Instituto de Ciências da Família
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Browsing Instituto de Ciências da Família by advisor "Francisco, Rita"
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- A coparentalidade e o apoio social, em situação de rutura conjugal e o ajustamento dos filhos : estudo com famílias multidesafiadas, com filhos em idade pré-escolarPublication . Verças, Ana Rita Ventura; Pereira, Ana Isabel; Francisco, RitaEsta investigação consiste num estudo misto, cujo objetivo principal é perceber a relação entre a coparentalidade e o apoio social no ajustamento da criança, em famílias multidesafiadas em situação de rutura conjugal. Participaram no estudo quantitativo 98 crianças em idade pré-escolar e 78 pais (48 mães e 30 pais), que frequentavam uma IPSS do Concelho de Cascais. O protocolo de investigação foi constituído por um questionário sociodemográfico, o questionário da coparentalidade de Margolin et al. (2001), o questionário medical outcomes study social support survey (MOS-SSS; Sherbourne & Stewart, 1991) e o questionário de capacidades e dificuldades (SDQ; Goodman, 1997). Desta amostra, foi selecionado um sub-grupo de 10 mães, que constituíram, numa segunda fase, a amostra do estudo qualitativo, respondendo a uma entrevista semiestruturada e preenchendo o esquema “convoy model” (Kahn & Antonuci, 1980). Os resultados de ambos os estudos permitiram perceber que existe influência da coparentalidade e do apoio social no ajustamento da criança ao divórcio. As crianças cujos pais apresentam níveis mais elevados de conflito têm maiores dificuldades, comparadas com crianças cujos pais apresentam níveis mais elevados de cooperação e comunicação. As mães cujas redes de apoio são maiores e que fornecem tipos de apoio mais diversificados apresentam níveis mais elevados de cooperação, e os seus filhos não apresentam dificuldades, de acordo com o SDQ. Percebeu-se que os fatores relacionados com o ajustamento da criança ao divórcio ou separação dos pais são diversos e o seu impacto é visível, quando estes atuam em conjunto. A idade da mãe revelou-se um fator de influência na coparentalidade e ajustamento dos filhos, no sentido em que as mães com mais de 30 anos apresentam maiores níveis de cooperação e comunicação com o excônjuge, quando comparadas com mães com menos de 30 anos. As dificuldades económicas da mãe, o apoio material e ao nível dos tempos livres (da parte do pai) e o tempo que a mãe passa com a criança são alguns dos indicadores importantes para a adaptação da criança à separação/divórcio. Foram definidas algumas linhas de orientação no âmbito da mediação social e familiar nestes contextos de pobreza.
- Dinâmicas e recursos de recuperação : coping familiar e potencial de recovery na doença mentalPublication . Dezoito, Ana Rita Santos; Francisco, RitaA conceptualização da experiência das famílias na doença mental tem evoluído a par do progresso da intervenção, realçando-se recursos que poderão contribuir para o bem-estar e recovery individual. O presente estudo, de natureza qualitativa e exploratória, tem como principais objetivos caracterizar os recursos e estratégias das famílias que lidam com a doença mental e estudar a sua possível relação com o potencial de recovery. Participaram na investigação 24 indivíduos: 12 com doença mental (oito homens e quatro mulheres, M=37 anos, DP=10,76), que estavam inseridos em serviços sócio-ocupacionais, de reabilitação ou formação profissional das zonas de Lisboa e Centro do país, e respetivos cuidadores principais (oito mulheres e quatro homens, M=55 anos, DP=11,73). Os instrumentos de recolha de dados incluíram uma ficha de caracterização sociodemográfica, a Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar (EADH) para avaliar a sintomatologia ansiosa e depressiva nos cuidadores principais, e uma entrevista semiestruturada para conhecer as experiências e perceções dos participantes face à vivência da doença mental. Os resultados da análise temática das entrevistas evidenciaram uma importante dimensão positiva na experiência das famílias, pese embora a coexistência de componentes positivas e negativas. Realizou-se uma abordagem contextual à experiência familiar, que permitiu identificar eventos stressantes, como outras situações de doença e problemas de consumos, que afetam outros elementos da família e coocorrem com a vivência da doença mental. O modo como as famílias vivenciam o processo de cuidado parece ser determinante no tipo de estratégias que usam. Os cuidadores principais relataram a utilização predominante de estratégias de coping direcionadas para a adaptação à doença e a promoção das competências dos indivíduos. Consequentemente, estas estratégias foram identificadas como tendo efeitos potencialmente benéficos no processo de recovery. A relação de parentesco e a coabitação entre os participantes, a idade da pessoa com doença mental e o seu tempo de diagnóstico surgem como possíveis fatores protetores ao nível dos fenómenos estudados. As implicações práticas do estudo remetem para a importância da intervenção precoce junto das famílias, potenciando os seus recursos e tendo em conta as especificidades de cada sistema familiar. Investigações futuras são necessárias no sentido de testar estes resultados em amostras maiores e contextos diversificados.
- Perspetivas dos profissionais e das famílias adotivas sobre a criação de serviços de pós-adoção em PortugalPublication . Cunha, Ana Bárbara Nabais; Francisco, RitaA presente investigação tem como principal objetivo conhecer a perspetiva dos profissionais e das famílias adotivas sobre a necessidade de serviços de pós-adoção em Portugal. Participaram neste estudo de caráter qualitativo oito famílias adotivas residentes nos distritos de Lisboa e de Setúbal e quatro profissionais que atuam no serviço de adoção da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e na Associação Meninos do Mundo. Realizaramse entrevistas semiestruturadas com as famílias adotivas e um focus group com as profissionais. Os resultados do estudo demonstraram que ambos os grupos de participantes revelam concordância em relação a vários desafios inerentes à parentalidade adotiva, como as necessidades específicas das crianças adotadas, os seus comportamentos, a dificuldade em estabelecer regras e rotinas, bem como a discriminação das quais as famílias adotivas são alvo. Verificou-se, no entanto, que existem algumas diferenças nas perspetivas das profissionais e famílias, tendo as profissionais considerado a revelação da adoção como um desafio importante, ao contrário dos pais adotivos, que mencionaram a procura da família biológica. O estudo permitiu igualmente conhecer as principais preocupações, dificuldades e necessidades sentidas pelas famílias adotivas e, consequentemente, perceber quais devem ser alvo de intervenção ao longo do ciclo de vida da família adotiva. Relativamente à estruturação dos eventuais serviços de pós-adoção em Portugal, as famílias e as profissionais destacaram a importância de profissionais especializados na área da adoção, bem como os grupos de apoio para os pais. Os pais adotivos evidenciaram ainda a necessidade de formações parentais específicas sobre adoção, através da realização de workshops e de role-play e igualmente o acompanhamento médico. As profissionais e as famílias estão ainda em sintonia sobre a importância de um apoio individual para cada família (e.g., orientação familiar, terapia familiar) bem como sobre o acompanhamento psicológico para os filhos. Esta investigação permitiu concluir que os serviços de pósadoção são essenciais para acompanhar as famílias adotivas, de modo a que estas tenham apoio especializado quando sentirem necessidade e consoante as suas dificuldades.
