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A responsabilidade criminal do médico pela realização de intervenções e tratamentos médico-cirúrgicos arbitrários

datacite.subject.fosCiências Sociais::Direitopt_PT
dc.contributor.advisorCunha, Maria da Conceição Ferreira da
dc.contributor.authorAfonso, Luís Fernando Barateiro
dc.date.accessioned2021-03-04T11:06:21Z
dc.date.available2021-03-04T11:06:21Z
dc.date.issued2020-10-27
dc.date.submitted2020
dc.description.abstractA presente tese tem por objeto a questão da responsabilidade criminal do médico, decorrente do não cumprimento do dever de esclarecer o paciente, por forma a tornar eficaz o consentimento para a prática de intervenções ou tratamentos médico-cirúrgicos. Sabendo-se que a violação do dever de esclarecer o paciente pode verificar-se quer na atuação dolosa, quer na atuação negligente, embora neste caso apenas quando a negligência seja grosseira, pretende-se demonstrar que o erro do médico sobre a factualidade típica - desconhecimento de que o paciente não se encontra devidamente esclarecido - excluindo o dolo, permite o preenchimento do tipo negligente, desde que ocorra uma relação causal entre a acção e o resultado, resultado (o não esclarecimento) que pode decorrer da não prestação dos necessários esclarecimentos e, ou, da não verificação de que o paciente não se encontra devidamente esclarecido. A negligência grosseira, de acordo com a doutrina do "duplo escalão", exige, ao nível do tipo de ilícito, que estejamos diante de uma ação particularmente perigosa e de um resultado de verificação altamente provável, ao nível de tipo de culpa, de estar configurado que o agente, não omitindo a conduta, revelou uma atitude particularmente censurável de leviandade, ou de descuido, perante o comando jurídico penal. Procurou-se comprovar que, mesmo prestando os esclarecimentos necessários ao esclarecimento de um paciente normal, sendo cognoscível e previsível que o paciente concreto não se encontra devidamente esclarecido, o médico que omite a verificação do devido esclarecimento desse paciente, pratica uma ação negligente, particularmente intensa, quer ao nível do tipo de ilícito quer do tipo de culpa, devendo ser considerada como praticada com negligência grosseira. Defendemos que, no domínio do direito penal em que se integra a apreciação das condutas previstas no referido tipo legal, vigora o princípio processual da presunção de inocência, o que implica que sobre o médico não recaia qualquer ónus da prova. Deparámo-nos com a dificuldade decorrente da ausência de decisões judiciais relativas ao tipo de crime previsto no artº 156º do CP.pt_PT
dc.description.abstractCette thèse a pour objet la question de la responsabilité pénale du médecin, résultant du manquement à l'obligation de clarifier le patient, afin de rendre effectif le consentement à la pratique d'interventions ou de traitements médico-chirurgicaux. Sachant que la violation de l'obligation de clarifier le patient peut être vérifiée soit par une exécution volontaire ou par négligence, bien que dans ce cas uniquement lorsque la négligence est grave, elle vise à démontrer que l'erreur du médecin sur la factualité typique - l'ignorance que le patient n'est pas correctement informé - à l'exclusion de la tromperie, permet de combler le type négligent, à condition qu'il existe une relation de cause à effet entre l'action et le résultat, résultat (la non-clarification) qui peut résulter de l'omission de fournir les clarifications nécessaires et, ou, l'omission de vérifier que le patient n'est pas correctement informé. La négligence grave, selon la doctrine du "double-pas", exige, au niveau du type d'acte répréhensible, que nous soyons confrontés à une action particulièrement dangereuse et à un résultat de vérification très probable, au niveau du type de culpabilité, d'être configuré que l'agent, sans omettre la conduite, a révélé une attitude de légèreté ou de négligence particulièrement répréhensible devant le commandement judiciaire pénal. Il a été tenté de prouver que, même en fournissant les clarifications nécessaires pour la clarification d'un patient normal, étant connu et prévisible que le patient concret n'est pas correctement clarifié, le médecin qui omet la vérification de la clarification due de ce patient, pratique une action négligente, en particulier intense, tant en ce qui concerne le type d'acte répréhensible que le type de faute, et doit être considéré comme commis avec négligence grave. Nous soutenons que, dans le domaine du droit pénal, qui comprend l'appréciation du comportement prévu par ledit type juridique, le principe procédural de la présomption d'innocence est en vigueur, ce qui implique que la charge de la preuve n'incombe pas au médecin. Nous sommes confrontés à la difficulté résultant de l'absence de décisions judiciaires concernant le type de délit prévu à l'article 156 du CPpt_PT
dc.description.abstractThis thesis has as its object the question of the physician's criminal responsibility, arising from the non-fulfillment of the duty to clarify the patient, in order to make the consent for the practice of medical-surgical interventions or treatments effective. Knowing that the breach of the duty to clarify the patient can be verified either in willful or negligent performance, although in this case only when the negligence is gross, it is intended to demonstrate that the doctor's error on typical factuality - ignorance that the patient is not properly informed - excluding deception, allows the negligent type to be filled, provided that there is a causal relationship between the action and the result, result (the nonclarification) that may result from the failure to provide the necessary clarifications and, or, the failure to verify that the patient is not properly informed. Gross negligence, according to the "double-step" doctrine, requires, at the level of the type of wrongdoing, that we are facing a particularly dangerous action and a highly probable verification result, at the level of the type of guilt, of being configured that the agent, not omitting the conduct, revealed a particularly objectionable attitude of levity, or carelessness, before the criminal legal command. It was tried to prove that, even providing the necessary clarifications for the clarification of a normal patient, being knowable and predictable that the concrete patient is not properly clarified, the doctor who omits the verification of the due clarification of that patient, practices a negligent action, particularly intense, both in terms of the type of wrongdoing and the type of fault, and should be considered as being done with gross negligence. We argue that, in the field of criminal law, which includes the assessment of the conduct provided for in said legal type, the procedural principle of the presumption of innocence is in effect, which implies that the burden of proof does not fall on the doctor. We are faced with the difficulty resulting from the absence of judicial decisions regarding the type of crime provided for in article 156 of the CP.pt_PT
dc.identifier.tid101480377pt_PT
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10400.14/32150
dc.language.isoporpt_PT
dc.subjectConsentimentopt_PT
dc.subjectEsclarecimentopt_PT
dc.subjectMédicopt_PT
dc.subjectPacientept_PT
dc.subjectDignidadept_PT
dc.subjectLiberdadept_PT
dc.subjectConsentementpt_PT
dc.subjectClarificationpt_PT
dc.subjectDocteurpt_PT
dc.subjectPatientpt_PT
dc.subjectDignitépt_PT
dc.subjectLibertépt_PT
dc.subjectConsentpt_PT
dc.subjectClarificationpt_PT
dc.subjectDoctorpt_PT
dc.subjectPatientpt_PT
dc.subjectDignitypt_PT
dc.subjectFreedompt_PT
dc.titleA responsabilidade criminal do médico pela realização de intervenções e tratamentos médico-cirúrgicos arbitráriospt_PT
dc.typedoctoral thesis
dspace.entity.typePublication
rcaap.rightsopenAccesspt_PT
rcaap.typedoctoralThesispt_PT
thesis.degree.nameDoutoramento em Direitopt_PT

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