FCH - Teses de Doutoramento / Doctoral Theses
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Browsing FCH - Teses de Doutoramento / Doctoral Theses by Sustainable Development Goals (SDG) "08:Trabalho Digno e Crescimento Económico"
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- Imprensa regional : o jornalismo de proximidade em Portugal na era digitalPublication . Monteiro, Paulo António Leitão; Ribeiro, Nelson CostaO avanço da tecnologia tem mudado drasticamente a forma como as pessoas consomem notícias e, consequentemente, a indústria jornalística. Com o surgimento de diversas tecnologias digitais, o jornalismo impresso tem enfrentado uma queda significativa nas vendas e um grande desafio de adaptação às novas realidades. Além disso, a facilidade em partilhar informações nas redes sociais e a crescente popularidade dos dispositivos móveis tornaram a leitura de notícias em papel uma atividade menos atraente para muitos. As empresas de comunicação social têm adotado uma política de convergência das edições tradicionais em papel com as versões eletrônicas, numa tentativa de adaptação às mudanças nos hábitos de consumo dos leitores. Novas rotinas e práticas editoriais estão a ser incorporadas e incentivadas pelos jornais, que têm vindo a adequar os seus conteúdos e formatos aos desafios tecnológicos. Com a necessidade de produzir conteúdos para várias plataformas e de modos diferentes, os jornalistas têm sentido a necessidade de se adaptarem às novas técnicas, com muitos profissionais a procurarem formação em áreas como o marketing digital ou a produção de conteúdos para redes sociais. A transformação da cultura das redações, através da implementação de práticas de convergência, é evidente. Além disso, a necessidade de fazer com que as notícias cheguem ao público quase instantaneamente criou uma nova dinâmica que tem alterado as práticas de produção noticiosa. Simultaneamente os motores de busca, agregadores de conteúdos que não produzem notícias, têm-se afirmado como forte concorrência da imprensa, difundindo informações gratuitamente e redirecionando a publicidade para a Web, privando assim os jornais de uma parte substancial das receitas indispensáveis à sua subsistência. Com a diminuição dessas receitas os jornais têm sentido a necessidade de procurar alternativas. Assim, pois, a sobrevivência dos jornais, incluindo os regionais, depende, em grande parte, da capacidade das empresas jornalísticas encontrarem novas formas de financiamento e se adaptarem às mudanças do comportamento dos consumidores. Os jornais regionais, em Portugal, ainda têm uma forte presença na versão em papel, mas a maioria também está presente em plataformas online, como websites e redes sociais. A maioria publica notícias sobre um concelho específico ou vários concelhos da região, mas alguns abrangem todo o distrito. A presença online é forte, com a maioria a manter um website e uma presença no Facebook. De momento, no entanto, é menos comum a presença em outras redes sociais, como o X / Twitter, e em aplicações móveis. A convergência das edições em papel com as versões eletrónicas, a incorporação de novas rotinas e práticas editoriais e a procura de novas formas de financiamento são algumas das estratégias adotadas pelos jornais para se adaptarem às novas realidades. É fundamental que a indústria jornalística continue a adaptar-se e a inovar para sobreviver e manter a sua relevância na sociedade.
- O papel da comunicação interna como reforço do bem-estar nas organizações : o caso de estudo : metropolitano de LisboaPublication . Claro, Rute Alexandra Lopes; Brandão, Nuno Manuel Coelho de GoulartNum mundo cada vez mais global, digital e competitivo, as organizações precisam de se adaptar para subsistir. O foco deixou de ser apenas a maximização de lucros, passando agora pela otimização de processos e valorização das suas vantagens competitivas. Já os colaboradores estão cada vez mais informados, com expectativas mais elevadas sobre o seu futuro e sobre as organizações para as quais trabalham. A aplicação de práticas internas estratégicas com vista ao bem-estar dos colaboradores permite impactar positivamente a confiança, compromisso e identificação com a organização, aumentando a sua motivação e, por consequência, a sua produtividade. É neste contexto que se destaca a comunicação interna, que, quando aplicada de forma estratégica, permite a construção e o desenvolvimento de relacionamentos, promovendo um ambiente de crescimento e partilha, e cultivando nos colaboradores um sentimento de pertença e significado, o que se reflete diretamente no bem-estar organizacional. Nesta perspetiva, as dinâmicas comunicacionais e de bem-estar têm tido crescente importância nas organizações, mas também na academia. Considerando a importância de perceber tais dinâmicas, o objetivo desta investigação passou por perceber qual a influência da comunicação interna no reforço do bem-estar dos colaboradores de uma organização. Por se tratar do estudo de uma organização em particular, esta investigação tomou a forma de um caso de estudo. Esta investigação focou-se no contexto organizacional do Metropolitano de Lisboa, contando com a recolha de dados por intermédio de uma entrevista exploratória e da aplicação de um inquérito por questionário contruído tendo por base os modelos teóricos de Verčič et al. (2009) e Dessen e Paz (2010b). Este estudo permitiu auferir que a comunicação interna tem um impacto positivo no reforço do bem-estar, verificando-se que os colaboradores percecionam valores importantes de uma gestão humanizada e que valorizam a comunicação interna como área estratégica de reforço do bem-estar organizacional.
