FCSE - Teses de Doutoramento / Doctoral Theses
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- Ultrapassar a perda involuntária da gravidez : um modelo de intervenção de enfermagemPublication . Koch, Maria Cândida Morato Pires; Santos, Célia; Santos, Margarida ReisA interrupção involuntária da gravidez, como evento stressante, pode ser emocionalmente devastador para a mulher/casal. As reações parecem ser únicas, individuais e independentes da idade gestacional, podendo envolver uma ampla gama de transtornos físicos e emocionais. Estas mulheres devem ser alvo de uma atenção cuidada por parte dos enfermeiros. Melhorar os cuidados a prestar, implica programar as intervenções mais adequadas a cada caso e fazer uma avaliação e monitorização do processo de luto e da perceção de bem-estar. Com este estudo, pretendemos contribuir para o aprofundamento do conhecimento sobre as intervenções de enfermagem facilitadoras da recuperação após a perda da gravidez, e cooperar na obtenção de ganhos em saúde das mulheres que enfrentam esta situação. Definimos como objetivos: avaliar o luto e a perceção de bem-estar psicológico das mulheres após o primeiro mês pós-perda; identificar as estratégias de coping utilizadas e as necessidades em cuidados, e desenvolver um modelo de intervenção que oriente e otimize as práticas de cuidar as mulheres em situação de perda da gravidez. Desenvolvemos dois estudos de natureza quantitativa para avaliarmos o luto e a perceção de bem-estar que as mulheres manifestavam quatro a oito semanas pós-perda, precedidos de dois estudos metodológicos, tendo em vista a tradução, adaptação cultural e validação da Perinatal Bereavement Grief Scale para a língua e população portuguesas, e a validação da versão portuguesa do Well-being Questionaire12. A amostra foi de 100 e 74 participantes, respetivamente. Efetuámos um estudo exploratório e descritivo, de natureza qualitativa, recorrendo a 74 entrevistas telefónicas e 18 presenciais, para compreender a vivência da perda nas suas várias dimensões e identificar as necessidades em cuidados de enfermagem. Através de análise de conteúdo, tratámos o material resultante das entrevistas, emergindo três temas: viver a perda, ser cuidada e ultrapassar a perda. A cada um deles associaram-se as respetivas categorias, num total de quinze, e trinta e cinco subcategorias. Apesar da evidente satisfação com os cuidados recebidos, salienta-se a necessidade de melhoria ao nível da informação disponibilizada sobre o processo e atitudes terapêuticas, suporte emocional e preparação para a alta. A rede familiar foi considerada pelas mulheres um suporte essencial. A estratégia de coping mais utilizada foi a distração.Considera-se normal e saudável uma reação de luto que a mulher consiga gerir, resolver e ultrapassar por si própria. Apesar de o processo de luto não estar ainda resolvido para todas as mulheres, estava em fase de resolução para a maioria. A perda da gravidez com todas as suas implicações, enquanto evento stressor, poderá interferir negativamente na perceção que cada mulher faz do seu bem-estar. À medida que a expressão desse desgosto vai diminuindo, e se vai resolvendo esse luto, é recuperado o nível de bem-estar. Os resultados dos estudos efetuados e a pesquisa bibliográfica permitiram delinear um modelo de intervenção de enfermagem com o objetivo de obter ganhos em saúde nas mulheres/casais que enfrentam esta situação.