FEP - Contribuições em Revistas Científicas / Contribution to Journals
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Recent Submissions
- Reconhecimento, mediação e aprendizagem – desafios de vidaPublication . Azevedo, Ana Sofia Pereira RodriguesO presente texto procura evidenciar a ligação entre a mediação pedagógica como prática de reconhecimento intersubjectivo e a promoção da aprendizagem ao longo da vida (ALV). Para o efeito, recorremos a uma história muito particular, tentando mostrar que o processo de aprendizagem corresponde a um desafio de vida. Aprendizagem e vida entrelaçam-se num processo apoiado pela intervenção de um técnico habilitado para a actividade de mediação pedagógica, neste caso uma Educadora Social. O exemplo apresentado constitui testemunho vivo do que chamamos um «Itinerário TCA», pretendendo assim ilustrar a dinâmica educativa promovida no âmbito do projecto comunitário «Trofa Comunidade de Aprendentes» (TCA).
- Pedagogia social, uma antropologia de proximidade, hospitalidade e serviçoPublication . Brandão, Paulo Sérgio da SilvaEm contraste com uma sociedade marcada pelo eficientismo, pelo desejo de fama e sucesso e pela conquista do poder, assistimos a um crescimento de fenómenos de solidão e de exclusão, consequência de uma lógica individualista e consumista. Estamos, portanto, perante o desafio de assumir princípios e valores que apontem, orientem e guiem a tarefa pedagógica no sentido de valorizar a vivência de comunidade e consolidar os laços sociais. Tratando-se de uma tarefa socio-educativa, entendemos a Pedagogia Social como uma dinâmica relacional que visa essencialmente possibilitar o desenvolvimento integral, isto é, de todas as pessoas e da pessoa toda. Neste sentido, é necessário olhar e acreditar na perfectibilidade e educabilidade de cada pessoa. Considerando que o pedagogo é essencialmente um educador, sustentamos que ele deve olhar, escutar e servir cada pessoa, acreditando que cada indivíduo é sujeito activo e responsável do seu desenvolvimento, capaz de afirmar o seu próprio destino na condição de portador e construtor de sentidos de vida. Se educar exige ir ao encontro do outro, no pressuposto de criar laços comunitários, defendemos que esta dinâmica deve ser compreendida e iluminada a partir dos valores como proximidade, da hospitalidade e do serviço, aqui trabalhados a partir de uma inspiração bíblica e assumidos como um compromisso ético, considerando que eles são essenciais na praxis pedagógica, já que esta não pode ser caracterizada como uma prática relacional impessoal e distante, mas como um encontro entre pessoas. Daqui a necessidade de pensar a Pedagogia Social, um saber interdisciplinar que acolhe vários saberes e práticas pedagógicas socio-educativas, a partir de uma antropologia da relação. É deste encontro entre pessoas, reconhecidas como seres únicos e insubstituíveis, que nasce a consciência ética. Educar é, portanto, uma tarefa que exige um compromisso ético capaz de responder ao chamamento que cada ser humano, na sua novidade e riqueza, dirige, diante do qual não podemos ficar indiferentes.
- O professor como mediadorPublication . Silva, Isa MonteiroO presente texto procura mostrar como os professores, na sua prática educativa, contribuem para transformações positivas no relacionamento e desenvolvimento humanos, assumindo-se como mediadores de aprendizagem. Reflectindo sobre o conceito de mediação, orientamo-nos para as formas que esta pode assumir em contexto escolar. Na sua relação com o educando, o professor leva-o a despertar para si próprio, para o Outro, para a Vida. A mediação pedagógica levanta questões de ordem ética abordadas sempre no respeito absoluto pela singularidade e especificidade de cada pessoa. Finalmente estas reflexões sugerem-nos pontos coincidentes às Pedagogias Escolar e Social, tendo aqui como referência o contributo profissional do professor aposentado.
- Invisibilidade e reconhecimento: a construção da literacia moral em pedagogia socialPublication . Gonçalves, José LuísNeste artigo pretendemos reflectir a noção de ‘invisibilidade social’, no contexto de uma teoria da intersubjectividade e inserida no acto comunicativo de reconhecimento. A invisibilidade relaciona-se com a estrutura do processo de reconhecimento, do ponto de vista de uma teoria da acção e de uma epistemologia. Esta abordagem não se centra numa análise sociológica do desmascaramento – pela visibilidade – do exercício de domínio e de poder sobre outrem, através do desnudamento comunicativo. Optamos antes por uma abordagem centrada numa epistemologia moral, que realce as formas de olhar com desprezo, indiferença ou eivadas de estereótipos ‘através de outrem’, sem levar em consideração a pessoa. Pretendemos retirar dos ferimentos morais infligidos aos ‘invisíveis’ os princípios morais das implicações normativas do conceito de reconhecimento preconizado por Axel Honneth.
- Formação ao longo da vida: uma proposta de formaçãoPublication . Oliveira, Patrícia Raquel da SilvaPerspectivando a educação num quadro de valores humanistas, a pessoa surge-nos valorizada enquanto sujeito e actor protagonista do seu próprio desenvolvimento, com os outros e em espírito de comunidade. É esta a premissa antropológica que justifica a emergência de dinâmicas de pedagogia social, orientadas para a formação de todas as pessoas, ao longo da sua vida. O presente artigo pretende apresentar o testemunho de uma experiência de concepção, organização e gestão de uma proposta de formação ao longo da vida, concretizada no âmbito da colaboração no projecto Trofa Comunidade de Aprendentes (TCA). Neste caso, um curso de «Cuidados no Apoio Domiciliário» destinado a mulheres em situação de desemprego.
