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- A formação dos pregadores de missões internas na época contemporâneaPublication . Sanches, AcácioOs pregadores de missões internas ou populares são agentes eclesiásticos enviados a uma determinada região do interior do território, onde tratam de desenvolver ações pastorais segundo a metodologia missionária, com o fim de cristianizar o povo e avivar a sua fé. Dadas as características deste género oratório, os missionários eram sujeitos a uma preparação exigente, que compreendia os doze anos de estudos académicos de Humanidades, Filosofia e Teologia, comuns aos outros eclesiásticos, seguidos de um período de formação intelectual e espiritual de cerca de cinco anos. Durante este longo tempo de formação, os pregadores tinham de dar provas da sua capacidade nos campos da eloquência e da teologia bíblica, dogmática e moral. Era‑lhes igualmente exigido que tivessem elevados conhecimentos no campo do Direito Canónico, da História da Igreja e da Teologia Espiritual. Cada pregador criava a sua coleção de sermões, práticas e conferências, que o acompanhava ao longo da sua carreira.
- Modelo de intervenção oratória no Portugal contemporâneo: a Missão PopularPublication . Sanches, AcácioAs Missões Populares procuraram corresponder às necessidades de pregação especializada da Igreja Católica praticamente desde Trento até ao Vaticano II. Na sua estrutura tradicional, desenvolvem-se entre os oito e os quinze dias. Envolviam a deslocação de vários agentes missionários e o recrutamento no local de diversas equipas de leigos. Durante os dias de pregação, precedidos por um período de minuciosa preparação do universo sociológico a atingir, o programa missionário ocupava o dia inteiro desde a eucaristia matinal, até ao grande sermão, passando pela visita dos doentes, as conferências especializadas e a catequese das crianças. Os missionários não dispensavam acções públicas de elevado impacto como as procissões, via-sacras e grandes concentrações. Após a Missão, os pregadores deixavam na paróquia vários elementos físicos e espirituais, que faziam perdurar na memória colectiva não só a doutrina, mas também o ambiente vivido; e procuravam que os fiéis se inscrevessem em determinadas obras pias, que os comprometessem no futuro com uma sadia militância cristã.