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A presente dissertação propõe-se validar a hipótese de trabalho de que a direção
artística pode ser considerada um instrumento importante e útil para a exposição narrativa
fílmica. O caminho percorrido para a confirmação dessa hipótese de trabalho é feito em
quatro etapas. Num primeiro momento, procura-se oferecer um retrato da área de ação do
diretor artístico, distinguindo-a da do production designer e descrevendo a rede de relações
estabelecidas com o realizador, o produtor e o diretor de fotografia. O segundo capítulo
constitui-se como sede de uma reflexão sobre as vantagens de uma abordagem semiótica de
filmes, comprovada pela análise de três obras: Viagem à Lua (1902), de Georges Méliès,
RocknRolla – A Quadrilha (2008, de Guy Ritchie) e Amigos Improváveis (2012, de Eric
Toledano e Olivier Nakache). No terceiro capítulo são descritas as fases de pré-produção e
filmagem da curta-metragem Pária, criada para a unidade curricular de Projeto Final, de que
o autor desta dissertação foi o diretor artístico, sendo evidenciada a forma como os elementos
visuais introduzidos concederam espessura à narrativa fílmica, complementando-a e
reforçando-lhe a mensagem. No momento conclusivo da dissertação legitima-se a hipótese de
trabalho avançada e afirma-se a importância da direção artística para a criação de camadas de
significado que convidam a uma multiplicidade de leituras.
No seu conjunto, a dissertação confirma a importância do trabalho de um diretor
artístico, ao mesmo tempo que tenta contribuir para a definição da sua área de competências.
Torna ainda evidente que o trabalho de um diretor artístico exige capacidade de investigação,
flexibilidade e aptidão para o trabalho colaborativo, características que terão de ser sempre
temperadas por uma forte capacidade criativa.