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Abstract(s)
Nos últimos anos, tem sido salientada a necessidade de compreender as famílias adotivas numa perspetiva de saúde, bem-estar e resultados positivos e não apenas numa perspetiva de desajustamento. A investigação disponível, tem permitido compreender que, embora as famílias estejam sujeitas a uma série de fatores de sobrecarga, muitas famílias conseguem alcançar resultados positivos.
Este estudo pretende identificar e descrever facilitadores e ameaças ao bem-estar de famílias adotivas, considerando fatores dos pais, das crianças, da família e do contexto alargado.
O estudo realizado utilizou uma abordagem qualitativa, por se considerar que seria a mais adequada para explorar as vivências das famílias adotivas e, dessa forma, identificar a sua perceção de bem-estar familiar. Contou com uma amostra de 16. A recolha de dados foi realizada com recurso à entrevista semi-estruturada e complementada com o preenchimento do questionário SCORE-15.
Foi possível compreender que todas as famílias entrevistadas apresentam níveis de bem-estar elevados, de acordo com a cotação do SCORE-15. Relativamente aos facilitadores da adaptação da família a esta nova situação e às ameaças ao bem-estar encontraram-se algumas informações relativas quer a aspetos específicos sobre os pais (motivação, resiliência), quer a aspetos da criança (idade, experiências na instituição), quer a aspetos da família (comunicação, fé). Os casais apresentaram algumas necessidades e críticas ao processo e lamentaram a falta de recursos e apoios.
Este estudo pode ter implicações ao nível da aplicação dos resultados por parte das entidades responsáveis pela adoção. A abordagem dos serviços responsáveis pela adoção é muito focada nas caraterísticas individuais de pais e de crianças. Este estudo clarifica o caráter multifatorial do bem-estar e ajustamento familiar, reforçando a ideia de que a intervenção dos serviços deve ser numa perspetiva do modelo ecológico.
Para a investigação, este estudo levanta a possibilidade de explorar de forma quantitativa os fatores encontrados de forma a conseguir compreender se existe uma relação entre os fatores levantados e o bem-estar que seja estatisticamente significativa. Compreender se as caraterísticas individuais encontradas contribuem para um impacto negativo no bem-estar e na adaptação familiar. E compreender de uma forma mais sistemática que caraterísticas da família de uma forma geral e dos pais em particular, influenciam uma melhor adaptação e bem-estar familiar. se conseguirmos sistematizar estas variáveis, será possível trabalhar esses mesmos aspetos de maneira a melhorar a vida destas famílias.
