FT - Teses de Doutoramento / Doctoral Theses
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Browsing FT - Teses de Doutoramento / Doctoral Theses by Author "Magalhães, Fernando Silvestre Rosas"
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- O Homem em Carne Viva : o contributo de Michel Henry para a Teologia da EncarnaçãoPublication . Magalhães, Fernando Silvestre Rosas; Pinho, Arnaldo Cardoso deNeste trabalho procurou-se continuar a ponte que Michel Henry faz entre a Teologia e a Filosofia, talvez mais que uma ponte, um Arco do Triunfo. Especialmente estudar o que Michel Henry define como Carne, no diálogo entre a Fenomenologia e o Cristianismo. É um estudo muito importante porque Deus revelou-Se na Carne de Cristo. O Mistério da Encarnação, Grande Mistério, tem de nos fazer descobrir toda a singularidade e valor da carne do Homem. Desde o princípio da reflexão cristã que o conceito de Carne teve uma semântica vasta e, muitas vezes, díspar. Os primeiros Concílios da Igreja são disso uma prova, assim como todas as lutas contras as mais variadas heresias. Foi São Justino que usou pela primeira fez o termo Encarnação: s. Depois disso, foi longo, e fecundo, o caminho até ao Concílio de Calcedónia que merece um pouco mais de atenção, dada a sua importância na definição do dogma da Encarnação: a natureza divina e a natureza humana em igualdade de dimensões, clara e distintamente, sem mistura nem confusão, na mesma pessoa de Cristo. Michel Henry faz uma oportuna inversão da Fenomenologia e define, desde a L’ Essence de la Manifestation, sua primeira grande obra, conceitos importantes de corpo, individualidade, subjetividade, afetividade, imanência, Ipseidade. A imanência, anterior à transcendência, é manifestada na subjetividade; a subjetividade é a possibilidade de sentir, de se constituir pelo sentir-se afetado; a imanência é a essência da transcendência2. A primeira imanência é a afetividade, esse sentir-se afetado, sentir-se a si mesmo sem medição, dado em si, sem experiência prévia, como manifestação, auto-manifestação. A influência de Mestre Eckart é muito presente: quem quiser contemplar Deus, deve ser cego3. Toda a mediação é desnecessária para se ter acesso a si mesmo, é a experiência da Vida que se manifesta e funda cada Si, é a Verdade, é a arqui-subjetividade que se revela na Carne como matéria fenomenológica pura: a carne é a substância mesma da Vida, nasce dela, é impressiva e afetiva porque provém da vida e contém a impressibilidade e a afetividade da Vida. Única em cada Homem na Ipseidade de cada pathos, como Parusia do Absoluto4, da Vida absoluta que não é um conceito, uma abstração, mas uma experiência fenomenológica na qual se é surpreendido como Vivente, participante desse Primeiro Si Vivente5 que é o Verbo Encarnado. A Encarnação do Verbo é a geração na carne de Deus e a revelação de Deus na carne6.