IEP - Teses de Doutoramento / Doctoral Theses
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- A política externa portuguesa durante a guerra de África : 1961-1974 : as relações com a República da África do SulPublication . Brandão, Vicente de Paiva; Ramos, RuiA leitura da comunicação social sul-africana entre 1961 e 1968, permite compreender a preocupação com que era seguida a guerra no Ultramar português. Nomeadamente os casos de Angola e Moçambique, atendendo à proximidade geográfica. A partir da segunda metade da década de 60, as relações bilaterais intensificam-se; existem notícias de iniciativas empresariais, envolvendo Angola, Moçambique e a África do Sul, em sectores tão diversos como o energético, obras públicas, construção civil e turismo. Inclusivamente, ocorrem encontros para se ponderar a criação de um Mercado Comum da África Austral. No âmbito estratégico, existe uma sintonia, entre Portugal e a África do Sul, que vai aumentando no decurso do tempo. Desde o início do conflito em Angola, que se nota a existência da mesma percepção estratégica para a África Austral. Era preciso resguardar esta parte do continente africano da influência comunista. Os movimentos de libertação eram considerados peões ao serviço de Moscovo e da China. E, por isso, as tropas portuguesas estavam na linha da frente contra estes interesses. A partir de 1967-68, surgiam tendências, na sociedade sul-africana, que apelavam a um apoio inequívoco a Portugal. Inclusivamente, houve quem considerasse urgente a ajuda militar e financeira ao país. O apoio era justificado pela ideia de que os territórios portugueses formavam uma barreira (zonas tampão), face ao alastramento do conflito à África do Sul. Nessa medida, as tropas lusas travavam uma luta, em nome de uma causa que devia ser partilhada pelos sul-africanos. Isto não significou a ausência de divergências. A África do Sul não se queria ver comprometida num pensamento ou em atitudes colonialistas, e Portugal preferia distanciar-se do “apartheid”, mantendo sempre a afirmação de que a política ultramarina não era racista. Aliás, o discurso oficial era sempre muito cauteloso e, por vezes, distante. Admitia-se um bom relacionamento institucional e pouco mais. Nunca se reconheceu qualquer parceria estratégica e, muito menos, militar.