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Abstract(s)
This dissertation proposes an alternative general theory of ‘hybrid war’ based on quantum principles, reestablishing the link with Clausewitz and its remarkable trinity, while exploring the relationship between the emergence of hybrid war and the continuous weakening of the core pillars of modern western liberal democracies, the rupture of global stability and the restructure of the international system. To explore how the rise of hybrid war is related with the current transformations of the international system and forecasted future conflict environments, this dissertation opened by reviewing the evolution of warfare since the 18th century, exposing how the optimal conditions to the proliferation of hybrid warfare came to be. Subsequently, this dissertation proposes a general theory of hybrid war endorsing its Clausewitzian nature, further exploring its causes and origins, questioning if it leads to peace, and if peace leads to war, analysing the mechanics and experience of war, its character and reasons for inferior or superior performance. Past studies highlight that hybrid war is a fusion of conventional and unconventional characteristics, essentially targeting the resilience and cohesion of societies. This dissertation argues that the established ‘hybrid war’ understanding results from a misinterpretation based on an observation displacement error. This research work argues that what is assumed to be a ‘hybrid war’ is in fact the superposition and entanglement of conventional and unconventional activities in a quantum state, which upon observation collapses into a definite state, that can be measured but induces into interpretation errors due to its nature. Beyond strategic theory, this dissertation investigated the impact of emerging disruptive technologies, such as artificial intelligence and quantum computing in democracies and autocracies. By using economic models of game theory, this research evaluated how different regimes may change their cost signalling and bargaining methods when disruptive technologies are weaponized, adding extra complexity to an already challenging hybrid war. Finally this research concludes that to defeat a hybrid war, a state needs to develop a whole-of-society approach to establish a Total Defence framework. Such a programme would be responsible for the protection of national resilience and social cohesion, in the political, military, economic, cyber and cognitive domains. Succeeding in establishing a Total Defence framework would improve the immunity against a hybrid war continuous challenges and projections of power.
Através de quatro capítulos principais, esta dissertação pretende compreender qual a relação entre a emergência da guerra híbrida e as transformações da segurança internacional, tal como o seu impacto nos futuros cenários estratégicos de guerra. A investigação inicia-se com um primeiro capítulo introdutório expondo o propósito da dissertação, a sua metodologia, delimitando perguntas principais e secundárias, tal como os seus objectivos, registando igualmente as alterações executadas desde a aprovação do projecto de tese. Este capítulo destaca ainda que a presente dissertação de doutoramento resulta de uma investigação académica extensa, realizada ao longo de vários anos, combinada com uma década de experiência profissional ao serviço da NATO como planeador de defesa no Supremo Comando Aliado para a Transformação, como especialista de guerra híbrida no Centro de Guerra Conjunta da NATO, coordenador estratégico dos principais grupos de armamento Aliado no Quartel-General da NATO em Bruxelas, e analista operacional no Centro de Análise e Lições Aprendidas NATO. O segundo capítulo desta investigação, começa por rever a evolução da guerra desde o século XVIII, expondo como surgiram as condições ideais para a proliferação da guerra híbrida. O capítulo dá resposta à pergunta “a evolução da estratégia levou-nos à emergência da guerra híbrida ou esta sempre fez parte da guerra por outros meios?” A doutrina militar da União Soviética desenvolvida ao longo do século XX, foi influenciada pela cultura estratégica do Império Russo entre os séculos XVIII e XIX. Cultura essa que permaneceu longas décadas na vanguarda, revelando-se à época, superior à arte da guerra na Europa, e que muito contribuiu para a doutrina de fogos indirectos e para a profissionalização e treino das forças armadas. A ascensão da União Soviética a superpotência mundial, torno-a responsável pela criação das condições socioeconómicas e tecnopolíticas ideais para a emergência de novas formas de fazer a guerra. A União Soviética reconheceu ainda, na primeira metade do século XX, que as naturezas políticas do marxismo e do liberalismo auto excluíam-se, ou seja, o compromisso entre sistemas opostos em que, num, o Estado restringe as liberdades individuais e, no outro, as liberdades individuais constituem a sua base, acabaria sempre numa relação conflituosa. Este capítulo oferece ainda uma perspetiva sobre como a evolução da guerra aplicadas às aspirações das potências nucleares, obrigaram à criação de ‘limites da violência’, que dificultassem o escalar da guerra até ao Armageddon nuclear. No entanto, estas novas dinâmicas transformaram o sistema e a segurança internacional levando ao eclodir de conflitos de baixa intensidade, guerras de guerrilha, insurgências, expansão do