FCSE - Teses de Doutoramento / Doctoral Theses
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- Apoiar na parentalidade positiva : áreas de intervenção de enfermagemPublication . Lopes, Maria da Saudade de Oliveira Custódio; Dixe, Maria dos Anjos Coelho Rodrigues; Catarino, Helena da Conceição Borges Pereira
- Bem-estar espiritual da pessoa doente hospitalizadaPublication . Castelo Branco, Maria Zita Pires; Vieira, Margarida Maria da SilvaO bem-estar espiritual é um foco de atenção dos enfermeiros e uma necessidade em cuidados de enfermagem, com particular relevância nos processos de transição de saúde /doença aguda e cronica e durante a hospitalização. Com base no modelo de bem-estar espiritual na doença de Elizabeth O‟Brien desenvolveu-se um estudo quantitativo, descritivo e correlacional, de abordagem transversal, que permitiu avaliar o nível de bem-estar espiritual da pessoa doente hospitalizada e analisar a associação das variáveis sociodemográficas, clínicas e de perceção do estado de saúde sobre o bem-estar espiritual. Participaram no estudo 705 pessoas hospitalizadas com doença aguda e crónica. A recolha de dados foi realizada em três instituições de saúde da zona norte de Portugal. Como instrumentos de recolha de dados, foram utilizados um questionário de caracterização sociodemográfica e clinica,escala de confusão de Neecham, a Spiritual Assessment Scale e o Questionário de Estado de Saúde (SF-36v2). Os resultados obtidos evidenciaram um nível de bem-estar espiritual e fé pessoal com sentido positivo moderado alto, e a paz espiritual e a prática religiosa revelaram valores moderados. As variáveis sexo, idade, escolaridade e professar uma religião, demonstraram estar associadas a diferenças significativas na perceção de bem-estar espiritual, com resultados superiores para o sexo feminino, para os mais idosos, com um nível de escolaridade baixo e professar uma religião. É de realçar que os níveis globais de bem-estar espiritual aumentaram com a idade dos participantes. A maioria referiu que professava uma religião, sendo a mais apontada a religião católica apostólica romana. Professar uma religião demonstrou estar associada a um nível superior de bem-estar espiritual, fé pessoal e prática religiosa, com exceção para a subescala paz espiritual. Os resultados obtidos da perceção do estado de saúde indicaram que as variáveis sexo, idade, escolaridade, situação laboral, coabitação, residência e proveniência, estiveram associadas a diferenças significativas, com resultados superiores para o sexo masculino, para os mais jovens, com nível de escolaridade superior, ativos profissionalmente e de proveniência urbana. Não foi possível relacionar o estado civil com a perceção do estado de saúde, contudo, os participantes que viviam integrados numa família nuclear evidenciaram perceção do estado de saúde superior. A componente mental do SF-36v2 (vitalidade, função social, desempenho emocional e saúde mental) apresentou valores de média de ordem superiores em comparação com a componente física. Pela análise bivariada, verificou-se uma associação significativa positiva entre fé pessoal e saúde geral e uma associação significativa com sentido negativo entre a prática religiosa, a vitalidade e o desenvolvimento emocional. A paz espiritual manifestou um padrão superior de associações com as dimensões de SF36v2 e o bem-estar espiritual apresentou uma associação significativa positiva com a saúde geral. Com a regressão linear múltipla, obteve-se um modelo que explica 21,20% da variação média da variável bem-estar espiritual. O conjunto de variáveis que integrou o modelo está relacionado com aspetos sociodemográficos (sexo, idade e professar uma religião), clínicos (presença de sintomatologia) e do estado de saúde (saúde geral do SF-36v2). As variáveis que apresentaram maior valor preditivo em sentido decrescente, foram: professar uma religião, saúde geral, sexo, idade e presença de sintomatologia. Relacionados com as alterações da integridade espiritual, foram identificados os seguintes diagnósticos de enfermagem: dor espiritual; alienação espiritual; ansiedade espiritual; culpa espiritual; raiva espiritual; perda espiritual e desespero espiritual. Consideramos que a realização deste trabalho permitiu refletir sobre diversos aspetos relacionados com o bem-estar espiritual e os seus atributos: fé pessoal, prática religiosa e paz espiritual e a necessidade de compreender as necessidades espirituais durante a hospitalização, bem como os fatores que interferem com a capacidade funcional e o estado de saúde.
