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Authors
Abstract(s)
This work presents an exploratory study of how the disintermediation phenomenon, which
has been occurring among the main economic agents of the music industry, is affecting
independent musicians’ business models and practices. This phenomenon results from a shift
in the technological paradigm, in which the access to global communication networks and
digital tools has caused disruptive changes to the current production model, to the access
conditions of producers to markets, and to the power relations between economic agents. This
study locates within the creative industries scope of research, particularly in music business
research. It aims to analyse and expose part of the work reality of producers in one of the most
important sectors of the creative industries.
Concerning methodology, this study adopts realism for its philosophical stance, in order to
address the problem, by carrying out objective discovery and theory development, through
objective descriptions of reality. Taking this into consideration, the chosen research strategy
has been the case study. A set of seven independent music artists has been purposely selected,
based on the strategic approach they take in business and in the evolutive path they are
pursuing. Personal semi-structured interviews were conducted with five of these artists, in
order to obtain information concerning their business models and practices, which provided
the primary data for analysis. The data of the remaining two independent artists was obtained
from mixed sources. Additionally, in order to complement this study, data reports from the
Artists Revenue Streams (ARS) study have been used as secondary data. This study, led by
the Future of Music Coalition (FMC) in the US, assesses whether and how musicians’
revenue streams are changing in this new music landscape.
This study indicates that the effects of disintermediation, induced by a technological
paradigm shift, are mostly observable in the way independent artists are becoming selfsufficient.
They have been leveraging on technology to take on business functions, such as
management, funding, distribution and promotion. However, concerning disintermediation,
these functions reveal different levels of incidence. This is determined by the power that
record labels, the traditional intermediary, maintain over financing and promotion. In the
evolutionary path of an independent artist, the need for a professional structure typically
grows along the way. This structure maybe maybe provided either by a record label, or by
assembling a professional team or resorting to independent services. The consequences of
disintermediation can be further demonstrated through some illustrative signs; record labels
are readjusting, what can be seen through the renegotiation and the adoption of other contract
models, and the lessening of investment in certain traditional business functions. Furthermore,
the bargaining power of artists has increased, which grants them more control over their
career direction, over the development of their brand, and most importantly, of their
creativity.
Este trabalho apresenta um estudo exploratório sobre o fenómeno da desintermediação, decorrente entre os principais agentes económicos da indústria da música, e o modo como este está a afectar os músicos independentes, no que diz respeito aos seus modelos e práticas de negócio. Este fenómeno surge em consequência de uma alteração do paradigma tecnológico, em que o acesso às redes de comunicação globais e às ferramentas digitais provocou alterações disruptivas no modelo de produção vigente, nas condições de acesso dos produtores aos mercados e nas relações de poder entre agentes económicos. Este trabalho insere-se no âmbito de investigação nas indústrias criativas, e em particular, no negócio da música. Assim, tem como objectivo analisar e expor uma parte da realidade do trabalho de produtores num dos sectores mais relevantes das indústrias criativas. Em termos de metodologia, este trabalho aborda a problemática através de uma postura filosófica que adopta o realismo, de modo a proceder à descoberta objectiva e ao desenvolvimento de teoria, suportados por descrições objectivas da realidade. Tendo isto em consideração, foi realizada uma investigação teórica, baseada na revisão bibliográfica, e uma investigação empírica, que teve por base o caso de estudo como estratégia de investigação. Nesse sentido, selecionou-se um conjunto de sete músicos independentes, que se destacam pela abordagem estratégica ao negócio e pelo percurso evolutivo que têm seguido. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, pessoalmente, a cinco dos músicos para recolha de informação relativa aos seus modelos e práticas de negócio, e que constituíram os dados primários de análise. Para os dois casos restantes, os dados foram obtidos de fontes mistas. Adicionalmente, de forma a complementar este estudo, utilizaram-se os relatórios do estudo Artist Revenue Streams (ARS) como dados secundários. Este estudo foi levado a cabo pela Future of Music Coalition (FMC) nos EUA, e averigua os factores envolvidos na evolução das fontes de rendimento dos artistas musicais. O estudo aponta que os efeitos da desintermediação, que advém do choque tecnológico, se verificam ao nível da autossuficiência demonstrada pelos artistas musicais independentes. Eles têm vindo a assumir funções de negócio, como a gestão, o financiamento, a distribuição e a promoção, tendo a tecnologia um papel preponderante na sua facilitação. No entanto, para cada uma destas funções, a desintermediação apresenta níveis de incidência distintos. Isto é determinado pelo poder que a editora, o intermediário tradicional, mantém no âmbito do financiamento e da promoção. No trajeto evolutivo de um artista independente, surge a necessidade de recorrer cada vez mais a uma estrutura profissional, podendo esta ser uma editora, ou em alternativa a sua própria, construindo uma equipa profissional ou recorrendo a serviços. Adicionalmente, a desintermediação compreende outras consequências; a forma de funcionamento das editoras alterou-se, o que se reflete pelo reajustamento ao nível da renegociação e alteração dos modelos de contrato e pelo desinvestimento em certas funções; o poder de negociação dos artistas aumentou, o que lhes permite deter mais controlo sobre a sua carreira, sobre a forma como a sua marca é desenvolvida, e principalmente, sobre a sua criatividade.
