Departamento de Economia, Gestão e Ciências Sociais
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Browsing Departamento de Economia, Gestão e Ciências Sociais by advisor "Baptista, José Afonso Nunes"
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- Clima de escola e sucesso educativo : a valorização das atitudes e comportamentos dos alunosPublication . Lopes, Rui Miguel dos Santos; Baptista, José Afonso NunesO alargamento da escolaridade obrigatória, o público mais vasto/diversificado, a mudança da sociedade, dos seus hábitos e desempenhos socais alteraram a vida das escolas. Uma das alterações, maior agitação/ “rebuliço”, veio modificar o clima das escolas tornando-o menos propício às aprendizagens. As escolas, com base nos normativos legais e nos seus recursos, põem em prática projetos de mudança com o intuito de desenvolver e tornar prática diária atitudes cívicas salutares, devolvendo-lhes um ambiente propenso às aprendizagens e à melhoria dos resultados escolares. Com base neste princípio, torna-se importante refletir sobre esses projetos, sobre o porquê da sua aplicação e os resultados que dela advieram relativamente à mudança pretendida. A presente dissertação tem como base o projeto “a melhor turma” que, sob a forma de “concurso”, procurou melhorar o clima de escola e os resultados académicos através da mudança de comportamentos e atitudes por parte dos alunos. Ao longo de dois anos letivos, os(as) professores(as) e os (as) assistentes operacionais registaram diariamente as atitudes menos próprias, sendo estas penalizadas, à semelhança dos níveis inferiores a três, na pontuação das turmas. Por outro lado, as boas notas reforçavam positivamente as classificações gerais. A reflexão, a análise dos dados recolhidos e a observação diária no terreno permitiram-nos concluir que, para operacionalizar o projeto é primordial que seja desenvolvido, na escola, um espírito de colaboração e de inovação. O trabalho conjunto de todos e para todos, entre pares e interpares passa a ser uma peça importante do “puzzle”. Todos devem ter como objetivo melhorar e/ou aperfeiçoar o clima de escola e todas as “engrenagens” do processo de ensino/aprendizagem. Por outro lado, o projeto tem de ser visto por todos como uma porta aberta para a mudança e não como uma forma de avaliar o desempenho de cada um ou como um obstáculo ao desempenho diário das suas funções.
- O cronómetro escolar : práticas eficazes - aprendizagens felizesPublication . Luzio, Helena Cristina da Piedade; Baptista, José Afonso NunesConstata-se, na generalidade, que é uma preocupação para docentes e encarregados de educação a qualidade do tempo que as nossas crianças e jovens passam no espaço escolar. Sabe-se que as aprendizagens se constroem numa linha temporal, longa e sequencial, e todos depositam fé nesse percurso: o estado, a escola, a família e o aluno. Neste contexto, é expectável que aprender seja um ato natural de sucesso e que as crianças e jovens apreciem, disfrutem e invistam nesse ato. Os resultados escolares, porém, mostram que existem falhas nesse percurso, que condicionam a qualidade das aprendizagens e os próprios resultados anteriormente referenciados. Desta forma, pretende-se verificar até que ponto as práticas docentes são determinantes para o sucesso e bem-estar dos alunos após doze anos de escolaridade obrigatória, sem esquecer o início, na educação pré-escolar, e o que falta fazer para que os alunos assumam papéis dinâmicos na construção feliz da sua aprendizagem, embora o alvo do nosso estudo, pela tipologia da escola/agrupamento, só abranja os primeiros nove anos de escolaridade. Os resultados obtidos devem levar-nos – a todos os agentes/atores educativos – a refletir sobre a relação íntima entre a eficácia das práticas docentes e aprendizagens felizes (bem sucedidas), independentemente de as práticas serem espontâneas, adaptadas ou fruto de autoavaliações consistentes e plenamente assumidas.