- Bem-estar espiritual, qualidade de vida e coping na fase final de vidaPublication . Pereira, Filomena Moreira Pinto; Santos, Célia Samarina Vilaça de BritoEste estudo teve como finalidade contribuir para a melhoria da assistência de enfermagem promotora de estratégias de coping melhor adaptativas potencializadoras de bem-estar espiritual e de qualidade de vida dos doentes com doença oncológica na fase final de vida. Participaram no estudo 346 doentes com doença oncológica seguidos em cuidados paliativos. O estudo desenvolveu-se em três momentos. No primeiro momento, realizaram-se estudos metodológicos de adaptação cultural e validação da Functional Assessment of Câncer Therapy-General Scale (FACT-G) versão 4, da Functional Assessment of Chronic ILLness Therapy-Spiritual Well-Being Scale (FACIT-Sp12), e de adaptação para a população em estudo da Escala Reduzida de Ajustamento Mental ao Cancro (Mini-MAC Scale). Os resultados demonstraram que estes instrumentos possuem boas propriedades psicométricas, justificando-se a sua utilização no estudo da qualidade de vida, do bem-estar espiritual e do ajustamento mental dos doentes na fase final de vida de doença oncológica em cuidados paliativos. No segundo momento, desenvolveu-se um estudo exploratório, descritivo e transversal. Os resultados revelaram que o bem-estar espiritual foi percecionado como positivo e situando-se a um nível médio, influenciado por variáveis sócio-demograficas (idade, estado civil e religião) e por variáveis de doença (conhecimento da doença, tipo de tratamento, tipo de assistência). A qualidade de vida (QV) foi percecionada como positiva, influenciada pelas variáveis sócio-demograficas (género, idade, estado civil e religião) e pelas variáveis de doença (conhecimento da doença e tipo de assistência). As estratégias de coping a que os doentes recorreram foram principalmente focadas na emoção, como o “evitamento cognitivo” e o “fatalismo”. O tipo de coping era influenciado pelas variáveis sócio-demograficas (género, idade, escolaridade, estado civil e religião) e pelas variáveis de doença (tempo de diagnóstico, tipo de tratamento e tipo de assistencial). Verificou-se a existência de correlação entre a perceção de qualidade de vida e o coping. As estratégias de tipo ”espírito de luta” e “fatalismo” demonstraram ser melhor adaptativas e por conseguinte, preditivas de melhor qualidade de vida e bem-estar espiritual. O bem-estar espiritual influenciou, de forma positiva, a QV global em todas as suas dimensões, apontando para uma abordagem da QV em oncologia e em cuidados paliativos assente num modelo biopsicossocial e espiritual. No terceiro momento, foi elaborado um modelo de intervenção em enfermagem, promotor da utilização de estratégias de coping mais adaptativas, com vista a produzir resultados positivos ao nível do bem-estar espiritual e a qualidade de vida nos doentes com doença oncológica na fase final de vida em cuidados paliativos.
- Conceção e avaliação de um instrumento vídeo sobre autocuidado e reabilitação em pessoas com lesão vértebro medularPublication . Garcia, Catarina Isabel dos Reis Silva; Martins, TeresaA Lesão Vértebro Medular (LVM) determina uma alteração neura motora irreversível com défices motores e necessidade de autocuidado permanentes. Quando num contexto de curta duração do internamento em reabilitação, a pessoa com LVM vê reduzido o potencial de reabilitação das capacidades motoras remanescentes. Devem procurar-se formas concretas de obviar a esta limitação, promovendo assim o potencial de reabilitação. O advento e a familiarização da sociedade com as novas tecnologias e interfaces de divulgação de informação via internet permitiram o complemento das tradicionais intervenções educacionais em saúde por novos mecanismos, também da responsabilidade dos profissionais de saúde. Estas tecnologias permitem sustentar um trabalho continuado e à distância, permitindo maior acesso aos cuidados a pessoas com disfunção neuromotora. Dando resposta a uma lacuna de instrumentos de vídeo para instrução ou treino das técnicas de autocuidado e reabilitação motora, desenvolveu-se este trabalho de construção e avaliação do impacto de um instrumento educacional em vídeo para pessoas com LVM. Os vídeos foram concebidos com vista à sua distribuição futura via internet. Esta investigação integrou dois estudos