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  • Ambiguidades da secularização entre modernidade e pós-modernidade
    Publication . Duque, João Manuel
    O artigo parte da consideração de uma espécie de dialéctica, inerente à modernidade, no que respeita à relação com o sagrado, que acabou por implicar deslocações deste para âmbitos considerados «profanos». A modernidade tardia e o denominado regresso do religioso apenas vieram revelar melhor essa dialéctica. Daí resulta uma possível leitura da secularização moderna como sacralização do «secular», enquanto âmbito de um novo absoluto. Em contrapartida, a tradição teológica da secularização pode ser entendida como crítica relativização do secular, em permanente processo de «desdivinização», ao que parece corresponder, como contrapartida estranha, um modo de neo-sacralização com base no religioso não teológico – numa religião sem Deus. É neste dinamismo ambivalente que se pode falar dos elementos que marcaram as ambiguidades da secularização moderna: a absolutização da natureza, a recuperação de uma religião civil, a divinização da razão científica, entre muitas outras versões.
  • Fé e razão: reavaliar uma relação ambígua
    Publication . Duque, João Manuel
    O artigo pretende inserir o tópico tradicional da relação entre fé e razão no contexto da atual discussão sobre o próprio conceito de racionalidade. A partir das transformações contemporâneas, provocadas pelo impulso da razão histórica e da razão hermenêutica, propõe-se uma outra abordagem da questão, com base na consideração de uma racionalidade crente, assim como da dimensão crente de toda a racionalidade. Essa articulação fundamental, num espaço de pensamento humano comum, com dimensões diversas, não impede realizações diferenciadas da racionalidade, com as quais a fé entra em relação no exercício da sua racionalidade própria. Nesse contexto, a relação com a racionalidade estética assume um lugar privilegiado.
  • Religião sem Deus? Leitura crítica de Mark C. Taylor
    Publication . Duque, João Manuel
    Partindo de uma concepção estética de Deus como imaginação, Taylor analisa o processo de eclipse do real e transformação do mundo em obra de arte, que atravessou a modernidade, como processo de morte de Deus ou secularização, deixando a descoberto a sua ambiguidade. Contra processos equívocos de sacralização ou de secularização, Taylor propõe a figura de uma religião sem Deus, como infinitização do processo imanente do próprio vir‐a‐ser do mundo, enquanto natureza. Isso levanta a questão da articulação da diferença pessoal e da verdadeira alteridade, seja na relação de Deus ao mundo (e vice‐versa), seja nas relações que constituem o mundo, seja ainda nas relações paradigmáticas que constituem o próprio Deus. A compreensão de Deus como relação diferenciadora e personalizante poderá ser entendida como contributo bíblico para uma leitura pós‐secular da possibilidade de dizer Deus, sem anular a sua diferença e sem o reduzir à extensão unívoca do mundo ou ao índice equívoco do nada. A via da analogia continua a ser promissora.
  • Do sepulcro vazio ao Olimpo revisitado: o “regresso dos deuses” depois da “morte de Deus”
    Publication . Duque, João Manuel
    O artigo pretende descrever a situação cultural resultante do processo denominado como “morte de Deus”, na sua versão teológica como teologia negativa, na sua versão secularista como ateísmo, e na reação provocada por essas configurações, como “regresso dos deuses”. Nesta última dimensão,pode interpretar-se a situação pós-secular contemporânea como proliferação de experiências espirituais diversifi cadas ou como propostas utópicas, das quais sobressaem as utopias da cibercultura. Frente a estes desafios, propõe se uma revisitação do conceito cristão de Deus, a partir da sua revelação no Crucificado, que se relaciona de modo intrínseco com a vulnerabilidade do humano.
  • Transmissão da fé em contexto pós-moderno
    Publication . Duque, João Manuel
    O artigo parte de uma análise de alguns paradoxos da condição pósmoderna, concentrando-se nas tensões entre individualização e massificação, entre fragmentarização e holismo e entre secularização e sacralização. Fazendo depois uma breve análise da estrutura do ato de fé, retira por último as consequências do contexto cultural pós-moderno analisado para o processo de transmissão da fé, sobretudo no seu impacto sobre as culturas juvenis. Exploram-se as potencialidades do personalismo, frente ao individualismo e à massificação; as potencialidades das identidades particulares e universais, frente aos problemas do fragmentário e do holístico, e as possibilidades de uma verdadeira secularização, frente aos problemas do secularismo e da sacralização neo-religiosa.