- Educação e desenvolvimento : um dualismo na sociedade globalPublication . Salgado, Maria da Conceição Santos Cordeiro; Baptista, José Afonso NunesPretende-se elaborar uma análise de situações de trabalho, o que implica uma reflexão pessoal sobre o modo de atuação, como professora e como cidadã, ao longo de mais de três décadas. Trata-se de um itinerário marcado por uma diversidade de atividades ocorridas em universos temporais e espaciais os mais diversos, destacando o que considero os momentos mais intensos do ponto de vista profissional e emocional. Devo esclarecer, desde já, que o início da minha atividade como professora (1972-1975) – período muito rico pela experiência vivida e pela percepção das “anomalias” palpáveis, fortemente sentidas, e pela apropriação, “pour cause”, de uma mentalidade outra que se foi construindo, aqui e ali, noutras Escolas, noutros horizontes e noutras latitudes – influenciou fortemente o meu futuro profissional. O primeiro marco traduziu-se no meu envolvimento numa realidade cultural, social e humanamente diferentes – facto que me levou a repensar e a questionar o papel dos Sistemas Educativos numa sociedade em desenvolvimento – a Sociedade Guineense. Na Guiné-Bissau, colaborei em atividades as mais diversas: (i) apoio técnico à gestão da Escola 17 de Fevereiro, por convite do Ministério da Educação da Guiné- Bissau (1991-1992); (ii) projeto de formação pós-graduada de médicos, financiado pelo Banco Mundial, como consultora para a área económico-financeira e projeto de reorganização e gestão do Hospital Nacional Simão Mendes de Bissau, financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento, na qualidade de consultora e formadora (1997-2006), sempre na busca da consciencialização dos fenómenos sociais e educativos, procurando construir uma identidade própria. Tratou-se de uma necessidade pessoal, antropológica, cultural e mesmo física: a. Curiosidade em conhecer uma realidade outra, multifacetada, humana e culturalmente atraente. b. Necessidade de confrontação com novas ideias, outras experiências (levadas adiante por pedagogos brasileiros, nomeadamente por uma equipa chefiada por Paulo Freire1 que esteve em Bissau durante alguns períodos de tempo, tralhando no terreno, de cidade em cidade, de tabanca em tabanca2). O que implicou: a. Conhecer o país Guiné Bissau, nas diversas dimensões: sociais, económicas e políticas, inserindo-o no contexto africano. b. Vivenciar e compreender “in loco” o binómio educação / desenvolvimento. c. Problematizar a questão da globalização. O segundo momento relaciona-se com a minha atividade no PRODEP (1992-1997), mais concretamente no subprograma FOCO. A formação de professores, apreciada numa perspectiva abrangente, permitiu-me conhecer de perto os diversos atores da gestão escolar, as suas carências e expectativas local e regionalmente expressas, os custos financeiros e sociais envolvidos. Esta atividade permitiu: a. Um enriquecimento pessoal pelo contato direto com os vários responsáveis pela formação, proporcionando-me a consciencialização de que a Administração Escolar enfermava e, em meu entender ainda enferma, sem qualquer progresso significativo, das mesmas ineficiências da Administração Pública, em geral: (i) concentração excessiva do poder de decisão; (ii) sistema organizacional marcado pelo modelo hierarquizado de tipo taylorista (embora com alguns vislumbres de alteração, pelo menos, no domínio legislativo); (iii) grande peso da administração central (secretarias de Estado, direções gerais...). b. Possibilidade de rever e aplicar conhecimentos relativos à formação académica de base, colocando-os ao serviço de uma atividade particularmente sensível – a Educação. Pretendo significar que a Educação e, consequentemente a Escola, não são neutras; devem promover, em termos individuais e