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Sex work has been increasingly addressed in both the media and academia. There is growing recognition of the need for change that accommodates these workers, who often lack dignified working and living conditions. New legal approaches, such as legalization, the Nordic model, decriminalization, and criminalization, have been widely theorized, and their effects on the economy and people's lives have been observed. These approaches are complemented by social perspectives, such as reframing sex work as an activity that can empower women and provide independence, or, conversely, as a form of oppression that generates profit through the subjugation of women. The emergence of the term sex work as an umbrella term reflects this evolution in perceptions and discussions about the subject. The media and newspapers play a crucial role in shaping public perceptions and constructing a social reality that benefits the most vulnerable, promoting change and growth. To understand how sex workers are represented, a quantitative approach through content analysis was chosen. This analysis was conducted on 97 news articles using a coding manual with 24 variables, covering the following Portuguese newspapers and magazines: Público; Diário de Notícias; Correio da Manhã; Observador; Jornal de Notícias; Sábado; Visão. The analysis revealed several key themes. A significant portion of the articles adopted an episodic narrative structure, focusing primarily on specific incidents and the surrounding contextual factors. In terms of the types of sex work mentioned, many articles used broad terms encompassing various forms of sex work, while others avoided mentioning it explicitly. Among the articles that specified a type of sex work, sex trafficking received the most coverage, followed by brothel work and street prostitution. Regarding the legal frameworks surrounding sex work, a significant part of the articles did not engage in discussions about the different legal approaches to prostitution. Among those that addressed legal aspects, legalization was the most thoroughly examined topic. The analysis also revealed that most articles maintained a neutral stance towards sex work. The most prominent voices in the news articles were those of law enforcement officers, followed by rights advocacy organizations and politicians. Perspectives from sex workers themselves, pimps/buyers, health professionals, and religious entities were also represented, though to a lesser extent. The Diário de Notícias emerged as the publication with the highest volume of articles on sex work. Intersectionality, or the consideration of overlapping social identities and how they influence experiences, was largely absent from the analyzed articles. Additionally, conflict and morality frames were rarely used in the depiction of sex work. Most articles provided substantive information, while few exhibited ambiguity or focused solely on human interest stories. Geographically, the origin of sex workers received minimal attention, with only occasional references to Asian workers in Lisbon and Brazilian workers in northern Portugal.
O trabalho sexual tem sido cada vez mais abordado tanto nos meios de comunicação quanto no meio académico. Reconhece-se, cada vez mais, a necessidade de mudanças que acomodem esses trabalhadores, que muitas vezes não dispõem de condições dignas de trabalho e de vida. Novas abordagens legais como a legalização, o modelo nórdico, a descriminalização e a criminalização têm sido amplamente teorizadas, e os seus efeitos na economia e na vida das pessoas têm sido observados. Estas abordagens são complementadas por perspetivas sociais, como o reframing do trabalho sexual como uma atividade que pode empoderar as mulheres e proporcionar independência, ou, em contrapartida, como uma forma de opressão que gera lucro com a subjugação das mulheres. O surgimento do termo trabalho sexual como um termo abrangente reflete essa evolução nas perceções e discussões sobre o tema. Os media e os jornais desempenham um papel crucial na formação das perceções do Público e na construção de uma realidade social que beneficie os mais vulneráveis, promovendo mudança e crescimento. Para compreender como são representadas as trabalhadoras do sexo, optou-se por uma abordagem quantitativa através de uma análise de conteúdo. Esta análise foi realizada em 97 notícias, utilizando um manual de codificação com 24 variáveis, abrangendo os seguintes jornais e revistas portugueses: Público; Diário de Notícias; Correio da Manhã; Observador; Jornal de Notícias; Sábado; Visão. A análise revelou diversos temas-chave. Uma parte significativa dos artigos adotou uma estrutura narrativa episódica, focando-se principalmente em incidentes específicos e nos fatores contextuais envolventes. Em termos dos tipos de trabalho sexual mencionados, muitos artigos utilizaram termos abrangentes que cobrem várias formas de trabalho sexual, enquanto outros evitaram mencioná-los explicitamente. Entre os artigos que especificaram um tipo, o tráfico sexual recebeu a maior cobertura, seguido do trabalho em bares de alterne e pela prostituição de rua. No que diz respeito aos quadros legais em torno do trabalho sexual, uma parte significativa dos artigos não referiram as diferentes abordagens legais da prostituição. Entre aqueles que discutiram aspectos legais, a legalização foi o tema mais detalhadamente mencionado. A análise também revelou que a maioria dos artigos manteve uma postura neutra em relação ao trabalho sexual. As vozes mais proeminentes nos artigos de notícias eram as de agentes da polícia, seguidas por organizações que defendem os direitos dos trabalhadores sexuais e políticos. Perspetivas dos próprios profissionais do sexo, proxenetas/compradores, profissionais de saúde e entidades religiosas também foram representadas, embora em menor grau. O Diário de Notícias destacou-se como a publicação com o maior volume de artigos sobre trabalho sexual. A interseccionalidade, ou seja, a consideração das identidades sociais sobrepostas e como estas influenciam as experiências, esteve em grande parte ausente dos artigos analisados. Além disso, quadros de conflito e moralidade raramente foram utilizados na representação do trabalho sexual. A maioria dos artigos era objetivo no que apresentavam e poucos artigos apresentavam uma faceta de interesse humano. Geograficamente, a origem dos profissionais do sexo recebeu atenção mínima, com apenas referências ocasionais a trabalhadores asiáticos em Lisboa e trabalhadores brasileiros no norte de Portugal.
