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- A violência contra as mulheres e a violência de género como obstáculo à paz e segurança internacional : Mulheres, Paz e Segurança : a liga internacional das mulheres pela paz e liberdade : WILPF : novos desafiosPublication . Silva, Raquel Maria Véstia Furtado da; Ramos, António FontesNo presente estudo, partimos de uma abordagem crítica da violência como denominador comum da humanidade, diferenciando-a de outras construções sociais, como o conflito, a guerra, o poder e a dimensão política na construção das identidades. Explorámos a morfologia da violência, incidindo na invisibilidade, no não reconhecimento, na banalização e privatização da violência contra as mulheres e da violência de género, nas suas vertentes de dominação socio-histórica (sexual, social, política, cultural, económica), fundamentando que os mitos e estereótipos que estão na origem do continuum da violência são os mesmos que se perpetuam e exacerbam nos cenários de guerra, mantendo-se (mesmo se assumindo outras formas) no pós-conflito. A violência sistemática, erroneamente aceite como “normalizada”, é patológica e está enraizada numa “cultura de violência”, apatia e indiferença que se tem disseminado nas “novas guerras” da atualidade, com a alteração do padrão de conflitualidade, através do uso comum da violência sexual como “arma” e “método de guerra”, conceitos estes redutores e simplistas, que descaracterizam o papel das vítimas de violência e o impacto destruidor e degradante da violência em situações de conflito. Adotando uma “hermenêutica da suspeita”, consideramos que é nosso dever de justiça reinterpretar o conceito de paz universal, adotando um conceito de paz holística, intersetorial e sensível ao género. Questionamos os motivos socio-históricos e as razões da lei (através da análise do sistema internacional dos direitos humanos e da Agenda “Mulheres, Paz e Segurança”) que ocultaram e silenciaram as experiências femininas no “sistema de guerra”. O enquadramento teórico é ilustrado com o estudo da sociedade civil transnacional e com o estudo da primeira organização internacional pacifista de mulheres, fundada em 1915, a WILPF, abalando a consciência história discriminatória da agenda internacional ao afirmar o papel transformador das mulheres na política internacional, enquanto construtoras da paz, e desenhando uma nova narrativa histórica que reunisse a polifonia das vozes das mulheres internacionalmente.
- De criatura a irmão : a fraternidade cristã como processo antropológico numa cultura secularizada : contributo para a unidade letiva : A partilha do pão : do 6º ano do programa de Educação Moral e Religiosa CatólicaPublication . Figueiras, Joel Joaquim da Silva; Varanda, Maria Isabel PereiraA educação para a fraternidade é um processo no qual cada ser humano se descobre criatura, para depois saber-se filho (pois o Criador é Pai) e, por fim, reconhecer-se irmão. Esta descoberta processual vive-se em espiral, resgatando e recuperando dimensões anteriores, dando-lhes maior profundidade e significado. Na sociedade atual, onde tudo se vive na dimensão linear, progressista, ainda que líquida e inconsistente, faz sentido uma proposta assim? A educação, no que concerne à disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica, encontra na fraternidade a sua fonte e finalidade. Numa perspetiva de educação integral, a dimensão cognitiva dos conhecimentos não poderá desvincular-se nunca das capacidades e das atitudes. Com efeito, é necessário educar para a fraternidade, não só na sua essência teórica, mas também na sua ética e praxis. Este relatório descreve o processo de aplicação desta certeza fundante: a fraternidade precisa ser educada, rompendo preconceitos e estigmas.
- Nas encruzilhadas do (des)emprego : os impactos das políticas ativas de emprego na sociedade de riscoPublication . Nunes, Cristina Vanessa Coimbra; Santos, Clara Maria Rodrigues da Cruz da SilvaAs mudanças verificadas nas últimas décadas colocaram desafios que exigiram a adaptação dos Estados e dos/as cidadãos/ãs a uma nova realidade – a Sociedade de Risco, visível nas transformações ocorridas ao nível do mercado de trabalho (económicas), da estrutura familiar (sociais) e da organização do Estado (políticas). A emergência de novos riscos sociais tal como preconizado por Beck (2015), tiveram efeito na vida dos/as cidadãos/ãs e na organização societária, com o principal relevo para o emprego e as estruturas sociais com um consequente aumento da população em situação de vulnerabilidade social. Neste quadro pretendeu-se analisar em que medida as políticas ativas podem (ou não) produzir mudanças significativas na vida dos indivíduos, capacitando-os para enfrentar os desafios desta “sociedade de risco”. A compreensão se as políticas de ativação podem conduzir ao agravamento das desigualdades sociais pelos contextos de exclusão socioeconómica que direta ou indiretamente tendem a gerar foi um dos objetivos centrais do presente estudo. Do leque das medidas de políticas ativas de emprego, elegemos como objeto de análise as medidas de Contrato de Emprego-Inserção (CEI e CEI+). Estas são paradigmáticas da filosofia inerente ao Estado atual e a sua grande utilização por parte de entidades e organizações de direito público e privado revela a sua pertinência na integração socioprofissional dos/as cidadãos/ãs que a elas recorreram. É um desenho qualitativo de investigação com recurso a entrevistas semiestruturadas aos/às cidadãos/ãs-utilizadores/as das medidas CEI e CEI+, aos/às dirigentes e técnicos/as do IEFP e técnicos/as das instituições de acolhimento destas medidas. O tratamento dos dados seguiu uma lógica de análise categorial tendo concluído que apesar do seu excelente desenho no protocolado teórico-regulamentar, o seu uso sistemático por parte de entidades públicas e privadas, bem como a sua elevada duração no tempo e espaço, remete-as para uma dimensão paliativa que não permite quer a real ativação dos/as cidadãos/ãs, quer a sua verdadeira integração no mercado regular de trabalho. Para aumentar o seu potencial de integração no mercado regular de trabalho deve ser realizado um maior acompanhamento técnico especializado à forma como estas são implementadas e utilizar técnicas de maior proximidade com os seus utilizadores, mitigando o efeito dos contextos de stress e vulnerabilidade que os circunda.
