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A educação cosmopolita. Imagens do outro na literatura infantojuvenil traduzida em Portugal (1940-1974)
dc.contributor.author | Lopes, Alexandra | |
dc.date.accessioned | 2024-06-11T08:49:55Z | |
dc.date.available | 2024-06-11T08:49:55Z | |
dc.date.issued | 2022 | |
dc.description.abstract | Em Portugal, entre os anos 50 a 70 do século xx, os jovens leitores cresceram com uma dieta de traduções. Ainda que houvesse uma tradição considerável de literatura infantojuvenil em português – muito dos escritores mais conhecidos criaram, numa altura ou noutra, poemas e/ou narrativas para o público mais jovem –, alguns subgéneros primavam pela ausência. Histórias de aventura eram, por exemplo, praticamente inexistentes. Daí que os editores lançassem mãos a traduções de obras estrangeiras e a autores como Enid Blyton, Erich Kästner, Lieutenant X, Jules Verne ou Emilio Salgari, entre outros. O presente artigo debruça-se sobre a controversa autora britânica e as traduções de que foi alvo a partir dos anos 40. Na verdade, Blyton tornou-se uma figura favorita do mercado editorial português, vendo as suas coleções mais famosas traduzidas para português europeu. Falamos de «Os Sete», «Os Cinco», «O Mistério». Juntamente com outras – a «Biblioteca para Raparigas» e a «Biblioteca para Rapazes», bem como as coleções de colégios internos da própria Blyton, como «As Gémeas» e «O Colégio das Quatro Torres» –, estas coleções deram forma à imaginação de gerações de adolescentes numa altura em que o mundo ainda não era global(izado) como hoje e Portugal era o país do «orgulhosamente só». Neste contexto, a leitura de «Os Cinco» constituiu uma inesperada janela para o mundo, familiarizando jovens leitores com povos, instituições e modos de vida diferentes. Recorrendo à memória e à experiência da investigadora, bem como à investigação sobre a receção das coleções, o artigo argumenta que, ao tornar os leitores conscientes da diversidade e ao alimentar um gosto pelo estrangeiro, a leitura destas obras constituiu um convite aos jovens leitores para que imaginassem um mundo diverso do seu – pequenos-almoços ingleses e crianças a acampar sozinhas –, e essa experiência produziu uma comunidade particular em redor da tradução (Venuti, 2000), cultivando uma espécie de convivialidade cosmopolita imaginada. Independentemente do pendor familiar e/ou domesticador dos esforços tradutórios concretos e do conservadorismo das histórias de Blyton, defende-se que estas narrativas terão estimulado uma imaginação cosmopolita que terá tido um impacto na mundividência de, pelo menos, duas gerações de leitores. | pt_PT |
dc.description.version | info:eu-repo/semantics/publishedVersion | pt_PT |
dc.identifier.doi | 10.34632/9789725408100_9 | pt_PT |
dc.identifier.isbn | 9789725408100 | |
dc.identifier.isbn | 9789725408117 | |
dc.identifier.uri | http://hdl.handle.net/10400.14/45423 | |
dc.language.iso | por | pt_PT |
dc.peerreviewed | yes | pt_PT |
dc.publisher | Universidade Católica Editora | pt_PT |
dc.rights.uri | http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ | pt_PT |
dc.subject | Literatura infanto-juvenil | pt_PT |
dc.subject | Tradução | pt_PT |
dc.subject | Cosmopolitismo | pt_PT |
dc.subject | Autoria | pt_PT |
dc.title | A educação cosmopolita. Imagens do outro na literatura infantojuvenil traduzida em Portugal (1940-1974) | pt_PT |
dc.type | book part | |
dspace.entity.type | Publication | |
oaire.citation.conferencePlace | Lisboa, Portugal | pt_PT |
oaire.citation.endPage | 173 | pt_PT |
oaire.citation.startPage | 152 | pt_PT |
oaire.citation.title | Mudam-se os tempos, mudam-se as traduções? Reflexões sobre os vínculos entre (r)evolução e tradução | pt_PT |
rcaap.rights | openAccess | pt_PT |
rcaap.type | bookPart | pt_PT |