- Direito ao trabalho e cidadania social – a educação ao serviço da solidariedadePublication . Ribeiro, Maria Helena Magalhães da SilveiraNeste artigo procuramos reflectir sobre o direito ao trabalho e os novos desafios que se colocam à integração socioprofissional num cenário de precariedade e vulnerabilidade, tentando evidenciar as possibilidades de intervenção sócio-pedagógica a este nível. Assumindo uma perspectiva direccionada para a mudança positiva, entendemos que é urgente promover dinâmicas sociais conducentes a uma (re)configuração das políticas de «protecção» social, em conformidade com as exigências de flexibilidade vindas de uma sociedade laboral em constante mudança. Esta reflexão insere-se numa investigação em curso sobre o direito ao trabalho num quadro de cidadania solidária, realizada no âmbito do Mestrado em Pedagogia Social e tendo por base a nossa experiência profissional na área de promoção da empregabilidade, concretamente na Associação Metropolitana de Serviços, no desenvolvimento e implementação de projectos com vista à promoção da empregabilidade na área metropolitana do Porto, encerrando tipologias diversas: desde as acções de diagnóstico, à formação profissional e à gestão de redes institucionais e de parcerias estratégicas na prossecução destes objectivos.
- Intervenção social da Ald No GúruèPublication . Barbosa, Adérito GomesO presente texto procura apresentar, antes de mais, o distrito do Gúruè e o Centro Polivalente Leão Dehon, considerado um dos mais organizados e eficientes em Moçambique, pelas instituições governamentais, não governamentais e educativas. A ALVD4 como entidade e a sua intervenção em Moçambique constituem o segundo ponto do nosso desenvolvimento. Em terceiro lugar, salientamos os princípios pedagógico-sociais desta Associação.
- Estatuto antropológico e limiares epistemológicos da educação socialPublication . Carvalho, Adalberto Dias deO presente artigo desenvolve a temática do estatuto da educação social enquanto disciplina de confluência e síntese de vários saberes e enquanto prática de intervenção. Para o efeito questiona a sua relação com as ciências da educação e com a pedagogia social, a par das suas conexões com a ética e a política. Numa perspectiva essencialmente hermenêutica indaga-se ainda o complexo desafio que as situações-limite e o contrato social colocam à sociedade civil impondo que esta promova o exercício de uma cidadania responsável, dimensão em que a educação social tem um papel fundamental.
- Rendimento Social de Inserção – uma política social de desenvolvimento humano?Publication . Ribeiro, Maria Helena Magalhães da SilveiraAs políticas sociais preconizam acima de tudo constituir uma resposta às lacunas existentes em termos do bem-estar e das oportunidades de vida. Este artigo procura centrar-se numa medida concreta: o Rendimento Social de Inserção (RSI). Procuramos reflectir de que forma esta medida em concreto se constitui (ou não) como geradora de processos de inclusão, potenciando o desenvolvimento das pessoas. Partiremos então de três conceitos fundamentais que o artigo 1.º da lei do RSI enuncia: a inserção laboral, a inserção social e a inserção comunitária. Estabelecendo a ponte com o paradigma da formação ao longo da vida, procuraremos reflectir sobre algumas inquietações que estão na génese da investigação em curso sobre políticas sociais e desenvolvimento humano, realizada no âmbito da dissertação de Mestrado em Pedagogia Social: a forma como esta medida potencia o desenvolvimento dos indivíduos, a forma como os beneficiários são envolvidos na definição dos seus programas de inserção e a necessidade da redefinição das políticas sociais num cenário de crise e vulnerabilidade social, em que a consolidação dos valores de solidariedade, comunidade e justiça social se torna cada vez mais urgente. Com o crescimento dos números do desemprego e da fragilização dos vínculos laborais, temos assistido a uma progressiva desestabilização dos estáveis (aqueles que tinham emprego estável) e a uma instalação cada vez mais definitiva na precariedade. Neste cenário, as políticas sociais serão naturalmente reconfiguradas, mas importa salvaguardar acima de tudo as condições para a manutenção de uma existência digna, atentando em quem mais precisa, em quem já há muito não ocupa lugar na estrutura social - os “novos inúteis do mundo”, nas palavras de Rizek ao prefaciar uma obra de Castel.
- Ética do voluntariadoPublication . Barbosa, Adérito GomesPara uma apresentação mais vasta desta problemática, teríamos que abordar o voluntariado social nas suas grandes linhas: a área alvo dos voluntários (necessidades, pobreza), fases etárias privilegiadas para serem voluntários (jovens e reformados), motivações, direitos, deveres, responsabilidades, experiências ad intra e ad extra. Circunscrevemo-nos apenas à ética do voluntariado. Como pressupostos, podemos elencar o bem-estar hoje, a in-hospitalidade, o ser humano como cuidado e como compaixão. Num segundo passo, identificamos a ética do voluntariado como a ética da justiça (ética dos mínimos) e a ética da gratuitidade (ética dos máximos). No ponto seguinte, procuramos apresentar algumas prioridades que concorrem para uma ética do voluntariado: cordialidade e convivialidade; educar à cidadania e à participação; um convite à ética dos máximos; a prioridade do dar sobre o receber; o voluntariado é dar. O voluntariado não é um dar individualista ou assistencial, mas um dar colectivo, no sentido de ensinar a dar, ensinar a gerir, ensinar a respeitar, ensinar a empenhar-se pelo outro, ensinar a ser hospitaleiro (de bens e serviços) com o outro, com os outros.