O trabalho sexual tem sido cada vez mais abordado tanto nos meios de comunicação quanto no meio académico. Reconhece-se, cada vez mais, a necessidade de mudanças que acomodem esses trabalhadores, que muitas vezes não dispõem de condições dignas de trabalho e de vida. Novas abordagens legais como a legalização, o modelo nórdico, a descriminalização e a criminalização têm sido amplamente teorizadas, e os seus efeitos na economia e na vida das pessoas têm sido observados. Estas abordagens são complementadas por perspetivas sociais, como o reframing do trabalho sexual como uma atividade que pode empoderar as mulheres e proporcionar independência, ou, em contrapartida, como uma forma de opressão que gera lucro com a subjugação das mulheres. O surgimento do termo trabalho sexual como um termo abrangente reflete essa evolução nas perceções e discussões sobre o tema. Os media e os jornais desempenham um papel crucial na formação das perceções do Público e na construção de uma realidade social que beneficie os mais vulneráveis, promovendo mudança e crescimento. Para compreender como são representadas as trabalhadoras do sexo, optou-se por uma abordagem quantitativa através de uma análise de conteúdo. Esta análise foi realizada em 97 notícias, utilizando um manual de codificação com 24 variáveis, abrangendo os seguintes jornais e revistas portugueses: Público; Diário de Notícias; Correio da Manhã; Observador; Jornal de Notícias; Sábado; Visão. A análise revelou diversos temas-chave. Uma parte significativa dos artigos adotou uma estrutura narrativa episódica, focando-se principalmente em incidentes específicos e nos fatores contextuais envolventes. Em termos dos tipos de trabalho sexual mencionados, muitos artigos utilizaram termos abrangentes que cobrem várias formas de trabalho sexual, enquanto outros evitaram mencioná-los explicitamente. Entre os artigos que especificaram um tipo, o tráfico sexual recebeu a maior cobertura, seguido do trabalho em bares de alterne e pela prostituição de rua. No que diz respeito aos quadros legais em torno do trabalho sexual, uma parte significativa dos artigos não referiram as diferentes abordagens legais da prostituição. Entre aqueles que discutiram aspectos legais, a legalização foi o tema mais detalhadamente mencionado. A análise também revelou que a maioria dos artigos manteve uma postura neutra em relação ao trabalho sexual. As vozes mais proeminentes nos artigos de notícias eram as de agentes da polícia, seguidas por organizações que defendem os direitos dos trabalhadores sexuais e políticos. Perspetivas dos próprios profissionais do sexo, proxenetas/compradores, profissionais de saúde e entidades religiosas também foram representadas, embora em menor grau. O Diário de Notícias destacou-se como a publicação com o maior volume de artigos sobre trabalho sexual. A interseccionalidade, ou seja, a consideração das identidades sociais sobrepostas e como estas influenciam as experiências, esteve em grande parte ausente dos artigos analisados. Além disso, quadros de conflito e moralidade raramente foram utilizados na representação do trabalho sexual. A maioria dos artigos era objetivo no que apresentavam e poucos artigos apresentavam uma faceta de interesse humano. Geograficamente, a origem dos profissionais do sexo recebeu atenção mínima, com apenas referências ocasionais a trabalhadores asiáticos em Lisboa e trabalhadores brasileiros no norte de Portugal.
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Sex work Prostitution Media Portuguese newspapers Representation Trabalho sexual Prostituição Jornais portugueses Representação artística
Pedagogical Context
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