preliminares. No primeiro avaliaram-se as necessidades de informação das pessoas com LVM; em seguida, na posse desses dados, procedeu-se no segundo estudo preliminar, à conceção e validação de conteúdo de um conjunto de vídeos educacionais dirigidos a esta população. O estudo principal é um estudo quantitativo quasi-experimental que serviu a avaliação do impacto do instrumento de vídeo produzido quanto a ganhos em habilidades e ganhos em retenção de conhecimentos num grupo de pessoas com LVM.Os vídeos de demonstração das técnicas em estudo foram: 1) push-up ou elevação de tronco; 2) ortostatismo em mesa de verticalização ou standing-frame; 3) subir e descer passeios em cadeira de rodas; 4) transferência para o carro e de 5) inspirometria de incentivo. A avaliação de impacto do instrumento, ao nível do desempenho, foi realizada por 5 avaliadores independentes que através de uma avaliação cega, dos registos de videogravação dos participantes a executarem as técnicas, mostrou concordância elevada entre pares e ganhos em desempenho motor (p <0,05) associados aos vídeos em todas as técnicas avaliadas. Também se encontrou ganhos em conhecimentos por parte dos participantes do grupo de intervenção. Considera-se que o objetivo do trabalho foi alcançado, porquanto os 5 vídeos de demonstração de técnicas de reabilitação e autocuidado foram úteis aos participantes, os quais, após a intervenção, demonstraram melhor desempenho motor das técnicas e maior retenção imediata de conhecimentos sobre as mesmas. Os resultados deste trabalho refletem a utilidade das novas tecnologias como complemento no treino e ensino de técnicas de reabilitação e autocuidado.
- Construção e adequação de um instrumento de medição de risco de lesão não intencional em ambiente doméstico/familiar, em crianças até aos quatro anosPublication . Ramos, Ana Lúcia Caeiro; Nunes, Lucília Rosa MateusAs lesões não intencionais constituem um desafio de saúde pública, tendo em conta os seus efeitos na comunidade, para além da família e pessoa afetadas. A criança, pelas suas características específicas e contextuais, coloca-se em risco de ocorrência de lesão não intencional, constituindo-se, com alguma frequência, como a vítima destas lesões. A finalidade deste estudo visa a medição de risco de lesão não intencional em ambiente doméstico/ familiar, em crianças até aos 4 anos, de modo a aumentar os conhecimentos em relação a esta temática e, assim, minimizar o risco. Objetivos do estudo: Construir e adequar um instrumento de medição de risco de lesão não intencional na criança até aos quatro anos, em ambiente doméstico e familiar. Métodos: Investigação metodológica - Estudo de construção e adequação de instrumento de medida realizado em quatro fases: (1) a primeira fase, seleção dos itens apropriados, realizada através da revisão de literatura e de revisão sistemática; (2) a segunda fase, construção do instrumento de medida de risco, com recurso a um painel de peritos na área; (3) a terceira fase, de aplicação do instrumento a cuidadores principais de crianças até aos quatro anos; (4) a quarta fase, de adequação do instrumento de medida, em que são avaliadas e analisadas as características técnicas do instrumento proposto. Pertinência e relevância do estudo: Intervindo nas crianças, no seu ambiente doméstico/ familiar, contribui-se para a capacitação dos cidadãos e dos enfermeiros, respondendo a uma das áreas de intervenção propostas no Programa Nacional de Prevenção de Acidentes. Através da medição do risco de lesão não intencional na criança, consegue-se classificar a criança, de acordo com o seu risco de ocorrência de lesão não intencional, o que possibilitará negociar um plano de cuidado adaptado a cada criança e família, de acordo com os fatores de risco encontrados e com o score atribuído. Resultados: A revisão sistemática de literatura determinou um conjunto de fatores de risco que agrupámos em quatro focos de atenção: criança, cuidador principal/ família, comportamentos de risco e ambiente. Os fatores encontrados foram analisados por um painel de peritos que, em três rondas, chegou a consenso relativamente aos itens a constarem no instrumento a aplicar. O formulário foi aplicado aos cuidadores principais de crianças até aos quatro anos, pelos enfermeiros, em várias unidades de saúde pertencentes a sete agrupamentos de centros de