- Oblivious to the story: the case of the shooter game RIOPublication . Cardoso, Eduardo PradoThe article proposes a reading of the modes in which a Brazilian videogame pre-released in 2020, titled RIO — Raised in Oblivion, portrays the favelas as spaces of violence and appropriation of older —yet present— imaginaries about those environments. Retrieving Elite Squad (Tropa de Elite, directed by José Padilha in 2007) as a turning point in how shooting in Rio de Janeiro’s slums got fictionalized in the big screen — for its use of characters, documental narrative and transmedia techniques, the paper emphasizes postmodern qualities about RIO’s playability and storytelling, drawing from Lipovetsky (1989) and Lyotard (1989). New media theorists such as Bolter and Grusin (2000) and Turkle (1997) help us to recognize the singularities of the gaming experiences when it comes to comparing it to other media, and Soraya Murray (2018) bases our overall approach into the cultural fabric of a shooter game, inasmuch as we bring to the forefront the manner in which RIO borrows imaginations and dream-like scenarios of violence to serve a very impactful proposal of the favelas: they are spectacularized environs where otherness finds little to no human story substrate. In doing so, the present text intends to observe videogames produced in countries as inequal as Brazil as highly relevant artefacts to understanding how a certain perpetuation of violence representations of the favelas takes shape in society with new technology.
- A exposição seletiva à informação e a partilha de fake newsPublication . Gonçalves, Miguel Vaz; Figueiras, Rita Maria Brás PedroO presente estudo visa compreender de que forma é que a partilha consciente de fake news espelha o desagrado de utilizadores individuais face aos media tradicionais. Assim, a pergunta de partida para a dissertação é “Pode o consumo seletivo de informação sustentar a partilha de fake news em redes sociais?” A metodologia empregue socorreu-se de entrevistas exploratórias a 6 participantes. Esses depoimentos foram trabalhados de acordo com os pressupostos da análise temática, para que se pudesse proceder a uma relação imediata entre eles e os conceitos abarcados na revisão de literatura. Concluiu-se que não é possível estabelecer uma relação de causa-efeito perentória entre o consumo enviesado de informação e a partilha consciente de fake news. Por um lado, existem entrevistados que defendem que uma exposição ampla e abrangente a fontes noticiosas e órgãos de comunicação é fundamental para que a partilha e a produção de fake news sejam bem sucedidas.
- As críticas de Carl Schmitt ao Liberalismo : análise de contributos para um aperfeiçoamento : críticas de propostas liberaisPublication . Canedo, Sara Fernandes; Chelo, Hugo Miguel MimosoA presente dissertação convida o leitor a debruçar-se sobre as críticas endereçadas por Carl Schmitt ao Liberalismo não intervencionista do século XIX. O autor foi uma importante figura política que tem ressurgido em vários estudos devido à procura de novas formas de desafiar o modelo político liberal, o qual, para o autor em causa, se mostra inflexível ao longo da história. As críticas ao Liberalismo identificadas por Schmitt são a neutralidade, ou seja, a anulação da hipótese de conflitualidade que nega a dicotomia amigo-inimigo; o individualismo liberal, o qual não permite a unidade política; a inviabilidade do parlamento devido ao conflito de interesses dos partidos e da falta de transparência; e a incapacidade do Liberalismo decidir em situações excecionais, ou seja, a impossibilidade da presença de uma entidade soberana para o fazer. Revisitando as obras e artigos de Chantal Mouffe, Leo Strauss, Ellen Kennedy e John McCormick, podemos compreender como estes autores incorporaram Schmitt numa leitura que visa fortalecer as várias propostas que podem consolidar o próprio Liberalismo. Conceitos aprofundados pelos autores como o pluralismo agonista, a cidadania, a liberdade, a igualdade, o Estado de Natureza, a cultura, o parlamentarismo, a Constituição de Weimar, o Romantismo alemão, a tecnologia, a ditadura e a estética, contribuíram para uma reflexão mais ampla acerca do papel de Schmitt na temática do Liberalismo ao longo do tempo. Estes autores permitem encarar uma mesma realidade mas de ângulos distintos, pois encaixam-se em diferentes espaços temporais e pertencem a várias correntes políticas e ideológicas. Sendo Carl Schmitt um pensador bastante completo e muito complexo, o papel dos quatro autores escolhidos passa por despertar no leitor interrogações constantes acerca da “perfeição” da corrente liberal e também acerca do próprio Schmitt e do seu percurso como jurista, como membro do partido nazi, mas sobretudo como filósofo político numa época conturbada da nossa história.