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- A experiência de luto em tempos de pandemia COVID-19Publication . Carneiro, Ana Margarida Cardoso; Gonçalves, ArmandaO processo de luto, embora seja normativo e necessário de ser vivido, é uma experiência extremamente dolorosa e perturbadora que mobiliza profundamente o ser humano dado que rompe os laços afetivos que são construídos sob o apego. Embora uma grande parte da população consiga vivenciar um processo de luto normativo, verifica-se por outro lado um outro grupo de indivíduos que vivenciam luto patológico. Assim, e de acordo com a situação atípica em que nos encontramos – pandemia COVID-19 é premente ter uma especial atenção aos enlutados uma vez que o próprio contexto e situação a que foram sujeitos poderá despoletar um aumento substancial do número de casos de luto patogénico. Neste seguimento, o presente estudo de investigação de metodologia mista concomitante, teve como principal objetivo avaliar e compreender se a experiência de perda de uma pessoa significativa, considerando o que está intrínseco a um processo de luto, simultaneamente à circunstância atípica em que este decorre (pandemia COVID- 19) é igual ou diferente daquele que a literatura apontava até então. Para tal prepósito, este estudo realizou-se com 14 participantes (6 do sexo masculino e 8 do sexo feminino) com idades compreendidas entre os 19 e 69 anos. Neste, utilizou-se o Questionário Sócio Demográfico, a Entrevista Individual Semiestruturada e o instrumento de Avaliação de Luto Prolongado (PG-13). A partir destes, foi possível averiguar que o processo de luto neste contexto é distinto aquele que a literatura apontava até então, por outras palavras, o presente estudo constatou que: as situações e as alterações que antecedem a morte, bem como o sentido que cada sujeito atribuí aos eventos é que influencia a trajetória do processo de luto (independentemente do contexto onde este ocorre - pandémico ou não); e, que os sujeitos estão a demonstrar reações e respostas normais, dentro de uma situação que é ela anormal (situação pandémica). Ainda, e a partir de uma abordagem quantitativa, não foram encontradas relações estatisticamente significativas entre: o sexo do enlutado, o motivo da perda (COVID-19 ou outra causa) e o grau de parentesco com a procura de apoio psicológico/psiquiátrico após a experiência de perda; e, o motivo da perda com os sentimentos de ansiedade de separação, a duração desses sintomas e a perda da capacidade funcional, áreas sociais, ocupacionais e em outros domínios. Por sua vez, encontrou-se uma relação entre o motivo de falecimento e os sintomas cognitivos, emocionais e comportamentais – sendo o grupo de enlutados ao qual o ente querido faleceu por COVID-19 aquele que apresentou valores mais elevados nesta dimensão.
- Partner-up : peer-mentoring mHealth appPublication . Vasconcelos, Mariana Ferreira de Castro e; Soares, Fátima Patrícia Nunes da Encarnação Marques DiasPartner-Up is a project that aims to offer young struggling teens free counselling through a peer-mentorship mHealth app. The app has two users: the mentees, young teens with some mental issues or distress, and mentors, Psychology Undergrad finalists and students from the master's Degree in the Psychology of Well-being and Health Promotion at FCH – Universidade Católica Portuguesa. Partner-Up offers an in-built chat and phone/video call experience, a self-reflection feature where mentees reflect on their emotions, and a community forum that allows mentees and mentors to share thoughts, accomplishments or simply funny stories and interact via comments and likes. The app grants a personalised experience, as it matches the mentee with a mentor of their gender preference that can relate to and understand their issue. The app contributes to a mutual benefit between mentees and mentors, as mentees gain an approachable mentor to guide them through their mental health journey. Mentors can participate in a volunteer experience, enrich their curriculums and practice their training. The project includes the development of a prototype for Partner-Up, and a communication campaign to introduce the app to the market. These are backed up by market research, a straightforward business plan to determine the idea's viability, and a marketing strategy. The marketing and communication plan combines print, digital advertising, sponsorship and collaboration. During the first three months of the app's introduction, the print will be used for awareness and recruitment in schools, targeting mentees, and at Universidade Católica Portuguesa, targeting mentors. The digital strategy is based on the brand's Instagram profile, with engaging and fun posts and partnerships with three influencers working as brand ambassadors. Sponsorship of a mental health festival and a collaboration with mental health awareness clothing brand.
