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Abstract(s)
A pandemia que continua a assolar o mundo marcará as mais diversas
valências da vida, não ficando a isso imune a realidade corporativa.
Reconhecendo a fragilidade de práticas do passado e a desadequação de uma
visão a considerar unicamente os interesses dos shareholders, reaviva-se a vexatio
quaestio de saber qual será a melhor forma de conduzir e orientar a corporate
governance.
Ainda não plenamente refeitos da grave crise económica, financeira e
social de 2008, a COVID-19 veio reavivar a discussão sobre o fim último e
primacial das empresas. Os dados hoje ao dispor permitem afirmar
categoricamente que as práticas tidas como válidas no passado, alicerçadas nos
modelos e pressupostos capitalistas de meados do século XX, já não se coadunam
com o ecossistema da empresa, que é mais rico e alargado, nem com as exigências
dos próprios stakeholders. Impera, portanto, realizar uma nova abordagem, mais
adequada, à empresa de hoje, por forma a garantir e assegurar a sua vitalidade e
prosperidade.
Atentos a esta luta darwiniana pela sobrevivência e sustentabilidade das
empresas, os Estados Unidos da América e o Reino Unido, mas também Portugal,
procuram empreender reformas para virar a página. Nos últimos anos, esta tem
sido uma temática cada vez mais presente, não só no plano político, como também
no empresarial, estando tal facto bem patente na velocidade vertiginosa a que nos
têm chegado vários casos de sucesso. Contudo, com pertinência, se questiona se
todos estão atentos de igual modo a este início de jornada, que se afigura longa e
inevitável.
Apesar de não ser uma discussão hermética, várias são as perspetivas sobre
os conceitos nucleares, o que, por vezes, condiciona a própria discussão. Pelo
exposto, o primeiro momento visará explanar os conceitos fulcrais. De seguida,
colocando em evidência os estudos e posições de diferentes autores, contrapõem-
-se os interesses dos stakeholders com os dos shareholders, desmistificando o
dogma de que o enfoque nos primeiros seja verdadeiramente ruinoso para os
interesses dos segundos. A doutrina e a própria realidade dos factos, como melhor
se verá, demonstram que, através de práticas sustentáveis, a consideração dos
interesses dos stakeholders se traduz em benefício para os próprios shareholders,
sendo a pandemia que ainda nos assola um veículo privilegiado para operar esta
mudança de mentalidades e de foco no seio da empresa.
Description
Keywords
Corporate purpose Corporate governance Sustentabilidade Stakeholder Shareholder Capitalismo