- O Youtube de beleza e moda em Portugal : práticas, discursos e perceçõesPublication . Coelho, Ana Margarida Castelo Baptista; Jorge, Ana Margarida Ferreira Rato; Soares, Fátima Patrícia Nunes da Encarnação Marques DiasNuma sociedade global que se rege por um sistema em rede, na qual os indivíduos são agregados em grupos de interesses comuns, desenvolve-se, nos meios digitais, um ecossistema tecnológico e económico com repercussões em várias esferas da vida social contemporânea. No contexto das indústrias culturais e criativas surge um arquétipo de trabalhador desejável, baseado em valores neoliberais e pós-fordistas, e destinado à maximização da produtividade das empresas: autónomo, flexível, autorresponsável e empreendedor. Com expressão a partir de finais do século XX, esta herança histórica e política vem aliar-se ao ambiente de plataformização digital que se consolidou nas primeiras décadas do século XXI, acentuando a promoção de uma lógica individualista, de que a atividade dos social media influencers é indicativa. Considerando o impacto desta nova morfologia social moldada pelos meios digitais, esta investigação centra-se no estudo da plataforma do YouTube e, especificamente, da sua comunidade de beleza e moda em Portugal. A pesquisa segue uma linha teórica baseada em estudos (pós-)feministas e de género aplicados aos media digitais, cultura de consumo e influência, economias de visibilidade, trabalho nas indústrias culturais e criativas, e representações de girlhood. A abordagem do caso português prende-se com a inexistência de um olhar académico aprofundado sobre este que, ainda que inserido num contexto de práticas global, é um mercado periférico e de pequenas dimensões, cujas características diferem invariavelmente dos seus pares internacionais, apontando para descobertas díspares, em larga escala, sobre o fenómeno. Numa incursão junto deste grupo social – constituído, maioritariamente, por mulheres jovens-adultas –, analisámos as práticas (Produção), os discursos (Conteúdo), e as perceções da comunidade (Audiência), explorando os conteúdos das criadoras digitais, bem como o posicionamento da camada mais significativa da sua audiência, entre os 18 e os 30 anos. No domínio da Produção, estudámos métricas analíticas; no do Conteúdo, 32 vídeos do YouTube; e no da Receção, o testemunho de 16 participantes distribuídas por cinco grupos de foco. O estudo revelou um paralelismo entre o universo dos influenciadores digitais e o imaginário das celebridades – sublinhando-se que, ao contrário das estrelas nascidas nos meios tradicionais, as influenciadoras conservam uma aura de proximidade e relatability crucial ao desenvolvimento da atividade. As criadoras partem de uma condição de anonimato, conquistando uma audiência fiel da qual procuram obter atenção e visibilidade, com vista a, posteriormente, se tornarem relevantes para o mercado, cativando o interesse de marcas que invistam na sua influência digital. Neste sentido, a investigação apresenta-nos também uma comunidade altamente estratega, em que imperam o self-branding ou discursos próprios do affective labour, e fortemente comodificada, na qual o consumo detém um papel fundamental. Enquanto as criadoras utilizam o comercialismo para subsistir na profissão, o seu público cria uma identificação com estas personalidades, encarando-as como um exemplo a seguir e aspirando construir um estilo de vida semelhante, ao qual se aproxima através de uma lógica de compra dos bens e produtos promovidos nas plataformas digitais. Deve assinalar-se também o caráter precário da atividade de criador de conteúdos digitais, sobretudo no setor específico da beleza e moda. Encontramo-nos na presença de uma comunidade padronizada e altamente genderizada, que, apesar de ser fruto do legado neoliberal, e não menosprezando o papel decisivo dessa herança histórico-política, adota comportamentos e discursos pós-feministas como modo de sobrevivência na atividade. Compelida a uma tripla adaptação que deve considerar os interesses da audiência; corresponder aos valores das marcas; e comportar-se de acordo com as preferências das plataformas, a comunidade é perpetuadora de valores normativos e patriarcais, alinhando-se com estruturas de poder que procuram conservar uma imagem feminina tradicionalista.
