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Construção de personagens

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Este trabalho pretende ser o estudo de um valorizado tema, implícito quando a palavra “argumento” é referida: personagens, neste caso, construção de personagens. Para isso, é colocada, logo à partida, uma questão fulcral: “o que é uma personagem”? A representação de alguém? Uma história qualquer? Os traços físicos de alguém que irá protagonizar uma história? Os seus traços psicológicos? Ambos? A interpretação de um actor? Uma vida ficcionada? Tudo isso pode estar na base da construção de uma personagem. Segundo a wikipédia1, a enciclopédia livre online, uma personagem “... é qualquer ser vivo de uma história ou obra. Pode ser um humano, um animal, um ser fictício, um objecto ou qualquer coisa que o autor inventar. Também podem ter nomes ou não, e ter qualquer tipo de personalidade. Personagens são encontradas em obras de literatura, cinema, teatro,televisão, desenho, videojogos, marketing e etc. No caso de cinema, teatro e televisão são representados por actores.” Mas o certo é que uma pedra pode ser uma personagem. E uma pedra não é um ser vivo. É, quanto muito, um objecto transformado em ser vivo para a redacção daquela história. Responder à questão colocada é realmente difícil, já que qualquer resposta pode ser considerada incompleta. Seria quase como perguntar o significado da palavra humano. Se um humano for objectificado a questão é de fácil resposta: é um animal racional; um membro da espécie de primata bípede (Homo Sapiens), recorrendo uma vez mais à enciclopédia livre. Mas depois, é necessário alargar a pesquisa e dizer que um humano tem cérebro, sensações e sentimentos. Com o tópico das personagens, a dificuldade é a mesma. Uma personagem é encarada como um ser humano. Tem uma história de vida pessoal. Teve pai e mãe. Ou não. Teve uma casa. Ou viveu na rua. Sentiu dor ou sentiu felicidade. Viveu ou morreu. E depois surge na história que é abordada: a história principal, aquela que dá origem ao filme. Mas a personagem tem uma vida por detrás daquilo que é apresentado ao espectador. E é essa vida que permite a alguém conhecer a personagem e interpretá-la. É essa vida que consitui a personalidade que um actor adopta para si mesmo, para um filme. No entanto, personagens não são seres humanos. Robert McKee2 acrescenta, na sua obra Story3, que há uma tendência para encarar as personagens como se fossem parte da realidade, mas que, na verdade, são superiores há realidade. A explicação dada para isto é o facto de as personagens serem criadas para serem entendidas, conhecidas, embora um ser humano, com toda a sua complexidade, possa não o ser. O autor salienta que as personagens são mais bem conhecidas que os nossos próprios amigos.Para esclarecer este tema, “personagens” (e, em especial, a sua construção) é introduzido o projecto final (paralelamente desenvolvido neste último ano de especialização) e são estudadas algumas estratégias utilizadas por alguns teóricos (nomeadamente Robert McKee, Linda Seger, Constantin Stanislavski, Michael Halperin e Michael Checkhov) no intuito de perceber quais as estratégias por mim utilizadas, no desenvolvimento do referido projecto final. São ainda analisadas algumas personagens já existentes no meio audiovisual (tais como Aaron Stampler / Roy de Primal Fear4, Narrador de Fight Club5, Derek Vinyard de American History X6; Benjamin L. Willard e Walter E. Kurtz de Apocalypse Now7 – segundo o documentário Hearts of Darkness: a Filmmaker’s Apocalypse8, entre outros) e são evocados alguns filmes para suportar e exemplificar o que é dissertado, bem como é descrito todo o processo de criação das personagens do meu projecto final, servindo este como exemplo base desta dissertação. É salvaguardado um capítulo no qual serão colocadas várias questões na intenção de abrir horizontes sobre a construção de personagens em si. São reflectidos e discutidos alguns autores no intuito de proceder à ligação entre pensamentos, não optando por um só, mas sim lembrando que pode haver conjugação entre eles. Durante o estudo para a presente dissertação, a autora percebeu que este campo é bastanto mais vasto do que realmente tinha em conta. No entanto, há ainda pouco material escrito. Neste contexto é pretendido elucidar o leitor acerca de vários aspectos, não tomando tudo o que é dito como um facto, mas como discussões abertas e tópicos que geram mais hipóteses. É necessário ter em conta que a aprendizagem de qualquer tema é sempre contínua e, tal como não deve ser desprezado o que já foi estudado, não deve ser ignorada qualquer questão acrescentada ao longo do tempo.

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