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Revejo, amiúde, os episódios vividos no início da minha carreira. Sinto como esse tempo de descoberta me marcou decisivamente no que respeita à relação que mantenho, ainda hoje, com a minha profissão. Já nessa altura era uma observadora próxima, cheia de expectativas, partilhando informações, desenvolvendo planos para novas atividades pedagógicas focalizadas nos alunos e na construção de um sentido do que hoje se designa por comunidade educativa. A crença de que caminhávamos para um mundo melhor e o sentido de alegria na vivência do dia a dia nunca me abandonaram. Tenho sido, durante trinta e três anos, muito feliz profissionalmente. Espero ver esta minha afirmação atestada por todos aqueles com quem lidei e lido atualmente.
A primeira decisão ao elaborar este relatório foi a de escolher os episódios biográficos que deviam ser incluídos ou excluídos. Defini dois critérios, o primeiro é o de ter por limite temporal a memória, e o segundo de me cingir à relação com a gestão da escola, sem excluir os contextos que ajudem a esclarecer essa relação. Neste sentido, estabeleci cinco períodos espácio-temporais que marcam vivências biográficas distintas, designadamente a descoberta da profissão e a experiência como professora, a nomeação para Presidente da Comissão Executiva Instaladora, os sucessivos mandatos como Presidente do Conselho Executivo, o mandato como Diretora e, por último, o mandato como Presidente da Comissão Administrativa Provisória.
À medida que a minha vida profissional foi avançando, fui descobrindo novos saberes e competências, fui abandonando perspetivas e alargando horizontes. Agora, o que procuro é compreender melhor as pessoas, sonhos, ilusões e desilusões. Como diz António Nova (2005) “Em educação, tudo são evidências. Definitivas. Crenças. Doutrinas. Dogmas. Ilusões. Palavras gastas. Inúteis. O que é evidente, mente. Evidentemente.”