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English-language retellings of the Rāmāyaṇa and the ideas of India : culture and society (2010-2020)

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Abstract(s)

The Rāmāyaṇa is one of the most important narrative traditions for the Indian civilisation. This story has been recreated through different media and across the broad social spectrum of India for centuries. In the 21st century, especially from the second decade onwards, several adaptations of the epic in English have appeared in the Indian literary market. The most successful authors have adopted unique approaches to the epic: Anand Neelakantan often adapts colonial, anticolonial, regional, and postcolonial discourses to invert the traditional roles of the main protagonists and antagonists; Devdutt Pattanaik recreates Indian mythology as a system with psychological value opposed to the Western and Hindu nationalist approaches, which the author regards as materialistic; Amish Tripathi recreates the epic as a nationalist narrative for a globalised audience used to the popular transnational epic fantasy genre; Kavita Kané tells the story of the epic from the perspective of less important female characters; and Chitra Banerjee Divakaruni does the same, but from the perspective of the main female characters. Despite these differences, the most successful adaptations of the Rāmāyaṇa have followed two important discursive lines: male authors have tended to use the epic to create positive representations of the Indian civilisation and Hindu religion, often by explicitly or implicitly opposing them with foreign civilisations and religions, while female authors have tended to use the epic to create positive representations and models of Indian women. Structurally, both male and female authors have used the epic as a collective memory that encapsulates past virtues, which are regarded as containing the answer to current social problems. By adopting values that have become relevant in India since the anticolonial period and especially after the implementation of neoliberal reforms in 1991, which include greater global openness coupled with a fear of losing one’s native roots and the desire to decolonise contemporary Indian culture, these authors have become important spokespersons for contemporary India among middleclass, English-speaking Indian readers. In this dissertation, I use Multimodal Critical Discourse Analysis based on qualitative data combined with the fields of Orientalism, re-Orientalism, postcolonialism and decoloniality to understand: 1. how the male authors have created a socio-historical worldview centred on Indian civilisation and Hindu religion, with both being simultaneously regarded as traditional and modern; 2. how the female authors have adopted a similar approach to create a new representation of Indian femininity, which is also regarded as traditional and modern. Although the authors promote a discourse according to which they have based their approaches on Indian perspectives, often explicitly contradicting Western discourses and creating socially holistic adaptations, they are actually authors who come from a privileged and Westernised social class. The protagonists of the epic have been recreated as ideal characters that embody positive global characteristics such as equality of choice, equality of opportunity, and social justice, here often reinterpreted as pre-colonial characteristics. With the exception of female characters, subaltern groups are often described with negative characteristics associated with non-Indian and non-Hindu ways of being and living in the world.
O Rāmāyaṇa é uma das tradições narrativas mais importantes para a civilização indiana. Esta história tem sido recriada através de media diferentes e através do diverso espectro social indiano ao longo de séculos. No século XXI, especialmente a partir da segunda década, várias adaptações literárias em língua inglesa surgiram no mercado indiano. Os autores mais bem-sucedidos têm-se distinguido por abordagens únicas à epopeia: Anand Neelakantan costuma adaptar discursos coloniais, anticoloniais, regionais e pós-coloniais para inverter os papeis tradicionais dos protagonistas e antagonistas principais; Devdutt Pattanaik recria a mitologia indiana como um sistema de valência psicológica oposta às abordagens ocidental e nacionalista hindu, que o autor considera serem materialistas; Amish Tripathi recria a epopeia como uma narrativa nacionalista para um público globalizado habituado ao popular género transnacional de fantasia épica; Kavita Kané conta a história da epopeia do ponto de vista das personagens femininas menos importantes; e Chitra Banerjee Divakaruni faz o mesmo em relação a personagens femininas principais. Apesar destas diferenças, as adaptações mais bem-sucedidas têm seguido duas linhas discursivas importantes: os autores masculinos têm usado a epopeia para criar representações positivas da civilização indiana e religião hindu, geralmente por oposição explícita ou implícita a civilizações e religiões estrangeiras. As autoras femininas, por sua vez, têm usado a epopeia para criar representações e modelos positivos da mulher indiana. A nível estrutural, tanto os autores masculinos como femininos têm usado a epopeia como uma memória colectiva que encerra em si as virtudes positivas e que contém a resposta para os problemas sociais da modernidade. Através da adopção de valores que se tornaram relevantes na Índia desde o período anticolonial e especialmente após a implementação de reformas neoliberais de 1991, o que inclui uma maior abertura global associada um medo de se perderem as raízes nativas e o desejo de se descolonizarem as mesmas, estes autores têm-se tornado portavozes importantes da Índia, do hinduísmo e do feminismo indiano contemporâneos entre os leitores indianos de classe-média e falantes de língua inglesa. Nesta dissertação, sirvo-me de análise crítica do discurso multimodal baseada em dados qualitativos e aliada às áreas do Orientalismo, do re-Orientalismo, do póscolonialismo e da decolonialidade de modo a perceber: 1. como é que os três autores masculinos têm cimentado os processos de construção da nação e da religião na Índia do século XXI através da criação de uma visão do mundo socio-histórica centrada na Índia enquanto civilização e no hinduísmo enquanto religião, ambas na qualidade de civilização e religião simultaneamente tradicionais e modernas, e muitas vezes contrapostas com visões do mundo consideradas não-indianas e não-hindus; 2. as duas autoras femininas têm adoptado uma abordagem semelhante para criar uma nova representação feminina vista como simultaneamente tradicional e moderna. Os protagonistas da epopeia têm sido recriados como personagens ideais que encerram em si características globais positivas como igualdade de escolha, igualdade de oportunidade e justiça social, características que nas adaptações são reinterpretadas como características pré-coloniais. Com excepção de personagens femininas, grupos subalternos têm sido muitas vezes descritos com características negativas associadas a modos de ser e de se estar no mundo não-indianos e não-hindus.

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Rāmāyaṇa Mythological fiction Orientalism Indian nationalism Hinduism Feminism Ficção mitológica Orientalismo Nacionalismo Hinduísmo Feminismo

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