saúde. Foram dois os momentos de recolha de dados. No primeiro momento foram aplicados 261 formulários e num segundo momento foram aplicados 20 formulários. Recorremos à metodologia utilizada quando se pretende a criação de um modelo de prognóstico e procurámos validá-lo prospetivamente. Após a análise das respostas obtidas, com recurso a diferentes testes estatísticos, quer de associação, odds ratio, como aos modelos de regressão logística, chegámos a dois cenários. O cenário 1 constituído pelos doze itens que apresentaram relação de dependência estatisticamente significativa (p-value <0,05). O cenário 2 foi originado através do recurso ao modelo de regressão logística multivariada, tendo-se obtido um instrumento com os cinco itens que se mantiveram importantes na explicação da variável resposta. Ambos os cenários apresentam valores superiores a 80% de sensibilidade e acima dos 55% de especificidade. O odds ratio foi de 7,43 e (cenário 1) e 7,48 (cenário 2), com o intervalo de confiança a 95%, indicando que a probabilidade de uma criança que esteja no grupo de alto risco vir a ter uma lesão não intencional é sete vezes superior, quando comparada com uma criança presente no grupo de baixo risco de lesão. Conclusões: A investigação que integra este estudo permitiu-nos identificar os fatores de risco descritos na literatura contemporânea e, a partir desta informação, bem como da opinião de peritos multidisciplinares, foi possível construir um instrumento de medição do risco de lesão não intencional em ambiente doméstico/ familiar em crianças até aos quatro anos. Criámos duas soluções de instrumento, seguindo o roteiro de criação de modelo de prognóstico, que apresentam boa validade interna, comparativamente a instrumentos existentes acerca da problemática da lesão não intencional. Sugerimos a validação externa do instrumento resultante do cenário 1 e caso os resultados continuem equivalentes, sugerimos optar pelo instrumento que derivou do modelo da regressão logística multivariada, uma vez que contem menos itens, é mais parcimonioso, o que se pode repercurtir no peso da sua aplicação futura.
- Cuidar da humanitude : método de Gineste e Marescotti aplicado a pessoas internadas em cuidados continuadosPublication . Simões, Mário Manuel Monteiro; Rodrigues, Manuel Alves; Salgueiro, NídiaO aumento de idosos dementes com quadros de agitação patológica e oposição aos cuidados é uma realidade crescente. Atualmente estima-se superior a 35 milhões de pessoas idosas dementes no mundo e a duplicar em cada 20 anos, com custos superiores a 400 biliões de dólares e com muito sofrimento, inclusive nos cuidadores que têm dificuldade de lidar com este tipo de casos. Em Portugal, a população idosa estimada é superior a 2 milhões de pessoas. Das quais, mais de 150.000 são portadoras de demência. Algo de elevado impacto económico e social que levou a surgir o Decreto-Lei n.º 101/2006 de 6 de junho que estabeleceu a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) para apoio institucionalizado, assim como a Resolução do Conselho de Ministros n.º 61/2011 de 22 de dezembro, que formalizou a coordenação e funcionamento do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo em 2012, de acordo com o Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia, que designaram 2012 o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações, para a consciencialização e progressos na resolução de problemas inerentes. A enfermagem desempenha um papel importante no cuidado a pessoas com demência em espaços de intimidade, procurando promover a pessoa doente à altura da dignidade humana. No entanto, a ação dos enfermeiros indica, por vezes, uma tendência para o afastamento do essencial relacional, tanto em favor dos princípios da economia e da tecnologia, como pela não utilização de modos de cuidar que o proporcionem. Em França, o Método de Cuidados Humanitude Gineste Marescotti (MGM) revelou ser uma resposta válida. Diminuiu os quadros de agitação e oposição aos cuidados das pessoas dementes, promovendo-lhes uma postura ativa, melhorando também a satisfação profissional dos cuidadores e reduzindo significativamente a taxa de absentismo devido a lesões músculo-esqueléticas e burnout. A resposta técnica e científica deste método motivou a realização de uma sequência integrada de estudos com a finalidade de aplicar o MGM na