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O tempo é a base de fundamentamentação de todas as narrativas. As
anacronias são ferramentas que afectam a temporalidade narrativa ao alterar
a ordem dos seus eventos assim como a ordem em que são apresentados no
discurso. A sua aplicação sobre uma narrativa torna-a não-linear. Coloca-se a
questão de como aplicar anacronias ao cinema e a forma como estas afectam a
narrativa cinematográfica.
Para fundamentar estas hipoteses, é necessário primeiro analisar as
origens e definições da narrativa em si, os seus elementos, estruturas, e as
divergências que ocorrem entre narrativas literárias e cinematográficas. A
partir daí é possível analisar a questão da anacronia em si, desde a sua
definição à sua aplicação no cinema e passando pela sua ligação ao processo
de montagem. Tudo isto tendo em conta o contexto de Mestrado e de um
projecto prático realizado no seu âmbito, a curta-metragem Pária. A partir de
uma revisão bibliográfica e cinematográfica consistente, aplicamos as
questões de anacronia e narrativas não-lineares ao projecto Pária,
apresentando assim duas versão possíveis da sua montagem: uma linear que
se serve apenas de elipses no que toca a anacronia, outra não-linear que se
serve de analepses, um recuo cronológico na narrativa.
Pudemos concluir que numa narrativa não-linear o tempo torna-se
maleável, permitindo a que as anacronias possam ser aplicadas de várias
maneiras, seja através de uma justificação psicológica ou da simples
fragmentação da estrutura da ordem temporal. Através de anacronias é
possível explorar diferentes aspectos da representação temporal de uma
narrativa e apresentar diferentes relacionamentos entre os vários tempos. De
futuro, seria interessante impulsionar esta pesquisa dentro do panorama do
cinema português em específico.
Description
Keywords
Narrativa Anacronia Temporalidade Ordem Duração