Browsing by Author "Lamelas, Isidro Pereira"
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- Acerca das origens do GnosticismoPublication . Lamelas, Isidro PereiraO presente texto tenciona abordar, em jeito de ponto da situação, a quaestio disputata das origens do gnosticismo antigo. Não pretendendo desenvolver todas as vertentes associadas a esta questão e muito menos propor uma solução para a mesma, centrar-nos-emos nos grandes campos de contacto que explicam a complexidade do fenómeno gnóstico. Não deixaremos, ainda assim, de procurar mostrar a sua ambígua e profunda afinidade com o cristianismo no seio do qual se afirmou como religião parasita e concorrente
- De Demócrito e Isaac a Jesus Cristo: o riso na construção do Deus dos cristãosPublication . Lamelas, Isidro PereiraRetomamos, a partir das fontes patrísticas, a quaestio disputata do riso (e não riso) de Jesus, para averiguar o papel do riso na representação do Deus dos cristãos. Por reação à antiga theologia mythica, à mitologia (o “riso inextinguível” dos deuses), os autores patrísticos redefiniram substancialmente o estatuto do riso e do humor na vida e espiritualidade cristãs. Fizeram-no a partir do exemplum Jesus e dos silêncios dos Evangelhos, mas também reutilizando o riso como fronteira de ortodoxia/heterodoxia na definição da própria cristologia. Sabendo nós que o Cristo dos gnósticos, tal como as divindades pagãs, ri muito mais do que o Jesus Cristo dos Evangelhos e da doutrina eclesiástica, interessa-nos averiguar como o riso (humano ou divino?) foi usado na elaboração das diversas cristologias: numa constante tensão entre as tendências docetas que afirmam o riso de Jesus para negar a sua humanidade e alteridade do homem Jesus face ao Cristo divino (gnosticismo); e a leitura “católica” que nega ao Jesus histórico o riso “próprio do homem”, sob o risco de diminuir a real humanidade de Cristo sublinhada, porém nas “lágrimas” e no drama da Passio.
- “Deus anonymus” ou a semântica do mistério de DeusPublication . Lamelas, Isidro PereiraO artigo pretende mostrar como o problema do Nome divino constitui um núcleo primordial da linguagem e gnoseologia teológica. Na verdade, a theologia clássica amadureceu a convicção comum de que nome ou conceito algum se adequa à natureza divina essencialmente anónima. A partir deste pressuposto, o teísmo helénico (medioplatónico, gnóstico e hermético) desembocou no dogma da impossibilidade ontológica de conhecer Deus (agnostos Theos). Embora não imunes ao influxo deste rigorismo gnoseológico, os Padres da Igreja reelaboraram substancialmente a semântica do mistério de Deus abrindo, a partir da “revelação do Nome”, uma dupla vertente no discurso teológico: a via afirmativa (oikonomica), e a via negativa (apofática) que salvaguarda a transcendência e possibilita uma relação pessoal com o Deus que se re-vela (Nomen).
- A experiência sinodal na Igreja pré-nicena: o caso de África sob o episcopado de S. CiprianoPublication . Lamelas, Isidro PereiraA investigação sobre a experiência sinodal da Igreja antiga tende a considerar as primitivas experiências sinodais à luz do “prestigiado modelo” dos grandes concílios ecuménicos, projetando o modelo das magnas assembleias episcopais pós constantinianas sobre a rica e variegada vida sinodal da Igreja precedente. Daqui deriva, por um lado, a inadequada valorização da rica e inspiradora experiência da Igreja primitiva, por outro, continua a prevalecer o modelo dos “sínodos episcopais”, isto é, clericais, em que os demais membros da Igreja têm um lugar meramente facultativo. Esta a razão pela qual o nosso estudo se centra precisamente na análise da experiência sinodal da Igreja no periodo pré-niceno. Depois de nos referirmos às múltiplas expressões da sinodalidade, daremos conta dos principais momentos da sinodalidade in actu. Numa segunda parte, aproveitando da generosa documentação facultada por S. Cipriano de Cartago, daremos especial atenção ao estudo do caso das igrejas africanas no século III.
- O homem que falou bem de Deus: Job na tradição patrísticaPublication . Lamelas, Isidro PereiraO Livro de Job foi abundantemente usado e comentado pelos Padres da Igreja, sob diversas formas e com diferentes objetivos. Quando os primeiros comentadores retomaram o topos Job, já este gozava de uma longa tradição interpretativa que, desde a versão dos LXX até ao Testamentum Job, prepara o terreno para a rica e “livre” interpretação patrística. Esta foi conciliando as duas grandes representações de Job: de um lado, o Job extrabíblico e da lenda; do outro, o patriarca bíblico. A densidade simbólica e paradigmática deste personagem acabou por pesar drasticamente na hermenêutica do próprio texto. Tudo isto, num esforço continuado de “atualizar” a figura de Job a cada tempo e circunstâncias. É o que procuramos mostrar nestas breves notas sobre a receção de Job na tradição patrística.
- «Hominis sapientia pietas est» Santo Agostinho e a conversão da pietasPublication . Lamelas, Isidro PereiraPretendemos, nesta nótula de homenagem, revisitar a vetustíssima pietas, valor basilar da cultura antiga que o cristianismo retomou e “converteu”. Neste processo de conversão cultural, Santo Agostinho teve, mais uma vez, um papel determinante, razão pela qual será este Padre da Igreja a guiar-nos no caminho de passagem da pietas grega e romana à piedade cristã.
- A “invenção” do pecado original segundo AgostinhoPublication . Lamelas, Isidro PereiraJá os seus contemporâneos, mormente Juliano de Eclana, acusaram Agostinho de ter “inventado” o pecado original. Nos tempos mais recentes esta acusação ganhou novos adeptos. No presente artigo pretendemos mostrar até que ponto tal acusação é justa, analisando a resposta dada pelo próprio Agostinho. Este, sempre que visado pela tese segundo a qual, ao falar do “pecado original” estava a inovar não só na terminologia, mas também na teologia, respondeu sempre argumentando que expunha e defendia a antiga doutrina unânime e universalmente professada pela tradição da Igreja. Para o provar, socorreu-se da autoridade dos Padres da Igreja, tanto latinos como gregos. O presente estudo centra-se precisamente na avaliação da “argumentação patrística” agostiniana para, deste modo, averiguarmos se o bispo de Hipona é ou não e em que medida “inovador” na forma como formula e defende a doutrina do pecado original.
- Joaquim Carreira Marcelino das Neves OFM (1934-2017). In memoriamPublication . Lamelas, Isidro Pereira
- Padres do deserto: palavras do silêncioPublication . Lamelas, Isidro PereiraDiz o Principezinho que o que torna o deserto belo é o ele esconder um poço algures (24). Os Padres do deserto são esses escavadores de poços que continuam a fazer de nossos desertos lugares a revisitar em sua boa companhia. O leitor destas páginas experimentará, muito provavelmente, o desejo de percorrer o mesmo êxodo espiritual que orienta ao encontro do essencial sem palavras. Num mundo que ameaça caminhar para a desertificação, a resposta poderá vir, mais uma vez, de onde menos se espera: do silêncio que fala por si (e por nós), dos que sabem estar sós. Vale, por isso, a pena escutar de novo as palavras do silêncio, para aprendermos a ouvir mais e a falar melhor. As palavras de ouro selecionadas neste livro são centelhas de fogo que se soltam desses homens (e mulheres) érbios de Deus e abrasados pelo amor ao próximo.