Browsing by Issue Date, starting with "2015-11-30"
Now showing 1 - 3 of 3
Results Per Page
Sort Options
- A participação como exercício da caridade : relatório final da prática de ensino supervisionadaPublication . Reis, Ana Lúcia Matos dos; Henriques, António Mendo Castro; Garcia Ambrosio, Juan Francisco
- Bem-estar espiritual da pessoa doente hospitalizadaPublication . Castelo Branco, Maria Zita Pires; Vieira, Margarida Maria da SilvaO bem-estar espiritual é um foco de atenção dos enfermeiros e uma necessidade em cuidados de enfermagem, com particular relevância nos processos de transição de saúde /doença aguda e cronica e durante a hospitalização. Com base no modelo de bem-estar espiritual na doença de Elizabeth O‟Brien desenvolveu-se um estudo quantitativo, descritivo e correlacional, de abordagem transversal, que permitiu avaliar o nível de bem-estar espiritual da pessoa doente hospitalizada e analisar a associação das variáveis sociodemográficas, clínicas e de perceção do estado de saúde sobre o bem-estar espiritual. Participaram no estudo 705 pessoas hospitalizadas com doença aguda e crónica. A recolha de dados foi realizada em três instituições de saúde da zona norte de Portugal. Como instrumentos de recolha de dados, foram utilizados um questionário de caracterização sociodemográfica e clinica,escala de confusão de Neecham, a Spiritual Assessment Scale e o Questionário de Estado de Saúde (SF-36v2). Os resultados obtidos evidenciaram um nível de bem-estar espiritual e fé pessoal com sentido positivo moderado alto, e a paz espiritual e a prática religiosa revelaram valores moderados. As variáveis sexo, idade, escolaridade e professar uma religião, demonstraram estar associadas a diferenças significativas na perceção de bem-estar espiritual, com resultados superiores para o sexo feminino, para os mais idosos, com um nível de escolaridade baixo e professar uma religião. É de realçar que os níveis globais de bem-estar espiritual aumentaram com a idade dos participantes. A maioria referiu que professava uma religião, sendo a mais apontada a religião católica apostólica romana. Professar uma religião demonstrou estar associada a um nível superior de bem-estar espiritual, fé pessoal e prática religiosa, com exceção para a subescala paz espiritual. Os resultados obtidos da perceção do estado de saúde indicaram que as variáveis sexo, idade, escolaridade, situação laboral, coabitação, residência e proveniência, estiveram associadas a diferenças significativas, com resultados superiores para o sexo masculino, para os mais jovens, com nível de escolaridade superior, ativos profissionalmente e de proveniência urbana. Não foi possível relacionar o estado civil com a perceção do estado de saúde, contudo, os participantes que viviam integrados numa família nuclear evidenciaram perceção do estado de saúde superior. A componente mental do SF-36v2 (vitalidade, função social, desempenho emocional e saúde mental) apresentou valores de média de ordem superiores em comparação com a componente física. Pela análise bivariada, verificou-se uma associação significativa positiva entre fé pessoal e saúde geral e uma associação significativa com sentido negativo entre a prática religiosa, a vitalidade e o desenvolvimento emocional. A paz espiritual manifestou um padrão superior de associações com as dimensões de SF36v2 e o bem-estar espiritual apresentou uma associação significativa positiva com a saúde geral. Com a regressão linear múltipla, obteve-se um modelo que explica 21,20% da variação média da variável bem-estar espiritual. O conjunto de variáveis que integrou o modelo está relacionado com aspetos sociodemográficos (sexo, idade e professar uma religião), clínicos (presença de sintomatologia) e do estado de saúde (saúde geral do SF-36v2). As variáveis que apresentaram maior valor preditivo em sentido decrescente, foram: professar uma religião, saúde geral, sexo, idade e presença de sintomatologia. Relacionados com as alterações da integridade espiritual, foram identificados os seguintes diagnósticos de enfermagem: dor espiritual; alienação espiritual; ansiedade espiritual; culpa espiritual; raiva espiritual; perda espiritual e desespero espiritual. Consideramos que a realização deste trabalho permitiu refletir sobre diversos aspetos relacionados com o bem-estar espiritual e os seus atributos: fé pessoal, prática religiosa e paz espiritual e a necessidade de compreender as necessidades espirituais durante a hospitalização, bem como os fatores que interferem com a capacidade funcional e o estado de saúde.
- Neuroenhancement : um desafio à bioéticaPublication . Costa, Adelaide Susana Ferreira da Costa; Serrão, Daniel; Coelho, Rui; Carvalho, Ana SofiaEsta tese é sobre o neuroenhancement. Conceito de difícil definição e de uma compreensão que requer um revisitar da literatura e do desenvolvimento do cérebro e da mente. Um cérebro que mudou naturalmente ao longo dos anos e cuja evolução decorre agora de forma mais «acelerada», parecendo querer acompanhar o desenvolvimento vertiginoso da biotecnologia. Desde os métodos mais “consensuais”, como a educação e a nutrição, passando pelos psicofármacos, até à neurocirurgia e aos dispositivos mais recentes de interface cérebro-máquina, o Homem tem vindo a modificar-se. Será o neuroenhancement ético? Como forma de tentar responder à pergunta que é colocada descrevemos alguns casos clínicos da área da Psiquiatria, para os quais hipotetizamos que o neuroenhancement possa já estar presente, discutindo algumas questões clínicas e bioéticas que o dito fenómeno encerra. De entre estas, abordamos mais pormenorizadamente: a distinção entre tratamento e enhancement; a eficácia versus a segurança dos enhancements; o valor da ação humana; a autenticidade e a identidade; a liberdade e a autonomia; a «natureza humana», o «funcionamento normal» da espécie e o «enhancement moral»; a evolução natural versus a artificialização; a justiça e a equidade; o risco de coerção; e a visão teológico-filosófica, na assunção de que o Homem não deve assumir o papel de Deus. Outras situações clínicas, revestidas de um caráter mais “futurista”, são também analisadas tendo em conta os fármacos e outras técnicas em desenvolvimento que se prevê virem a desempenhar um papel importante na modificação cerebral. Abordamos também a possibilidade da evolução no sentido do pós-humano, com base na previsão das artes e no pensamento transhumanista e futurista de alguns autores, face às tecnologias mais recentes de enhancement cerebral. Concluímos que o neuroenhancement já existe, faz parte do nosso quotidiano e, como tal, é meritório de uma maior atenção, sobretudo por parte da comunidade médica, das neurociências e da Bioética. E, por esse motivo, requer um envolvimento imediato dos diferentes profissionais que o estudam, praticam e avaliam e de todos os que possam ser afetados por ele, isto é, todos nós. O neuroenhancement pode em várias circunstâncias ser ético, para além de se revelar necessário. É um fenómeno indissociável da evolução do Homem, prevendo-se que a evolução natural e artificial da mente irá, no futuro, minorar a importância da questão inicialmente colocada: o neuroenhancement é ético?