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Parentalidade e políticas públicas : experiência e visão de pais e mães que adiaram a entrada na parentalidade

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Abstract(s)

Esta investigação tem por objetivo compreender o adiamento da parentalidade a partir da biografia e experiência dos pais e das mães, e a sua visão sobre uma política pública de promoção e suporte à parentalidade no contexto da realidade portuguesa. Para a compreensão desta problemática mobilizaram-se as perspetivas teóricas do “life course” (curso de vida) e da sociedade de risco e incerteza. Considera-se, assim, a importância do aprofundamento do estudo das biografias individuais a partir do curso de vida dos sujeitos, na perspetiva das bifurcações com que se deparam, através da mobilização do conceito de “turning point” (ponto de viragem). Observe-se que uma parte do itinerário biográfico dos sujeitos e dos processos de adiamento da parentalidade, decorrem no quadro de uma sociedade europeia profundamente atingida pelo problema da quebra de natalidade que encontra explicações em fatores macrosistémicos numa sociedade de risco e incerteza mundial. E que, cumulativamente este é, também, o tempo da individualização, da expressividade das identidades individuais, em que a segurança ontológica do sujeito é desafiada. Através de uma metodologia qualitativa inspirada na orientação de Lahire no âmbito da sociologia disposicional, procedemos à elaboração dos retratos biográficos de mães e pai que transitaram tardiamente para esta fase do curso de vida, reorientados por bifurcações que revelam a (in)segurança e a (in)certeza nas suas formas mais improváveis. Os resultados remetem para a importância de pensar a parentalidade como uma “política do tempo”, representação socioeconómica, cultual e política para uma sociedade de conciliação das vidas pessoal-profissional-familiar, numa perspetiva diacrónica que concorre para uma inversão das dinâmicas de fecundidade. Esta visão implica igualmente uma política de capacitação do sujeito ao longo do curso de vida, através de políticas transversais a diversas áreas e contextos de socialização, que facilite o desenvolvimento de disposições que predisponham o sujeito a gerir o risco num contexto social de incerteza, em que a parentalidade pode ser entendia como um entre tantos outros. Esta pesquisa constitui também um contributo para uma reflexão política sobre a individuação da parentalidade em que a procriação medicamente assistida surge, por um lado, como potencial para contrariar as dinâmicas voluntárias ou involuntárias de adiamento e, por outro lado, pensar o processo de metamorfose na identidade individual das novas gerações, daí decorrente.
This research has the objective to understand the delay of parenting through the biography and experience of fathers and mothers and their vision relating to public policies that promote and support parenting in the Portuguese context. For the comprehension of this problem the theoretical perspectives of the “life course” and of the risk society and uncertainty were mobilized. Thus, it is considered the importance of deepening the study of individual biographies from the starting point of the subjects' life course, in the perspective of the bifurcations they face, through the mobilization of the concept of “turning point”. It should be noted that part of the biographical itinerary of the subjects and the processes of postponing parenting, take place within the framework of a European society deeply affected by the problem of natality reduction that finds explanations in macrosystemic factors in a society of risk and world uncertainty. And that, cumulatively, is also the time of individualization, the expressiveness of individual identities, in which the subject's ontological security is challenged. Through a qualitative methodology inspired by Lahire's orientation in the context of dispositional sociology, we proceeded to the elaboration of the biographical portraits of mothers and fathers who moved late to this phase of the life course, reoriented by bifurcations that reveal the (un)security and the (un)certainty in its most improbable forms. The results point to the importance of thinking about parenting as a “politics of time”, socioeconomic, cultural and political representation for a society that reconciles personalprofessional-family lives, in a diachronic perspective that contributes to an inversion of the dynamics of fertility. This vision equally implies a policy of empowering the individuals throughout the life course, through policies transversal to different areas and contexts of socialization which facilitate the development of provisions that predispose the subject to manage risk in a social context of uncertainty, in which parenting can be understood as one among many others. This research is also a contribution to a political reflection on the individuation of parenting in which medically assisted procreation appears, on the one hand, as a potential to counter the voluntary or involuntary postponement dynamics and, on the other hand, to think about the process of metamorphosis in the consequent individual identity of the new generations.

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Parentalidade Adiamento Biografia Incerteza Políticas públicas Parenting Postponement Biography Uncertainty Public policies

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