coletivos, o entendimento e a convivência social pacífica e cooperativa entre todos os sujeitos históricos – decorrendo daqui uma conceção democrática da escola que pretende superar uma qualquer dominação humana. Tenho a perceção nítida de que o meu percurso profissional foi fundamentalmente marcado por uma conceção que emana da livre escolha de cada um e de todos, traduzida de forma eloquente por Lipovetsky (2010;59) que afirma: Para finalizar esta breve reflexão que sustenta o desenvolvimento do relatório, abordarei uma questão ética que transcende o puro jogo do mercado, se não estaríamos – creio bem – a criar um mundo que, mesmo os mais acérrimos defensores do “laissez-faire” não preconizam: o da ausência do bem comum. Em suma: confrontamo-nos com a necessidade de (re) construir o bem comum, baseado numa nova engenharia social que nos conduzirá a uma “boa sociedade”, na qual caberá uma “escola nova” – cujos fundamentos terão de ser a cidadania, o civismo e a solidariedade. Por último, refiro o pilar que eu designo de uma Escola que opera a atualização democrática, histórica e cultural dos sujeitos da educação. A perspetiva aqui defendida, na esteira de muitos pensadores, é democrática e direcionada nos seguintes sentidos: a. Na concordância na ação entre educandos e educadores, em que estes mais não são que os mediadores de uma relação baseada em consensos, na aceitação crítica e livre3. b. No fortalecimento da liberdade e da ética tendencialmente universal, em que não basta a aquisição de conteúdos, antes envolvendo e exigindo a apropriação de valores e princípios histórica e eticamente construídos. c. Na negação de importações simplistas em matéria de melhoria da administração da educação. d. Na desmistificação dos métodos puramente mercantilistas do ensino, empolando-se a solução do gestor-salvador, visto como um herói na administração das escolas.Como Sísifo, andamos a calcorrear a encosta da montanha com uma grande pedra em cima das costas, a qual, de seguida, rebola até ao sopé – símbolo da dura tarefa que, semelhantemente, se nos coloca, a nós, homens terrenos, quando buscamos a explicação dos fenómenos sociais que nos rodeiam.
- O ensino profissional enquanto afirmação de uma política educativa de sucessoPublication . Abrantes, Paula Cristina Soares dos Santos; Baptista, José Afonso NunesCorria o ano de 2006 quando o Ensino Profissional entrou na minha vida profissional. Marcou-me profundamente. Essa marca é o que mais se pretende explanar no presente relatório reflexivo. Entrou, no ano de 2004, o ensino profissional nas nossas escolas secundárias, embora as primeiras escolas profissionais tenham nascido em 1989. Um Ensino diferente, para alunos diferentes e, claro, para professores diferentes. Um verdadeiro desafio de uma modalidade de ensino que foge aos cânones tradicionais do sistema de ensino regular. Expõe-se aqui a descoberta deste “novo mundo” para mim, enquanto docente. Assim, inicia-se uma breve reflexão do paradigma de escola ideal e eficaz; o perfil de professor a traçar para construir essa mesma escola, seguindo-se uma profunda reflexão do que é o Ensino Profissional, enquanto modalidade de ensino especial que nem todos conseguem nem entender, nem sintonizar e nem, tão pouco, aceitar. Este olhar diferente será realçado pelas vivências, enquanto docente, desta via de ensino nos últimos sete anos. Deste quotidiano profissional resulta uma outra imagem e impacto de outra via de ensino, a dos cursos profissionalizantes, para aqueles que no ensino regular não se revêem nem identificam. O que verdadeiramente ressalta é que o ensino de excelência não é apanágio de algumas modalidades de ensino, escolas e/ou ofertas educativas. O sucesso resulta da atitude profissional que cada professor é capaz de imprimir no sentido de fazer aprender os seus alunos.
