CECC - Outros / Others
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Browsing CECC - Outros / Others by contributor "Pinto, Isabel"
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- Não se Vence a NaturezaPublication . Pinto, IsabelEsta comédia de três actos, e em verso, da qual, até ao presente, não se conhece qualquer publicação, não apresenta informação de autor, sendo mais uma cópia autógrafa de António José de Oliveira, prolífico escriba de teatro da segunda metade do século XVIII. Contudo, no Fundo da Real Mesa Censória (Livro 5, f. 179v; Caixa 21, doc. 16), no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, existe registo de um requerimento de António José de Paula, figura polifacetada do teatro português enquanto autor, tradutor, intérprete e director, solicitando licença para a representação desta comédia. Aventamos, então, o seu nome como possível autor/tradutor. Um dado curioso acerca do texto é a acção desenrolar-se em Ferrara, a que acresce o facto de os nomes das personagens, Aurora, Roberto, Silvano, etc., também não desmerecerem de uma apenas conjecturável ascendência italiana. A intriga é essencialmente amorosa, centrando-se nos obstáculos que os enamorados, Carlos e Aurora, enfrentam, os quais assumem pontualmente contornos tão trágicos que justificam o impulso suicida de Carlos numa cena do último acto. O eixo cómico, ainda assim igualmente dominante, é assegurado pela acentuada rusticidade da personagem Silvano, que é aqui explorada até às últimas consequências de modo a fazê-la coincidir com uma imbecilidade exorbitante. O contraste entre Carlos e Silvano é enorme, com o primeiro a enunciar longas tiradas líricas e o segundo a asneirar em todos os sentidos, proferindo falas tão escandalosas quanto descabidas. A primícia geral que subjaz a esta comédia vai em sentido oposto à ideologia do bon sauvage de Jean-Jacques Rousseau: nem sempre o que é natural é bom e melhor, e, pelo menos em certos casos, a sociedade, a cultura e o ensino de nada valem perante uma natureza menor, como é a de Silvano.
- O Vassalo Mais Fiel no Cerco de GuimarãesPublication . Pinto, IsabelO Vassalo Mais Fiel no Cerco de Guimarães, comédia em verso de autor desconhecido, que aqui obtém edição inaugural, é cópia do escriba profissional António José de Oliveira, no ano de 1796. Contém, para além da comédia assim intitulada, um «Argumento», que esclarece a fonte histórica da intriga: Terceira Parte da Monarquia Lusitana, que contém a História de Portugal desd’o Conde Dom Henrique até todo o reinado del Rei Dom Afonso Henriques, da autoria de António Brandão, impressa em Lisboa, em 1632. Insere-se no contexto mais lato da recuperação do teatro histórico na segunda metade do século XVIII, a par com outros títulos, que lograram ser publicados em avanço: A Glória Lusitana ou A Restauração de Cambre (Lisboa: Oficina de Domingos Gonçalves, 1783); O Ilustríssimo D. Afonso de Albuquerque em Goa (Lisboa: Oficina de António Rodrigues Galhardo, 1784); A Glória de Portugal nas Acções de D. Nuno Álvares Pereira (Lisboa: Oficina de António Gomes, 1790), etc. A intriga recupera o acto temerário de Egas Moniz, aio e secretário de D. Afonso Henriques, ao dispor-se a sacrificar a vida, juntamente com a da família, para cumprir a sua palavra, depois de D. Afonso VII, primo de D. Afonso Henriques, de acordo com o previamente combinado com o próprio Egas Moniz, ter levantado o cerco à cidade de Guimarães, em 1127. A comédia enaltece a figura de um herói que escapa ao pathos pelo elevado empenhamento no interesse colectivo e no desígnio nacional.
