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  • Da literatura como resistência eloquente: a tradução de Prometeu acorrentado sob a ditadura de Oliveira Salazar
    Publication . Quadrio, Miguel-Pedro
    Este artigo incide sobre a tradução em língua portuguesa de Prometeu acorrentando que Eduardo Scarlatti publicou em Lisboa, em 1942. Atribui-se particular relevância a este texto por se considerar que, através dele, Scarlatti não pretendeu apenas apresentar mais uma versão de um texto canónico. Pela análise dos paratextos, das escolhas tradutológicas e remetendo-se para a reflexão crítica e teórica que anteriormente desenvolvera-se, verifica-se que a opção de Scarlatti correspondeu ao desejo de dotar a cultura portuguesa de um texto literariamente qualificado, pensado não só como ato de resistência à opressão salazarista, mas também como manifesto estético que impulsionasse a renovação do anémico sistema teatral. Assim, defende-se a condição de intelectual engajado de Scarlatti (BOURDIEU, 1991), sublinhando-se a constituição de uma linhagem de resistência que determinará mudanças culturais profundas em Portugal.
  • A ira dos espectros inúteis: o terror em duas variações contemporâneas do Macbeth, de Shakespeare
    Publication . Quadrio, Miguel-Pedro
    Parte-se da noção de ira como motor da História, que Peter Sloterdijk desenvolve no artigo «Os novos frutos da ira: Pós-comunismo, Neoliberalismo e Islamismo» (in O Estado do Mundo, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2006). Face à centralidade holística do capitalismo contemporâneo, sigo Sloterdijk quando afirma esgotado o potencial ameaçador e regulador da «energia timótica» comunista. Os espectros irados que alimentaram, a contrario, o modelo social europeu volveram-se, assim, em «espectros inúteis» (Richard Sennett), marginalizados por uma constante ameaça avaliativa. O terrorismo islamita não renova, pois, uma ira produtiva, constituindo antes uma outra face deste novo vazio (conceito que impulsiona a necessidade de reconhecimento intersubjectivo, relacionada aqui com duas variações recentes sobre a peça Macbeth, de Shakespeare).
  • Cultura portuguesa/culturas da Europa: aporias e interrogações de Eduardo Lourenço
    Publication . Quadrio, Miguel-Pedro
    Neste ensaio tenta sinalizar-se a evolução recente do pensamento de Eduardo Lourenço acerca da cultura portuguesa. A decisão do ensaísta de recentrar este debate, considerando um processo de integração europeia que leva já vinte e dois anos (e que tem tido por horizonte uma forte tendência institucional centrípeta), leva-me à tentativa de definir novos quadros conceptuais e procedimentos metodológicos que sustentem esta pertinente e irrecusável horizontalização.