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- O sentido do idealismo de HusserlPublication . Morujão, CarlosO presente ensaio propõe-se explicitar o sentido do idealismo de Husserl entre as Ideias I (de 1913) e as Meditações Cartesianas (de 1931). A primeira formulação do idealismo, na obra de 1913, apresenta-o como o resultado da distinção entre a consciência e o mundo, baseada na diferença entre os respectivos modos de doação: a primeira dando-se absolutamente e sem perspectivas ou adumbramentos, o segundo dando-se como pólo de identidade numa multiplicidade de adumbramentos. A insuficiência desta formulação para fundar uma tese idealista evidencia-se no facto de Husserl ter, de imediato, acrescentado uma outra: a saber, a distinção entre o modo de ser absoluto da consciência (nulla res indiget ad existendum) e o modo de ser contingente e intencional do mundo. Porém, o sentido final destas duas distinções será apenas esclerecido nas Meditações Cartesianas. Nesta obra, Husserl caracteriza o seu idealismo - distinguindo-o do idealismo psicológico de Berkeley e do idealismo de Kant - como uma auto-explicitação consequente do Ego enquanto sujeito de todo o conhecimento possível. Como corolário deste definição «mundo que efectivamente é» apenas poderá significar «mundo constituído na consciência».
- Shadows: a phenomenological analysisPublication . Morujão, Carlos A.Shadows are intriguing phenomena. They do not have mass or energy. So, they are unable to have some basic characteristics of the objects of which they are shadows: they cannot move by themselves and they cannot experience the same kind of changes. At first sight, any theory of perception can skip this optical phenomenon or look at it only as a side-effect. Actually, in order to be seen objects must be illuminated and one of the consequences of this is that they project a shadow over the surrounding space. Is that all? In this paper I will argue that, from a phenomenological point of view (or at least from a Husserlian oriented phenomenology), shadows, with their specific hyletic data, must be considered as an element of the process of constitution of spatial-temporal objectivities. In other words, shadows no less than other predicates, like extension or hardness, although in a different manner, belong to the a priori structure of those objectivities. This means that their ontological status is quite different from that of fictitious objects or hallucinations. To show this I will draw mainly in Husserl’s Lesson Thing and Space, from 1907, and other unpublished texts during Husserl’s lifetime, like the second volume of the Ideas and the Lesson of 1925 on Psychological Phenomenology.
- Consciência egológica e Ichlosen Subjektivität em Edmund HusserlPublication . Morujão, CarlosO presente ensaio propõe-se investigar um aspeto particular da teoria fenomenológica da consciência, tal como foi formulada por Edmund Husserl. Husserl defende que os princípios que fundam as ciências se encontram todos na consciência pura. Tentou-se, por isso, em primeiro lugar, perceber o que entende Husserl por consciência, antes de mais nas Investigações Lógicas, ou seja, antes da chamada «viragem transcendental», de seguida nas lições de Göttingen de Introdução à Lógica e à Teoria do Conhecimento, contemporâneas dessa viragem e testemunho público dela, por fim, em Ideias I e Ideias II, onde ela se encontra já realizada. Um segundo núcleo de problemas diz respeito à necessidade de introduzir um Eu puro, ou seja, um polo de identidade, na atividade da consciência, ou se, pelo contrário, todo o Eu será apenas de carácter empírico. O ensaio procura averiguar as resistências de Husserl relativamente à admissibilidade de um Eu puro antes da «viragem transcendental», por meio de uma compreensão da noção de imanência intencional como solução para a resolução do problema da constituição da objetividade. Um terceiro núcleo de problemas, embora abordado com maior brevidade, diz respeito à própria noção fenomenológica de transcendental, com tudo o que a aproxima e distingue da tematização kantiana do «Eu penso».