terrorismo, subversão cognitiva, operações psicológicas entre muitas outras, que são hoje reconhecidamente características observáveis da guerra híbrida. Posteriormente, o terceiro capítulo foi desenvolvido para responder à pergunta “qual é a natureza da guerra híbrida, como funciona, como pode ser identificada e quem são os seus alvos?” Propõe-se assim através da investigação aqui apresentada uma nova e alternativa teoria geral de guerra híbrida, de natureza Clausewitziana e restabelecendo a ligação à sua notável trindade. Este capítulo examina as causas e origens da guerra híbrida, examinando se a guerra conduz à paz, e se a paz conduz à guerra; investiga a sua mecânica, o seu carácter e finalmente as razões para um desempenho operacional superior, ou inferior. Estudos anteriores destacam que a guerra híbrida é uma “fusão de caraterísticas convencionais e não convencionais” que visa enfraquecer a resiliência e a coesão das sociedades. Esta dissertação e o terceiro capítulo em particular, argumentam que o presente entendimento de “guerra híbrida” resulta de um parcial erro de interpretação e observação. Esta investigação argumenta que o que é interpretado como “híbrido” é na verdade a sobreposição e o entrelaçamento de actividades convencionais e não convencionais num estado quântico, que após observação colapsam para um estado definido, observável e métrico. Este capítulo apresenta ainda um diagrama Sankey, ilustrando a interligação de 45 actividades de guerra híbrida, permutadas com 19 objectivos estratégicos 141 vezes. Ilustra a forma como as técnicas, tácticas e procedimentos de guerra híbrida atuam para atingir vários objectivos em simultâneo, demonstrando-se também visualmente, o peso das diferentes actividades que contribuem para a erosão e degradação da resiliência, e coesão dos vários domínios de importância estratégica nacional (político, militar, económico, social, informações, infraestruturas e ciberespaço). Para além da teoria estratégica, o quarto capítulo pretende dar resposta à pergunta “tendo em conta a evolução tecnológica e o aumento dos desafios colocados pela guerra híbrida, quais são os principais ambientes de conflito previstos para o futuro que desafiam as democracias liberais e o mundo ocidental?” Utilizando modelos económicos associados à teoria dos jogos, esta investigação avaliou a forma como os diferentes regimes (democráticos e autocráticos) podem alterar os seus métodos de ‘sinalização de força’ e de ‘negociação de conflitos’, quando a tecnologia disruptiva é transformada é utilizada como arma de guerra, acrescentando novas dimensões a um ambiente operacional já por si complexo. A introdução de inteligência artificial e de plataformas militares autónomas, apoiadas por computação quântica, permitirá que as democracias em guerra, reduzam as mortes de soldados, podendo assim combater por períodos mais longos e com maior frequência. Sem o devido cuidado, e a prudência política necessária, as democracias podem cair numa armadilha estratégica, abandonando a sua postura como guardiões da paz, em função de um belicismo anacrónico. Verdadeiramente, a guerra híbrida ganha, quando as democracias morrem, ou seja, quando estas adoptam mecanismos e comportamentos autoritários e iliberais. Finalmente, esta investigação conclui com o quarto capítulo que pretende dar resposta à questão: “será um ‘programa de defesa total’ da NATO-UE a solução para combater com sucesso a guerra híbrida e as ameaças da mesma natureza? Se não, que outras soluções podem ser implementadas para gerar o mesmo efeito?” Desta forma, este capítulo foca a importância vital da Sociedade para a manutenção da paz e para a defesa dos interesses do Estado. O envolvimento total de uma sociedade na defesa de uma nação tem longos precedentes históricos que dizem respeito ao estabelecimento de um programa de Defesa Total contemporâneo. Da antiguidade clássica, à era medieval, ao início da história moderna, do Oriente ao Ocidente, a humanidade desenvolveu múltiplos mecanismos para se escudar e combater a violência que assolou todas as sociedades humanas. A defesa, como expresso no quarto capítulo, não depende apenas do tipo de sociedade em que se baseia, mas reflecte o tecido sociopolítico e económico de uma cidade, de uma nação, de um império, e é expressão máxima da sua grande estratégia. O quarto capítulo sublinha que para se derrotar uma guerra híbrida, um Estado necessita de desenvolver numa abordagem global envolvendo toda a sociedade, procurando estabelecer um programa de Defesa Total. Este quadro de defesa, tem como responsabilidade máxima a proteção da resiliência nacional e da coesão social, nos domínios políticos, militares, económicos, cibernéticos e cognitivos. O estabelecimento bem sucedido de uma arquitectura de Defesa Total aperfeiçoaria a imunidade de uma nação contra os efeitos da guerra híbrida, desafios contínuos e projeções de poder. No entanto, nem todas as nações ocidentais (Europeias e Americanas) têm o desejo ou a capacidade de investir num programa nacional de grande escala, como fizeram a Suíça, a Finlândia, a Suécia e Singapura. Nesse sentido a União Europeia e a NATO devem formar a base da construção de uma futura Defesa Total ocidental e europeia, em que cada organização (de acordo com as suas delimitações e prioridades organizacionais) torna-se responsável pela manutenção da defesa económica, social, política, jurídica e militar dos seus membros comuns.
