CECC - Outros / Others
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Browsing CECC - Outros / Others by Author "Goldoni, Carlo"
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- O Homem VencedorPublication . Goldoni, CarloO Homem Vencedor, comédia em prosa que aqui se edita pela primeira vez, é mais uma cópia de António José de Oliveira, concluída a 16 de Outubro de 1782. No verso da folha de rosto surge a indicação «É de Goldoni e traduzida por A. J. de Paula», que contribui decisivamente para o mistério que envolve este manuscrito. A começar, a letra da indicação não é de António José de Oliveira, mas, ainda assim, coeva da cópia. Ao longo do texto, há emendas e acrescentos consistentemente de outra mão, que parece coincidir com a da indicação. Até à presente data, não foi possível identificar a que original de Goldoni corresponde a comédia portuguesa. Embora os nomes das personagens e certas passagens coincidam com figuras e momentos da galeria goldoniana, a intriga, na íntegra, não encontra correlato na criação do autor italiano. Ao certo sabe-se que na segunda metade do século XVIII Goldoni foi presença assídua nos palcos e prelos portugueses e António José de Paula, o alegado tradutor, efectuou percurso ascensional desde actor no Teatro do Bairro Alto até empresário do Teatro da Rua dos Condes. A comédia apresenta-nos dois irmãos, Florindo e Rosaura, que se opõem constantemente. A uni-los a dificuldade em dominarem-se: Florindo, a paixão por Matilde, e Rosaura, o génio fustigante. O primeiro pretende evitar a qualquer custo que a amada parta, pois o desejo de com ela casar subalterniza-lhe o arbítrio; a segunda teme ser espoliada pelo irmão, pois quer dispor, a curto prazo, de avultado dote, também para casar. A comicidade do texto está do lado feminino, com Rosaura a protagonizar cenas tão arrebatadas quanto hilariantes; em contrapartida, a moral, plasmada no título, está associada a Florindo que, no final, se torna, pela sublimação do desejo, homem esclarecido e vencedor.
- Molière ou Segunda Parte de TartufoPublication . Goldoni, CarloMolière ou Segunda Parte de Tartufo, comédia em prosa de que não se conhece o tradutor, e que obtém aqui a sua primeira edição, é tradução de Il Molière, de Carlo Goldoni, representada, pela primeira vez, em Turim, no ano de 1751. Trata-se de mais uma cópia de António José de Oliveira, concluída a 26 de Dezembro de 1782, ano em que o escriba se encarrega de reproduzir doze textos, entre eles, quatro comédias de Goldoni. Conhece-se, via HTP online – Documentos para a História do Teatro em Portugal (http://ww3.fl.ul.pt/cethtp/webinterface/default.htm), um parecer favorável para a representação da comédia O Molière no Teatro do Bairro Alto, assinado por três censores, com data de 25 de Junho de 1770. Não se sabe qual a tradução apensa a este parecer. A deliberação da Real Mesa Censória repercute-se no fólio 300 de Contas do Princípio do Teatro da Casa da Ópera do Bairro Alto (1761-1766), em que figura assente a despesa relativa a «cópia e partes da comédia intitulada O Molière», no valor de 2040 réis, lançada em Junho de 1770. Esta tradução revela proximidade face ao original italiano, a ponto de, por vezes, sacrificar a sintaxe portuguesa em proveito da construção frásica da língua de origem. A intriga apresenta-nos Molière em luta contra todos os que adoptam a hipocrisia como conduta, ou seja, os tartufos, responsáveis ainda pelo sucessivo adiamento da representação da sua comédia Tartuffe ou l’Imposteur. Após várias diligências, e grande perseverança, Molière consegue a necessária autorização do rei Luís XIV, logrando, a posteriori, os louros de um êxito retumbante.