Publication
Obesidade e cirurgia bariátrica: perspectiva multidisciplinar
dc.contributor.author | Lima, Vânia Sousa | |
dc.date.accessioned | 2013-10-11T10:04:03Z | |
dc.date.available | 2013-10-11T10:04:03Z | |
dc.date.issued | 2011-12-01 | |
dc.description.abstract | A consideração de que a obesidade se assume como um problema de saúde publica nos países desenvolvidos decorre da sua prevalência, os riscos que se lhe associam (Fandino, Bechimol, Coutinho & Appolinario, 2004), da sua cronicidade e da comorbilidade com outras condições físicas (como sejam a apneia do sono ou doenças cardiovasculares) e psicológicas (como depressão ou outras perturbações do humor, ou perturbações do espectro da ansiedade). A crescente prevalência da obesidade, associada a escassez de intervenções cujos resultados sejam mantidos a longo prazo, e ao desenvolvimento de técnicas cirúrgicas laparoscópicas, constituem‑se como factores tidos como conducentes a proliferação de cirurgias bariatricas na última década (e.g., Bauchowitz, Gonder‑Frederick, Olbrisch, Azarbad, Ryee, Woodson, Miller & Schirmer, 2005). A já referida comorbilidade psicopatológica requer que a avaliação pre‑cirurgica contemple a avaliação psicológica, com destaque para as perturbações de humor, ansiedade e personalidade, exigindo‑se necessariamente a inclusão de profissionais de saúde mental (psiquiatras e psicólogos ) neste processo. Em acréscimo , atente‑se ao abuso de substancias por parte dos candidatos a cirurgia bariatrica , que frequentemente se constitui como uma estratégia de regulação emocional, tal como tende a verificar‑se aquando da presença de perturbações do comportamento alimentar, em particular do binge eating (e.g., Glinski, Wetzler & Goodman, 2001). No que concerne ao estabelecimento das condições necessárias para a realização da cirurgia bariatrica , alguma controvérsia persiste, seja em redor da perturbação comorbida identificada, seja da intensidade/gravidade da mesma. O consenso emerge, porem, quando, para alem da avaliação psicológica e nutricional cuidada e exaustiva no momento pre‑cirurgia , se associa um acompanhamento psicológico adaptado as reais necessidades de cada individuo em momento ulterior. Neste contexto, a consideração exclusiva do preenchimento dos critérios de diagnostico psicopatológico assume‑se como restrita, devendo a avaliação psicológica contemplar a presença e impacto de sintomas psicológicos ainda que não configurem quadros específicos de psicopatologia. Concomitantemente, aspectos relativos a adesão terapêutica não devem ser negligenciados, dada a evidencia da contribuição que esta variável desempenha no sucesso terapêutico , em antítese ao verificado aquando da presença de expectativas irrealistas no “milagre cirúrgico ” (Rabner & Greenstein, 1991), que conduz a desresponsabilização individual no processo de diminuição de peso e/ou manutenção do peso perdido (Travado, Pires, Martins, Ventura & Cunha, 2004). Efectivamente, vários autores sublinham a relevância da avaliação psicológica e da adequação cognitiva e comportamental do individuo relativamente ao tratamento como cruciais factores da sua eleição e respectivo prognostico (e.g., Glinski, Wetzler, & Goodman, 2001). Neste sentido, e assumindo a multifactorialidade etiológica da obesidade, urge que os processos de avaliação e intervenção adoptados se constituam como simultaneamente abrangentes e integradores. Abrangentes porque deverão contemplar múltiplas abordagens (como a nutricional, farmacológica, cognitiva e comportamental) e integrativas porque dever‑se‑ao constituir como complementares e promotores de uma visão holística do individuo com obesidade. Intrinseca a esta conceptualização emerge a indispensabilidade de se desenvolver investigação sistematizada que contribua para o conhecimento em torno da adequabilidade da avaliação e eficácia da intervenção desenvolvida. Necessariamente, pois, o estabelecimento de equipas multidisciplinares cujo modus operandi assente na articulação interdisciplinar, assume‑se como um repto cuja consecução acarretaria a promoção da qualidade do processo de avaliação e intervenção junto do individuo obeso e, por inerência , da concretização e consubstanciação dos ganhos terapêuticos ao longo do tempo, a que se associaria maximização dos recursos disponíveis e, deste modo, minimização dos custos associados. A consideração de que a obesidade se assume como um problema de saúde pública nos países desenvolvidos decorre da sua prevalência , dos riscos que se lhe associam (Fandino, Bechimol, Coutinho & Appolinario, 2004), da sua cronicidade e da comorbilidade com outras condições físicas (como sejam a apneia do sono ou doenças cardiovasculares) e psicológicas (como depressão ou outras perturbações do humor, ou perturbações do espectro da ansiedade). A crescente prevalência da obesidade, associada a escassez de intervenções cujos resultados sejam mantidos a longo prazo, e ao desenvolvimento de técnicas cirúrgicas laparoscópicas , constituem‑se como factores tidos como conducentes a proliferação de cirurgias bariatricas na última década (e.g., Bauchowitz, Gonder‑Frederick, Olbrisch, Azarbad, Ryee, Woodson, Miller & Schirmer, 2005). A ja referida comorbilidade psicopatológica requer que a avaliação pre‑cirurgica contemple a avaliação psicológica , com destaque para as perturbações de humor, ansiedade e personalidade, exigindo‑se necessariamente a inclusa o de profissionais de saúde mental (psiquiatras e psicólogos ) neste processo. Em acréscimo , atente‑se ao abuso de substâncias por parte dos candidatos a cirurgia bariatrica , que frequentemente se constitui como uma estratégia de regulação emocional, tal como tende a verificar‑se aquando da presença de perturbações do comportamento alimentar, em particular do binge eating (e.g., Glinski, Wetzler & Goodman, 2001). No que concerne ao estabelecimento das condições necessárias para a realização da cirurgia bariatrica , alguma controvérsia persiste, seja em redor da perturbação comorbida identificada, seja da intensidade/gravidade da mesma. O consenso emerge, porem, quando, para alem da avaliação psicológica e nutricional cuidada e exaustiva no momento pre‑cirurgia , se associa um acompanhamento psicológico adaptado as reais necessidades de cada individuo em momento ulterior. Neste contexto, a consideração exclusiva do preenchimento dos critérios de diagnóstico psicopatológico assume‑se como restrita, devendo a avaliação psicológica contemplar a presença e impacto de sintomas psicológicos ainda que não configurem quadros específicos de psicopatologia. Concomitantemente, aspectos relativos a adesão terapêutica não devem ser negligenciados, dada a evidencia da contribuição que esta variável desempenha no sucesso terapêutico , em antítese ao verificado aquando da presença de expectativas irrealistas no “milagre cirúrgico ” (Rabner & Greenstein, 1991), que conduz a desresponsabilização individual no processo de diminuição de peso e/ou manutenção do peso perdido (Travado, Pires, Martins, Ventura & Cunha, 2004). Efectivamente, vários autores sublinham a relevância da avaliação psicológica e da adequação cognitiva e comportamental do individuo relativamente ao tratamento como cruciais factores da sua eleição e respectivo prognostico (e.g., Glinski, Wetzler, & Goodman, 2001). Neste sentido, e assumindo a multifactorialidade etiológica da obesidade, urge que os processos de avaliação e intervenção adoptados se constituam como simultaneamente abrangentes e integradores. Abrangentes porque deverão contemplar múltiplas abordagens (como a nutricional, farmacológica, cognitiva e comportamental) e integrativas porque dever‑se‑ao constituir como complementares e promotores de uma visão holística do individuo com obesidade. Intrinseca a esta conceptualização emerge a indispensabilidade de se desenvolver investigação sistematizada que contribua para o conhecimento em torno da adequabilidade da avaliação e eficácia da intervenção desenvolvida. Necessariamente, pois, o estabelecimento de equipas multidisciplinares cujo modus operandi assente na articulação interdisciplinar, assume‑se como um repto cuja consecução acarretaria a promoção da qualidade do processo de avaliação e intervenção junto do indíviduo obeso e, por inerência , da concretização e consubstanciação dos ganhos terapêuticos ao longo do tempo, a que se associaria maximização dos recursos disponíveis e, deste modo, minimização dos custos associados. | |
dc.description.version | info:eu-repo/semantics/publishedVersion | |
dc.identifier.citation | LIMA, Vânia Sousa - Obesidade e cirurgia bariátrica: perspectiva multidisciplinar. Cadernos de Saúde. ISSN 1647-0559. Vol. 4, Nº especial- Obesidade (2011), p. 59-60 | por |
dc.identifier.doi | 10.34632/cadernosdesaude.2011.3037 | |
dc.identifier.issn | 1647-0559 | |
dc.identifier.uri | http://hdl.handle.net/10400.14/12942 | |
dc.language.iso | por | por |
dc.peerreviewed | yes | por |
dc.publisher | Instituto de Ciências da Saúde | por |
dc.rights.uri | http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ | |
dc.subject | Obesidade | por |
dc.subject | Cirurgia bariátrica | por |
dc.subject | Avaliação psicológica | por |
dc.subject | Avaliação nutricional | por |
dc.subject | Obesity | |
dc.subject | Bariatric Surgery | |
dc.subject | Psychological Assessment | |
dc.subject | Nutritional Assessment | |
dc.title | Obesidade e cirurgia bariátrica: perspectiva multidisciplinar | por |
dc.title.alternative | Obesity and bariatric surgery: interdisciplinary perspective | por |
dc.type | journal article | |
dspace.entity.type | Publication | |
oaire.citation.endPage | 60 | |
oaire.citation.issue | N. Especial | |
oaire.citation.startPage | 59 | |
oaire.citation.title | Cadernos de Saúde | |
oaire.citation.volume | 4 | |
person.familyName | lima | |
person.givenName | vânia sousa | |
person.identifier.ciencia-id | A11B-F1AC-B621 | |
person.identifier.orcid | 0000-0002-2351-961X | |
person.identifier.scopus-author-id | 55481352000 | |
rcaap.rights | openAccess | por |
rcaap.type | article | por |
relation.isAuthorOfPublication | 109663fd-8c59-4114-9d89-f9c7acd6e58a | |
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