Browsing by Author "Pires, Maria Laura Bettencourt"
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- A versão king James da BíbliaPublication . Pires, Maria Laura Bettencourt
- ApresentaçãoPublication . Pires, Maria Laura Bettencourt
- As humanidades e as ciências - dois modos de ver o mundoPublication . Pires, Maria Laura BettencourtEste artigo foca o tema da separação e da dessintonia entre as teorias epistemológicas das Ciências e das Humanidades que, desde há séculos, dividem a sociedade e o mundo universitário. Refere também os desafios contemporâneos que as Humanidades enfrentam, concluindo que se encontram numa posição privilegiada para facultar um conhecimento consciente, e hoje em dia muito necessário, da história das ideias, da formação das identidades e da construção de um imaginário comum. Relata ainda que se têm dinamizado redes entre os investigadores, construído pontes com outras Ciências e quebrado barreiras disciplinares e que, para tal, têm contribuído as Humanidades Digitais, que estimulam o mútuo conhecimento e ajudam a atravessar fronteiras linguísticas e geográficas. Outro dos objectivos deste ensaio é analisar a "ruptura epistemológica" e a crise do paradigma da racionalidade científica e reavaliar a pertinência entre o saber e o poder. Pode concluir-se que as forças sociais e económicas influenciadas pelo conhecimento científico, contribuíram para instituir o primado da ciência e que, ao traçarem a trajectória do futuro, não consideraram possibilidades transformadoras, que não se identificavam com o conhecimento científico e que viriam a acabar com o chamado monopólio da ciência. Ao reflectirmos sobre o mundo actual e procurarmos soluções para os seus problemas, temos de passar de um paradigma mecânico, reducionista e linear para um que seja dinâmico, aberto e interdisciplinar. Entre os vários teóricos que reflectiram sobre o tema, são referidos Bertrand Russell, Theodor Adorno, C. P. Snow, E. O. Wilson, Dorian Sagan e Paul Feyerabend. Com o intento de promover as Humanidades e de demonstrar que a contemplação de grandes obras de arte do passado nos pode fazer reflectir sobre questões científicas e que, até ao século XVII, a arte e a ciência estavam "unidas", tendo muitos dos pintores conhecimentos em óptica, anatomia e ciências naturais, antes de terminar, evoca-se a grande figura de Francisco de Holanda.
- Comemoração de duzentos anos da publicação de IvanhoePublication . Pires, Maria Laura BettencourtA fim de celebrar o bicentenário da publicação de Ivanhoe (1819) iremos comprovar que a obra ficou famosa por ter concorrido para o aumento de interesse pela História e pela Idade Média. Quando ouvimos falar dos rebeldes recalcitrantes e selvagens das novelas gráficas dos nossos dias, vemos que Ivanhoe, no século XIX, já actuava como os anti-heróis modernos e foi o seu modelo e precursor. Verifica-se que a fama de Sir Walter Scott (1771-1832) se mantém desde há dois séculos e que o seu nome continua a ser conhecido em todo o mundo. Scott (1771-1832) nasceu nos Borders, estudou na Universidade de Edimburgo, viveu nos Trossachs, assim como em Stirlingshire e no Loch Katrine. Em 1811, comprou Abbotsford House, onde organizou uma colecção de antiguidades e uma biblioteca com 20.000 volumes. Além de ser um escritor de sucesso, tanto com a obra literária como com as suas actividades culturais, Scott contribuiu para o "mito" das Highlands e para o uso do kilt e dos diferentes tartans. Agora que as suas obras estão acessíveis também nos E-texts, como acontece com o projecto Gutenberg e com o Walter Scott Digital Archive da Universidade de Edimburgo, verifica-se que há um recrudescimento de interesse e fica comprovado que ele continua a ser apreciado por uma nova geração de leitores. Múltiplos estudos sobre recepção comprovam também a forma como a obra de Scott foi recebida e influenciou a produção artística. Os actuais leitores de Walter Scott, que estão familiarizados com os temas do Pós-colonialismo reconhecem-nos na voz narrativa de Scott, o que justifica que continue a haver interesse em ler, estudar e reeditar a sua obra por nela se tratarem questões como a instabilidade política e a violência, que resultam da mistura dos povos e da fluidez das fronteiras, assuntos bem actuais. Verifica-se, portanto, que obras literárias de valor, como as de Scott, continuam a ter interesse e a deverem ser lidas mesmo quando os seus autores há muito desapareceram. A prova da longevidade está patente também no facto de haver produções cinematográficas inspiradas na obra de Scott, como o filme Ivanhoe (1952), com o actor Robert Taylor e a versão de Walt Disney, de 1953, com Richard Todd, transformando assim o lendário Ivanhoe numa extravagante figura romântica da cultura popular e, em 1982, da versão de Hollywood, com Anthony Andrews e James Mason. Podemos, pois, concluir que Scott foi uma figura de culto no romanticismo europeu, que bem merece os monumentos que lhe foram dedicados e que contribuiu para a tomada de consciência de que as influências da poesia vão para além do âmbito literário e também devido ao seu modo diferente de combinar a história com a ficção