Este trabalho apresenta um estudo exploratório sobre o fenómeno da desintermediação, decorrente entre os principais agentes económicos da indústria da música, e o modo como este está a afectar os músicos independentes, no que diz respeito aos seus modelos e práticas de negócio. Este fenómeno surge em consequência de uma alteração do paradigma tecnológico, em que o acesso às redes de comunicação globais e às ferramentas digitais provocou alterações disruptivas no modelo de produção vigente, nas condições de acesso dos produtores aos mercados e nas relações de poder entre agentes económicos. Este trabalho insere-se no âmbito de investigação nas indústrias criativas, e em particular, no negócio da música. Assim, tem como objectivo analisar e expor uma parte da realidade do trabalho de produtores num dos sectores mais relevantes das indústrias criativas. Em termos de metodologia, este trabalho aborda a problemática através de uma postura filosófica que adopta o realismo, de modo a proceder à descoberta objectiva e ao desenvolvimento de teoria, suportados por descrições objectivas da realidade. Tendo isto em consideração, foi realizada uma investigação teórica, baseada na revisão bibliográfica, e uma investigação empírica, que teve por base o caso de estudo como estratégia de investigação. Nesse sentido, selecionou-se um conjunto de sete músicos independentes, que se destacam pela abordagem estratégica ao negócio e pelo percurso evolutivo que têm seguido. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, pessoalmente, a cinco dos músicos para recolha de informação relativa aos seus modelos e práticas de negócio, e que constituíram os dados primários de análise. Para os dois casos restantes, os dados foram obtidos de fontes mistas. Adicionalmente, de forma a complementar este estudo, utilizaram-se os relatórios do estudo Artist Revenue Streams (ARS) como dados secundários. Este estudo foi levado a cabo pela Future of Music Coalition (FMC) nos EUA, e averigua os factores envolvidos na evolução das fontes de rendimento dos artistas musicais. O estudo aponta que os efeitos da desintermediação, que advém do choque tecnológico, se verificam ao nível da autossuficiência demonstrada pelos artistas musicais independentes. Eles têm vindo a assumir funções de negócio, como a gestão, o financiamento, a distribuição e a promoção, tendo a tecnologia um papel preponderante na sua facilitação. No entanto, para cada uma destas funções, a desintermediação apresenta níveis de incidência distintos. Isto é determinado pelo poder que a editora, o intermediário tradicional, mantém no âmbito do financiamento e da promoção. No trajeto evolutivo de um artista independente, surge a necessidade de recorrer cada vez mais a uma estrutura profissional, podendo esta ser uma editora, ou em alternativa a sua própria, construindo uma equipa profissional ou recorrendo a serviços. Adicionalmente, a desintermediação compreende outras consequências; a forma de funcionamento das editoras alterou-se, o que se reflete pelo reajustamento ao nível da renegociação e alteração dos modelos de contrato e pelo desinvestimento em certas funções; o poder de negociação dos artistas aumentou, o que lhes permite deter mais controlo sobre a sua carreira, sobre a forma como a sua marca é desenvolvida, e principalmente, sobre a sua criatividade.
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Keywords
Desintermediação Modelos de negócio Músicos independentes Disintermediation Business models Independent musicians