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Fatores motivacionais para a redução do consumo de carne em Portugal

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Nas últimas décadas tem-se assistido a um aumento do consumo de carne a nível global e, nos países desenvolvidos, o consumo excede as recomendações dos especialistas. Este consumo excessivo tem levantado questões sobre sustentabilidade ambiental, saúde e ética, sendo reconhecida a importância da desaceleração deste consumo. O comportamento alimentar é uma problemática complexa, sendo que os indivíduos decidem consumir carne, ou não, por diversas razões. Compreender os motivos que estão na base dessas decisões é fundamental para a criação de estratégias promotoras da redução do consumo de carne de uma população. Este trabalho visa explorar os fatores que impulsionam a redução do consumo de carne pelos portugueses, considerando as normas sociais, as preocupações ambientais, os benefícios para saúde e as barreiras percecionadas, a fim de possibilitar o desenvolvimento de estratégias eficazes para promover esta transição alimentar na população. Para isso, foi aplicado um questionário a uma amostra de 283 cidadãos portugueses, tendo os dados recolhidos sido tratados através da modelação de equações estruturais. Concluiu-se que as normas sociais, as preocupações ambientais, os benefícios para a saúde e as barreiras percecionadas têm um impacto significativo nas intenções de redução de consumo de carne. No entanto, apenas os benefícios para a saúde e as barreiras percecionadas preveem significativamente as atitudes positivas em relação à redução do consumo de carne. Além disso, verificou-se que as atitudes não influenciam significativamente as intenções de redução deste consumo. De um modo geral, os fatores estudados explicam melhor as intenções do que as atitudes face à redução do consumo de carne. Este estudo gerou importantes conhecimentos acerca dos consumidores portugueses para o desenvolvimento de estratégias futuras com vista à redução do consumo de carne, sugerindo a necessidade de abordagens abrangentes que contemplem diversos fatores, de modo a promover eficazmente mudanças no seu comportamento alimentar.
Over the past few decades, meat consumption has increased worldwide. In developed countries, meat consumption exceeds expert recommendations. This excessive consumption has raised questions about environmental sustainability, health, and ethics, and the importance of slowing down this consumption is now recognised. Eating behaviour is a complex issue and people choose to eat or not to eat meat for different reasons. Understanding the reasons behind these decisions is fundamental to developing strategies that promote the reduction of meat consumption in a population. This work aims to explore the factors driving the reduction of meat consumption by the Portuguese, considering social norms, environmental concerns, health benefits, and perceived barriers, to develop effective strategies to promote this dietary transition in the population. To this end, a survey was administered to a sample of 283 Portuguese citizens, and the collected data was processed using structural equation modeling. It was concluded that social norms, environmental concerns, health benefits and perceived barriers have a significant impact on intentions to reduce meat consumption. However, only health benefits and perceived barriers significantly predict positive attitudes towards meat reduction. Furthermore, it was found that attitudes do not significantly influence reduction intentions. In general, the examined factors explain intentions to reduce meat consumption better than attitudes. This study has provided important insights about Portuguese consumers for the development of future strategies to reduce meat consumption, suggesting the need for comprehensive approaches that consider different factors to effectively promote changes in their eating behaviour.

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Carne Redução Consumo Atitude Intenção Meat Reduction Consumption Attitude Intention

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