- A cronística luso-brasileira e Emmanuel Lévinas: dois modos de ver o mundoPublication . Pires, Maria Laura BettencourtAo ler a cronística luso-brasileira, ficamos com uma visão do ideário da época e da noção de superioridade que prevalecia entre os colonizadores. Neste artigo, discorre-se sobre o que podemos aprender com a leitura das obras de Emmanuel Lévinas e com a sua teoria da alteridade, a propósito da construção do conhecimento, da aquisição de competência cultural e da aplicação da sua conceptualização do "Outro" à educação, ao ensino de línguas, tanto maternas como estrangeiras, e à acção social. Apresentam-se também perspectivas e reflexões que, de uma forma problematizadora, se referem às críticas pós-colonialistas inerentes à visão levinasiana do "Outro"
- "D’où venons nous? Que sommes nous? Où allons nous?" Breve reflexão sobre o sentido da vidaPublication . Pires, Maria Laura BettencourtInspirada por Paul Gauguin, atribui a este artigo, em que faço uma "Breve Reflexão sobre o Sentido da Vida", o mesmo título que o artista deu a uma das suas famosas pinturas. Trata-se de uma das mais fascinantes e difíceis questões sobre as quais os homens, desde sempre, se têm debruçado sobretudo na nossa cultura cada vez mais secularizada. A fim de se fazer uma investigação sobre o tema, têm de se ler várias obras, tais como, entre outras, as de Sto. Agostinho, Descartes, Freud, Camus, Spinoza, Pascal, Darwin, Wittgenstein, Marx, Schopenhauer, Shakespeare e Beckett. Hoje em dia, num mundo que necessita urgentemente de redenção, entre elas, destaco a Carta de S. Tiago e a Encíclica Caritas in Veritate do Papa Bento XVI. A fim de reflectir mais profundamente, cito também Sartre, Albert Einstein e o Papa Francisco assim como Martha Nussbaum, que, através da sua vasta obra, nos diz que apenas uma existência bem vivida e virtuosa permite a felicidade e aborda o tema da importância e da necessidade de reforma da pedagogia na nossa sociedade deshumanizada, onde há declínio da imaginação, do julgamento independente e da capacidade de resistir à manipulação. Relativamente ao perigo de se reduzir a motivação dos homens apenas a questões económicas, sendo, actualmente, as pessoas avaliadas pelo seu poder de compra e ao facto de o pragmatismo reflectir "uma sociedade que não tem tempo para recordar e meditar" e na qual a procura da verdade e de um objectivo com sentido perderam o seu lugar e deixaram de ser apelativos, alguns culpam a idealização da tecnologia e o mito do progresso científico, havendo, por isso, uma racionalização da vida social, económica e administrativa que enfatiza a importância crucial da reflexão e de actuação ética. Ao referir-me à sabedoria dos grandes intelectuais do passado, estou implicitamente a fazer uma escolha e, portanto, de certo modo, a dar uma perspectiva pessoal, embora sabendo que nunca haverá uma palavra conclusiva sobre a questão em parte porque cada um de nós tem de fazer as perguntas certas para ter respostas que o satisfaçam. Há também, de uma perspectiva menos optimista, que ter em consideração todos os aspectos que parecem despojar a vida de sentido, tais como a morte, o sofrimento, a doença e a fome, que nos fazem pensar se vale a pena vivê-la e se a auto-realização é, de facto, um ideal coerente. No final da minha demanda e tendo em consideração as leituras feitas, concluo que, embora não haja uma prescrição clara para se viver uma vida com sentido, são as capacidades e as vulnerabilidades dos seres humanos que lhes permitem actuar responsavelmente, demonstrando ter pelos outros a mesma consideração que têm por si próprios, e podendo assim viver em conjunto e sentir reciprocidade e amizade. Temos também de estar conscientes que cada pessoa que tem um comportamento virtuoso contribui para o bem estar de todos o que é uma pré-condição para a felicidade generalizada pois actuar eticamente e com sabedoria torna o mundo melhor e a virtude é facilitada pela compaixão e pelo amor, que levam ao altruísmo, à colaboração e à partilha, dando, portanto, sentido à vida.
- DebatePublication . Pires, Maria Laura Bettencourt
- EditorialPublication . Pires, Maria Laura Bettencourt
- EditorialPublication . Pires, Maria Laura Bettencourt
- EditorialPublication . Pires, Maria Laura BettencourtO tema deste editorial é uma reflexão sobre o impacto da tecnologia no nosso mundo. Embora há pouco tempo não se pensasse nisso os iPad, os tablets e até os chamados smartphones têm vindo a destruir milhares de anos de tradições relativas ao papel e os jornais e as revistas impressas estão a desaparecer. Há, contudo, quem diga que o interesse pela impressão continua mas, na verdade, trata -se de outro tipo de edição que se pode considerar um mercado emergente designado como impressão móvel ou cloud printing. Verifica-se que as novas gerações lêem cada vez menos jornais ou livros e procuram outras fontes de informação, conhecimento e entretenimento, como a Internet, embora tal não signifique que lêem menos mas sim que está a ocorrer uma mudança nos hábitos de leitura. Trata-se não apenas de uma mudança metodológica mas sim de uma transformação epistemológica. Ao reflectir sobre este tema, têm de se mencionar as críticas negativas contemporâneas de Bernard Stiegler e Giorgio Agamben e antes as de John Dewey, que se queixava daquilo que designava como "spectator conception of knowledge" e as de Merleau-Ponty. No âmbito histórico do tema, temos de estar conscientes de que já Platão e Aristóteles, tal como depois Ortega y Gasset, falaram da construção histórica da visualidade e da natureza da sua transferência. Conclui-se que todas as épocas, tal como a nossa, têm sido alvo de críticas devido às suas opções epistemológicas e termino citando uma censura em palavras, escrita por Feuerbach no século XIX, e outra visual e pictórica do século XVI da autoria de Arcimboldo.