Região Centro de Portugal (RCP). No primeiro estudo prévio descritivo, aplicou-se um questionário a uma amostra de enfermeiros da RCP, com mais de dois anos de exercício profissional, para determinar a aceitação dos enfermeiros ao MGM. Obteve-se um elevado nível de aceitação, tanto pela importância atribuída aos procedimentos cuidativos humanitude inerentes ao método como pela perceção de os aplicarem na prática.No segundo estudo, com abordagem de Investigação Ação Associada e estratégia de formação na ação (FA) em contexto real de cuidados, procedeu-se à aplicação do MGM numa Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) de Coimbra que aceitou envolver-se no projeto. O diagnóstico de situação revelou nível de aceitação elevado, idêntico ao dos enfermeiros da RCP, enquanto os resultados da observação prévia atingiram scores baixos, portanto, há um elevado desvio entre prática percebida e prática efetiva. A observação dos procedimentos humanitude durante a FA atinge scores elevados, diminuindo o desvio verificado entre a prática percebida e prática efetiva. A agitação, medida no início e no final da FA, diminuiu substancialmente. Nos seus relatos, os cuidadores evidenciam satisfação pelos efeitos positivos nas pessoas cuidadas devido aos cuidados se tornarem mais fáceis e gratificantes. Ocorrências externas e internas perturbaram a realização do acompanhamento previsto. Apesar disso, a observação avaliativa realizada seis meses após a FA revela que alguns procedimentos estavam bem integrados na prática, enquanto outros decaíram, mas mantendo-se acima dos scores atingidos na observação diagnóstica. Conclui-se dos resultados deste estudo, em consonância com os obtidos pelos autores do MGM, que os instrumentos de colheita de dados criados são funcionais na sua aplicação e há pertinência de implementação do cuidar em humanitude, em contexto português.
- Custos e benefícios do ensino clínico em enfermagem para as instituições hospitalaresPublication . Ribeiro, Olivério de Paiva; Vieira, Margarida Maria da Silva; Nunes, Maria Madalena Jesus CunhaA realização dos ensinos clínicos do Curso de Licenciatura em Enfermagem (CLE) em instituições de saúde assume-se como uma problemática de estudo pertinente para as instituições de ensino e hospitalares, de modo a melhorar os processos de aprendizagem e a eficiência da gestão. Neste pressuposto definimos como objetivo identificar os custos da formação dos estudantes de enfermagem em ensino clínico nas instituições hospitalares, mensurado através da análise do indicador de estrutura relacionado com os recursos materiais em termos de consumo de artigos associados aos cuidados de enfermagem, do indicador de processo relacionado com os recursos humanos, nomeadamente quanto ao tempo despendido pelos enfermeiros na prestação de cuidados aos doentes, e indicador de resultados no que se refere à satisfação do cidadão face aos cuidados de enfermagem prestados, tendo sempre em perspetiva a análise comparativa dos custos hospitalares durante a presença e ausência de estudantes de enfermagem em ensino clínico. O presente estudo de caráter descritivo-correlacional e transversal foi realizado no Centro Hospitalar Tondela Viseu, E.P.E., no ano de 2011, abrangendo 4 serviços de Medicina e 4 de Cirurgia, locais de realização de Ensinos Clínicos do CLE da Escola Superior de Saúde de Viseu. O protocolo de pesquisa incluiu um “Corpus documental” de artigos consumidos no ano, uma grelha de observação elaborada por Ribeiro, Vieira & Cunha para registo do tempo de cuidados diretos prestados pelos enfermeiros durante as 159 observações efetuadas no turno da manhã, e a Escala de Satisfação do Cidadão face aos Cuidados de Enfermagem de Rodrigues e Dias (2003), nas dimensões experiência e opinião, numa amostra de 115 cidadãos internados nos serviços de Medicina e Cirurgia. Os resultados evidenciaram um consumo de 3.259.687 artigos, os quais aportaram o custo total de 178.678,40€, correspondendo à presença de estudantes 90.623,64€. O acréscimo de gastos resultantes da presença de estudantes foi de 2.568,88€ cujo custo dia de estágio por serviço, com 10 estudantes, representa a importância de 31,71€ (0,33€ estudante/dia). O tempo médio despendido por enfermeiro/doente na prestação de cuidados no turno foi de 31,69 minutos, correspondendo ao período sem estudantes o tempo