Através de quatro capítulos principais, esta dissertação pretende compreender qual a relação entre a emergência da guerra híbrida e as transformações da segurança internacional, tal como o seu impacto nos futuros cenários estratégicos de guerra. A investigação inicia-se com um primeiro capítulo introdutório expondo o propósito da dissertação, a sua metodologia, delimitando perguntas principais e secundárias, tal como os seus objectivos, registando igualmente as alterações executadas desde a aprovação do projecto de tese. Este capítulo destaca ainda que a presente dissertação de doutoramento resulta de uma investigação académica extensa, realizada ao longo de vários anos, combinada com uma década de experiência profissional ao serviço da NATO como planeador de defesa no Supremo Comando Aliado para a Transformação, como especialista de guerra híbrida no Centro de Guerra Conjunta da NATO, coordenador estratégico dos principais grupos de armamento Aliado no Quartel-General da NATO em Bruxelas, e analista operacional no Centro de Análise e Lições Aprendidas NATO. O segundo capítulo desta investigação, começa por rever a evolução da guerra desde o século XVIII, expondo como surgiram as condições ideais para a proliferação da guerra híbrida. O capítulo dá resposta à pergunta “a evolução da estratégia levou-nos à emergência da guerra híbrida ou esta sempre fez parte da guerra por outros meios?” A doutrina militar da União Soviética desenvolvida ao longo do século XX, foi influenciada pela cultura estratégica do Império Russo entre os séculos XVIII e XIX. Cultura essa que permaneceu longas décadas na vanguarda, revelando-se à época, superior à arte da guerra na Europa, e que muito contribuiu para a doutrina de fogos indirectos e para a profissionalização e treino das forças armadas. A ascensão da União Soviética a superpotência mundial, torno-a responsável pela criação das condições socioeconómicas e tecnopolíticas ideais para a emergência de novas formas de fazer a guerra. A União Soviética reconheceu ainda, na primeira metade do século XX, que as naturezas políticas do marxismo e do liberalismo auto excluíam-se, ou seja, o compromisso entre sistemas opostos em que, num, o Estado restringe as liberdades individuais e, no outro, as liberdades individuais constituem a sua base, acabaria sempre numa relação conflituosa. Este capítulo oferece ainda uma perspetiva sobre como a evolução da guerra aplicadas às aspirações das potências nucleares, obrigaram à criação de ‘limites da violência’, que dificultassem o escalar da guerra até ao Armageddon nuclear. No entanto, estas novas dinâmicas transformaram o sistema e a segurança internacional levando ao eclodir de conflitos de baixa intensidade, guerras de guerrilha, insurgências, expansão do terrorismo, subversão cognitiva, operações psicológicas entre muitas outras, que são hoje reconhecidamente características observáveis da guerra híbrida. Posteriormente, o terceiro capítulo foi desenvolvido para responder à pergunta “qual é a natureza da guerra híbrida, como funciona, como pode ser identificada e quem são os seus alvos?” Propõe-se assim através da investigação aqui apresentada uma nova e alternativa teoria geral de guerra híbrida, de natureza Clausewitziana e restabelecendo a ligação à sua notável trindade. Este capítulo examina as causas e origens da guerra híbrida, examinando se a guerra conduz à paz, e se a paz conduz à guerra; investiga a sua mecânica, o seu carácter e finalmente as razões para um desempenho operacional superior, ou inferior. Estudos anteriores destacam que a guerra híbrida é uma “fusão de caraterísticas convencionais e não convencionais” que visa enfraquecer a resiliência e a coesão das sociedades. Esta dissertação e o terceiro capítulo em particular, argumentam que o presente entendimento de “guerra híbrida” resulta de um parcial erro de interpretação e observação. Esta investigação argumenta que o que é interpretado como “híbrido” é na verdade a sobreposição e o entrelaçamento de actividades convencionais e não convencionais num estado quântico, que após observação colapsam para um estado definido, observável