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Authors
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Abstract(s)
Due to lack of tone colour research on the guitar, the technique of
multiphonics was investigated on this instrument. It was part of a strategy of
presenting non-guitarist composers with new results from the exploration of
unconventional performance techniques. Colour research on the guitar is usually
carried out by such composers but these tend to dismiss the instrument. If, enticed
by these results, they consider composing for guitar, the research's aim of
contributing to the promotion of colour research on this instrument and to the
establishment of multiphonics as part of its vocabulary would be fulfilled.
The technique of multiphonics consists, like the technique of harmonics, in
damping out some of the vibrational modes of the string by lightly touching it at
certain locations during or after its excitation (or both). Unlike with the technique of
harmonics, the filtering of the vibrational modes is not systematic with respect to
mode number, for which it is easier to perceive multiple pitches, of which some may
be quite soft. The technique has yet to be absorbed into the guitar's vocabulary,
possibly because it only recently received renewed attention. The information that is
provided in the recent scientific literature is, however, limited. Moreover, it ignores
the influence of the differences that may exist between players/instruments, it does
not always take psychoacoustics into account, and it does not explore the
amplification of the sounds, a gap that was also verified in the artistic literature.
Testing was therefore carried out to determine the influence of amplification
on the audibility of the softer main components of the sounds. It consisted in
recording with close microphone placement a sample of guitarists playing on their
guitars a set of takes of the lowest string lightly touched at a myriad of established
locations, and left to vibrate. The recordings were then spectrally analysed and the
data was treated and evaluated taking psychoacoustics into account. The results
show that the amplification with close microphone placement of sounds of guitar
multiphonics introduces novelty to an audience relatively to the non-amplified
instrument, regardless of room size. The results and assumptions based thereon
were implemented in a piece for amplified guitar and live electronics, and in a guitar
piece for which artistic research was carried out, leading to a new form of
multiphonics usage.
A guitarra encontra-se a um nível inferior relativamente a outros instrumentos no que respeita à pesquisa tímbrica. Esta situação pode ser explicada pela falta de interesse pelo instrumento da parte de compositores não-guitarristas, visto serem estes compositores os que geralmente efectuam aquele tipo de pesquisa. As limitações sonoras da guitarra e um certo desagrado pelo seu som paradigmático são duas das razões do seu desinteresse. Apresentar aos compositores que dispensam a guitarra por estas razões novos resultados provenientes da investigação de técnicas não-convencionais poderia eventualmente aliciá-los a considerar a escrita para guitarra, já que estas técnicas não só produzem sons com timbres pouco usuais mas também poderão ser úteis, por si só ou em combinação com outras técnicas, para ultrapassar limitações sonoras. Entre estas técnicas encontra-se a de multifónicos que ainda está por integrar no vocabulário da guitarra, possivelmente porque apenas recentemente foi alvo de atenção renovada. Estas recentes pesquisas foram, no entanto, realizadas no âmbito de projectos de um contexto mais alargado, pelo que a informação que delas resultou é limitada. Para além disso, esta informação é baseada na execução de um único guitarrista, essencialmente numa única guitarra, ignorando as diferenças que poderão existir entre instrumentistas/guitarras. Acresce que questões de psicoacústica nem sempre foram consideradas. Assim, deu-se início a uma investigação exaustiva da técnica de multifónicos na guitarra, da qual esta tese foi o ponto de partida, por forma a mostrar à comunidade artística um maior leque de possibilidades da técnica, e a providenciá-la com informação relevante, o que deverá fomentar a utilização da técnica e levar compositores não-guitarristas a pesquisá-la também, satisfazendo o objectivo da investigação de contribuir para a promoção da pesquisa tímbrica na guitarra e para a integração da técnica de multifónicos no seu vocabulário. O primeiro passo da investigação foi uma cuidada análise teórica da técnica do ponto de vista acústico e psicoacústico, com vista à sua melhor compreensão e à elaboração de uma explicação detalhada que não existia na literatura. A técnica de multifónicos consiste, tal como a de harmónicos, no abafamento de alguns dos modos de vibração da corda através de um leve toque em certos pontos da corda durante ou depois da sua excitação (ou ambos), e resulta melhor nas cordas com enrolamento. Ao contrário do que acontece com a técnica de harmónicos, a filtragem dos modos de vibração não é sistemática relativamente ao número do modo, dando origem a um som em que as frequências (quase) harmónicas de componentes vizinhos não se encontram todas igualmente espaçadas, o que facilita a percepção de diversas notas. Os sons apresentam assim uma química diferente dos outros sons harmónicos complexos da guitarra. O seu volume sonoro máximo é contudo menor do que o dos sons convencionais e o volume sonoro relativo de alguns dos seus principais componentes pode ser bastante baixo. Apesar disto, nem os autores científicos nem os compositores que de quando em quando usaram a técnica, exploraram a amplificação dos sons. O que levou a perguntar se esta traz novidade a um público – caso contrário, não faz sentido usar a técnica de multifónicos na actuação ao vivo com guitarra amplificada, pois o ouvinte poderá conotar o som com o do instrumento não-amplificado e ficar decepcionado. Foi então formulada a hipótese de a amplificação de sons de multifónicos com o microfone a curta distância trazer novidade a um público, pois, caso contrário, este não conseguiria percepcionar alguns dos componentes principais dos sons, independentemente do tamanho da sala. A hipótese foi testada numa experiência em que uma amostra de guitarristas foi gravada com o microfone a curta distância a tocar nas suas guitarras um conjunto de takes do leve tocar da corda mais grave em pontos previamente estabelecidos, deixando depois a corda vibrar. Estes pontos encontram-se não só em trastos como também em trastos virtuais, isto é, em pontos entre trastos, fáceis de situar visualmente – o que nem sempre é considerado na literatura e poderá diminuir a reprodutibilidade dos sons. As gravações foram analisadas espectralmente e os dados foram tratados e avaliados tendo em conta questões de psicoacústica. Os resultados mostram que a hipótese é verdadeira mas apresentam certas limitações, como, por exemplo, o facto de poderem não ser válidos se, em vez de ser usado um microfone de alta sensibilidade como o da experiência, for usado um com uma sensibilidade mais baixa. Os resultados e suposições feitas a partir deles foram implementados em duas peças musicais: uma para guitarra e outra para guitarra amplificada e electrónica em tempo real. Para a primeira, foi ainda realizada investigação artística, o que levou uma nova forma de utilização dos sons de multifónicos. Estes sons foram notados de forma diferente nas partituras das duas peças, pois são usados em contextos sonoros distintos.