de 38,55 minutos e com estudantes de 27,12 minutos, sendo a diferença de tempos bastante significativa (t=3,109;p=.002). Em termos de satisfação do cidadão obteve-se na dimensão experiência o score de 173,92 (dp=16,21; CV=9,32%) (Máximo 196; Mínimo 28) e na opinião de 80,58 (dp=12,32; CV= 15,29%) (Máximo 95; Mínimo 19). Nesta dimensão, os resultados relativos aos estudantes foram superiores, obtendo-se um score de 83,78 (dp=10,29; CV=12,28%), cuja diferença foi altamente significativa (t=-4,511; p=0,000). As inferências evidenciam que a presença de estudantes em EC nos hospitais leva ao acréscimo de custos em gastos de materiais (3,3€/turno), custos amortecidos pela oferta de serviços gratuitos proporcionados pela presença desses mesmos estudantes, correspondente a 11,43 minutos por doente. Verificou-se um custo/minuto de cuidados de enfermagem de 1,55€ para 16 doentes com acompanhamento de estudantes, obtendo-se assim um saldo positivo de 21,57€/turno. Como reforço positivo dos resultados obtidos nos dois indicadores, o cidadão evidenciou melhores níveis de satisfação relativamente aos cuidados prestados pelos estudantes. Concluímos pois da mais-valia da realização dos ensinos clínicos de enfermagem nas instituições hospitalares, pelo que as parcerias escola-meio clínico, deverão ser estabelecidas e reforçadas num ambiente relacional responsável e de mútua confiança, imprescindível para a qualidade de cuidados que se deseja nas instituições de saúde e para o desenvolvimento de capacidades que se pretendem atingir durante o processo formativo dos estudantes.
- Desenvolvimento de competências relacionais na preservação da intimidade durante o processo de cuidarPublication . Zangão, Maria Otília Brites; Mendes, Felismina Rosa ParreiraEste estudo foi realizado com a finalidade da obtenção do grau de doutor em enfermagem, na Universidade Católica Portuguesa na especialidade de Educação em Enfermagem. Decorrente do atual contexto socioeconómico de Portugal e das alterações que se avizinham na formação em enfermagem, pareceu-nos pertinente compreender e identificar como ocorre a aquisição e o desenvolvimento de competências relacionais do estudante da licenciatura em enfermagem na preservação da intimidade dos utentes durante o processo de cuidar; e no final propor bases teórico-metodológicas para o ensino da enfermagem na aquisição e desenvolvimento desta dimensão das competências. Realizou-se um estudo descritivo – correlacional com a combinação simultânea de métodos de investigação de natureza quantitativa e qualitativa. Para realização do tratamento e análise dos dados, recorremos a vários Softwares, nomeadamente para os dados quantitativos utilizámos o Software IBM® SPSS® Statistic, enquanto para os dados qualitativos, estes foram tratados através do Software webQDA - Software de Apoio à Análise Qualitativa versão 1.4.3 e do Software Alceste 2010 (Analyse Lexicale par Contexte d’un Ensenble de Segments de Texte). No final da análise procedeu-se à triangulação dos dados através da Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano de Bronfenbrenner, elaborando-se o Modelo de bases teórico-metodológicas para os estudantes de enfermagem. A população foram os estudantes da licenciatura em enfermagem e os docentes de uma Escola Superior de Enfermagem integrada numa Universidade (A) e de uma Escola Superior de Saúde integrada num Instituto Politécnico (B), amostra dos estudantes foi aleatória simples, enquanto a amostra do grupo de docentes foi do tipo não-probabilística por conveniência. Para a recolha de dados foram realizados vários procedimentos de forma a cumprir a componente ética e legal da pesquisa em enfermagem com seres humanos. Os instrumentos de recolha de dados foram um questionário de caracterização dos estudantes e do contexto clínico, um Inventário de Competências Relacionais de Ajuda (ICRA), uma Grelha de Observação dos estudantes em ensino clínico de uma entrevista semiestruturada para os docentes. Os resultados obtidos evidenciam a presença de quatro variáveis preditoras da aquisição e desenvolvimento desta dimensão das competências, as quais influenciam a aprendizagem e os resultados finais dos estudantes. Para se processar o desenvolvimento desta dimensão das competências é necessário estarem reunidas as condições do Modelo Processo-Pessoa- Contexto-Tempo (PPCT).