- Cuidar do planeta no horizonte da ecologia integralPublication . Cunha, Maria Elisabete Costa Ferreira da; Varanda, Maria Isabel PereiraO tema que se desenvolve neste Relatório Final da Prática de Ensino Supervisionada, que diz respeito a “Cuidar do Planeta no horizonte da ecologia integral”, está em relação com os conteúdos de aprendizagem da Unidade Letiva “Cuidar da Natureza”, lecionada a uma turma do 1.º Ano do Ensino Básico. Reflete-se sobre os temas ambientais e ecológicos, que preocupam a humanidade, a partir da abordagem introduzida pelo Papa Francisco com a publicação da Enciclia Laudato si’, que defende uma ecologia integral. No campo da educação ambiental, nota-se que, em geral, os alunos estão sensibilizados para os temas ecológicos, adotando condutas de redução, reutilização e reciclagem dos resíduos dos produtos de consumo. Todavia, é preciso tomar consciência de que os problemas, que estão a fazer o Planeta entrar em colapso, só se podem resolver se houver mudanças profundas na forma como vivemos e como utilizamos os recursos naturais. A proposta pedagógica que propomos pretende demonstrar que é possível ensinar os alunos de EMRC do 1.º Ano a cuidar do Planeta no horizonte da ecologia integral. Para isso, adotamos recursos físicos e digitais, que tornem as aprendizagens motivadoras, apelativas, desafiantes e, ao mesmo tempo, profundas, consolidadas e duradoiras. Deste modo, os alunos desenvolveram saberes e práticas relacionados com a criação do mundo, a beleza das criaturas criadas, o mundo como uma grande casa comum, a degradação da natureza por causa da exploração de recursos e da falta de cuidados, as formas de remediar os danos causados e os cuidados que devemos à natureza, para que esta se mantenha viva, limpa e feliz.
- Processo de desenvolvimento de competências do enfermeiro orientador do ensino clínicoPublication . Amaral, Guida Maria Marques da Silva; Figueiredo, Amélia SimõesA questão central da tese apresentada remete para a compreensão do processo de desenvolvimento de competências do enfermeiro orientador de ensino clínico de estudantes do Curso de Licenciatura em Enfermagem em contexto hospitalar e inscreve- se no âmbito da Educação em Enfermagem. De forma a enquadrar o fenómeno em estudo, construímos um quadro de referência para contextualizar a evolução do ensino de enfermagem dirigido para as competências, o ensino clínico enquanto componente prática do Curso de Licenciatura em Enfermagem e o acompanhamento realizado no mesmo. Demos ainda enfoque ao enfermeiro orientador, um dos elementos da tríade no processo de orientação de estudantes, e por fim delimitamos o conceito de competência e o processo de desenvolvimento de competências. Os objetivos específicos do estudo são: identificar “recortes” biográficos de natureza educacional e profissional que influenciam o desenvolvimento de competências; identificar os aspetos do contexto profissional que influenciam o desenvolvimento de competências; e descrever os recursos que são mobilizados no desenvolvimento de competências. A estratégia geral do estudo enquadra-se no paradigma qualitativo, considerando o fenómeno em estudo, num formato de estudo de caso em harmonia com a teoria fundamentada nos dados. O estudo decorreu em dois contextos de um Centro Hospitalar da Grande Lisboa, tendo sido realizadas entrevistas semiestruturadas a enfermeiros com experiências diferentes na orientação de estudantes de enfermagem e em diferentes estádios de desenvolvimento sócio-profissional de Benner. A amostragem teórica foi conduzida pelos conceitos derivados da codificação dos dados e da evolução da teoria, até considerarmos ter atingido a saturação de dados. O tratamento e análise dos dados considerou o referencial de Strauss e Corbin. Os “recortes” biográficos de natureza educacional e profissional, que influenciaram o desenvolvimento de competências do enfermeiro orientador, foram evidenciados nas dimensões socialização primária e secundária. Na primeira emergiu o contexto familiar e escolar, e na segunda o contexto académico, profissional e social. Estas configurações influenciaram os recursos endógenos desenvolvidos pelo enfermeiro ao longo do seu trajeto de vida. Foi ainda visível a importância dos recursos exógenos, enquanto suporte, no desenvolvimento de competências. O modelo explicativo do processo de desenvolvimento de competências do enfermeiro orientador integra a mobilização dos recursos endógenos e exógenos num contínuo temporal, identificando ao longo do processo momentos-chave, de rotura, e aspetos facilitadores e inibidores. Emergiram ainda algumas premissas que poderão contribuir para a construção de um perfil pedagógico do enfermeiro orientador.
