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ABC-Diário de Angola – um baluarte da oposição possível na imprensa colonial portuguesa dos anos 1960

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Em vésperas da guerra colonial, em Luanda, o ABC-Diário de Angola explorava o distanciamento possível face ao regime de Salazar e à sua política ultramarina. Com uma abordagem inspirada em análise de conteúdo e de discurso de noticiário cruzada com pesquisa em arquivo, neste artigo identificam-se opções editoriais e propõe-se uma caraterização de um diário que chegou a ser visto no Ministério do Ultramar como uma «perigosa 5ª coluna». Reflete-se também sobre a singularidade que o jornal conseguiu ter no quadro do regime autoritário do Estado Novo. Sem o seu fundador, Machado Saldanha, o jornal evoluiria no final da década de 1960 para um alinhamento com as autoridades, tornando-se um arauto do marcelismo.
On the eve of the colonial war in Luanda, the ABC-Diário de Angola sought ways to keep as far as possible from Oliveira Salazar’s regime and its overseas policy. With an approach inspired by content and discourse analysis and with the support of research in archives, in this article we identify newspaper’s options and practices, contributing to the characterization of a newspaper that came to be seen in the Ministry of Overseas as a «dangerous fifth column». We also reflect on the specificity that the title managed to have under the authoritarian regime of Estado Novo [New State]. Without his founder, the paper would evolve, at the end of the decade, into a government-aligned daily, becoming a herald of the last chief of the dictatorship.

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Angola Imprensa Jornalismo Portugal Colonialismo Colonialism Journalism Press

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