A guitarra encontra-se a um nível inferior relativamente a outros instrumentos no que respeita à pesquisa tímbrica. Esta situação pode ser explicada pela falta de interesse pelo instrumento da parte de compositores não-guitarristas, visto serem estes compositores os que geralmente efectuam aquele tipo de pesquisa. As limitações sonoras da guitarra e um certo desagrado pelo seu som paradigmático são duas das razões do seu desinteresse. Apresentar aos compositores que dispensam a guitarra por estas razões novos resultados provenientes da investigação de técnicas não-convencionais poderia eventualmente aliciá-los a considerar a escrita para guitarra, já que estas técnicas não só produzem sons com timbres pouco usuais mas também poderão ser úteis, por si só ou em combinação com outras técnicas, para ultrapassar limitações sonoras. Entre estas técnicas encontra-se a de multifónicos que ainda está por integrar no vocabulário da guitarra, possivelmente porque apenas recentemente foi alvo de atenção renovada. Estas recentes pesquisas foram, no entanto, realizadas no âmbito de projectos de um contexto mais alargado, pelo que a informação que delas resultou é limitada. Para além disso, esta informação é baseada na execução de um único guitarrista, essencialmente numa única guitarra, ignorando as diferenças que poderão existir entre instrumentistas/guitarras. Acresce que questões de psicoacústica nem sempre foram consideradas. Assim, deu-se início a uma investigação exaustiva da técnica de multifónicos na guitarra, da qual esta tese foi o ponto de partida, por forma a mostrar à comunidade artística um maior leque de possibilidades da técnica, e a providenciá-la com informação relevante, o que deverá fomentar a utilização da técnica e levar compositores não-guitarristas a pesquisá-la também, satisfazendo o objectivo da investigação de contribuir para a promoção da pesquisa tímbrica na guitarra e para a integração da técnica de multifónicos no seu vocabulário. O primeiro passo da investigação foi uma cuidada análise teórica da técnica do ponto de vista acústico e psicoacústico, com vista à sua melhor compreensão e à elaboração de uma explicação detalhada que não existia na literatura. A técnica de multifónicos consiste, tal como a de harmónicos, no abafamento de alguns dos modos de vibração da corda através de um leve toque em certos pontos da corda durante ou depois da sua excitação (ou ambos), e resulta melhor nas cordas com enrolamento. Ao contrário do que acontece com a técnica de harmónicos, a filtragem dos modos de vibração não é sistemática relativamente ao número do modo, dando origem a um som em que as frequências (quase) harmónicas de componentes vizinhos não se encontram todas igualmente espaçadas, o que facilita a percepção de diversas notas. Os sons apresentam assim uma química diferente dos outros sons harmónicos complexos da guitarra. O seu volume sonoro máximo é contudo menor do que o dos sons convencionais e o volume sonoro relativo de alguns dos seus principais componentes pode ser bastante baixo. Apesar disto, nem os autores científicos nem os compositores que de quando em quando usaram a técnica, exploraram a amplificação dos sons. O que levou a perguntar se esta traz novidade a um público – caso contrário, não faz sentido usar a técnica de multifónicos na actuação ao vivo com guitarra amplificada, pois o ouvinte poderá conotar o som com o do instrumento não-amplificado e ficar decepcionado. Foi então formulada a hipótese de a amplificação de sons de multifónicos com o microfone a curta distância trazer novidade a um público, pois, caso contrário, este não conseguiria percepcionar alguns dos componentes principais dos sons, independentemente do tamanho da sala. A hipótese foi testada numa experiência em que uma amostra de guitarristas foi gravada com o microfone a curta distância a tocar nas suas guitarras um conjunto de takes do leve tocar da corda mais grave em pontos previamente estabelecidos, deixando depois a corda vibrar. Estes pontos encontram-se não só em trastos como também em trastos virtuais, isto é, em pontos entre trastos, fáceis de situar visualmente – o que nem sempre é considerado na literatura e poderá diminuir a reprodutibilidade dos sons. As gravações foram analisadas espectralmente e os dados foram tratados e avaliados tendo em conta questões de psicoacústica. Os resultados mostram que a hipótese é verdadeira mas apresentam certas limitações, como, por exemplo, o facto de poderem não ser válidos se, em vez de ser usado um microfone de alta sensibilidade como o da experiência, for usado um com uma sensibilidade mais baixa. Os resultados e suposições feitas a partir deles foram implementados em duas peças musicais: uma para guitarra e outra para guitarra amplificada e electrónica em tempo real. Para a primeira, foi ainda realizada investigação artística, o que levou uma nova forma de utilização dos sons de multifónicos. Estes sons foram notados de forma diferente nas partituras das duas peças, pois são usados em contextos sonoros distintos.
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Keywords
Extended techniques Guitar Guitar multiphonics Guitar music Multiphonics Virtual frets Guitarra Multifónicos Multifónicos na guitarra Música para guitarra Técnicas extendidas Trastos virtuais