- Participação cívica e política de mulheres consumidoras de substâncias psicoativas : facilitadores e obstáculosPublication . Silva, Inês Neves da; Pires, Cristiana do Vale; Matos, Raquel Maria Navais de CarvalhoHabitualmente, a participação cívica e política de mulheres é discutida tendo como referência as experiências de mulheres socialmente inseridas, que tiveram acesso a lugares de liderança ou de mobilização cívica e comunitária na esfera pública. No entanto, são inexistentes os estudos que se foquem na participação cívica e política de mulheres que consomem substâncias psicoativas em contextos de marginalização e de vulnerabilização social. O presente estudo procura responder a esta ausência de evidência científica e, em particular, propõe-se identificar as experiências e os fatores facilitadores e obstáculos à participação cívica e política destas mulheres. Para tal, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, sobre as experiências de participação cívica e política ao longo da vida de 10 mulheres consumidoras de drogas em contextos de vulnerabilidade social. O tratamento dos dados foi feito com recurso a um software de análise de dados qualitativos (NVivo). Os resultados demonstram que, ao longo do desenvolvimento destas mulheres, em várias fases da sua vida (infância, adolescência e juventude e idade adulta), fatores como o contexto familiar em que cresceram, o nível de escolaridade e o estatuto socioeconómico têm impacto na sua participação cívica e política. Atualmente, a discriminação, a violência e a marginalização que enfrentam por serem mulheres consumidoras de drogas com um perfil socioeconómico precarizado e de pobreza extrema, demostra-se o maior entrave à sua participação, por limitar o acesso a recursos e direitos básicos. Ainda assim, é notável a forma como algumas participantes se têm auto-organizado em movimentos cívicos para se tornarem visíveis, terem voz e para advogarem pelos seus direitos.
- Regulação emocional, perceção de risco e motivos para o consumo de substâncias em estudantes universitáriosPublication . Azevedo, Carolina Portela; Dias, Paulo César AzevedoO consumo de substâncias psicoativas tem vindo a constituir-se um problema a nível mundial, afetando essencialmente adolescentes e jovens adultos pelo que se torna pertinente estudar esta temática, particularmente junto de estudantes universitários, uma vez que esta fase corresponde a uma etapa de vida composta por novas transições, novos grupos de pares e maior frequência em festas académicas, podendo desencadear o consumo. Considerando a literatura, pretende-se compreender, em particular, o papel de alguns fatores frequentemente associados ao consumo como a regulação emocional, a perceção de risco em consumidores, e os motivos que levam ao consumo desta população. Deste modo, recorremos a um Questionário Sociodemográfico, Questionário da Regulação Emocional, Questionário da Perceção de Risco e Questionário dos Motivos para o Consumo. Os instrumentos foram aplicados a 113 sujeitos, a maioria do sexo feminino (n = 86, 76.1%), com idades compreendidas entre os 18 e os 55 anos (M = 23.58, DP = 6.62). Os dados foram recolhidos de forma online, através da plataforma Google forms, tendo sido posteriormente sujeitos a tratamento estatístico através do programa IBM SPSS Statistics versão 28. Os resultados apontam para a celebração, experimentação e prazer como os motivos mais frequentes associados ao consumo. Para além disto, permitem perceber que a maioria dos participantes considera o consumo de álcool, tabaco e cannabis de baixo risco, sendo que os consumidores têm uma menor perceção de risco comparativamente a pessoas que não consomem. Também se verificaram diferenças entre o sexo, ou seja, o sexo masculino apresenta um maior índice de consumo e possuem uma menor perceção de risco face ao consumo comparativamente ao sexo feminino. Estes resultados comprovam-se, indo de encontro à literatura. No entanto, relativamente à regulação emocional, não foi possível verificar diferenças estatisticamente significativas, em função dos consumidores e do género. Destaca-se a escassez de investigações nesta população especifica acerca do consumo de substâncias em geral, podendo ser alvo de estudos futuros.
