Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
33.09 MB | Adobe PDF |
Advisor(s)
Abstract(s)
The goal of this research is to examine the photographic representation of
Ravensbrück, the first purpose built camp for women in the Third Reich (1939-1945).
Throughout its history, this camp was captured through different gazes and distinct
representational regimes, ideological scripts, power relationships and gender
configurations. Based on the agonistic structure of representational practices, this
dissertation interrogates the relation between the representation of captivity and the
captivity of representation through the particular case of this camp.
The thesis is structured around three gazes that relate to each other through a
logics of countervisuality: Firstly, the Nazi gaze and the “concentrationary visuality”
that normalizes the exceptionality of the concentrationary universe; secondly, the
victim’s gaze, articulated through a set of clandestine pictures taken by prisoners,
representing an effort of resistance to the Nazi gaze; and thirdly, the photographic
coverage of the liberation of the camp, comprised by images taken by the Red Cross
and by the Red Army, in which the liberator’s gaze attempts to overthrow the Nazi
visual system.
At the intersection of visual culture, gender and Holocaust studies, the main
question of this investigation is whether the difference of the feminine makes a
difference for the visual representation of a concentration camp and what does it
mean for both the concentrationary logics and for the work of representation. It will
be argued that the representation of sexual difference, as an expression of a wider
cultural problem, is regulated and contained, and that the representation of the camp
negotiates between what is visible and what remains unseen. Moreover, it will be
demonstrated that visual representations, despite imprisoning subject positions
within the visual field, also entail the potential to challenge and undermine
hegemonic scripts.
O objectivo desta investigação é examinar a representação fotográfica de Ravensbrück, um campo de concentração exclusivamente para mulheres, situado na Alemanha, que ao longo da sua história (1939-1945) foi captado por diversos olhares e regimes representacionais, guiões culturais, relações de poder e imagens de género distintas. Ancorada numa concepção agonística das práticas representacionais, esta tese interroga a relação entre a representação da clausura e a clausura da representação através do caso particular deste campo. O trabalho encontra-se assim organizado em torno de três olhares ou regimes escópicos que se relacionam entre si através de uma lógica de contra-visualidade. Em primeiro lugar, o olhar Nazi, criador de uma “visualidade concentracionária” que normaliza a excepcionalidade do campo de concentração. Em segundo lugar, a tese detém-se sobre o olhar da vítima, através de um conjunto de imagens clandestinas produzidas por prisioneiras do campo que assim procuram infringir o regime visual nazi e reivindicar o seu direito de olhar. Em terceiro e último lugar, a tese aborda o olhar do libertador através das imagens produzidas pela Cruz Vermelha Internacional e as imagens criadas pelo Exército Vermelho, que reclamam uma vitória final sobre o regime visual nazi. Na intersecção entre estudos de cultura visual, estudos de género e estudos do Holocausto, a questão central desta investigação é se a diferença do feminino faz diferença na representação visual do campo de concentração. Defender-se-á que a representação da diferença sexual, enquanto expressão de um problema cultural, é regulada e constrangida, e que e a representação do universe concentracionário negoceia entre aquilo que é visível e aquilo que é ocultado. Procurar-se-á ainda demonstrar que a representação visual, apesar da sua capacidade de aprisionar os sujeitos representados a identidades fixas, contém também o potencial de subverter discursos culturais hegemónicos.
O objectivo desta investigação é examinar a representação fotográfica de Ravensbrück, um campo de concentração exclusivamente para mulheres, situado na Alemanha, que ao longo da sua história (1939-1945) foi captado por diversos olhares e regimes representacionais, guiões culturais, relações de poder e imagens de género distintas. Ancorada numa concepção agonística das práticas representacionais, esta tese interroga a relação entre a representação da clausura e a clausura da representação através do caso particular deste campo. O trabalho encontra-se assim organizado em torno de três olhares ou regimes escópicos que se relacionam entre si através de uma lógica de contra-visualidade. Em primeiro lugar, o olhar Nazi, criador de uma “visualidade concentracionária” que normaliza a excepcionalidade do campo de concentração. Em segundo lugar, a tese detém-se sobre o olhar da vítima, através de um conjunto de imagens clandestinas produzidas por prisioneiras do campo que assim procuram infringir o regime visual nazi e reivindicar o seu direito de olhar. Em terceiro e último lugar, a tese aborda o olhar do libertador através das imagens produzidas pela Cruz Vermelha Internacional e as imagens criadas pelo Exército Vermelho, que reclamam uma vitória final sobre o regime visual nazi. Na intersecção entre estudos de cultura visual, estudos de género e estudos do Holocausto, a questão central desta investigação é se a diferença do feminino faz diferença na representação visual do campo de concentração. Defender-se-á que a representação da diferença sexual, enquanto expressão de um problema cultural, é regulada e constrangida, e que e a representação do universe concentracionário negoceia entre aquilo que é visível e aquilo que é ocultado. Procurar-se-á ainda demonstrar que a representação visual, apesar da sua capacidade de aprisionar os sujeitos representados a identidades fixas, contém também o potencial de subverter discursos culturais hegemónicos.
Description
Keywords
Visual culture Gender Holocaust Ravensbrück Concentration camp Visuality Invisibility Gaze The right to look Cultura visual Género Holocausto Campo de concentração Visualidade e invisibilidade Direito de olhar