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Abstract(s)
O conflito geopolítico Russo-Ucraniano, iniciado a 24 de fevereiro de 2022, encontra-se no epicentro de uma guerra de informações estimulada por afirmações falsas sobre as motivações do conflito e os refugiados. A propagação de narrativas alimentadas particularmente no contexto do online, desafia a União Europeia a definir estratégias de combate e a adotar medidas de escrutínio e de responsabilização sobre os principais canais de desinformação, de modo a impedir que narrativas hostis moldem a opinião pública e influenciem os decisores políticos. A narrativa da crise e do aumento do custo de vida, particularmente no contexto dos países europeus, tende a semear divisão, incerteza, e ressentimentos em relação aos refugiados. Tal facto pode ter um impacto altamente problemático em torno das decisões das instituições sobre as políticas de migração, legitimando políticas mais restritivas, e colocando em causa a proteção das vítimas de conflito em situação de vulnerabilidade e de risco de vida. É no sentido de procurar compreender e analisar as implicações dos discursos mediáticos e da desinformação, na formação das representações sociais sobre a guerra Russo-Ucraniana e os refugiados, que este artigo pretende - analise de conteúdo destas mesmas noticias - parte de um estudo de caráter exploratório que combina métodos quantitativos e qualitativos. Tendo como objeto de estudo opiniões e pontos de vista de cidadãos a residir em contexto português, sobre a guerra da Rússia na Ucrânia e os refugiados vítimas deste conflito, pretende compreender-se de que forma as narrativas e representações propagadas pelos media oficiais, e por fontes não oficiais, com especial incidência sobre os canais online, têm implicações sobre a forma como são construídas as representações sobre o mundo, as dinâmicas geopolíticas, os refugiados de guerra e as políticas migratórias. O estudo desenvolvido pretende consolidar o conhecimento científico e argumentar em prol da necessidade de investimento em literacia digital e para as notícias, que promova o pensamento e a consciência crítica acerca das problemáticas atuais do mundo global, com vista ao combate à desinformação, ao populismo e à propagação de valores antidemocráticos e autoritários que ameaçam os valores e a condição humana, impedindo a manutenção de sociedades equilibradas, justas e plurais.