- Ambiente de prática de enfermagem nos cuidados de saúde primários em PortugalPublication . Lucas, Pedro Ricardo Martins Bernardes; Jesus, Élvio de; Almeida, SofiaO ambiente de prática de enfermagem (APE) tem consequências na qualidade dos cuidados de enfermagem, nos resultados nos clientes e nos enfermeiros, nomeadamente melhores desempenhos destes profissionais. Melhorar os APE nas organizações de saúde, é uma estratégia organizacional com baixos custos para obter maiores resultados nos clientes e para reter enfermeiros qualificados, melhorando os cuidados de enfermagem das unidades, das organizações e do sistema de saúde. Estudos sobre o APE nos cuidados de saúde primários (CSP) são muito mais escassos do que em contexto hospitalar. Definiu-se como questão de investigação: Qual a relação e o impacte do APE na qualidade dos cuidados, segurança dos clientes, cultura de segurança, satisfação profissional, intenção de saída, e burnout dos enfermeiros, dos CSP em Portugal? e delineou-se um estudo quantitativo, descritivo, analítico e transversal. Explorou-se as relações entre as variáveis: APE; qualidade dos cuidados; segurança dos clientes; cultura de segurança; satisfação profissional; intenção de saída; e burnout dos enfermeiros dos CSP em Portugal. Como objetivo geral definiu-se: Avaliar a relação e o impacte do APE na qualidade dos cuidados, segurança dos clientes, cultura de segurança, satisfação profissional, intenção de saída, e burnout dos enfermeiros, dos CSP em Portugal. Analisou-se as propriedades psicométricas da escala Practice Environment Scale – Nursing Work Index (PES-NWI), em CSP e avaliou-se o impacte do APE na qualidade dos cuidados, na segurança dos clientes, na cultura de segurança, na satisfação profissional, na intenção de saída, e na burnout dos enfermeiros dos CSP. A avaliação das propriedades psicométricas da escala PES-NWI nos CSP em Portugal, foi o primeiro estudo no país, neste nível de cuidados, e o segundo no mundo, depois de Espanha. A escala PES-NWI nos CSP em Portugal, constituída por 28 itens, revelou uma estrutura adequada com bom desempenho psicométrico distribuídos por cinco dimensões: Participação dos Enfermeiros na Governação da Organização; Fundamentos de Enfermagem para a Qualidade dos Cuidados; Competências do Enfermeiro Gestor, de Liderança e Apoio aos Enfermeiros; Adequação de Recursos Humanos e Materiais; e Relação Enfermeiro-Médico. Concluiu-se que os enfermeiros consideram que existe nos CSP em Portugal um APE desfavorável e misto, associado a uma perceção de boa qualidade dos cuidados, com segurança dos clientes aceitável, com cultura de segurança aceitável, com uma baixa satisfação profissional, com uma intenção de saída moderada e com burnout reduzido. A relação do APE é maior com a cultura de segurança, seguida da qualidade dos cuidados, satisfação profissional e segurança dos clientes. O APE esteve negativamente correlacionado com burnout, e as suas dimensões exaustão emocional, despersonalização e perda de realização profissional. Os resultados do presente estudo confirmaram as hipóteses do impacte positivo do APE sobre a qualidade dos cuidados, segurança dos clientes, cultura de segurança, satisfação profissional, e burnout dos enfermeiros.