e métrico. Este capítulo apresenta ainda um diagrama Sankey, ilustrando a interligação de 45 actividades de guerra híbrida, permutadas com 19 objectivos estratégicos 141 vezes. Ilustra a forma como as técnicas, tácticas e procedimentos de guerra híbrida atuam para atingir vários objectivos em simultâneo, demonstrando-se também visualmente, o peso das diferentes actividades que contribuem para a erosão e degradação da resiliência, e coesão dos vários domínios de importância estratégica nacional (político, militar, económico, social, informações, infraestruturas e ciberespaço). Para além da teoria estratégica, o quarto capítulo pretende dar resposta à pergunta “tendo em conta a evolução tecnológica e o aumento dos desafios colocados pela guerra híbrida, quais são os principais ambientes de conflito previstos para o futuro que desafiam as democracias liberais e o mundo ocidental?” Utilizando modelos económicos associados à teoria dos jogos, esta investigação avaliou a forma como os diferentes regimes (democráticos e autocráticos) podem alterar os seus métodos de ‘sinalização de força’ e de ‘negociação de conflitos’, quando a tecnologia disruptiva é transformada é utilizada como arma de guerra, acrescentando novas dimensões a um ambiente operacional já por si complexo. A introdução de inteligência artificial e de plataformas militares autónomas, apoiadas por computação quântica, permitirá que as democracias em guerra, reduzam as mortes de soldados, podendo assim combater por períodos mais longos e com maior frequência. Sem o devido cuidado, e a prudência política necessária, as democracias podem cair numa armadilha estratégica, abandonando a sua postura como guardiões da paz, em função de um belicismo anacrónico. Verdadeiramente, a guerra híbrida ganha, quando as democracias morrem, ou seja, quando estas adoptam mecanismos e comportamentos autoritários e iliberais. Finalmente, esta investigação conclui com o quarto capítulo que pretende dar resposta à questão: “será um ‘programa de defesa total’ da NATO-UE a solução para combater com sucesso a guerra híbrida e as ameaças da mesma natureza? Se não, que outras soluções podem ser implementadas para gerar o mesmo efeito?” Desta forma, este capítulo foca a importância vital da Sociedade para a manutenção da paz e para a defesa dos interesses do Estado. O envolvimento total de uma sociedade na defesa de uma nação tem longos precedentes históricos que dizem respeito ao estabelecimento de um programa de Defesa Total contemporâneo. Da antiguidade clássica, à era medieval, ao início da história moderna, do Oriente ao Ocidente, a humanidade desenvolveu múltiplos mecanismos para se escudar e combater a violência que assolou todas as sociedades humanas. A defesa, como expresso no quarto capítulo, não depende apenas do tipo de sociedade em que se baseia, mas reflecte o tecido sociopolítico e económico de uma cidade, de uma nação, de um império, e é expressão máxima da sua grande estratégia. O quarto capítulo sublinha que para se derrotar uma guerra híbrida, um Estado necessita de desenvolver numa abordagem global envolvendo toda a sociedade, procurando estabelecer um programa de Defesa Total. Este quadro de defesa, tem como responsabilidade máxima a proteção da resiliência nacional e da coesão social, nos domínios políticos, militares, económicos, cibernéticos e cognitivos. O estabelecimento bem sucedido de uma arquitectura de Defesa Total aperfeiçoaria a imunidade de uma nação contra os efeitos da guerra híbrida, desafios contínuos e projeções de poder. No entanto, nem todas as nações ocidentais (Europeias e Americanas) têm o desejo ou a capacidade de investir num programa nacional de grande escala, como fizeram a Suíça, a Finlândia, a Suécia e Singapura. Nesse sentido a União Europeia e a NATO devem formar a base da construção de uma futura Defesa Total ocidental e europeia, em que cada organização (de acordo com as suas delimitações e prioridades organizacionais) torna-se responsável pela manutenção da defesa económica, social, política, jurídica e militar dos seus membros comuns.
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