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- Una domus et ecclesia Dei in saeculo: leitura sócio-antropológica do projecto de ecclesia de S. Cipriano de CartagoPublication . Lamelas, Isidro PereiraS. Cipriano foi bispo de Cartago num período (248-258) em que a Igreja católica se debate com um duplo desafio: por um lado a crise da unidade e integridade da comunidade cristã manifestas nas cisões internas e nos numerosos lapsi que a prova da perseguição provocou; por outro lado a necessidade de redefinir as «fronteiras» e as «portas» de relacionamento da Igreja como o século. Em resposta a este duplo desafio Cipriano propõe uma eclesiopraxia baseada na metáfora «domus-casa» com a qual pretende, por uma parte redefinir as condições de uma pertença forte à Ecclesia (extra ecclesiam nulla…), por outra, possibilitar uma abertura sem riscos ao mundo (ecclesia in saeculo).
- A experiência sinodal na Igreja pré-nicena: o caso de África sob o episcopado de S. CiprianoPublication . Lamelas, Isidro PereiraA investigação sobre a experiência sinodal da Igreja antiga tende a considerar as primitivas experiências sinodais à luz do “prestigiado modelo” dos grandes concílios ecuménicos, projetando o modelo das magnas assembleias episcopais pós constantinianas sobre a rica e variegada vida sinodal da Igreja precedente. Daqui deriva, por um lado, a inadequada valorização da rica e inspiradora experiência da Igreja primitiva, por outro, continua a prevalecer o modelo dos “sínodos episcopais”, isto é, clericais, em que os demais membros da Igreja têm um lugar meramente facultativo. Esta a razão pela qual o nosso estudo se centra precisamente na análise da experiência sinodal da Igreja no periodo pré-niceno. Depois de nos referirmos às múltiplas expressões da sinodalidade, daremos conta dos principais momentos da sinodalidade in actu. Numa segunda parte, aproveitando da generosa documentação facultada por S. Cipriano de Cartago, daremos especial atenção ao estudo do caso das igrejas africanas no século III.
- O homem que falou bem de Deus: Job na tradição patrísticaPublication . Lamelas, Isidro PereiraO Livro de Job foi abundantemente usado e comentado pelos Padres da Igreja, sob diversas formas e com diferentes objetivos. Quando os primeiros comentadores retomaram o topos Job, já este gozava de uma longa tradição interpretativa que, desde a versão dos LXX até ao Testamentum Job, prepara o terreno para a rica e “livre” interpretação patrística. Esta foi conciliando as duas grandes representações de Job: de um lado, o Job extrabíblico e da lenda; do outro, o patriarca bíblico. A densidade simbólica e paradigmática deste personagem acabou por pesar drasticamente na hermenêutica do próprio texto. Tudo isto, num esforço continuado de “atualizar” a figura de Job a cada tempo e circunstâncias. É o que procuramos mostrar nestas breves notas sobre a receção de Job na tradição patrística.
- Padres do deserto: palavras do silêncioPublication . Lamelas, Isidro PereiraDiz o Principezinho que o que torna o deserto belo é o ele esconder um poço algures (24). Os Padres do deserto são esses escavadores de poços que continuam a fazer de nossos desertos lugares a revisitar em sua boa companhia. O leitor destas páginas experimentará, muito provavelmente, o desejo de percorrer o mesmo êxodo espiritual que orienta ao encontro do essencial sem palavras. Num mundo que ameaça caminhar para a desertificação, a resposta poderá vir, mais uma vez, de onde menos se espera: do silêncio que fala por si (e por nós), dos que sabem estar sós. Vale, por isso, a pena escutar de novo as palavras do silêncio, para aprendermos a ouvir mais e a falar melhor. As palavras de ouro selecionadas neste livro são centelhas de fogo que se soltam desses homens (e mulheres) érbios de Deus e abrasados pelo amor ao próximo.
- A “invenção” do pecado original segundo AgostinhoPublication . Lamelas, Isidro PereiraJá os seus contemporâneos, mormente Juliano de Eclana, acusaram Agostinho de ter “inventado” o pecado original. Nos tempos mais recentes esta acusação ganhou novos adeptos. No presente artigo pretendemos mostrar até que ponto tal acusação é justa, analisando a resposta dada pelo próprio Agostinho. Este, sempre que visado pela tese segundo a qual, ao falar do “pecado original” estava a inovar não só na terminologia, mas também na teologia, respondeu sempre argumentando que expunha e defendia a antiga doutrina unânime e universalmente professada pela tradição da Igreja. Para o provar, socorreu-se da autoridade dos Padres da Igreja, tanto latinos como gregos. O presente estudo centra-se precisamente na avaliação da “argumentação patrística” agostiniana para, deste modo, averiguarmos se o bispo de Hipona é ou não e em que medida “inovador” na forma como formula e defende a doutrina do pecado original.
- «Hominis sapientia pietas est» Santo Agostinho e a conversão da pietasPublication . Lamelas, Isidro PereiraPretendemos, nesta nótula de homenagem, revisitar a vetustíssima pietas, valor basilar da cultura antiga que o cristianismo retomou e “converteu”. Neste processo de conversão cultural, Santo Agostinho teve, mais uma vez, um papel determinante, razão pela qual será este Padre da Igreja a guiar-nos no caminho de passagem da pietas grega e romana à piedade cristã.
- “Deus anonymus” ou a semântica do mistério de DeusPublication . Lamelas, Isidro PereiraO artigo pretende mostrar como o problema do Nome divino constitui um núcleo primordial da linguagem e gnoseologia teológica. Na verdade, a theologia clássica amadureceu a convicção comum de que nome ou conceito algum se adequa à natureza divina essencialmente anónima. A partir deste pressuposto, o teísmo helénico (medioplatónico, gnóstico e hermético) desembocou no dogma da impossibilidade ontológica de conhecer Deus (agnostos Theos). Embora não imunes ao influxo deste rigorismo gnoseológico, os Padres da Igreja reelaboraram substancialmente a semântica do mistério de Deus abrindo, a partir da “revelação do Nome”, uma dupla vertente no discurso teológico: a via afirmativa (oikonomica), e a via negativa (apofática) que salvaguarda a transcendência e possibilita uma relação pessoal com o Deus que se re-vela (Nomen).
- A via da misericórdia: na sabedoria dos padres do desertoPublication . Lamelas, Isidro PereiraRecomeçar todos os dias o caminho que nos leva ao interior da vida e ao coração dos outros, nisto consiste a via da misericórdia. Assim se poderia resumir a sabedoria dos Padres do Deserto e que se apresenta neste livro como uma proposta aberta a todos os peregrinos de uma vida melhor. As palavras de ouro aqui recolhidas são eco e apelo a percorrer o mesmo caminho do silêncio fecundo que nos faz falta. Muito podemos aprender com estes homens e mulheres “ébrios de Deus” que “fogem dos homens” para proporem um modo novo de ser e homem e de viver entre os homens. Mais do que conselhos ou ensinamentos a ser lidos, nestas páginas somos convidados a contemplar quadros vivos dessa sabedoria do coração que faz da misericórdia um programa de vida e uma via sempre nova a percorrer.