- A dimensão espiritual do ser humano : o diagnóstico de angústia espiritual e a intervenção de enfermagemPublication . Mendes, João Manuel Pedro Galhanas; Vieira, Margarida MariaCom este estudo percebemos de forma mais aprofundada a participação dos enfermeiros no diagnóstico e planeamento de cuidados de enfermagem que se relacionam com a dimensão espiritual do ser humano. Concretamente identificámos os indicadores que estão presentes no processo de construção do diagnóstico de ”angústia espiritual” e as intervenções de enfermagem que poderão ser implementadas num processo de cuidados de saúde. As questões orientadoras do estudo estiveram relacionadas com o processo de diagnóstico e com as intervenções específicas de enfermagem. A construção do conhecimento foi realizada com o recurso a um período de observação e com a implementação de estratégias de investigação-ação num serviço de internamento de um hospital. Foi considerado que a espiritualidade é uma misteriosa e complexa dimensão da existência humana, que envolve aspetos na vida diária que são profundamente pessoais e sensíveis, como a religião ou a filiação religiosa e é tão mais complexa quanto mais envolve aspetos da vida na sua interligação com as crenças, os valores e a cultura. A espiritualidade vem dar significado a algumas interrogações humanas muito ligadas aos valores, a estilos de vida, às crenças que se expressam em práticas religiosas, a crenças da relação do ser humano com Deus, com a natureza, com a beleza, com a arte e veio fornecer avanços importantes na compreensão de muitos comportamentos individuais e coletivos. Relativamente à identificação dos indicadores que estão na origem do processo de construção do diagnóstico foram reforçadas as caraterísticas definidoras do diagnóstico de angústia espiritual preconizado pela NANDA. Foi identificado um conjunto de intervenções de enfermagem que os enfermeiros sugerem como intervenção específica neste diagnóstico, tendo sido muito valorizada a intervenção “escutar ou falar com o doente relativamente à sua situação de doença”. Verificamos a grande necessidade de formação inicial, contínua e avançada nesta área de cuidados para podermos reforçar o significado e o sentido que os enfermeiros podem atribuir à sua função na equipa de saúde.
- Do ad hoc a um modelo de supervisão clínica em enfermagem em usoPublication . Cruz, Sandra Sílvia Monteiro Santos; Sousa, PaulinoA tese que se apresenta neste relatório centrou-se no domínio da supervisão clínica em enfermagem (SCE), tomando por objeto de estudo o desenvolvimento de um modelo de SCE que permita responder às exigências do exercício profissional dos enfermeiros, contribuindo para a melhoria da qualidade da sua prática profissional. Emergiu de um percurso de investigação-ação que decorreu no Centro Hospitalar do Médio Ave E.P.E (CHMA), designadamente nas unidades de internamento de Medicina, Obstetrícia e Ginecologia/Bloco de Partos e Pediatria durante cerca de quatro anos, onde se concretizou uma trajetória de mudança. Englobou também um estudo metodológico realizado na Unidade Local de Saúde de Matosinhos E.P.E. (ULSM), de tradução, adaptação cultural e validação de um instrumento que avalia a eficiência e a eficácia da SCE disponibilizada – a Manchester Clinical Supervision Scale® (MCSS®). O paradigma de investigação construtivista alicerçou o desenvolvimento de um modelo de SCE cuja utilidade prática foi evidente no contexto da ação. O seu desenvolvimento visou, essencialmente, os seguintes propósitos: descrever necessidades e resultados sensíveis ao modelo a diferentes níveis e identificar os atores, o processo e as estratégias a utilizar em SCE, tendo como desiderato não só a melhoria contínua da qualidade em supervisão mas também a melhoria contínua da qualidade do exercício profissional dos enfermeiros. O Modelo de Supervisão Clínica em Enfermagem Contextualizado (MSCEC) constitui o contributo principal deste estudo para o conhecimento da disciplina, particularmente no que se refere à identificação e clarificação dos seus eixos (conceção de cuidados, exercício profissional e supervisão) e às relações que se estabelecem entre os intervenientes que atuam no eixo da conceção dos cuidados, do exercício profissional e da supervisão e que possibilitam a retroalimentação do próprio modelo, permitindo que este não se esgote em si mesmo, dada a riqueza de situações que emergem da prática clínica e os desafios em que consistem para todos. O percurso de desenvolvimento do MSCEC consistiu numa iniciativa inovadora, dada a ausência de tradição em SCE e a escassez de estudos neste âmbito no nosso país, nãobstante, não se ter tornado impeditivo da sua realização, pela visão de futuro de todos com quem, por esta via, tivemos a oportunidade de trabalhar e de evoluir do ‘ad hoc a um modelo de SCE em uso’.