética ontológica de Mikel DufrennePublication . Morais, Carlos BizarroProblematizaremos a influência da ideia de Natureza de Schelling no pensamento estético de Dufrenne. Uma influência estruturante mas controversa, dada a sua implicação na perceção-limite que ela auspicia: de indiferenciação, em que sujeito e objeto mutuamente se aderem e se constituem, numa correlação a priori. Ora, esta prodigalidade da Natureza manifesta- -se ao propiciar a referida simbiose, e sobretudo ao tornar presente, deixando-o jorrar, um sentido bruto/selvagem, incipiente mas explícito para apontar uma direção de causalidade poiética, gerando a possibilidade de uma interpretação ontológico-metafísica. Torna-se assim tangível uma matriz instauradora, aproximável pela dimensão estético-artística da existência. Daí o seu interesse crítico.
- Towards an aesthetic of intimacy. A contribution to the critique of Mikel DufrennePublication . Morais, Carlos BizarroAcross the works of Mikel Dufrenne, the category of intimacy occurs almost always as a way to heighten the attributes of reciprocity, sharing, close friendship and communion of feelings which shape the bond between spectator and aesthetical object or artwork at the core of the aesthetic experience. In this sense, intimacy is a reticular concept, interchangeable with “profoundness”, “interiority”, “connaturality”. Hence, the aesthetic experience is, in a way, a zenith of intimacy, a paradigm of “intimate life”, namely, the moment where spectator, artist and the work disrobe and reveal themselves – in other words, when they mutually share the complicit removal of the veils concealing them. However, contrary to what such openness could suggest, the intimacy experienced herein does not designate a secret event, not even a private slice of the above actors’ hidden life. Intimacy is not placed in the domain of “intimism”, of particular affection, which a certain psychoanalysis tends to highlight. Converting intimacy into a pretext or grounds for a clinic, psychoanalytic function is of no interest to Mikel Dufrenne, as it corrupts the very aesthetic process. In this interpretative context, we intend, first and foremost, to consider the theoretical implications of Mikel Dufrenne’s proposal about the theme of intimacy. We also intend to demonstrate that, by shielding the category of intimacy from the quite frequent risks of instrumentalisation, intimacy becomes available to assist in renovating the meaning of overarching phenomenological themes, such as intentionality and constitution. We also aim at illustrating how the aesthetic experience is a naturally intimate relationship, bestowing it with an ontological dimension from the very beginning. Following on this interpretation, quite beyond what the author made explicit, we wish to contribute to the proper critical appraisal of the thought of one of the greatest aesthetic philosophers - Mikel Dufrenne.