- No silêncio das palavras... : o gesto consentido!Publication . Rocha, Isabel Cristina Pinela da; Baptista, José Afonso NunesEste trabalho é um estudo de caso sobre mutismo seletivo, certamente uma das problemáticas mais invulgares, desconcertantes e desafiadoras da medicina e da educação. Envolve crianças em idade escolar e a realidade mostra-nos quão diversa e única é a vivência desta síndrome, o que dificulta não só o diagnóstico mas também a definição de estratégias de tratamento. O desafio e objetivo central do estudo consiste em verificar em que medida a arteterapia constitui uma resposta adequada para os problemas de mutismo seletivo. A revisão da literatura dirige-se para este objetivo e abrange especialmente estes dois campos: mutismo seletivo e arteterapia. Refletindo sobre uma breve visão histórica da arteterapia, procuramos entender qual foi e poderá ser o papel da arteterapia na criança com mutismo seletivo, perceber de que forma pode a arteterapia ajudar a criança que se confronta com este problema. A arteterapia, sendo um processo terapêutico, utiliza técnicas de expressão e criação artística com a intenção de atenuar o sofrimento e recuperar o indivíduo. Naturalmente será uma mais-valia, um excelente recurso nas escolas, no combate à inadaptação ao meio, aos comportamentos desviantes, ao insucesso e abandono escolar, no entanto é necessário romper com mentalidades retrógradas para poder evoluir e proporcionar bem-estar. É imprescindível uma mudança de atitudes. Neste estudo, adotámos uma metodologia de investigação qualitativa com base na observação direta de sessões de arteterapia e nas entrevistas à professora titular de turma e aos pais da criança em dois momentos diferentes. Para a realização deste trabalho optámos pelo estudo de um caso único, de uma criança com diagnóstico de mutismo seletivo, a frequentar uma Escola Básica de 1º Ciclo. Os resultados demonstram, em linhas gerais, que a arteterapia desempenha de facto um papel preponderante, ativo e facilitador na possibilidade de transformação e desenvolvimento pessoal num caso específico de uma família com uma criança com mutismo seletivo. As sessões de arteterapia foram benéficas para a aluna, como forma de atenuar o sofrimento e proporcionar bem- estar.
- Supervisão e colaboração na escola e em sala de aula : um compromisso (im)possível?Publication . Cristóvão, Elisabete Simões Tibúrcio; Baptista, José Afonso NunesO professor de hoje é altamente qualificado, mas todos os dias se debate com a mudança, conceito que, paradoxalmente, é o mais permanente da profissão. Esta antítese reflete-se também, na forma como enfrenta obstáculos quotidianos: ou isolado e protegido das críticas dos pares, mas também privado de elogios motivadores e de oportunidades de aprender com eles, ou aproximando-se e trabalhando em moldes mais colaborativos, expondo-se ao erro e à crítica, mas aproveitando-os como oportunidades de crescimento e melhoria. O estudo que agora se apresenta situa-se no espetro da supervisão pedagógica, prática passível de reunir caminhos bifurcados se exercida em moldes mais colaborativos e menos hierárquico-avaliativos, como tem sido tradicional e prescrito nos normativos. Substituindo as relações assimétricas entre supervisores e supervisionados por relações de paridade e reciprocidade geram-se compromissos de aprendizagem e formação em contexto de trabalho, com benefícios para os próprios e para as escolas, constituídas comunidades profissionais de aprendizagem. Para mudar uma situação, há que conhecer para compreender. Assim, começou-se questionando o corpo docente de um agrupamento vertical do interior centro sobre as suas perceções acerca da temática exposta, tentando apurar onde radicam os receios associados à supervisão e se ancoram as resistências a práticas colaborativas abrangentes que abram a sala de aula, palco efetivo dos fracassos e sucessos quotidianos, tão potencialmente formativos quanto reais. O estudo de caso de tipo exploratório inicial possibilitou a passagem à investigação-ação com 22 voluntários que implementaram a observação de aulas interpares multidisciplinar, inspirada no modelo clínico, com momentos em ambiente virtual, agilizando e simplificando procedimentos, numa adaptação à voracidade dos tempos “pós-modernos” e ao contexto onde decorreu. O elevado grau de satisfação dos participantes corrobora as virtualidades desta abordagem e sugere, fortemente, o seu aprofundamento como mais-valia quer para o crescimento profissional, quer para o reforço motivacional e espírito identitário da comunidade docente.